Língua quasa

Kwazá

Tsẽtsitswa [2]

Outros nomes:Quasa, Kwaza, Koaiá, Quaiá, Coaia ou Koaya[3]
Utilizado em: Rondônia, Brasil
Região: Reserva indígena de Tubarão-Latundê[4]
Total de usuários: 80 (2013) [1]
Família: Língua isolada[3]
Escrita: Alfabeto: a, ã, b, ç, d, e, ẽ, ɛ, h, i, ĩ, ɨ, ɨ̃ , j, k, l, m, n, o, õ, œ, p, r, s, t, ts, tʃ, u, ũ, w, ʔ.[5]
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: sgn
ISO 639-3: xwa
Mapa ilustrando a localização de Rondônia no território brasileiro

Mapa ilustrando a localização de Rondônia no território brasileiro.

O kwazá é uma língua indígena, falada no sudeste do estado brasileiro de Rondônia (Brasil)[4], que encontra-se em situação de quase desaparecimento. Em 2013, os falantes do kwazá configuravam uma população de oitenta pessoas[6], inseridas entre a Terra Indígena kwazá do Rio São Pedro e a de Tubarão-Latundê. Os demais falantes de kwazá se localizam aos redores de Pimenta Bueno, Vilhena, Chupinguaia, Porto Velho, Costa Marques e Guajará-Mirim.[1] Devido à falta de uso da língua pelos falantes, a sua transmissão para as próximas gerações está em risco.[6] O kwazá é geralmente classificado como uma língua isolada[7], pois não possui afiliação reconhecida com outras famílias linguísticas[1]. Contudo, é preferível dizer que trata-se de uma língua ainda não classificada devido à carência de informações sobre ela.[3]

Distribuição

Localização geográfica e linguística

No oeste do estado de Rondônia há uma fronteira nacional com a Bolívia, definida pelo rio Guaporé. A sua beira leste faz fronteiras com o estado brasileiro do Mato Grosso, próximo de onde banha o rio Pimenta Bueno. Mais à jusante, o rio Guaporé é chamado de Mamoré e o rio Pimenta Bueno de Jí-Paraná ou Machado. Ambos os sistemas de rios, os quais abrangem a maior parte de Rondônia, desaguam no rio Madeira, o qual novamente deságua no rio Amazonas.[4]

Território de Rondônia.

Rondônia pertence às planícies amazônicas, desfrutando de rios e florestas tropicais, e representa uma das regiões linguisticamente mais diversas da América do Sul. Atualmente, a região do Guaporé abriga mais de quarenta línguas indígenas, isso potencializa a possibilidade de esse local ter sido um dos pontos da origem dos povos sul-americanos.[4] Os kwazá estão inseridos aos redores do rio São Pedro afluente do rio Pimenta Bueno que está associada a uma fronteira étnica, cultural e linguística que dividia o povo tupi e do povo nambikwara.[8]

História

Autodenominação

A sociedade indígena kwazá é falante da língua homônima. Apesar de que determinadas literaturas e os demais povos vizinhos referirem-se aos kwazá por meio das denomiações 'koaiá, koaya, coaiá ou quaia', eles não as reconhecem e as consideram errados. Assim, definem que o nome correto a ser utilizado é kwazá, mesmo que não haja atribuição de sentido a esse termo.[9] Por exemplo, os salamãi os chamavam antigamente de koaiá. O povo aikanã os chamava de kwazá, sendo assim acredita-se que o nome 'kwazá' não seja a autodenominação original do povo, pois o som presente na fala dessa palavra não está presente no inventário de sons kwazá. O nome 'Arara' foi utilizado no passado por funcionários da FUNAI, porém essa denominação não é apreciada pelos indígenas e não foi amplamente difundida, já que ela poderia causar confusão com outros povos de Rondônia chamados 'Arara'.[9] Há outras autodenominações de valor descritivo, mas que não são muito usadas. Os nomes Tsãrã txinuténaheré 'aqueles da terra grande', Tsãrã txuhuinaheré 'aqueles da terra pequena' faziam alusão aos dois grupos de kwazá que moravam em lugares distintos no sul de Rondônia até o final do século passado.[9] Além disso, o povo kanoé chamava os kwazá de Tainakãw.[9] A sua adaptação para a língua portuguesa é quasa. É perceptível que existe uma variada gama de denominações desse povo, que também representam o nome da língua falada por ele, kwazá.

Variação linguística e seu contexto

A língua portuguesa possui maior prestígio social e proporciona a comunicação geral entre as pessoas, principalmente por conta dos casamentos interétnicos entre o povo kwazá, os aikanãs e os não indígenas. O português falado é oriundo dos imigrantes nordestinos, chamados de “soldados da borracha” no contexto da época. Migrantes das regiões sul, sudeste e centro oeste do país também ocuparam a área, depois o declínio da borracha, assim acabando por influenciar a fala do português pelos kwazá do rio São Pedro. Tal variação demonstra a condição de seringueiro, ocupada pelos kwazá por um longo período.[10]

Extração da borracha.

A depopulação indígena assolou os povos durante a década de 1930. Assim, diversos povos juntaram-se no mesmo espaço geográfico, a fim de trabalharem nos seringais. Os sobreviventes do povo kwazá, nesse contexto, aos poucos deixaram de usar a sua língua materna, devido também à violência verbal e física existente contra aos falantes da língua nativa. A política de boa vizinhança proporcionou um método de resistência adquirida pelos kwazá do rio São Pedro. Assim, misturaram-se aos seringueiros e adotaram o hábito de vida deles e utilizando o português como primeira língua. Nos útimos anos, uma família kwazá, que vivia na Terra Indígena Tubarão Latundê, passou a viver na aldeia São Pedro, assim ampliou-se o uso do kwazá nesse local, havendo possibilidade de que a língua seja revitalizada[10].

Situação em que indígenas se encontravam na extração de borracha na Amazônia.

É importante destacar que os falantes da língua kwazá pertencem a duas diferentes famílias. A Família I está inserida entre falantes de aikanã e com falantes de língua portuguesa. Nesse núcleo familiar, é comum o trilinguismo (nesse caso, composto pelas línguas kwazá, aikanã e o português). Já os membros da Família II situam-se em localidades isoladas, de forma que kwazá é falado quase que exclusivamente. Alguns membros dessa família são monoglotas, bilíngues ou trilíngues, assim como ocorre na Família I. Há certas variações fonéticas entre a fala de ambas as famílias.[11]

Fonologia

O inventário de fonemas indígenas kwazá compreende oito vogais orais, sete vogais nasais e dezenove consoantes.[12] A língua kwazá tem vários glides ou semivogais, que podem ser nasalizados. Essas semivogais ocorrem em posições não silábicas após uma vogal completa. Eles são mais bem atribuídos aos fonemas vocálicos aos quais estão foneticamente mais relacionados. Os glides pré-vocálicos são tratados como fonemas consonantais aproximantes separados.[13]

Vogais

O sistema vocálico kwazá compreende oito fonemas vocálicos orais e sete fonemas vocálicos nasais[12]. Na tabela a seguir, todos os fonemas vocálicos orais do kwazá estão listados:[13].

Fonemas vocálicos da língua kwazá - Vogais orais
Anterior Central Posterior
Fechada i u
Semifechada e y
Média
Semiaberta ɛ œ o
Aberta a

Na tabela a seguir, todos os fonemas vocálicos nasais do kwazá estão listados[13]:

Fonemas vocálicos da língua kwazá - Vogais nasais
Anterior Central Posterior
Fechada ĩ ũ
Semifechada
Média
Semiaberta ɛ̃ õ
Aberta ã

Consoantes

Na tabela a seguir, todos os fonemas consonantais kwazá estão listados[14]:

Fonemas consonantais da língua kwazá
Labial Lamino-alveolar Apico-alveolar Palatal Velar Glotal
Plosiva p t c k ʔ
Implosiva b d
Africada ts tx
Fricativa s x h
Nasal m n ñ
Vibrante r
Lateral l
Aproximante w j

Fonotática

A estrutura silábica do kwazá é predominantemente: (Consoante) → Vogal

Quando a sílaba contem um ou mais glides, então a estrutura é mais complexa: (Consoante) → (Glide) → Vogal → (Glide)

A língua não tem encontros consonantais que não sejam uma combinação consoante-glide. É possível que o palatal africado /tx/ se originou de uma combinação do apico-alveolar plosivo /c/ e do lamino-alveolar fricativo /s/. Um recurso especial do sistema de consoantes é que parece ser uma oposição entre as consonantes plosivas e implosivas, em vez de entre consoantes vozeadas e desvozeadas.[15]

Ortografia

A ortografia prática da língua kwazá para uso de seus falantes foi desenvolvida em uma cooperação dos próprios Kwazá. A ortografia prática e o seu equivalente fonêmico é apresentado abaixo[16]:

Ortografia prática do kwazá e equivalentes fonêmicos
Ortografia Fonema Aproximação com o Pt-Br
a /a/ pá [ˈpa]
ã /ã/ lã [ˈlɐ̃]
b /b/ bule [ˈbuli]
d /d/ data [ˈdatɐ]
e /e/ cesta [ˈsɛʃtɐ]
ee /ɛ/ mel [ˈmɛw]
ẽẽ /ɛ̃/ Não há no Pt-Br (equivalente a main ['mɛ̃] (em francês))
h /h/ rato [r̄′atu]
' /ʔ/ como a pausa em ã-ã [ˈɐ̃ɐ̃] (negação)
i /i/ ilha [ˈiʎɐ]
ĩ /ĩ/ sinto [ˈsĩtu]
y /j/ iôiô [iˈojo]
ɨ /y/ Não há no Pt-Br (equivalente a chute [ʃyt] (em francês))
ɨ̃ /ỹ/ Não há no Pt-Br
k /k/ coroa [koˈɾoɐ]
l /l/ livro [ˈlivɾu]
m /m/ mão [ˈmɐ̃w̃]
n /n/ não [ˈnɐ̃w̃]
ny /ñ/ unha [ˈuɲɐ]
o /o/ pó [ˈpɔ]
õ /õ/ conto [ˈkõtu]
ö /œ/ Não há no Pt-Br (equivalente a 月 [ɥœ˥˩] (em mandarim))
p /p/ pato [ˈpatu]
r /r/ touro [ˈtoɾu]
s /s/ salto [ˈsawtu]
x /x/ arrasto [aˈʁaʃtu]
t /t/ tatu [taˈtu]
ty /c/ Não há no Pt-Br (equivalente a qui [ci] (em francês))
ts /ts/ tsunami [tsunɐˈmi]
tx /tx/ tchau [ˈtʃaw]
u /u/ suco [ˈsuku]
ũ /ũ/ unto [ˈũtu]
w /w/ o [ˈpɐ̃w̃]

Gramática

Nomes

Os nomes são definidos pelos pronomes pessoais e pelo pronome interrogativo. No kwazá não há artigos, adjetivos, marca de gênero ou de número. Há, no entanto, uma marca possesiva, que é utilizada apenas para a terceira pessoa: tjate (dele(a)).

Exemplo do uso da marca possessiva no kwazá
Marca possessiva Exemplo Significado
tjate (dele(a)) kanwã-tjate canoa dele

Também há vários sufixos que indicam as funções sintáticas ou os papéis semânticos:

Funções e exemplos do uso de sufixos no kwazá
Sufixo Função sintática ou papel semântico Exemplo Tradução Pt-Br
-wã marca do objeto animado aha-'wã ãwỹi-'ra Vá ver o seu pai!
-ko instrumental prego-'ko'twe-ki O prego passou pela porta.
-na locativo a'xy-na Na casa.
-du beneficiário dilɛ-'du-xa-re Para quem você está fazendo isso?
-dynỹ comitativo sam'weu onɛ-'ki zjwãu-dy'nỹ Samuel está vindo e João também.
-le só, somente txi-tay-tɛ-'le wanɛ-tsy-'tse Traga apenas o frasco grande!
-rata primeiro kawa'pɛ-rata 'a-(ĩʔĩ-'hỹ)-ki A barata existiu primeiro.

Existem duas subclasses de nomes: os independentes (morfemas livres), e os dependentes (morfemas presos) que referem-se principalmente a partes do corpo humano e a orientadores espaciais (direcionais).[17] Os nomes dependentes podem ser alomorfes de algum nome independente. Ambos os nomes -tuku 'língua de alguém' (dependente) e tjuku 'língua' (independente) são alomorfes de apenas um morfema em distribuição complementar. Os nomes dependentes tem a possibilidade de tornar-se independentes com a autófora independentizador. Nesse caso, -kai 'perna de' (dependente), que configura-se para e-kai 'perna'. A partir de uma perspectiva morfológica, os nomes dependentes afixam-se ao nome da frase, assim como em Pédro-dɨ-kai 'perna de Pedro' (com -kai perna de, -di possessão de). Ou, se existe um verbo, o nome dependente torna-se parte dele, demarcando a posição das marcas pessoais intraverbais que referenciam a concordância com o sujeito (verbo intransitivo) ou com o objeto (verbo transitivo). No aspecto semântico, os nomes dependentes sempre demarcam uma relação ontológica ou de dependência com outro nome, assim como em -mãi n.dep. 'dente de (alguém)' e -jãhã n.dep. 'caminho de (alguém)'. Existem mais de cem nomes dependentes com a capacidade de expressar esse sentido ontológico. [18]

Pronomes pessoais

A língua kwazá tem seis pronomes pessoais[19]. Os pronomes pessoais não são claramente marcados para número. No entanto, dois dos pronomes citados, si e xyi, também aparecem como raiz de palavras derivadas, formadas pela afixação do elemento -tsɛ. Eles se referem a pessoas plurais: tsitsɛ ‘nós (exclusivo)' e xyitsɛ 'vocês (plural)'. Observe que tsitsɛ e txana às vezes são também realizado como [sitsɛ] e [tana] ou [tjana] respectivamente.[20]

O elemento -tsɛ poderia ser interpretado superficialmente como um marcador de plural, mas ele só pode ser combinado com pronomes de primeira e segunda pessoa, e não ocorre com a terceira pessoa. Portanto, parece mais provável que ele marque a “associação” de uma terceira pessoa. Nessa análise, a diferença entre o “eu” e “nós” e entre “você (singular)” e “vocês (plural)” é expresso de forma eficaz, nomeadamente através da associação semântica de uma pessoa a uma pessoa diferente. Como já existe um pronome de primeira pessoa inclusivo, txana, este sistema permite ao mesmo tempo uma distinção entre inclusivo e primeira pessoa exclusiva “plural”. Do ponto de vista morfológico, este sistema é parcialmente supletivo.[20]

Pronomes pessoais do kwazá
Pessoa Associação Forma Significado
1 si eu
2 xyi você
1 2 txa’na nós (inclusivo)
1 3 tsi'tsɛ nós (exclusivo)
2 3 xyi'tsɛ vocês
3 ĩ ele, ela, eles, elas

Pronome interrogativo

Existe apenas um pronome interrogativo na língua kwazá, dilɛ, que significa 'quem'. Além disso, uma frase só pode conter um lexema interrogativo. Não há algum pronome indefinido específico em kwazá, assim, em sentenças não interrogativas, dilɛ? pode ser considerado um pronome indefinido[21]. Segue exemplos do uso desse pronome:

Exemplos do uso de dilɛ?
Língua kwazá Língua portuguesa
dilɛ-dynỹ o'ja-xa-re Com quem você foi?
peDro jere'xwa dilɛ-'wã wa'dy-re A quem Pedro deu um cachorro?
dilɛ-wã-here aw're-da-tara-tse Eu vou me casar com algúem.
di'lɛ ka'hɛ-hata-re Quem te mordeu?

Verbos

Os verbos formam uma classe aberta e compartilham várias propriedades que os membros das outras categorias não possuem:

a) Os verbos consistem em raízes que não podem ocorrer como elementos livres;

b) Os verbos requerem inflexão de pessoa e modo;

c) Os verbos podem ser nominalizados pela adição de sufixos nominalizantes ou classificadores;

Processos, ações ou estados são expressados pelos verbos do kwazá, que abrigam de forma obrigatória as marcas de concordância tanto com o sujeito quanto com as marcas de modo. As marcas modais são obrigatórias e configuram-se como sufixos no final da palavra em questão[22].

Marcas de modo no kwazá
Marca Caso
-ki / tsɛ declarativo
-re interrogativo
-ra / -ta imperativo
-ki imperativo (com negativo)
-(i)ni / -ja exortativo
-mĩ volitivo
-tsi admonitivo, advertitivo

Tempo, modo e aspecto

O modo é expresso por morfemas verbais formativos de oração. Quando expressos, tempo e aspecto são expressos na morfologia verbal através de diferentes meios. A reduplicação e vários sufixos servem para indicar contrastes temporais, aspectuais e outros modais. Kwazá tem uma distinção básica entre futuro e não-futuro. A distinção entre passado e presente muitas vezes não é marcada. No entanto, existem maneiras de expressar o presente e o passado. Advérbios como txa'rwa 'primeiro, agora, hoje' e lato 'ontem' referem-se a eventos presentes e passados perifrasticamente. Além disso, existem possibilidades morfológicas para expressar diferentes graus de pretérito. Kwazá tem uma série de morfemas que expressam distinções aspectuais como repetitivo e habitual. No entanto, a distinção entre pretérito e graus de perfectividade aspectual é vaga. Alguns sufixos temporais como futuro --, e aspectuais como procrastinação -tara- também possuem valor modal, neste caso respectivamente: ‘querer’ e ‘felizmente’. Além disso, a primeira pessoa do singular do morfema de modo volitivo, -damỹ, pode ser usada como um sufixo modal "querer" em vez de um modo estritamente gramatical e marcador de pessoa. [23]

Marcação zero de presente e passado

A distinção gramaticalizada básica em kwazá é entre futuro e não-futuro. Além disso, existem alguns meios menos básicos para expressar o passado remoto. Predicados que não são marcados para futuro ou passado remoto podem ser interpretados como referindo-se a um estado de coisas no presente, assim como no passado. A interpretação temporal exata de um verbo não marcado depende do contexto do discurso ou dos advérbios temporais. Além disso, o morfema -ky indica pretérito, mas não é encontrado com muita frequência. [24]

Marcas verbais (facultativas)

Existem cerca de quarenta a cinquenta direcionais que funcionam como as preposições do português. Estes podem ser independentizados pela autófora a-', formando “advérbios de lugar”, como no caso -toto 'parte superior', a-toto 'em cima'.

As marcas de valência fazem referência à voz:

Marcas de valência no kwazá
Marca Caso
-ta/-tja transitivizador, aplicativo
-di causativo
-tɨ detrimental
-nĩ reflexivo
-lɛ recíproco
-ete comitativo

Também é preciso ressaltar sobre as marcas de tempo, aspecto e modalidade:

Marcas de tempo, aspecto e modalidade no kwazá
Marca Sentido atribuído
-kɨ passado
-ĩ-ĩ passado remoto, habitual
-nã futuro
tsi potencial (futuro)
-te propósito
-heta desiderativo (“querer”)
-here conjectural, frustrada, possibilidade (“tentar em vão”)
-tehere / -tjehere conjectura dedutiva, probabilidade (“deve (chover)”, “parece que”)
-ridi irreal
-tsi resignação
-le frustrativo (“quase”, “infelizmente”)
-tara procrastinativo (“depois”, “talvez”)
-hĩ passado
-ja
-tjarjã sempre
-ihĩ contrastivo (“pelo contrário”)
-hehĩ contrastivo (“mas”, “porém”, “no entanto”)
-te(te) intensivo (“muito”)
-e repetitivo (“de novo”)
-dutu consecutivo (“em seguida”)

As nominalizações são comuns, sendo possível formar subordinadas nominais (completivas) e subordinadas relativas. Os nominalizadores principais são [25]:

Nominalizações do kwazá
Nome Tipo
-hĩ nom.neutra
-nãi nom.neutra
-a-hĩ /-ĩ-hĩ nom.abtrata
-hĩ-wã nom.agente
-tɛ nom.resultado
-nite nom.instrumento

Reduplicação

A reduplicação é um processo morfológico comum em kwazá e tem algumas propriedades notáveis. Trata-se não apenas de raízes lexicais e sílabas constituintes de raízes, mas também de morfemas de referência cruzada e outros morfemas, sendo uma das características gramaticais do kwazá que o torna uma língua bastante única. A reduplicação de raiz e a reduplicação da raiz primeira sílaba são outros tipos de reduplicação que podem ocorrer com várias funções diferentes.[26]

Reduplicação de raiz total

A repetição total da raiz promove a intensificação da repetição, da duração e da progressão. É atestado tanto com raízes verbais quanto adverbiais. A reduplicação do único pronome interrogativo do kwazá dilɛ? 'quem' altera o seu sentido para: ‘quem mais’. Considere os seguintes exemplos[27]:

Exemplo da reduplicação total da raiz no kwazá
Língua kwazá Língua portuguesa
hãidi=hãi'di-tse Está pingando
hy=hy-'dwa-ki Ele está andando no caminho
dilɛ=dilɛ o'ja-xa-xa-re Quem mais foi com você?

Reduplicação de sílabas

A repetição de uma sílaba da raiz lexical também pode provocar a intensificação ou repetição de seu significado. Frequentemente, é a primeira sílaba que é reduplicada. Algumas raízes monossilábicas que terminam em glide são apenas parcialmente reduplicadas, assim o início e o núcleo são repetidos, precedendo a raiz. Também, ocasionalmente, a sílaba final da raiz é reduplicada. A reduplicação de sílaba pode também outras funções, como a distributiva[28].

Exemplos da reduplicação de sílabas no kwazá
Língua kwazá Língua portuguesa
do-do'te-ki Está vazando.
ca-ca'ri-ki dutu're Ele matou muitos porcos.
ho-'hou-lɛ-a-ni Vamos reunir as pessoas (para uma festa).
dury-'ry-ki Isso está rolando sozinho.
da-'dai-da-ki Estou tirando (coisas).

Reduplicação de morfemas vinculados

Às vezes também são repetidas sílabas vinculadas, que carregam conteúdo semântico ou gramatical. Em ambos os exemplos a seguir, a reduplicação do classificador tem um efeito intensificador. [29]

Exemplos da reduplicação de morfemas vinculados no kwazá
Língua kwazá Língua portuguesa
bɛnũ-'nũ-ki Ele engasgou com a fumaça.
hu-nũ-'nũ-ki Está cheio de fumaça.

Reduplicação lexicalizada

Com várias raízes verbais, os resultados da reduplicação parecem ser lexicalizados. Existem muitas variações dessa forma de reduplicação, alguns exemplos podem ser visualizados a seguir:[30]

Exemplos da reduplicação lexicalizada no kwazá
Língua kwazá Língua portuguesa
tsu'tsu- Urinar
tsi'tsi- Queimar
babaice- Dançar
huhu'te-da-ki Eu estava distribuindo (dando coisas para as pessoas).
rilorilo'lo=hyhyrwa-'ki-cu-cwa-hỹ-ki Eles disseram que ele andava cambaleando (depois de ser baleado).

Sentença

Palavras e partes do discurso

  • Não há verbo de ligação, assim como nesse exeplo: damu daheçwa, significa, 'não sou pato' (literalmente: “pato eu não”).[17]
  • Não há nenhuma categoria de adjetivos em kwazá [31], pois a maior parte dos adjetivos portugueses atuam, em kwazá, como verdadeiros verbos. [17]

Negação

A negação é expressa principalmente pelo sufixo verbal -he-. Em adição ao sufixo de negação, um marcador enfático com um efeito negativo pode ser identificado. Isso pode estar relacionado ao advérbio ĩ. Finalmente, o morfema habitual negativo -hỹsi, o qual substitui o marcador de modo do verbo.[32]

O sufixo negativo -he- ocorre em dois tipos básicos diferentes de construções. Um expressa negação direta, e o outro envolve um contador de pressuposição. Essas construções são formalmente distintas. Na construção negativa, o sufixo -he- atrai acento, ocorre em uma posição entre o verbo inflexão de raiz e pessoa, e se o sujeito for uma terceira pessoa marcada com zero, o marcador de modo declarativo é -tse. Na construção de contrassuposição, o sufixo -he- não tem acento, ocorre na posição entre a pessoa e o marcador de modo, e o marcador de modo declarativo é -ki em todos circunstâncias [32].

Exemplos de sufixos negativos no kwazá
Exemplo Significado
ja-ki ele comeu
ja-'he-tse ele não comeu

As perguntas podem ser feitas de forma negativa, e uma resposta negativa produz uma resposta logicamente positiva[33].

Exemplos de pergunta negativa com resposta positiva no kwazá
Pergunta Resposta
Língua kwazá 'atsile-'he-tsy-re ha'?ã
Língua portuguesa isso não é muito pesado? ‘sim (isso não é)’

Em certas construções o elemento negativo enfático ĩ ocorre com uma conotação negativa. Quando é uma partícula, representa o advérbio ĩ ‘ociosamente’ e é homófona com o pronome da terceira pessoa ĩ 'he'. Em certas expressões, o elemento -ĩ- também ocorre dentro da palavra como uma espécie de morfema negativo enfático e às vezes relativamente expletivo. Em uma dessas expressões precede um marcador de modo monitorado de forma focal[34].

Exemplo de frase com o elemento ĩ em kwazá
Exemplo
Língua kwazá ĩ kui-tsy-nãi-'le-xa-ki
Língua portuguesa Oh, você continua bebendo, sem fazer nada!

Há o raro elemento habitual negativo verbal -hỹsi. Ele substitui o marcador de modo e tem um valor negativo. Atua como uma inflexão de “modo negativo” com uma conotação de permanência[35].

Exemplo de frase com o elemento -hỹsi em kwazá
Exemplo
Língua kwazá atsuka-'ko kui-'nãi 'e-da-hỹ-he-'ki
Língua portuguesa Eu não tomo café com açúcar

Cultura e vocabulário

Números

Números Cardinais

Os numerais da língua kwazá são de natureza heterogênea e não constituem um sistema gramaticalizado completo. Aparenta-se haver apenas dois lexemas originais de números envolvidos no sistema numeral cardinal. As raízes tei- e aky- relacionam-se com os números 'um' e 'dois', respectivamente. O atual sistema de numeração parece ser quinário, o que sugere uma relação com os dedos da mão. No entanto, não há nomes para os dedos da mão e ninguém pode confirmar qualquer relação entre os numerais e possíveis nomes de dedos obsoletos. A palavra para 'dedo' é tsoje'xu, lit. ‘osso da mão’. As cinco principais raízes envolvidas na contagem são[36]:

As cinco principais raízes envolvidas na contagem
Número Raíz Significado
1 tei- 'ser um', 'sozinho'
2 aky- 'ser dois', 'companhia'
3 e'mã ‘mais um/de novo’, ‘sem companheiro’
4 ele'le (~[ɛlɛ'lɛ]) ‘vários / muitos / muito / enfáticos’
5 bwa- ‘acabar’

As raízes tei- e aky- são raízes unidas. Isso significa que elas não podem ser usadas como morfemas independentes, nem podem ser ‘zeradas’. A zero-verbalização é possível, no entanto, quando um classificador ou um morfema “adverbializante” intervém. A raiz tei- ‘um’ é geralmente atestada com o nominalizador -hỹ, e apenas uma vez com um classificador específico. Em contraste, aky- é frequentemente atestado para ocorrer com outros classificadores.[36]:

Exemplos do uso do sufixo aky-
Língua kwazá Língua portuguesa
aky-'hỹ ã'wỹi-da-ki e'ʔũ Eu vejo duas flores.
si eto'hoi aky-'hỹ e'mã' 'e-da-ki Eu tenho três filhos.

Outra propriedade exclusiva de aky- ‘dois’ é a possibilidade de distinguir explicitamente referentes animados. Em vez de -hỹ, ocorre o sufixo 'animado' -ta[36]:

Exemplo do uso dos sufixos aky- e -ta
Língua kwazá Língua portuguesa
tã'jã aky-'ta Dois chefes.

O sufixo -ta é só atestado com aky- e nunca com qualquer outra raiz. Por causa de uma distribuição tão limitada, esse morfema provavelmente não é um classificador. As raízes e'mã e ele'le são morfemas independentes no sentido de que não requerem derivação ou inflexão posterior, sendo analisadas como partículas adverbiais. A raiz bwa- é verbal e recebe uma pessoa verbalizadora e um marcador de modo: bwatse ‘está finalizado’. Este verbalizador pode ser implícito, e como resultado, bwa também pode ser usado como uma partícula, desde que o contexto permita, como encerrar uma narrativa. Para uso numeral, normalmente recebe o classificador -koje 'mão': bwako'je 'cinco'(literalmente 'fim da mão').[36]

Na família I, onde a geração mais nova fala predominantemente aikanã ou português, as pessoas costumam contar até cinco da seguinte maneira[36]:

Família I - Contagem de 1 a 5 dos números cardinais
Número Raíz Significado
1 tei'hỹ 'um'
2 aky-hỹ 'dois'
3 aky-hỹ e'mã ‘três’
4 aky'hỹ e'mã ele'le ‘quatro’
5 bwako'je ‘cinco’

Na família II, onde todas as gerações falam kwazá como língua materna, a contagem até cinco foi feita da seguinte maneira[36]:

Família II - Contagem de 1 a 5 dos números cardinais
Número Raíz Significado
1 tei'hỹ 'um'
2 aky-hỹ 'dois'
3 e'mã ‘três’
4 ele'le ‘quatro’
5 bwako'je ‘cinco’

Números Ordinais

Até agora, o linguísta, Hein van der Voort, encontrou apenas dois advérbios que podem funcionar como numerais ordinais. A palavra txarwa'wy 'primeiro', derivada de txa'rwa 'primeiro, agora', é um advérbio que envolve o sufixo -wy ‘na hora de’. Para 'segundo', duky'hỹ 'outro' é usado. Uma maneira mais produtiva de contar os ordinais faz uso do verbo declarativo de terceira pessoa morfema -tse como uma espécie de particípio presente[37]:

Números Ordinais do kwazá
Número Raíz Significado
tei'hỹtse ‘é um / sendo um’
aky-hỹtse ‘é dois / sendo dois’
e'mãtse ‘é três / sendo três’

Os numerais que terminam em -tse também podem ter apenas uma função predicativa como numerais cardinais:

yhỹ'ko aky-'hỹ-tse jere'xwa 'Aqui tem dois cachorros.'

axy-'na aky-'hỹ-tse e'tay 'Na casa moram duas mulheres.'[37]

Língua infantil

Existe um registo lexical da fala infantil em kwazá. Também é usado por adultos como fala infantil dirigida a crianças até cerca de três anos de idade. Apenas algumas das palavras infantis mostram qualquer semelhança com palavras adultas, mas ocorrem na mesma construção gramatical como as palavras adultas fazem. Eles estão listados aqui, juntamente com seus equivalentes adultos[38]:

Palavras na língua infantil do kwazá
Fala infantil Fala adulta Significado
ñũñũ- kunũ- mamar / amamentar
pã- kui- beber
pau- tsoroi- correr
pyu- ja- comer
pu- hyja- cair
tɛtɛ- cucu- andar
txiwi- tomã- tomar banho
txubitxu'bi kahɛ̃ʔỹhỹ animal que pica
txuʔũrjỹ- buʔũrjỹ- sentar
txœ- tumjỹte- cair na água
uʔu- wãwỹi- dormir
wãwã mãrɛ̃ʔa Ocidental

Há uma semelhança fonética entre ñũñũ- e adulto kunũ- ‘amamentar’, entre tɛtɛ- 'andar' e cucu- 'estar pisando', e talvez entre uʔu- 'dormir' e ũi- 'deitar'. Nenhuma origem provável foi encontrada - seja em kwazá ou, até agora, nas línguas vizinhas- para as outras palavras. A palavra wãwã ‘Ocidental’ é um substantivo. O equivalente adulto mãrɛ̃ʔa significa originalmente ‘espírito’, mas não foi atestado se esse sentido se aplica a wãwã. Não está claro a qual categoria a palavra txu'bitxu'bi 'animal que pica (por exemplo, uma aranha, cobra, etc.)’ pertence. A palavra txœ- 'cair na água' é provavelmente baseado em onomatopeias. Aqui estão alguns exemplos de uso dirigido por crianças deste registro[39]:

Frases na língua infantil do kwazá
Língua kwazá Língua portuguesa
'pu-xa-tsi Cuidado para não cair!
txi'wi-a-ni Vamos tomar um banho!

Termos de cores

Existem vários termos de cores. Eles são baseados em raízes verbais semanticamente atributivas, e muitas vezes são derivados como substantivos atributivos. Algumas das raízes ocorrem obrigatoriamente com o morfema atributivo -ỹ-. Algumas raízes podem ocorrer sem o morfema atributivo com um significado diferente, embora relacionado[40]. Alguns nomes de cores em kwazá e sua respectiva adaptação ao português estão listados a seguir:

Cores no kwazá
Cor em kwazá Cor em português
'be.ʔỹ- (muito) preto
dara'hỹ- verde, imaturo
'ha.ʔỹ- branco
ha'nũ.ʔỹ- marrom, cinza
ha'xyʔỹ- amarelo, doente
ho'ho.ʔỹ- preto
'ki.?ỹ- vermelho, laranja
mɛ̃'rũi?ỹ- azul. verde
'weu?ỹ- marrom, vermelho
'be- maduro, roxo
ha'nõ- cinza pintado
'ki- maduro(a)

Terminologia de idade

Existem diferentes palavras para designar pessoas durante diferentes estágios de sua vida em kwazá. Abaixo estão classificados de acordo com gênero e idade aproximada da pessoa a que se aplicam:

Terminologia segundo idade e o gênero kwazá
Idade Masculino Neutro Feminino
>1 darato’hoi
>10 eto’hoi
>15 etayto’hoi tswato’hoi
>20 tsywydy’te araka’te
<20 e’tay tswa
<40 ha’kai
<60 ere’ritay ereri’xwa

Músicas

A música instrumental do kwazá é cultural na região do Guaporé. Atualmente, não há pessoas que saibam tocar essas músicas. Wari, Maria Tadeu e Canderé são pessoas que ainda sabem as melodias das canções do povo kwazá. Os falantes de kwazá dizem que as letras das músicas não estão relacionadas a rituais religiosos e muitas nem possuem significados específicos. Entende-se que a música kwazá se assemelha à aikanã em determinados aspectos, exceto na forma de cantar, e provavelmente também se originou a partir de outras línguas indígenas já extintas. As canções eram normalmente cantadas em ocasiões festivas envolvendo a comunidade local, assim como em eventos de iniciação para os meninos e as meninas da aldeia, em casamentos, ou simplesmente quando o povo tinha vontade de cantar, sem necessariamente haver alguma celebração. Infelizmente, não há muitas fontes de gravação da maioria das canções desse povo e atualmente poucos falantes compreendem as canções, É nítida situação de risco que a musicalidade, importante fator cultural, corre de desaparecer, assim como a própria língua kwazá.[41]

O vídeo "Povos Kwazá." demonstra a realidade de indígenas kwazá que conseguem entender parcialmente a letra de uma música cantada por Maria Tadeu na língua kwazá, também há interessantes relatos sobre a vivência do povo. [42]

Segue a baixo o trecho de uma canção, na qual o mesmo trecho foi cantado repetidas vezes, com mudanças melódicas sutis, performada por Wari Kwazá, chamado também de Antonhão[43]:

jawa jãwa jawa hİkja jawarupana

Vocabulário da língua kwazá (Manso 2013):[44]

  • Kũtjẽnahere: auto-denominação dos kwazás
  • tsẽtsitswa: kwazá

Topônimos

Topônimos do kwazá
Kwazá Português
Açɨhimũ afluente do Rio Pimenta Bueno
Aritjini Rio Chupinguaia
Duturemũ Rio do Porco
Hãwarẽwarẽ Rio Melgaço
Jãmũ Rio Ipiranga, tributario do Rio Pimenta Bueno
Jũtsĩmũ Rio São Pedro, cf. Taikarɛ
Kakamũ Rio-das-Formigas ou Igarapé-da-Maloca, tributário do Rio Pimenta Bueno
Kakata Cascata 15 de Novembro ou Igarapé Ipiranga
Omere Rio Omerê
Pitʃũrã Rio do Ouro, tributário do Rio Pimenta Bueno
Taikarɛ Rio São Pedro, cf. Jũtsimũ
Tanaru Rio Tanaru, tributário do Rio Pimenta Bueno
Tumũ Rio Taboca
Tsãsãro Rio Tanaru, tributário do Rio Pimenta Bueno, cf. Tanaru
Tʃimũte Rio Pimenta Bueno ou Rio Apediá, tributário do Rio Machado
Unɛru Rio Ipiranga, tributário do Rio Pimenta Bueno
Uruhumũ Rio Urubu, tributário do Rio Pimenta Bueno
Ũtjadɨmũ Igarapé Dois Irmãos

Flora e fauna

Nomes de animais e plantas no kwazá
Kwazá Português Taxonomia
açɨrɛ corruíra-de-casa, garrincha (ave da família dos trogloditídeos, Troglodytes aedon)
açɨhi paricá, angico (árvore da família das mimosáceas, Anadenanthera peregrina), rapé de angico
açihi lugar onde o pajé, prende a alma da pessoa
açihitjo taboca em forma de tubo, para soprar o rapé, paricá
açu cuandu, porco-espinho (mamífero roedor da família dos eretizontídeos, Coendou prehensilis)
açukaçɨi [do português “açúcar”] cana-de-açúcar (planta da família das gramíneas, Saccharum officinarum). sin. açukakalo. var. atsukaçɨi
ahurwa arara-canindé (ave da família dos psitacídeos, Ara ararauna)
akwamã inhame, cará (planta da família das dioscoreáceas, Dioscorea spp.)
aleçunwã guarantã (lit. “árvore cabo de machado”) (planta da família das apocináceas, Aspidosperma sp.)
apara banana (planta da família das musáceas, Musa spp.)
apararje bananal
aparasinjũ banana-ouro (planta da família das musáceas, Musa spp.)
aparaçukurje bico-de-guará (planata da família das musáceas, Heliconia hirsuta)
aparatotse ramo (haste) da bananeira
aparatowe ramo da bananeira
araka piabão (peixe da ordem dos cipriniformes, Bryconops sp.)
aratsabi jacamim (ave da família dos psofiídeos, Psophia crepitans)
asitsu tamanduá-bandeira (mamífero da família dos mirmecofagídeos, Myrmecophaga tridactyla)
atʃitʃi milho (planta da família das gramíneas, Zea mays)
atʃitʃidara milho verde
atʃitʃiʔũ arroz (planta da família das gramíneas, Oryza sp.)
atʃitʃiʔũ-ɨi traça (inseto da família dos tineídeos, Tineola uterella)
atʃitʃinũ farinha de milho, cereal
atʃitʃiri pão
atʃitʃirje beiju de milho
atʃitʃiçɨitsa folha de milho
atʃitʃiçɨtɛ peteca (jogo de mão)
atʃitʃiçuku tronco, caule
atʃitʃitohoi milho pequeno
atʃitʃitose folha de milho
atʃitʃi-kiɁɨ̃to milho vermelho (variedade de milho)
atʃitʃi-haɨ̃hɨ̃ milho branco (variedade de milho)
atʃitʃi-hohoɨ̃hɨ̃ milho preto (variedade de milho)
atʃitʃiçe sabugo de milho”
atʃitʃisisi “cabelo do milho”
ausisiti macaco-da-noite (mamífero da família dos cebídeos, Aotus nigriceps)
awãkã-tʃihɨ̃tɛ maguari (ave da família dos ardeídeos, Ardea cocoi)
awãkã-tʃũhũi socozinho, socoí (ave da família dos ardeídeos, Butorides striatus)
awɨ arara (ave da família dos psitacídeos, genérico)
awɨ-kiʔĩhɨ̃ arara-vermelha (ave da família dos psitacídeos, Ara chloroptera)
awɨ-tʃihɨ̃tɛ arara-cabeção (lit. “grande”) (ave da família dos psitacídeos, Ara macao)
awɨsikinwã escorrega-macaco (árvore da família das cesalpiniáceas, Peltogyne sp.)
awo mandaguari (inseto da família dos apídeos, subfamília meliponíneos, Trigona trinidadensis)
aʔũ veado (mamíferos da família dos cervídeos, Mazama spp.)
aɁũ-kiɨ̃hɨ̃ veado-mateiro (mamífero da família dos cervídeos, Mazama americana)
aɁũ-tʃuhũi veado-catingueiro (mamífero da família dos cervídeos, Mazama gouazoupira)
ãkãkɨ̃ sapo-cururu (raça grande) (anfíbio da família dos bufonídeos, Bufo marinus)
ãrũi anta (mamífero da família dos tapirídeos, Tapirus terrestris)
ãrũi cavalo, jumento (mamífero da família dos equídeos, Equus ferus)
ãrũi-ekjeɁe vaca, boi (mamífero da família dos bovídeos, Bos taurus)
ãwãkã socó-boi (ave da família dos ardeídeos, Tigrisoma lineatum)
babaɨkalo abacaxi (planta da família das bromeliáceas, Ananas comosus)
baha macaco-de-cheiro (mamífero da família dos cebídeos, Saimiri sciureus)
baɨkaloɁɨi cipó-ambé (planta da família das aráceas, Philodendron goeldii)
beçɨi timbó (planta da família das papilionáceas, Lonchocarpus nicou)
beçɨi timbó (planta da família das papilionáceas, Lonchocarpus nicou)
beroha certa espécie de folha, utilizado para a limpeza bucal, antes de mastigar o milho para a chicha
bibitjenũ pipira, tié-fogo (pássaro da família dos emberizídeos, Ramphocelus carbo)
bɨbɨtsu formiga-trinca-culhão, tocandira (insetos da família dos formicídeos, Odontomachus chelifer e Paraponera clavata)
bɨrɨrɨtũi biribá (árvore da família das anonáceas, Rollinia mucosa)
bjurutε pinto-da-mata-coroado (ave da família dos formicariídeos, Formicarius colma)
bubware murucututu (ave da família dos estrigídeos, Pulsatrix perspicillata)
çatɨ caga-fogo, tataíra (inseto da família dos apídeos, subfamília dos meliponineos, Trigona tataira)
çaɁu besouro-serra-pau (inseto da família dos cerambicídeos)
çedɨçu jataí (inseto da família dos apídeos, subfamília meliponineos, Trigona jaty)
çiçu arapaçu-de-garganta-amarela (ave da família dos dendrocolaptídeos, Xiphorhynchus guttatus)
çɨinitõi limão (planta da família das rutáceas, Citrus aurantifolium). cf. baitsitõi
çɨitjo bicho-de-pé (inseto da família dos tungídeos, Tunga penetrans)
çitɨi piolho (inseto da ordem dos ftirápteros, Pediculus spp.)
çoçoto bacuri (árvore da família das clusiáceas, Platonia sp., Rheedia spp.)
çoro taxi, formiga-de-novato (inseto da família dos formicídeos, Pseudomyrmex spp.)
çoronã tatu-canastra (mamífero da família dos dasipodídeos, Priodontes giganteus)
çoronwã taxi (árvore da família das cesalpiniáceas, Tachigali sp.)
çu muçum (peixe da ordem dos simbranquiformes, Synbranchus marmoratus)
çudẽrẽ urtiga (planta da família das urticáceas, Urera sp.)
çui marico, bolsa feita da linha do tucum ou folha de buriti
çunũtε traíra (peixe da ordem dos cipriniformes, Hoplias sp.)
çurimjẽ batata doce (planta da família das convolvuláceas, Ipomoea batatas)
çuruatũi creolim (árvore da família das verbenáceas, Duranta erecta)
dakai certa espécie de lagarta, comestível
dakainwã pau-brasil (árvore da família das cesalpiniáceas, Caesalpinia spp.)
damakui cegonha (ave da família dos ciconiídeos, Euxenura maguari)
damũ pato-do-mato (ave da família dos anatídeos, Cairina moschata)
damũ-akutʃũ biguá, mergulhão (ave da família dos falacrocoracídeos, Phalacrocorax brasilianus)
damũtɛ paturi, ipequi (ave da família dos heliornitídeos, Heliornis fulica)
damũtotɛ lagarta-de-fogo, taturana (inseto da família dos megalopigídeos)
darai minhoca (termo genérico para os oligoquetas)
daraikaru embuá, piolho de cobra (ordem diplopódeos)
darija cachorro-do-mato (mamífero da família dos canídeos, Atelocynus microtis)
darija-tʃũhũi lobinho, raposa (mamífero da família dos canídeos, Cerdocyon thous)
daritjoha caranguejeira (aranha da família dos terafosídeos, Avicularia spp.)
darɨro abóbora-do-mato (planta da família das cucurbitáceas, Cucurbita sp.)
deda cobra, serpente (genérico)
deda arco-íris
deda-çoronã cobra grande mítica
deda-hãnãɨ̃hɨ̃ sucuriju (cobra da familia dos boídeos, Eunectes murinus)
dedanũ veneno de cobra
deda-wãsĩ cobra-papagaio (cobra da família dos boídeos, Corallus spp.)
dihu imbira-amarela (árvore da família das anonáceas, Xylopia nitida)
dɨisa besouro-arlequim (inseto da família dos cerambicídeos, Acrocinus sp.)
dɨtɨi aranha (termo genérico)
dɨtɨi esinjũɁe escorpião
djahẽ tincoã, alma-de-gato (ave da família dos cuculídeos, Piaya cayana)
djelẽdjelẽ periquitão-maracanã (ave da família dos psitacídeos, Aratinga leucophthalmus)
doçwa japu-de-crista (ave da família dos icterídeos, Psarocolius decumanus)
dohi camarão
doi muçurana (cobra da família dos colubrídeos, Clelia clelia)
doreko besouro-de-chifre (inseto da família dos escarabídeos)
dore coelho (mamífero da ordem dos lagomorfos, Sylvilagus brasiliensis). cf. katsutsu “coelho”
dudu marajá (planta da família das palmáceas, Bactris spp.)
dudukerũ mumbaca (planta da família das palmáceas, Astrocaryum gynacanthum)
dumakaru lacraia aquática
dumakaruçe samambaia
dumaru concha
duri certa espécie de abelha
dururu macaco-cabeludo (mamífero da família do cebídeos, Pithecia monachus)
duruduru corocoró, coroca (ave da família dos tresquiornitídeos, Mesembrinibis cayennensis)
duture queixada (mamífero da família dos taiaçuídeos, Tayassu pecari)
duture wanɨ̃te porco (lit. -casa) (mamífero da família dos suídeos, Sus scrofa)
duwiwi batuiruçu (ave da família dos escolopacídeos, Pluvialis dominica)
duwiwiçu maçarico-pintado (ave da família dos escolopacídeos, Actitis macularia)
duwiduwi gavião-tesoura (ave da família dos acipitrídeos, Elanoides forficatus)
ehe formiga-de-fogo (inseto da família dos formicídeos, Solenopsis sp.)
ereto cacau (árvore da família das esterculiáceas, Theobroma cacao). var. eridodo
eri piranha-pintada (peixe da ordem dos cipriniformes, Serrasalmus hollandi)
eri hohoɨ̃hɨ̃ piranha-preta (peixe da ordem dos cipriniformes, Serrasalmus rhombeus)
erihi piabão (peixe da ordem dos cipriniformes, Astyanax sp.)
etajanãko termo genérico dado às abelhas sem ferrão (família dos apídeos, subfamília dos meliponíneos)
haçɛ cipó-titica, cipó utilizado para fazer a borda do cesto (planta da família das aráceas, Heteropsis jenmanii)
haço irapuã, xupé (inseto da família dos apídeos, subfamília meliponíneos, Trigona ruficrus)
hade pimenta (planta da família das solanáceas, Capsicum spp.)
haduru quati (carnívoro da família dos procionídeos, Nasua nasua)
hadutu murumuru (certa palmeira, Astrocaryum murumuru)
hahe certa espécie de cogumelo comestível (genérico)
haheturai certa espécie de cogumelo
haisisi grilo de taboca (inseto da ordem dos ortópteros)
hajere caititu (mamífero da família dos taiaçuídeos, Tayassu tajacu)
hakare buriti (certa palmeira, Mauritia flexuosa)
hakareçɨ palha de buriti
hakareçɨi tanga da linha de buriti
hakoro tatuquira, mosquito-palha (inseto da família dos psicodídeos, Phlebotomus spp.)
hakoro jacu (ave da família dos cracídeos, Penelope spp.)
hakoro-kiɁɨ̃hɨ̃ cigana (ave da família dos opistocomídeos, Opisthocomus hoazin)
hakoro-ojaka aracuã (ave da família dos cracídeos, Ortalis motmot)
haku cajá, taperebá (árvore da família das anacardiáceas, Spondias mombin)
hakuçu cucura, uva-do-mato (árvore da família das cecropiáceas, Pourouma cecropiaefolia)
hakuku pupunha (planta da família das palmáceas, Bactris gasipaes)
hanowe acauã (ave da família dos acipitrídeos, Herpetotheres cachinnans)
harai sarapó, tuvira (peixe da ordem dos gimnotiformes)
harẽ inambu-azul, macuco (ave da família dos tinamídeos, Tinamus tao)
hariɁiçu feijão (planta da família das papilionáceas, Phaseolus spp.)
hariɁiçu hohoɁɨ̃hɨ̃ feijão preto
hariɁiçutukwe feijão de vagem
haru tatu-galinha (mamífero da família dos dasipodídeos, Dasypus novemcinctus)
harurai tatu-quinze (mamífero da família dos dasipodídeos, Dasypus kappleri)
harurairo bracelete de tatu
harusa pulga (inseto da ordem dos sifonápteros)
hatiseketɛ chapeu de palha
hatsi arumã (planta da família das marantáceas, Calathea spp.)
hatsihatsiri certa espécie de folha, utilizada para a limpeza bucal antes de preparar a chicha
hatsuru juriti-gemedeira (ave da família dos columbídeos, Leptotila rufaxilla)
hãkoɁɛ teju, jacuraru (lagarto da família dos teiídeos, Tupinambis merianae)
hãkũi coró-do-padua, comestível (inseto da ordem dos coleópteros)
hãkũĩtsĩ assa-peixe, pau-de-moquém (planta da família das compostas, Vernonia ferruginea)
heçunwã itaúba, entaúba (árvore da família das lauráceas, Mezilaurus itauba)
hedaka sororoca (planta da família das musáceas, Phenakospermum guianense)
hedakaɁũ flor da sororoca
cerejeira, imburana (árvore da família das papilionáceas, Amburana cearensis)
hilotʃi lesma (moluscos da família dos limacídeos)
hilotʃirjarwɛ caracol de terra (nome genérico)
hĩtsã amapá (árvore da família das moráceas, Brosimum sp.)
hĩtjẽ sauim-branco (mamífero da família dos calitriquídeos, Callithrix argentata), cf. mĩtjẽ
hɨri macaco-prego (mamífero da família dos cebídeos, Cebus apella)
hɨrikoro macaco-preto (lit. -braço) (mamífero da família-cebídeos, Ateles belzebuth)
hɨrikoro-haɁɨ̃hɨ̃ macaco-barrigudo (lit. -branco) (mamífero da família dos cebídeos, Lagothrix lagotricha)
hɨrikoro-bɛɁɨ̃hɨ̃ macaco-cuxiú (lit. -preto) (mamífero da família dos cebídeos, Chiropotes albinasus)
hoi morcego (termo genérico)
hoi-uruhu certo morcego grande (Artibeus sp.)
hoitswatũi maracujá (planta da família das passifloráceas, Passiflora spp.)
honĩçe certa espécie erva
horaɨ certa espécie de lagarta
hotemã esquilo (nome dado a duas espécies de mamíferos roedores da família dos ciurídeos, Sciurus spadiceus e Sciurus aestuans). var. hatemã
hudai apuí (planta da família das clusiáceas, Clusia spp.)
hudɨ̃-tsãrãnãhɨ̃ coruja-do-campo (ave da família dos estrigídeos, Speotyto cunicularia)
huhu rolinha (ave da família dos columbídeos, Columbina spp.)
huhukɨ mãe-da-chuva, comestível (anfíbio da família dos leptodactilídeos, Leptodactylus stenodema)
huhuri taioba (planta da família das aráceas, Xanthosoma sagittifolium)
humu mururé, caucho, muiratinga (árvore da família das moráceas, Brosimum acutifolium)
hunĩ mamão-de-anta (cipó)
hure irara (carnívoro da família dos mustelídeos, Eira barbara)
hurerai mogno (árvore da família das meliáceas, Swietenia macrophylla)
huri paca (mamífero roedor da família dos dasiproctídeos, Agouti paca)
husi gambá, mucura (mamífero da família dos didelfídeos, Didelphis marsupialis)
husi-hãnaɨ̃hɨ̃ mucura-d'água (mamífero da família dos didelfídeos, Chironectes minimus)
husisi sapé, capim-vassoura (planta da família das gramíneas, Andropogon sp.)
huwa mãe-da-chuva (anfíbio comestível da família dos leptodactilídeos, Leptodactylus pentadactylus)
iriti certa espécie de cogumelo, comestível
iriwa udu, juruva (ave da família dos momotídeos, Momotus momota e Baryphthengus albogularis)
itjorɨ taoca, formiga-de-jacamim (inseto da família dos formicídeos, Eciton sp.)
itsoɨi liana, cipó (genérico)
ĩtsãi surucucu, pico-de-jaca (cobra da família dos viperídeos, Lachesis mutus)
ĩtsẽ onça-pintada (eufemismo femenino para designar a onça). cf. jereçwa “onça
ĩtswẽ pernilongo, carapanã (inseto da família dos culicídeos)
jakururɛ rícino, mamona (planta da família das euforbiáceas, Ricinus communis)
jara capivara (mamífero roedor da família dos hidroquerídeos, Hydrochaeris hydrochaeris)
jãmaɨtaɨ lokje formiga-de-jacu (inseto da família dos formicídeos, Eciton sp.)
jãu gato (mamífero da família dos felídeos, Felis cattus domesticus)
jereçwa cachorro (mamífero da família dos canídeos, Canis familiaris)
jereçwa onça-pintada (mamífero da família dos felídeos, Panthera onca)
jereçwa-erereɁɨ̃hɨ̃ maracajá-açú (lit. “pintado”) (mamífero da família dos felídeos, Felis pardalis)
jereçwa-kiɁɨ̃hɨ̃ onça vermelha (mamífero da família dos felídeos, Felis concolor)
jẽjẽkɨdɨ abelha-do-reino, oropa (inseto da família dos apídeos, Apis mellifera)
jo macaxeira, mandioca (planta da família das euforbiáceas, Manihot utilissima)
jomũ chicha de mandioca
jononĩ farinha de mandioca
jonũ sopa de mandioca
joɁũ mandioca braba
jukarɛ maracujá grande (plantas da família das passifloráceas, Passiflora spp.)
jũrinwã certa espécie de breu (utilizado para encerar fios)
jũtsĩ inambu-relogio, sururina (ave da família dos tinamídeos, Crypturellus soui)
kaçanuje cipó-de-fogo (planta da família das dileniáceas, Davilla rugosa)
kaihũhẽ caninana (cobra da família dos colubrídeos, Spilotes pullatus)
kaihũhẽ flauta
kaikuri tatu-peba (mamífero da família dos dasipodídeos, Euphractus sexcinctus)
kaka formiga taracuá (inseto da familia dos formicídeos, Camponotus femoratus)
kaka-sikikoko certa espécie de formiga (família dos formicídeos, Cephalotes atratus)
kakau gralha-de-crista-negra (ave da família dos corvídeos, Cyanocorax chrysops)
kamũkamũ marupá, cacheta (árvore da família das simarubáceas, Simarouba amara)
kamũkamũ certa espécie de gafanhoto (inseto da ordem dos ortópteros)
kanɛto certa espécie de cipó, cujas sementes são utilizadas para confeccionar colar
kareçɨi cobra-cipó (cobra da família dos colubrídeos)
karerɨ maracanã-de-cara-amarela (ave da família dos psitacídeos, Ara manilata)
karitsutɨ cobra-cega (réptil da família dos anfisbenídeos, leptotiflopídeos e tiflopídeos)
karuto formiga-de-correição (inseto da família dos formicídeos, Eciton sp.)
kataɨ cutia (mamífero roedor da família dos dasiproctídeos, Dasyprocta spp.)
katsutsu coelho (mamífero da ordem dos lagomorfos, Sylvilagus brasiliensis), cf. dore “coelho”
kawapɛ barata (inseto da ordem dos blatídeos)
kãrãwɨto tento, mulungu (árvore da família das papilionáceas, Ormosia arborea)
kei carrapato (artrópode da família dos ixodídeos)
keinjũ jatobá (árvore da família das cesalpiniáceas, Hymenaea courbaril)
keinjũse resina de jatobá
kẽitjakwe jatobá-mirim (árvore da família das cesalpiniáceas, Hymenaea sp.)
kẽjãsi embira (árvore da família das anonáceas)
kẽwẽ jabuti (réptil da família dos testudinídeos, Geochelone denticulata)
kẽwẽdori tracajá (réptil da família dos pelomedusídeos, Podocnemis unifilis)
kẽwẽ-kiɁɨ̃hɨ̃ jabuti-piranga (réptil da família dos testudinídeos, Geochelone carbonaria)
Kẽwẽçu flauta do osso do jabuti
kidjoro cogumelo
kiharẽ cabreúva, pau-de-bálsamo (árvore da família das papilionáceas, Myroxylon balsamum)
kikinjũ mucuim (família dos trombidiídeos)
kile molusco (genérico)
kileininjũ cinto de conchas
kiloçi caramujo do mato (termo genérico)
kirihiu japu (ave da família dos icterídeos, Psarocolius yuracares)
kitsoroi osga de casa (réptil da família dos geconídeos, Hemidactylus mabouia), cf. tai-açinaɨ̃hɨ̃
kitsutɨ inambu-galinha (ave da família dos tinamídeos, Tinamus guttatus)
kɨrɨjaje poraquê (peixe da ordem dos gimnotiformes, Electrophorus electricus)
kɨrɨmũjã murici (arbusto da família das malpighiáceas, Byrsonima crassifolia)
kjemãi maruim, mosquito-polvora (inseto da família dos ceratopogonídeos)
kjetãrã cumaru-ferro (árvore da família das papilionáceas)
kjõ barulho da cobra que rasteja entre folhas
-ko fruta
wiriɁuko açaí
koko perereca-azul spp. (anfíbio da família dos hilídeos, Phyllomedusa spp.)
kotorε certa espécie de perereca, comestível (anfíbio da família dos hilídeos, Osteocephalus taurinus)
kudɨ cabaça (planta da família das cucurbitáceas, Lagenaria siceraria)
kuikuijo cricrió-seringueiro, poaieiro (ave da família dos cotingídeos, Lipaugus vociferans)
kujaɁu bacurau (ave da família dos caprimulgídeos, genérico)
kuku cigarra (inseto da ordem dos homópteros)
kumada fava (planta da família das papilionáceas, Vicia faba)
kumada-sikilo ituí-cavalo (peixe da ordem dos gimnotiformes, Apteronotus albifrons)
kumĩtjɛ vagalume, pirilampo (inseto da família dos elaterídeos)
kurakura galinha (ave da família dos fasianídeos, Gallus gallus domesticus)
kurakuraranĩ ovo de galinha
kurakuratohoi pintinho
kurakuratswa galo
kurakuraçɨ galinheiro
kureraitũi olho-de-boi (planta da família das papilionáceas, Mucuna spp.)
kuriçɨi babaçu (planta da família das palmáceas, Attalea speciosa)
kurɨrɨ cauré (ave da família dos falconídeos, Falco rufigularis)
kurukuru rato-toró (mamífero da família do equimiídeos, Dactylomys dactylinus)
kurukuru sapo de cor preta (anfíbio da família dos bufonídeos, Bufo marinus)
kurwa uru (ave da família dos fasianídeos, Odontophorus gujanensis)
kutɨçu cujubim (ave da família dos cracídeos, Pipile pipile)
kutʃikutʃi gogô-de-sola (carnívoro da família dos procionídeos, Potos flavus)
kũtjẽ castanha do Pará (árvore da família das lecitidáceas, Bertholletia excelsa)
maçuku paxiúba-barriguda (planta da família das palmáceas, Iriartea ventricosa)
makalai espírito (possivelmente o nome de um povo que foi extinto e começou a fazer parte da mitologia)
makuitʃato pomba-pedrês (ave da família dos columbídeos, Columba speciosa)
mama pau-mole (árvore da família das tiliáceas, Apeiba sp.)
manakuɁɨi massaranduba (árvore da família das sapotáceas, Manilkara huberi)
manariçu arumã (plantas da família das marantáceas, Calathea spp., Ischnosiphon spp.)
manini peixe (genérico)
maninitɛ surubim (peixe da ordem dos siluriformes, Pseudoplatystoma fasciatum)
manini-jereçwa peixe-cachorro (peixe da ordem dos cipriniformes, Hydrolycus sp.)
maninitsu vara de pescar
maninitsumãi anzol
maniniɁɨi linha de pescar
marɛɁarɛ saci, saci-faisão (ave da família dos cuculídeos, Tapera naevia e Dromococcyx spp.)
marɛɁa-ekasiɛ rasga-mortalha, suindara (ave da família dos titonídeos, Tyto alba)
marai anambé-pombo (ave da família dos cotingídeos, Gymnoderus foetidus)
matĩrĩ chico preto, graúna-grande (ave da família dos icterídeos, Scaphidura oryzivora)
matja abiurana (árvore da família das sapotáceas, Pouteria spp.)
mãbi flecha, bambu (planta da família das gramíneas, Bambusa sp.)
mãbikã carregador de flecha
mãbilotʃwɛ cartucho
mãbisĩ carregador de bala
mãbitaka flecha
mãbitorõi (tʃuhũi) bala
mãbi ɛkarãtɛ limpador de cartucho
mãrãkãkã araçari-de-bico-de-marfim (ave da família dos ranfastídeos, Pteroglossus azara)
mãtete lontrinha (carnívoro da família dos mustelídeos, Lutra longicaudis)
mãtja abiu do mato, abiurana (árvore da família das sapotáceas, Pouteria spp.)
merumeru mamangaba (inseto da família dos apídeos, Bombus spp.)
mẽsĩ inajá (planta da família das palmáceas, Attalea maripa)
mĩdo pariri, frutão (árvore da família das sapotáceas, Pouteria pariry)
mĩkãrẽ taioba (planta da família das areáceas, Xanthosoma sagittifolium)
mĩu chicha
mĩtjẽ sauim-branco (mamífero da família dos calitriquídeos, Callithrix argentata). cf. hĩtjẽ
mõuru pica-pau-grande (aves da família dos picídeos, Dryocopus lineatus e Campephilus spp.)
mukuwa fruta-do-macaco (árvore silvestre)
murɨtjɨ cedro-lagoano, araputanga (árvore da família das meliáceas, Swietenia sp.)
mũli anu (ave da família dos cuculídeos, Crotophaga spp.)
nanaɁũ ipê-amarelo, pau-d'arco (árvore da família das bignoniáceas, Tabebuia sp.)
nasa potó, percevejo (inseto da ordem dos hemípteros)
nãi berne, larva de mosca (mosca da família dos cuterebrídeos, Dermatobia hominis)
nãrãku saracura (ave da família dos ralídeos, Aramides cajanea)
nãtsĩrĩ lacraia, centopéia (antrópodes da ordem dos quilópodes)
njũsato besouro rola-bosta, escaravelho (inseto da família dos escarabídeos)
nuhai quero-quero (ave da família dos caradriídeos, Vanellus chilensis)
nuhitʃuru libélula, jacinto (inseto da família dos libelulídeos). var. nũjũnũjũ
nuiriri andorinha (ave da família dos hirundinídeos e apodídeos, genérico)
nũhjũ pin cuiabano
nũiriri urubuzinho, tapera (ave da família dos buconídeos, Chelidoptera tenebrosa)
nũtenũnwɨ̃ breu (árvore da família das burseráceas, genérico)
olu mutum-cavalo (ave da família dos cracídeos, Pauxi tuberosa)
ouku anhuma, alencó (ave da família dos anhimídeos, Anhima cornuta)
outo pássaro (genérico)
outorɛ passarinho (genérico)
outorɛ-hanãɨ̃hɨ̃ cardeal (ave da família dos fringilídeos, Paroaria gularis)
owi certa espécie de lagarta comestível
owɨ jenipapo (árvore da família das rubiáceas, Genipa americana)
owɨsikinjã escorrega-macaco (árvore da família das cesalpiniáceas, Peltogyne sp.)
owɨtikje garapa (árvore da família das cesalpiniáceas, Apuleia sp.)
owɨto pama (árvore da família das moráceas, Pseudolmedia laevigata)
paira jurubeba (planta da família das solanáceas, Solanum spp.)
perjutsjenjũ tesourinha (ave da familia dos tiranídeos, Muscivora tyrannus)
pirimjusu ariramba (aves da família dos galbulídeos, Galbula spp.)
pororõtɛ mosca (insetos da família dos muscídeos, Musca spp.)
poraraɨ erva-de-São-João (planta da família das compostas, Ageratum conyzoides)
pura mariposa-beija-flor (inseto da família dos esfingídeos)
purukui mirindiba, capitão (árvore da família das combretáceas, Terminalia brasiliensis)
purutʃa camapu (planta da família das solanáceas, Physalis spp.)
sakarũ arraia (peixe da ordem dos rajiformes, Potamotrygon spp.)
sikitje tamboatá (peixe da ordem dos siluriformes, Hoplosternum spp.)
sirisiri mambira (mamífero da família dos mirmecofagídeos, Tamandua tetradactyla)
sisiriekai pinto-d'água-comum (ave da família dos ralídeos, Laterallus melanophaius)
sitso martim-pescador (ave da família dos alcedinídeos, Chloroceryle spp. e Ceryle sp.)
sĩlo japiim, guaxe (ave da família dos icterídeos, Cacicus cela)
sĩlo japim, guaxe (ave da família dos icterídeos, Cacicus haemorrhous)
tai calango, lagarto (termo genérico)
tai-ekũkũtɛ camaleão, iguana (lagarto da família dos iguanídeos, Iguana iguana)
tai-marɛɁa osga, lagartixa (lagarto da família dos geconídeos, Thecadactylus rapicaudus)
tai-tsjõ papa-vento (lagarto da família dos iguanídeos, Plica umbra e Anolis fuscoauratus)
tai-açinaɨ̃hɨ̃ osga de casa (lagarto da família dos geconídeos, Hemidactylus mabouia), cf. kitsoroi
takanãsinwɨ̃ quina (árvore da família das simarubáceas, cuja casca é utilizada contra a febre, Simaba cedron)
takwa jacaré (termo genérico dado aos répteis da família dos aligatorídeos, Caiman crocodilus e Paleosuchus trigonatus)
takwa-narẽtʃa jibóia (cobras da família dos boídeos, Boa constrictor e Epicrates cenchria)
takwasinjũ rabo do jacaré
tamũkɨ guariba (mamífero da familia dos cebídeos, Alouatta seniculus)
tananũko amescaroeira (árvore usada para fazer tábuas)
tanã jaborandi (árvore da família das rutáceas, Pilocarpus sp.)
taramãçu tocandira (inseto da família das formicídeos, Dinoponera gigantea)
taru pau-buchudo, pau-barrigudo
tauta preguiça-de-bentinho (mamífero da família dos bradipodídeos, Bradypus variegatus)
tãtsɨ̃hɨ̃ certa espécie de perereca (anfíbio da família dos hilídeos)
tekore jeju (peixe da ordem dos cipriniformes, Hoplerythrinus unitaeniatus)
tekoretɛ acarapuru, moroba (peixe da ordem dos cipriniformes, Erythrinus erythrinus)
temũ piau, aracu (peixe da ordem dos cipriniformes, Anostomus sp., Leporinus sp. e Schizodon sp.)
terai pomba-galega (ave da família dos columbídeos, Columba cayennensis)
terei pacu-prata (peixe da ordem dos cipriniformes, Metynnis sp.)
terei-hohoɨ̃hɨ̃ pacu (peixe da ordem dos cipriniformes, Tometes sp.)
tɛte borrachudo, pium (inseto da família dos simuliídeos, Simulium spp.)
-tidi suf. larva de (palmeira)
tɨrihi marimbondo-sargento (come-se a larva)
tjaɨ jaracatiá, mamão, mamoeiro-do-mato (planta da família das caricáceas, Jacaratia sp. e Carica papaya)
tjẽçu beija-flor (ave da família dos troquilídeos, genérico)
tjẽrĩ amendoim (planta da família das papilionáceas, Arachis hypogaea)
tjokuru aricuri, bacuri (árvore da família das palmáceas, Attalea phalerata)
tjokurui coró do buriti (inseto comestível da ordem dos coleópteros)
tjukwe ingá (árvore da família das mimosáceas, Inga spp.)
tjutjutjudɨtsahã corujinha (ave da família dos estrigídeos, Otus spp. e Ciccaba spp.)
toitoinje capim (termo genérico, família das gramíneas)
toro urucu (planta da família das bixáceas, Bixa orellana)
toromũrai papa-moscas-vermelho (ave da família dos tiranídeos, Pyrocephalus rubinus)
toto maitaca, maritaca (ave da família dos psitacídeos, Pionus menstruus)
tu enxu, lechiguana, siçuíra (inseto da família dos vespídeos, Nectarina lecheguana)
tuçe negra-mina (árvore do cerrado)
tuituinjerɛ papa-capim (ave da família dos fringilídeos, genérico)
tukutɛ cedro (árvore da família das meliáceas, Cedrela fissilis)
twãtsɨsikɛ juruva-de-bico-largo (ave da família dos momotídeos, Electron platyrhynchum)
tsetseritse borboleta (inseto da família das borboletas, genérico)
tsẽhumãi formiga-açucareira, formiga-boca-azeda (inseto da família dos formicídeos)
tsikitsiki certa espécie de formiga
tsilɛ tanajura (fêmea alada de saúva, inseto da família dos formicídeos)
tsilɛmãi saúva (inseto da família dos formicídeos, Atta spp.)
tsilenu formigueiro
tsileroha bodó, acari (peixes da família dos loricariídeos, genérico)
tsileçwa formigueiro
tsiloto seringueira (árvore da família das euforbiáceas, Hevea spp.)
tsilototɛ semente da seringueira
tsiriatu rouxinol, primavera (ave da família dos icterídeos, Icterus cayanensis)
tsĩ inambu-preto (ave da família dos tinamídeos, Crypturellus strigulosus)
tsɨtsɨidjoɁɛ mosquinha-da-fruta (inseto da família dos drosofilídeos)
tsjatoro cobra-coral (cobras da família das serpentes, Micrurus spp.)
tsɨitsu mandi (peixes da família dos siluriformes, Pimelodus spp. e Pimelodella sp.)
tsotsinĩnjẽ algodoeiro (planta da família das malváceas, Gossypium spp.)
tsurububu surucuã (ave da família dos trogonídeos, Trogon melanurus e Trogon collaris)
tsururu caburé (ave da família dos estrigídeos, Glaucidium hardyi)
tsurumutete arapaçu-de-bico-torto (ave da família dos dendrocolaptídeos, Campylorhamphus trochilirostris)
tsutu cobra jararaca (cobra da família dos viperídeos, Bothrops spp.)
tʃaja cedro (árvore da família das meliáceas, Cedrela fissilis)
tʃãrãiçu certa espécie de perereca (anfíbios da família dos hilídeos, Scinax spp.)
tʃikere pica-pau-negro (ave da família dos picídeos, Melanerpes cruentatus)
tʃitʃilu gafanhoto, grilo (inseto da ordem dos ortópteros)
tʃɨrɨpei certa árvore do cerrado, de fruta comestível
tʃubitʃubi minhoca (palavra utilizada somente na fala de criança)
tʃudurikawa garrinchão (ave da família dos trogloditídeos, Campylorhynchus sp.)
tʃukui periquito (ave da família dos psitacídeos)
tʃupẽpẽ tiriba-pintada (ave da família dos psitacídeos, Pyrrhura sp.)
uhu garça (ave da família dos ardeídeos, Casmerodius sp. e Egretta sp.)
uhu-tʃũhũi garça-real (ave da família dos ardeídeos, Pilherodius pileatus)
ui tabaco (planta da família das solanáceas, Nicotiana tabacum)
ukato certa perereca comestível (anfíbio da família dos hilídeos, Hyla boans)
ukenũ pequiá (planta da família das cariocaráceas, Caryocar villosum)
ukesĩ pequiarana (planta da família das cariocaráceas, Caryocar glabrum)
ukiri periquito-de-asa-dourada, apuim (ave da família dos psitacídeos, Brotogeris chrysoptera e Touit huetii)
urɨ̃rai acará (peixe da família dos ciclídeos, genérico)
uru patauá (planta da família das palmáceas, Oenocarpus bataua)
uruçeçu bacaba (planta da família das palmáceas, Oenocarpus bacaba)
uruhu urubu (ave da família dos catartídeos, genérico)
urumãinwa cajueiro (árvore da família das anacardiáceas, Anacardium occidentale)
ururitsunwɨ̃ cambará-rosa (árvore da família das verbenáceas, Lantana sp.)
ururu mutuca (inseto da família dos tabanídeos)
urutɛ girino (termo genérico)
utetaɨ inambu-chorão (ave da família dos tinamídeos, Crypturellus strigulosus)
ũtjadɨ gavião (ave da família acipitrídeos, genérico)
ũtjadɨ-haɨ̃hɨ̃ gavião-branco (ave da família dos acipitrídeos, Leucopternis albicollis)
ũtjadi-tʃihɨ̃te gavião-real (ave da família dos acipitrídeos, Harpia harpyja)
ũtjadi-hohoɁɨ̃hɨ̃ gavião-pega-macaco (ave da família dos acipitrídeos, Spizaetus tyrannus e Spizaetus ornatus)
ũtjadi-tʃũhũi falcão-caboré, falcão relógio (lit. “pequeno”) (ave da família dos falconídeos, Micrastur spp.)
wade tucumã (planta da família das palmáceas, Astrocaryum tucuma)
wadeçɨi fibra do tucumã
wakaro mucura-xixica (mamífero da família dos didelfídeos, Caluromys philander)
warinjũ certa espécie de árvore com látex
waruka rato (mamífero roedor da família dos murídeos, genérico)
watsɛ maracanã sp. (ave da família psitacídeos, Ara severa)
watsɛ ekõkõtɛ anacã (lit. “gago”) (ave da família dos psitacídeos, Deroptyus accipitrinus)
watsɨrai imbaúba (árvore da família das cecropiáceas, Cecropia spp. e Pourouma spp.)
waukɨdɨ urutau-grande (ave da família dos nictibiídeos, Nyctibius grandis)
vespa, marimbondo (termo genérico)
wã-manarɨ marimbondo-peneira
wã-tʃihɨ̃tɛ marimbondo-caçador (inseto da família dos pompilídeos, Pepsis sp.)
wãrũwãrũ zogue-zogue (mamífero da família dos cebídeos, Callicebus moloch)
wãtsĩ papagaio-caboclo (ave da família dos psitacídeos, Amazona farinosa)
wãwã cunauaru (anfíbio da família dos hilídeos, Phrynohyas resinifictrix)
wero papagaio-estrela (ave da família dos psitacídeos, Amazona ochrocephala)
wesi bambu (planta da família das gramíneas, Bambusa spp.)
wesi erokeɁɛ denominação dada a várias espécies de flechas
winɨkalo tiririca (planta da família das ciperáceas, Scleria spp.)
wiriɁu açaí, jussara (planta da família das palmáceas, Euterpe oleracea)
wɨçɨi paxiúba (planta da família das palmáceas, Socratea exorrhiza)
wɨitsitsu maracajá-peludo (mamífero da família dos felídeos, Felis wiedii)
wɨ̃wɨ̃kurju gavião-preto, gavião-caipira (ave da família dos acipitrídeos, Buteogallus urubitinga)

Ver também

Wikcionário
Wikcionário

Referências

  1. a b c Manso 2013, p. 16.
  2. Manso 2013, p. 159.
  3. a b c van der Voort 2000, p. 1.
  4. a b c d van der Voort 2004, p. 39.
  5. Manso 2013, p. 26.
  6. a b van der Voort 2002, p. 249.
  7. van der Voort 2002, p. 1.
  8. Manso 2013, p. 13.
  9. a b c d van der Voort 1998.
  10. a b Manso 2013, p. 15-17.
  11. van der Voort 2004, p. 115.
  12. a b van der Voort 2004, p. 61.
  13. a b c van der Voort 2004, p. 83.
  14. van der Voort 2004, p. 84.
  15. van der Voort 2000, p. 3.
  16. van der Voort 2004, p. 124.
  17. a b c d e Manso 2013, p. 27.
  18. Manso 2013, p. 27-28.
  19. van der Voort 2004, p. 272.
  20. a b van der Voort 2004, p. 273.
  21. van der Voort 2004, p. 278-280.
  22. van der Voort 2004, p. 131.
  23. van der Voort 2004, p. 426-427.
  24. van der Voort 2004, p. 427.
  25. Manso 2013, p. 29-31.
  26. Manso 2013, p. 597.
  27. van der Voort 2004, p. 598.
  28. van der Voort 2004, p. 599-600.
  29. van der Voort 2004, p. 601-602.
  30. van der Voort 2004, p. 602-604.
  31. van der Voort 2004, p. 143.
  32. a b van der Voort 2004, p. 557.
  33. van der Voort 2004, p. 565.
  34. van der Voort 2004, p. 572-573.
  35. van der Voort 2004, p. 572-575.
  36. a b c d e f van der Voort 2004, p. 252-254.
  37. a b van der Voort 2004, p. 257-258.
  38. van der Voort 2004, p. 753.
  39. van der Voort 2004, p. 753-754.
  40. van der Voort 2004, p. 754.
  41. van der Voort 2004, p. 844.
  42. Aikanã 2021.
  43. van der Voort 2004, p. 851.
  44. Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia. (PDF).

Bibliografia

  • Manso, Laura (2013). Dicionário da Língua Kwazá. [S.l.: s.n.] 
  • van der Voort, Hein (2002). Negação em Kwazá (ou Koaiá), uma língua viva de Rondônia, Atas do I Encontro Internacional do GTLI da ANPOLL p. 249-259. [S.l.: s.n.] 
  • van der Voort, Hein (2000). Kwaza or Koaiá, an unclassified language of Rondônia, Brazil. [S.l.: s.n.] 
  • van der Voort, Hein (2004). A Grammar of Kwaza. [S.l.: s.n.] 
  • van der Voort, Hein (2002). The quotative construction in Kwaza and its (de-)grammaticalisation. [S.l.: s.n.] 
  • van der Voort, Hein (1998). «Kwazá». Povos indígenas no Brasil. Consultado em 18 de março de 2023 
  • Aikanã, Maercio (2021). «Povos Kwazá.». Consultado em 24 de março de 2023