O Piripkúra é uma língua da família linguística tupi-guarani, pertencente ao tronco tupi. É falada pelos piripkuras da Terra Indígena Piripkura, no noroeste do estado brasileiro de Mato Grosso.[1]
Demografia
Os Piripkúra foram contactados em 1984, e outra vez em 2007 (Aguilar 2015: 135).[1]
Há três sobreviventes Piripkura:[2]
- Dois homens chamados Tikum e Monde’i. Vivem em isolamento voluntário no norte de Mato Grosso, na Terra Indígena Piripkura.
- Uma mulher chamada Rita Piripkura (ou Rita Kawahiva[3]), casada com um homem Karipúna em Rondônia (Denófrio, 2013, p.11[4]).[1]
Segundo Christ 2009, p. 130:[3]
[O Piripkura] é um grupo Tupi Kawahib localizado entre os rios Branco e Madeirinha, afluentes da margem esquerda do rio Roosevelt, nos municípios de Colniza e Rondolândia (MT). São conhecidos pela denominação Piripkúra, dada pelos seus vizinhos Gavião-Ikoleng, do povo Mondé e significa borboleta, mariposa. ... Uma integrante
do grupo, Rita Kawahiva, informou que o grupo era de dez a quinze pessoas.
Classificação
O Piripkúra pertence ao complexo linguístico Kawahíwa.[1]
Segundo Ana Cabral (2009: 8), a língua Piripkúra "apresenta características que, por um lado a aproxima do Uru-Eu-Wau-Wau, do Amondáwa e do Karipúna, mas possui outras características que a aproximam do grupo Parintintín, Jiahói e Tenharim."[1]
Vocabulário
Algumas palavras Piripkura segundo a informante Rita Piripkura (Santos, Candor & Cabral 2017):[2]
Animais
Alguns nomes de animais:[2]
Plantas
Alguns nomes comuns de plantas:[2]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d e AGUILAR, Ana Maria Gouveia Cavalcanti. Contribuições para os estudos histórico-comparativos sobre a diversificação do sub-ramo VI da família linguística Tupí-Guaraní. 2015. 223 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015. (PDF)
- ↑ a b c d Santos Júnior, T. da S., Candor, J. C., & Cabral, A. S. A. C. (2017). Uso de recursos naturais pelos Índios Piripkura no Noroeste de Mato Grosso: uma análise do Conhecimento Ecológico Tradicional no contexto da política expansionista do Brasil na Amazônia Meridional. Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 8(2), 73-104. https://doi.org/10.26512/rbla.v8i2.16301 (PDF)
- ↑ a b CHRIST, C. L. Grupos de indígenas isolados no Mato Grosso. In: Relatório 2009: violência contra os povos indígenas no Brasil. Brasília: CIMI, 2009, p.132-141. Acesso em: out. 2015.
- ↑ DENÓFRIO, J. P. M. La mort est dans la vie: contre-métamorphose et ascension Kagwahiva. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), París: École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), 2013.
Bibliografia
- AZANHA, Gilberto. 2006. Relatório antropológico de identificação de delimitação da Terra Indígena Kawahíwa do Rio Pardo. Relatório técnico elaborado sob a coordenação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Disponível na biblioteca da Diretoria de Assuntos Fundiários da FUNAI.
- DENÓFRIO, J. P. M. Breve contribuição etnográfica sobre os Kagwahiva: O Coletivo Piripkúra. Relatório – Etnologia e Antropologia Social. FUNAI, 2012.
- DENÓFRIO, J. P. M. La mort est dans la vie: contre-métamorphose et ascension Kagwahiva. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), París: École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), 2013. (em francês)
Ligações externas