Língua movima
A língua movima é uma língua falada na região do Yacuma, na Bolívia amazônica.[1] O movima ainda é considerado uma língua isolada,[5][6] visto que não apresenta nenhum parentesco com outras línguas da região,[3] apesar de algumas similaridades lexicais com o itonama.[7] O idioma conta com cerca de 1 452 falantes, em sua maioria de forma bilíngue juntamente com o espanhol.[2] A UNESCO aponta o movima como uma língua “em perigo severo”, isto é, falado por gerações mais velhas, entendido por gerações adultas e não transmitido para as gerações mais novas.[8] O idioma é uma das línguas indígenas oficiais da Bolívia, desde a promulgação do Decreto nº 25894 no ano 2000.[9][4] Língua e SociedadeFalantesA língua movima é falada pelo povo Movima, um povo indígena que vive na Amazônia boliviana e teve seu primeiro contato com “os brancos” (europeus jesuítas, ou karayanas, como eram chamados pelo povo) por volta de 1621.[10] Os falantes de movima se preocupam com a língua, fato evidenciado pelo cuidado com a preservação da pureza linguística do idioma, e pela inexistência de code-switching. Há, entretanto, uma grande variedade de empréstimos do espanhol na língua movima, principalmente em termos que demonstram aspectos culturais europeus.[11] Apesar desse fato, de uma população total de 6 516 pessoas, 76,4% dos Movima possuem o espanhol castelhano como língua única, 22,5% é bilíngue em movima e castelhano e apenas 0,5% é monolíngue em movima, em sua maioria acima de 45 anos.[12] Isso provavelmente é reflexo das reformas educacionais de 1955, quando as crianças passaram a ser educadas em espanhol, o que levou muitas pessoas a não passarem a língua para seus filhos. Assim, há pessoas entre 20 e 40 anos que entendem a língua mas não são capazes de reproduzi-la. No entanto, desde a reforma de 1992, os infantes bolivianos devem aprender suas línguas ancestrais na escola, o que é uma esperança para o povo, mesmo que não sejam visíveis resultados muito efetivos ainda.[13] Distribuição GeográficaO movima é falado, principalmente, na região de Santa Ana del Yacuma, no departamento do Beni, na Bolívia. Há muitas comunidades movimas espalhadas entre os distritos de Santa Ana del Yacuma, Exaltación, San Joaquín e San Ignacio, além de ao longo de alguns rios. A área habitada por esse povo é próxima da original, anterior ao contato europeu; ela é coberta, além de uma parte da floresta Amazônica, de savanas e pântanos. Os vizinhos mais próximos dos Movimas são os Mojos ao sul, com sua língua moxo, da família arawak, e os cayuvava e canichanas ao norte e leste, com línguas isoladas.[14] EtimologiaO termo movima (pronunciado [mo’ima] em espanhol) refere-se, originalmente, ao grupo étnico que fala a língua (mowi:maj, pronunciado [m'wi:mah] no idioma nativo). Em movima, a língua é chamada de chonsine (traduzido como 'língua nativa'), ou mais especificamente de chonsine di’ mowi:maj ('língua nativa Movima').[1] Movima é o único nome conhecido para a língua, contando apenas com algumas diferenças ortográficas na literatura. Já foi chamada de moyma ou moima, no primeiro registro escrito, de 1621, e também de mobima, por Créqui-Montfort & Rivet, em 1914. Todas essas formas de representação do nome encontram-se próximas em pronúncia, visto que <v> e <b> no espanhol representam o mesmo fonema.[1] Não foi detectada nenhuma variação ou dialeto da Movima.[1] HistóriaOs primeiros materiais que podem ser encontrados sobre o movima são listas de palavras e frases: Hervás y Panduro, de 1787; D'Orbigny, de 1838; Heath, de 1883; Cardús, de 1886; Chamberlain, de 1910; Créqui-Montfort & Rebite, de 1914; e del Castillo, de 1929.[3] Ao longo da década de 1960, o idioma foi estudado por Robert e Judith Judy do SIL International. Suas contribuições incluem uma lista de palavras com um esboço gramatical (1962a), um esboço do inventário de fonemas (1962b), dois artigos sobre temas específicos (J. Judy 1965 e R. Judy 1965), e uma gramática tagmêmica (1965 e 1967).[3] Houve uma campanha de alfabetização em 1995, o que renovou o interesse sobre a língua. Colette Grinevald, que liderava o projeto, publicou um artigo sobre classificadores de substantivos em movima. Foram feitos workshops, os quais colaboraram para a formação de um alfabeto para o idioma e resultaram na publicação de uma coletânea de histórias em movima (Ministerio de Desarrollo Sostenible y Planificación 1998) e em um curso livro de introdução ao alfabeto (Ministerio de Educación et al. 2003).[3] Katharina Haude fez sua dissertação de doutorado sobre a língua, estudando ao fundo suas formações, e passou a ser uma base muito forte de estudo acerca do Movima.[3] FonologiaVogaisHá cinco vogais em movima:
As vogais /e/ e /o/ possuem qualidades que recaem entre abertas e fechadas. /e/ está mais perto de [ε] do que [e], e /o/ se aproxima mais de [ɔ] do que de [o].[15] Há dois tipos de duração de vogal em movima: a primeira, alongamento causado por fatores prosódicos, ocorre na penúltima sílaba da palavra, e a segunda, duração fonêmica, ocorre quando uma vogal longa é colocada em uma posição onde é esperado haver uma vogal curta. (Também há o caso de uma vogal curta ser colocada em uma posição longa).[16] Consoantes
A consoante /p/ é realizada como [p], mas, em coda, pode realizar [pʔᵐ]. Do mesmo modo, /t/ é [t], mas em coda, assume [tʔⁿ], e /k/ é [k] mas assume [ʔɤ].[18] /f/ e /g/ aparecem apenas em palavras e fonemas derivados do espanhol, e são pronunciados [f] e [g].[19][20] /kʷ/ [kʷ], /tʃ/ [tʃ], /b/ [ɓ], /d/ [d], /β/ [β], /s/ [s], /h/ [h], /ɬ/ [ɬ], /m/ [m], /n/ [n], /l/ [l], /r/ [r] ou [ɗ], /w/ [u], e /j/ [i] possuem, no geral, apenas uma posição.[21] Outro som possível é o glide palatal glotalizado, o /jʔ/ [jʔ], o qual ocorre apenas em coda e normalmente após a vogal /a/.[22] Estrutura SilábicaHá duas estruturas silábicas fundamentais: CV (aberta) e CVC (fechada). Duas consoantes adjacentes podem ocorrer se distribuídas entre duas sílabas, em caso de, por exemplo, coda e onset. Uma exceção seria quando o demonstrativo da final de uma consoante é combinado com o determinante encliticizado /s/, que é realizado como [h]. No caso de palavras espanholas que possuem duas consoantes adjacentes em uma mesma sílaba, há a adição de uma vogal epentética, assim como o marco oblíquo /n/, com uma só consoante.[23] Haude afirma que não há elementos iniciados por vogais em movima, visto que em todas as palavras com vogais no início há a oclusiva glotal, mesmo naquelas vindas do espanhol.[24]
Quando duas vogais se encontram juntas, elas são separadas por uma oclusiva glotal.[25]
Estrutura de palavras independentesTodas as palavras precisam ter tamanho mínimo, mas não há, realmente, restrições contra o número máximo de sílabas. Partículas e conjunções podem ser monossilábicas. Palavras que expressam conteúdo normalmente são dissilábicas, a primeira sendo pesada foneticamente.[26]
Elementos supra-segmentaresSílaba tônica. O estresse normalmente recai sobre a penúltima sílaba da palavra, salvo os casos terminados em oclusiva glotal ou plosivo anasalado, quando o estresse recai sobre a última sílaba. O estresse secundário é mais complicado, já que as qualidades morfológicas das palavras influenciam nessa característica.[27] Duração. Há duas regras gerais: quando a penúltima sílaba de uma palavra é aberta, ela é alongada; todas as outras sílabas são curtas. Exceções, no entanto, são comuns (como quando há cliticização interna à penúltima sílaba).[28] Entonação. A entonação em movima é muito importante na parte das perguntas, principalmente. Muitas não são sinalizadas com uma marca específica escrita, e sim na entonação.[29][30] OrtografiaUma ortografia foi desenvolvida por falantes da língua Movima em um workshop de alfabetização em 1994, a qual é apresentada a seguir. Originalmente, um modelo de ortografia foi proposto por Judy e Judy, em 1962, e esse modelo foi base para esse workshop.[31] Vogais
Consoantes
Outros CasosAlguns processos morfológicos podem ser representados ortograficamente, como a cliticização externa (--)[32], a interna (=)[33] e a reduplicação (~)[34]. Normalmente, a duração de uma vogal é representada, ao contrário do estresse das palavras.[35] GramáticaUnidades e processos morfológicosRaízes e Bases. Raízes são morfemas lexicais que têm o potencial de serem os únicos elementos lexicais de uma palavra. As raízes verbais não podem ocorrer independentemente, precisando ser combinadas com outro elemento para formar uma palavra ou com o -’i. Já as raízes nominais podem representar palavras sozinhas, quando possuem duas ou mais sílabas. Já as monossilábicas e algumas dissilábicas precisam ser combinadas com o elemento -’i, reduplicadas ou adicionadas ao sufixo -kwa. Muitas palavras podem possuir mais de uma raiz, como resultado de composição ou incorporação, ou mesmo para a formação de verbos frasais.[36] Elementos lexicais vinculados. Há um grande número de morfemas vinculados que trazem conteúdos lexicais às palavras em movima. Alguns deles podem ser raízes de substantivos, quando também funcionam como o primeiro elemento lexical de um nome; porém outros não suportam essa característica, precisando ser conectados a outra base. Há, ademais, os casos da formação desses elementos a partir do truncamento de substantivos independentes, e os casos desses possuírem uma caracterização verbal, por indicarem um evento (nesse caso, são mais encontrados em verbos frasais e não admitem um sufixo).[37] Afixos. Afixos são morfemas gramaticais que criam palavras segundo as regras fonéticas de estresse e alongamento. Sua maioria são sufixos, mas há um prefixo (o marco oblíquo n-), um infixo “real” e dois sufixos que podem funcionar como infixos (-a e -ka). Muitos afixos podem ser reduplicados, e, normalmente, quando combinados, o afixo e a base mantêm seus formatos fonológicos.[38] Composição. Composição é uma forma muito utilizada em movima. Ela ocorre quando as palavras possuem mais que um elemento lexical, a primeira parte sendo uma raiz (de substantivo, verbo ou adjetivo), e a segunda parte sendo uma raiz ou elemento vinculados ou um substantivo completo. Quando o segundo elemento não possui significado sozinho, a fonologia da palavra é bem evidente. Entretanto, quando os dois elementos possuem significados independentes, o estresse é secundário no primeiro.[39] Incorporação. A incorporação de substantivos é usada produtivamente em movima, existindo dois tipos: a incorporação de um argumento ou de um modificador. Normalmente, o primeiro caso se dá quando se adiciona a marca de voz direta a um verbo, mas usa-o intransitivamente (in sal-a-ka:na [Eu procuro por comida.]), e o segundo pode aparecer com qualquer marca de voz, podendo ser confundido com adjetivos certas vezes (raɬ-a-pin [Eu rasgo x ao meio.]).[40] Infixação. Não há um processo real de infixação em movima, mas há duas circunstâncias as quais podem levar a esse processo: quando algumas bases são historicamente complexas e um sufixo pode ser visto como infixo (no caso do -a como marca direta bivalente e -ka como indicador de eventos múltiplos), e quando o <a’> (<ka’> depois de vogais) é marca de irrealis.[41] Reduplicação. A reduplicação em movima (representada pelo til ~) segue duas regras principais, a primeira é que apenas o elemento inicial ou final de uma base podem ser duplicados e a segunda é que a cópia vem imediatamente antes da fonte. Há quatro casos de reduplicação possíveis:[42]
Cliticização. É o processo fonológico que diz respeito, principalmente, aos elementos referenciais. Há três tipos, nomeados por Haude:[33]
SubstantivosSubstantivos, em movima, expressam conceitos estáveis através do tempo, como nos casos:[47]
Normalmente, um substantivo se encontra em uma frase, acompanhado de um elemento, um artigo, o qual classifica o substantivo em gênero, número e propriedades dêiticas. Assim, os substantivos acima seriam acompanhados:[48]
Sintaticamente, não há muito como diferenciar verbos e substantivos, pois verbos também podem estar em frases nominais e substantivos aparecem em predicados. Entretanto, uma forma morfológica comum dos substantivos é que eles podem ser formados de apenas uma raiz independente, e a maioria dos verbos não podem.[49] Substantivos Simples são aqueles formados por apenas uma raiz (wu’tu ‘pote’; delto:ven ‘borboleta’; bito’ ‘pessoa velha’), e costumam ser polissilábicos, mesmo que seja fazendo uso da reduplicação (rul~rul ‘jaguar’; ru:~du ‘córrego/riacho’; no:~no ‘animal doméstico’).[50] Composição faz parte da formação da maioria dos substantivos complexos da língua, com a junção de um substantivo ou outro elemento com uma raiz. Assim, são formados substantivos como:[51]
Entretanto, não há a necessidade do segundo elemento ser um substantivo completo—ele pode ser um elemento vinculado.[52]
AdjetivosEm movima, os adjetivos são vistos como uma subclasse dos substantivos, por apresentarem características em comum. Eles formam um grupo grande, e podem representar tamanho, idade, qualidade, estado, temperatura, etc. Haude separa-os em dois grandes grupos: os adjetivos “substantivos”, ou semelhantes aos substantivos, e os adjetivos “verbais”.[53] A maior diferença entre os grupos é morfológica - os adjetivos substantivos podem ser formados por uma raiz independente, enquanto os verbais são mais complexos.[54]
Sintaticamente, os adjetivos normalmente se encontram na seção predical da frase (pa:luy is bari=sne ‘Seus pés estão frios’), mas podem aparecer em frases nominais, nesse caso referindo-se a uma entidade à qual a qualidade é atribuída (kilno’o=s tochi’i ‘Aquela pequena [mulher/garota] [se afastando]’).[55] VerbosOs verbos, opondo-se aos substantivos, propõem conceitos não estáveis através do tempo. Assim, são verbos típicos:[56]
Eles normalmente se encontram na parte do predicado da frase, isto é, usualmente no começo e desacompanhados de artigos (de<ja:~>jal i’nes kwe:ya ‘A mulher cozinha’; leve:-na is jo’me ‘Eu espanto os pássaros’). Entretanto, os verbos também podem participar de frases nominais, ao serem acompanhados de certos artigos, caracterizando um substantivo (kinos de<ja:~>jal ‘A mulher que cozinha’; kis leve:-na ‘Os que espanto’).[56] Os verbos normalmente são complexos morfologicamente, sendo formados de dois ou mais elementos, mas essa não é uma característica definitiva da classe. O que os classifica e diferencia de substantivos é a impossibilidade de se ligarem a morfemas nominais, sendo produtivamente ligados a morfemas verbais, como:[47]
O núcleo de um verbo em movima é a raiz, com uma valência inerente a ela, além de uma marca de voz. Os mais complexos ainda possuem mais elementos modificadores com valência própria, e suas marcas de voz.[57] As marcas de voz são, no geral, o que determinam os valores semânticos dos argumentos verbais, se aproximando das vozes ativa e passiva no português.[57] As marcas básicas são:
Alguns verbos não admitem uma marca de voz, como os monovalentes e alguns pseudo-verbos bivalentes (jankwa ‘falar’ e jampa ‘fazer’).[60] Classes das raízes verbaisUma raiz pode ser bivalente, monovalente, média ou instável. As bivalentes, classe mais abrangente, são as raízes que denotam dois participantes de uma ação, um agente e um receptor (sal- ‘procurar’; loj- ‘lavar’). As monovalentes são aquelas que denotam apenas um participante da ação, e a maioria das raízes demonstram uma posição ou movimento (joy- ‘ir’; as- ‘sentar’). As médias possuem características das duas classes anteriores, e ocorrem normalmente com uma afixo ou reduplicação (kel- ‘abrir’; kamay- ‘gritar’). As instáveis são aquelas raízes que podem pertencer a mais de uma classe, dependendo de seu argumento (bat- ‘colocar’; us- ‘afastar’).[61] Definição de tempo/modo/aspectoAs raízes verbais em movima não possuem diferenciação ou conjugação. O que estabelece isso são as partículas usadas nos predicados verbais ou frases nominais, os morfemas conectados aos verbos, os pronomes e outros elementos que se ligam a essa classe morfológica ou são utilizadas livremente em sentenças.[62]
PronomesEm movima, não há exatamente pronomes como pode ser visto no português ou no inglês, mas há elementos referenciais que denotam os participantes da fala (1ª e 2ª pessoas) e a terceira pessoa.[66] Primeira e segunda pessoasAs duas pessoas da fala podem ser representadas por pronomes livres, pronomes vinculados proclíticos e pronomes vinculados enclíticos. Desses últimos, há uma diferença quando se quer representar o possessor e o primeiro argumento e quando se quer representar o argumento absolutivo (intransitivo).[66]
Enquanto os pronomes enclíticos precisam ser encliticizados (interna ou externamente), os proclíticos normalmente vêm diretamente antes do seu anfitrião sintático.[67]
Terceira pessoaJá para a terceira pessoa, não há marcadores proclíticos nem distinção morfológica entre os argumentos (a diferença é feita por cliticização interna ou externa). Todavia, características sobre a terceira pessoa podem ser codificadas por esses pronomes, como gênero, número e presença ou ausência.[68]
Os pronomes livres são usados, geralmente, para topicalização ou foco. Os enclíticos são conectados a uma palavra com conteúdo (verbo ou substantivo) por cliticização.[69]
DemonstrativosEm movima, um demonstrativo pode funcionar como um pronome, predicado, ou determinante dentro de um sintagma nominal.[70]
Alguns exemplos de frases que contêm demonstrativos:[71]
Partículas, advérbios e modaisHá outras classes de palavras em movima, usadas para um entendimento semântico efetivo do idioma, conexão entre sentenças e aspectos da fala.[72] As partículas de combinação de sentenças podem ser usadas no começo de sentenças ou no meio. Segue uma lista de exemplos de partículas conjuntivas, que combinam sentenças.[73]
Há também aquelas que representam tempo e aspecto de um predicado. São exemplos:[74]
Há as partículas modais e epistêmicas:[75]
Existem também as partículas negativas:[76]
E algumas interjeições:[77]
Outros exemplos incluem a partícula de preenchimento eney (que funciona como um ‘ah’ ou ‘é’ no meio de falas)[78] e a partícula de foco kaw (ou kwey)[79].
Sentença básicaUma sentença em movima consiste, minimamente, em um predicado. Dependendo da valência, pode haver um ou até dois argumentos frasais, que podem ser frases nominais, pronomes, etc. A estrutura básica de uma frase na terceira pessoa segue:[80]
Assim, o predicado está localizado no início da sentença, e estabelece quantos participantes estão envolvidos na ação, os quais são chamados de argumentos. Em uma sentença transitiva, o primeiro argumento é obrigatório e conectado ao predicado por cliticização interna. O argumento intransitivo e o segundo argumento não são obrigatórios. O predicado, normalmente, consiste em um verbo, e os argumentos são frases nominais ou pronomes, como pode ser observado nos dois casos:[80]
Mais alguns exemplos podem ser observados:
O movima possui um sistema de alinhamento hierárquico. A ordem das palavras é fixa em uma sentença, determinada semanticamente: em uma oração transitiva, o participante mais acima na hierarquia de animação será o primeiro argumento principal(ARGUMENTO 1), e o mais baixo será o segundo argumento (ARGUMENTO 2).[81] Essa hierarquia obedece a seguinte ordem:
Assim, em um verbo com dois argumentos, o primeiro seria o que se encontra mais ao início desse esquema.[81] Uma oração relativa é introduzida pela partícula di', seguindo a frase nominal que é relativizada.[83]
Em frases subordinadas, o predicado é transformado em um substantivo de ação, formando parte de uma frase nominal.[84]
Há a possibilidade de séries de construções verbais em movima. Um exemplo é a junção do verbo joycheɬ (‘ir’) com outro verbo, para sinalizar uma ação ocorrendo em outro local, ou uma ação distante da situação de fala.[85]
PerguntasEm movima, as perguntas são marcadas por entonação, principalmente as com resposta sim/não. Nesse caso, a sílaba antepenúltima carrega estresse e um tom mais agudo, mas quando a penúltima sílaba é pesada (fechada ou longa), o estresse e o agudo recaem sobre ela. Em perguntas com conteúdo, a primeira sílaba tende a ter um tom mais agudo, que vai diminuindo. Há a possibilidade de inserir marcas de pergunta (naya’, jan-ne, éɬeɬ, etc.), mas elas não são necessárias para um entendimento efetivo da fala.[30]
NegaçãoEm sentenças negativas normais, o predicado é precedido pela partícula negativa kas.[88]
Esse formato também pode ser usado para foco por contraste:[89]
Todavia, essa partícula pode ser deixada de lado quanto a negação é entendida pelo contexto.[90]
Em negações de sentenças relativas ou subordinadas, a partícula usada para negação é o loy.[91]
VocabulárioNúmerosNúmeros pequenos, de 1 a 4, além de outros quantificadores, em movima, recebem nomes diferenciados. Enquanto isso, é notável uma influência espanhola em números maiores, aproximando-os da classe de adjetivos substantivos, o que pode ser visto a seguir:
Cores
Partes corporaisHá quatro categorias principais de partes corporais em movima, diferenciadas gramaticalmente ou semanticamente. Sua separação não é certeira, visto que muitas são de classes morfológicas diferentes.[92][nota 3] Simples
Por reduplicação
Finalizadas em -kwa
Finalizadas em -i
Menções
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas |
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