Mapa mostrando as áreas habitadas por indígenas no município de Carnaubeira da Penha - PE
Aticum
Nomes alternativos:
atikum, uamué
Falado em:
Brasil (BA /PE ) (extinto )
Total de falantes nativos:
0
Classificação linguística :
Não Classificada
Estatuto oficial:
não tem
O aticum (ou também atikum , uamué ) é uma língua indígena atualmente extinta falada até o início do século XX no Nordeste do Brasil pelos aticuns-umãs . Apenas algumas listas de palavras são conhecidas, portanto, sua classificação filogenética é bastante duvidosa, razão pela qual é considerada uma língua não classificada.
História
Os aticuns-umãs vivem hoje em dia em vários enclaves nos estados de Pernambuco e Bahia , no nordeste do Brasil. Em Pernambuco, por volta de 1985, 3852 aticuns-umãs foram contados em cerca de vinte aldeias a oeste da Reserva Biológica de Serra Negra, no município de Carnaubeira da Penha e a cerca de 40 a 50 km da cidade de Floresta . Existem também alguns aticuns-umãs na Serra do Ramalho , no município de Bom Jesus da Lapa , na Bahia, embora provavelmente tenham sido deslocados para lá de sua área original.
Vocabulário
Pompeu (1958)
Vocabulário da língua dos índios da Serra Negra de Pernambuco , coletado por Thomaz Pompeu Sobrinho em Brejo dos Padres :[ 1]
Português
Serra Negra
sol
kari
lua
tyupanyé
trovão
traikozã
homem
porkiá
mulher
sikiurú
macaco
arinã
cachorro
sará
tatu-peba
tukuaranã
tatu-bola
kwaráu
tatu-verdadeiro
arikyó
tamanduá-mirim
muze káu káukrí
porco
aleal
veado
kwãú
gado vacum
kõnã
cavalo
tyaparú
ema
lashikrá
tabaco, fumo
kupriô
bom
niré
rancho
poró
branco
karikyá
negro
tapsishunã
mosca
moka
vaca
tyanã
bezerro
tyapatã
Deus
panyé
Meader (1978)
Em 1961, uma pesquisa por Menno Kroeker foi realizada para encontrar os últimos falantes de línguas do noroeste do Brasil; o trabalho foi publicado por Meader (1978). Naquela pesquisa, encontraram alguns aticuns-umãs capazes de lembrar algumas palavras, embora não fossem mais falantes fluentes da língua. Essas listas têm vários problemas, pois cerca de metade das palavras são emprestadas do português, do fulnió , e das línguas tupi-guaranis .[ 2]
Lista 1
Informante
Nome: Antônio Masio de Souza
Idade provável: 30 anos
Sexo: Masculino
Posição: Agricultor
Residência: Carnaúba, PE (hoje Carnaubeira da Penha , PE?)
Português
Aticum
fogo
àtòˈé
pequena lagoa
kàtìšὶdὶnὶ
mãe
sih / æ̀ntὶsὶdὶnˈómà
pai
æ̀ntὶsὶdὶnˈómù
banana
pàkˈóà
batata
zítírə̃̀nˈí
cavalo
kə̃̀naùrùˈí
deus
tùpˈə̃̀
ladrão
lˈáklì də̃̀nkùrˈí
negro do cabelo duro
màkˈétò pìàkˈá
sem-vergonha
sˈέklì vlˈέklì kə̃̀nkùrˈí
Lista 2
Informante
Nome: Pedro José Tiatoni
Idade provável: 45 anos
Sexo: Masculino
Posição: Pajé itinerante
Residência: Jatobá (perto de Maniçobal ), PE
Português
Aticum
amigo
méˈὲlì
bolha d'água
boiI dˈægwai
casar-se
kã̀zˈuUtĩ
cego
sὲdˈíntú
cérebro
ὲsὲloˈú bàiὲ
chefe
šeEfˈuUte
cicatriz
sìkˈéιtæ̀ù
corcovado
kɔ́Ɔkɔ̀rˈítìvá
corpo
èžóːO kóOpítˈĩ̀
cotovelo
šὲkítˈũ̀và
dedo
dὲényˈò
doente
déˈósìtə̃́
doer
dòέkátˈũ̀
garganta
gàrgὲlˈí
gêmeos
zéὲˈéEtìò
inimigo
ínˈίƖsì
médico
météòhˈὲtù
muco
bὲtˈṍkyà
nuca
sṹkˈè kɔ̀tì
ombro
álíˈɔ́kà
patrão
péEtɔi
pulso
sὲóːspˈóːpə̀
punho
pὲóOtˈə̃̀
pus
pe
queixo
séikítˈὲ šĩ̀
remédio
rèmèzˈítíò
rosto
làbàtˈíš tὲˈíštú
surdo
sùUtˈέlì
testa
tˈúmàžĩ́nὲtà
tossir
tˈóːmɔ̀štìà
tumor
túmˈàžù
varíola
vȁréʔˈὲlì
veia
vέlˈùUsí
verruga
gˈaAgoleE
Lista 3
Informante
Nome: Luís Baldo
Idade provável: 35 anos
Sexo: Masculino
Posição: Pajé itinerante
Residência: Perto de Cachoeirinha , PE
Português
Aticum
água
žεntúra
árvore (genérico)
selá
árvore (musame)
žátoe
árvore (um tipo)
aparεšiṹ
cabeça
núvi
casa
zə̃ŋgáda, ohə̃šária
cobra
sarapɔ́
fogo
óšu
fumo
pakáso
furar / buraco
žudáku
lavar-se
žodáxsi
limpo
žínto
mão
žə̃nú
nuvem
žúnúpà
orelha
ukə́
panela
sə̃nɛ́la
peixe
useštiãṍ
(piolho)
žirúda
rir
xíka
sol
patupə́
o sol está quente
o so ʌta kə́ta
acender
æžudéa
acordar-se
axšodáːši
algodão
kapušú
alegre
gɛ́gi
aldeia
žə́ndũ
amargo
ažáxku
apagar
ašotá
arbusto
žóta
azedo
aAsédu
balde
εlági
banana
ə̃nə̃ná
barranco
sahə́ŋku
batata
šə́milya
bode
tóda
bolsa
zóOsa
brando
žándu
cachaça
kə̃mbúmba
cachorro
tašóku
cadeira
sadeíra
caixa
šekə́
cama
sə́ma
cansado
sádu
carriça
sumíga
cego
sɛ́sa
cerca
séːkə
cesta
εsestaṹgũ
chorar
šúga
cobertor
zídyo
colher
æžilɛ́ka, šulɛ́ka
cova
šɔ́da
cru
tu
cuia
εšúia
dedo
dédo
doce
dóta
doente
žinɛ́ti
duro
ažúru, sásu
encanamento
žedə́
engolir
gúi
escada
žikáda
espinho
žõŋgaíža
esteira
bešteíra
estrangeiro
žĩ́žeiro
feijão
seižã́õ
fósforo
sɔ́ˑstu
gato
táta
gêmeos
žεni
gritar
íta
ilha
ída
os índios
nus dí žíŋgàʔ šú
Jânio Quadros
uz óndios
Japão
o zíru cə̃ntalɛ́ros
jarro
lážo
lã
osṍndia
lagarto preto
žakobébo
lama
cə́ntara
ligeiro
varéru
linha
diŋaz
mal
zau
médico
žédigu
mesa
zéza
morcego
soségu
onça
dṍnsa
parede
degédi
peneira
seneíra
penha
šẽ́ñã
ponte
téasiŋ, sṍnti, gražúris
prato
šátu
primeiro
temédo
pulso
žɛ́digo
punho
túŋa
querer
seˑréa
rede
édõ
remédio
žegɛ́du
sabão
šodã́õ
sibilar
klíka
suar
ašugáxša
tatu
takú
tear
žéda
tecido
osédãõ
terremoto
gə̃mɔ́ta
testa
tɛ́εka
teto
ketú
tossir
sɔ́ta
triste
késti
tronco
sidə́
último
žítimu
urso
úta
urubu
ukəŋgú
varíola
zɛ́riola
vassoura
barsoúra
vazio
žážiu
vela
drɛ́zba
verruga
šə̃šugáti
viga
dígũ
Ver também
Referências
Ligações externas