Esta interface situa-se na localidade de Pinhão, tendo acesso pelo Largo da Estação.[3]
Infraestrutura
Em Janeiro de 2011, possuía duas vias de circulação, ambas com 284 m de comprimento, e duas plataformas, com 145 e 198 m de comprimento, e 45 cm de altura; existia igualmente um sistema de informação ao público, prestado pela Rede Ferroviária Nacional.[4] Em Outubro de 2004, podiam-se efectuar aqui manobras.[5] Nesta data a estação era classificada como de tipologia D,[5] entretanto promovida a C.[6] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Barca d’Alva).[7]
Azulejos
A estação encontra-se totalmente decorada com azulejos, que retratam paisagens e actividades tradicionais da região, especialmente o cultivo das vinhas.[8] Este tema relacionava-se directamente com a estação, que se afirmou como um dos principais entrepostos para o transporte do vinho.[9] Os azulejos foram produzidos pela Fábrica Aleluia de Aveiro.[8]
Uma lei de 2 de Julho de 1867 autorizou o governo a construir e explorar uma via férrea entre o Pinhão e a cidade do Porto,[11] e um decreto de 14 de Junho de 1872 ordenou a realização de estudos para o traçado da Linha do Douro até ao Pinhão, que devia acompanhar parcialmente o percurso do Rio Sousa, passando por Penafiel.[12] A via férrea chegou ao Pinhão em 1879,[13] mas o troço entre Ferrão e o Pinhão só entrou ao serviço em 1 de Junho de 1880.[14] Em 1881, iniciou-se a construção do troço seguinte, até Tua,[13] que entrou ao serviço em 1 de Setembro de 1883.[14]
Século XX
Em 1901, o conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado ordenou a realização de um estudo sobre as ligações rodoviárias às suas estações e apeadeiros, onde se apontou que ainda faltavam concluir vários lanços de estrada até à gare ferroviária do Pinhão: na margem direita, a Distrital n.º 51, que vinha de Sabrosa, e a Distrital n.º 52, que se cruzava com a anterior em Provesende, enquanto que na margem esquerda estava por concluir um ramal da Estrada Real n.º 14, que passava por Tabuaço, Sendim e Moimenta da Beira, e cruzava com a Estrada Real n.º 34 perto da foz do Rio Távora.[15] Também já tinha sido contratada a construção da ponte rodoviária do Pinhão.[15] Em 28 de Outubro de 1903, o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria autorizou a distribuição de vários valores para financiar a construção de estradas de acesso a várias estações, incluindo a conclusão da Estrada Distrital n.º 51.[16]
Em 1913, existia uma carreira de diligências ligando a gare do Pinhão a Alijó, por Favaios.[17]
A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 1 de Janeiro de 1935 noticiou que tinham sido submetidas à assinatura ministerial várias portarias sobre obras em caminhos de ferro, incluindo a adjudicação da empreitada de alargamento do pátio, na gare do Pinhão.[18] Igualmente em 1935, o Instituto da Vinho do Porto ofereceu os azulejos para forrar a estação,[8] que foram colocados em 1937.[19] Em 17 de Junho de 1936, o Ministério das Obras Públicas aprovou o auto de recepção definitiva da empreitada de alargamento do pátio exterior,[20] e esse ano também foram feitas grandes obras de reparação na estação.[21]
Em 1992, o mestre Fernando Gonçalves fez vários trabalhos de restauro, no âmbito de grandes obras de reparação na estação.[8]
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
MARTINS, Conceição; BARRETO, António (1990). Memória do Vinho do Porto. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 508 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. 3. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN972-42-1225-4
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
VIEGAS, Francisco (1988). Comboios Portugueses: Um Guia Sentimental. Lisboa: Círculo de Leitores. 185 páginas
↑«Parte Official»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (382). 16 de Novembro de 1903. p. 377-378. Consultado em 16 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 12 de Fevereiro de 2018 – via Biblioteca Nacional de Portugal
↑«Parte Oficial»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1165). 1 de Julho de 1936. p. 370-372. Consultado em 29 de Outubro de 2018 – via Hemeroteca Digital de Lisboa