Urubuzinho
O urubuzinho[2] (nome científico: Chelidoptera tenebrosa), também conhecido como taterá, andorinha-cavaleira, andorinha-do-mato e miolinho,[3] é uma espécie de ave piciforme da família dos buconídeos (Bucconidae), a única do gênero Chelidoptera. Esta ave ser encontrada no Brasil e em toda a Bacia Amazônica; também Bolívia, Colômbia, Equador, Guianas (Guiana, Suriname, Guiana Francesa), Peru e Venezuela. Seus habitats naturais são florestas de terras baixas úmidas tropicais ou subtropicais, pântanos e florestas degradadas.[1] EtimologiaO nome vernáculo urubuzinho é o diminutivo de urubu. Urubu vem do tupi uru'wu em sentido definido.[4] O étimo foi registrado em 1648 como orubù e 1817 como urubús.[5] Já taterá ou tetera pode ser uma alteração de taperá, que derivou do tupi ta'pera no sentido de "aldeia indígena abandonada, habitação em ruínas" (tawa no sentido de "taba" e pwera no sentido de "que foi").[6] Antenor Nascentes sugeriu que taterá derivou diretamente do tupi ta'tera, que divergiu de tape'ra no sentido de "espécie de pássaro" (lit. "saído da tapera"). Teodoro Sampaio em O Tupi na Geografia Nacional (TupGN) propôs que seja uma designação de pássaros que se aninham nas taperas.[7] DescriçãoPossui entre 14–15 centímetros e pesa cerca de 30–41,5 gramas. Sua plumagem vai do negro ao cinzento-escuro. O uropígio, a parte inferior das asas e a base da cauda são brancas; seu abdome é amarelo-avermelhado. O bico é curto, ligeiramente curvado para baixo e preto; as asas são largas e longas; a cauda é curta, larga e preta. O queixo é embranquecido e a garganta é cinzenta, com longas penas. A coloração do peito vai do preto a cinza, e há uma faixa alaranjada na parte inferior das partes inferiores.[8][9] Possui uma pálpebra inferior branca como gesso, contrastando com a face escura. Asas desproporcionalmente longas e largas, em voo mantém as pontas abertas como fazem os urubus.[10] SubespéciesTrês subespécies são reconhecidas atualmente:[9]
DietaO urubuzinho é uma ave silenciosa que fica por longos períodos no topo de uma árvore sem se mover. Captura insetos no ar, normalmente retornando ao mesmo poleiro. Sua dieta consiste majoritariamente em insetos voadores, incluindo formigas-aladas. Em geral, alimenta-se de insetos voadores de pequeno a médio porte, como himenópteros (apídeos [Apidae], meliponíneos [Meliponinae], formicídeos [Formicidae]), coleópteros, homópteros (fulgorídeos [Fulgoridae]), heterópteros, ortópteros, isópteros, dípteros.[9][13] ReproduçãoSe reproduz de janeiro a junho e novembro na Venezuela; no Suriname, sua reprodução ocorre em julho-dezembro e março-abril; e ocorre em agosto-novembro na Guiana Francesa. Constroem seus ninhos em solo arenoso, formando uma toca de 60 a 90 centímetros de comprimento, frequentemente próximo ao rio. A ninhada consiste geralmente em 1-2 ovos, com um período de incubação de 15 dias.[9] ConservaçãoO urubuzinho tem um alcance extremamente grande e sua apresenta tendência populacional crescente. O tamanho da população não foi quantificado, mas acredita-se que não se aproxime dos limites à classificação como vulnerável sob o critério de tamanho populacional (<10 mil indivíduos maduros com um declínio contínuo estimado em >10% em dez anos ou três gerações, ou com um estrutura populacional). Por esses motivos, a espécie foi avaliada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) como menos preocupante.[1] No Brasil, consta em várias listas de conservação: em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[14] em 2014, como em criticamente em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[15] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[16][17] e em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[18] Referências
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