Sônia Guajajara é do povo guajajara/Tenetehara[14], que habita nas matas da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Seus pais eram analfabetos, mas aos 10 anos, saiu da sua terra para estudar na cidade de Imperatriz, onde trabalhou em casas de família em troca de moradia.[15]
Deixou Arariboia, aos quinze anos, contrariando a vontade dos pais, para estudar o ensino médio, em Minas Gerais, com o suporte da Funai. Após se formar na escola, retornou ao Maranhão e estudou Letras e Enfermagem na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Além das duas graduações, Guajajara fez pós-graduação em Educação Especial. Foi conquistando espaço com a militância e ganhou projeção em órgãos internacionais, como no Conselho de Direitos Humanos da ONU.[16]
Em 2023, Sônia Guajajara foi entrevistada no programa Roda Viva, onde falou sobre sua trajetória pessoal e política.[17]
Em 2017, Alicia Keys, artista engajada com diversas causas sociais, cedeu seu espaço no palco principal do Rock in Rio para que a líder indígena Sônia Guajajara discursasse pela demarcação de terras na Amazônia, momento em que foi ovacionada pelo público ao som de "Fora Temer!". A fala aconteceu durante a execução da música "Kill Your Mama", que aborda justamente a devastação do meio ambiente.[21][22]
Em 31 de novembro de 2017, Sônia Guajajara foi apresentada pelo setorial ecossocialista do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) como pré-candidata à presidência da república.[23] Através de um manifesto "Por uma candidatura indígena, anticapitalista e ecossocialista"[24] no site 518anosdepois.com, que faz menção aos 518 anos da colonização europeia no Brasil.
No dia 3 de fevereiro de 2018, Sônia Guajajara foi lançada como pré-candidata a vice-presidente da república na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, tornando-se a primeira pré-candidata de origem indígena à presidência da república.[25] A chapa Boulos/Sônia alcançou a 10ª colocação no primeiro turno da eleição presidencial, com 617.122 votos, 0,58% dos votos válidos.[26]
Em 2019, Guajajara liderou a Jornada Sangue Indígena Nenhuma Gota a Menos, que percorreu o Brasil e mais 12 países europeus para denunciar o desmonte dos direitos indígenas durante o governo Bolsonaro.[2]
Em 22 de março de 2022, Guajajara foi confirmada como pré-candidata ao cargo de deputada federal pelo estado de São Paulo nas eleições legislativas deste ano.[28] Em 03 de outubro do mesmo ano ela se torna a primeira indígena a ser eleita deputada federal pelo estado de São Paulo.[29] Foi eleita com 156.966 votos.[30]
Em novembro de 2017, durante a realização da COP 23 em Bonn, na Alemanha, Sônia Guajajara declarou que a presença da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no evento, do qual era integrante, só foi possível graças ao financiamento de ONGs como a Fundação Ford, dos EUA.[32][33][34]
Em 2017, na “Carta por uma candidatura indígena, anticapitalista e ecossocialista”[24], Sônia Guajara se declarou ecossocialista e defendeu a ideia de que a contradição capital-natureza é estruturante em nossa sociedade.[35] Ela também criticou a direita tradicional brasileira e também ao modelo neoliberal desenvolvimentista realizado pelos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) nos seus 13 anos de governo.[35]
Sônia Guajajara, chamada de “Soninha” por amigos e familiares, é mãe de Yaponã, 22 anos, Mahkai, 20, Ywara, 16, e Intaniara, que morreu de hepatite aos 2 anos. Foi casada por 18 anos com Lindomir, pai de seus filhos, de quem se separou em 2014.[15]