Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador (frequentemente referida apenas como União da Ilha) é uma escola de samba da cidade do Rio de Janeiro. Foi fundada em 7 de março de 1953 pelos amigos Maurício Gazelle, Quincas e Orphylo, que estavam na Estrada do Cacuia, principal local de desfile do carnaval da Ilha do Governador, assistindo à apresentação de pequenas escolas de samba e blocos de vários bairros da Ilha. Foi quando decidiram que o bairro do Cacuia deveria ter uma escola de samba que o representasse. Atualmente, a escola está sediada na Estrada do Galeão, no bairro do Cacuia.[2][4] Em 2024, a escola foi declarada patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Rio de Janeiro.[5]
O carnaval da região era festejado com banhos de mar à fantasia e os desfiles dos ranchos carnavalescos (dentre os mais conhecidos estavam o Caprichosos da Ilha, o Embaixadores da Folia, a Nova Embaixada e o Recreio da Ilha).[7] Mesmo com a inauguração da Ponte do Galeão e o sistema de transportes de barcas, era caro e difícil participar do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro.[7][8] Com isso, a Ilha do Governador tinha o seu próprio concurso. O desfile era realizado na Estrada do Cacuia, e contava com a participação das escolas de samba Império da Ligação, Paraíso Imperial, Unidos da Cova da Onça e Unidos da Freguesia.[8][7]
São comuns, nos sambas da escola, citações e referências à Ilha do Governador, assim como expressões que simbolizam o ato de atravessar a Baía de Guanabara, da Ilha ao Centro da cidade, como nos sambas de 1982 ("A minha alegria atravessou o mar / E ancorou na passarela"); 1990 ("Sonhando o mar atravessei"); 1992 ("Sou mais minha Ilha / Tu és meu amor / Em ti me planto / Ilha do Governador"); 1999 ("Assim a Ilha vem pra festa / Atravessando o mar azul"); entre outros.[2][1]
Nome, cores e apadrinhamento
O nome (União) e as cores (azul, vermelho e branco) foram herdados do time de futebol dos fundadores, o União Futebol Clube. A escola alterou o seu nome para "União da Ilha do Governador" apenas em 1960, quando foi aprovada para participar dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.[7]
Em 1958, então penta-campeã do carnaval da Ilha, a União procurava uma escola para lhe apadrinhar. A Portela estava no auge de sua popularidade, conquistando naquele mesmo ano, o seu décimo terceiro título no carnaval carioca e tinha a preferência dos torcedores da União para batizar a escola. Além disso, Paulo Amargoso, vice-presidente da União, tinha vários amigos na Portela. Em um determinado dia do ano de 1958, um grupo de sambistas da União foi à Portela formalizar o pedido. Na quadra da escola, foram recebidos por Natal, que aceitou a incumbência e marcou a data de batismo. No dia marcado, foi a vez da Portela comparecer à quadra da União para a cerimônia de batizado. Participaram da confraternização o compositor Monarco; o casal de mestre-sala e porta-bandeira portelense, Benício e Vilma Nascimento; além de Natal. Na ocasião, Aurinho da Ilha e Didi fizeram uma composição para registrar o momento.[9] A União da Ilha também cita a Portela em seu samba-enredo de 1980, no trecho "Obrigado madrinha Portela / Que me ajudou a caminhar".[2]
Bandeira e Brasão
A bandeira, ou pavilhão, da escola possui dezesseis raios de cores intercaladas (quatro azuis, quatro vermelhos e oito brancos), partindo do brasão da escola (que se encontra ao centro) em direção às extremidades da bandeira. O modelo foi implantado no desfile de 1987, e desde então teve pequenas variações de ano a ano, como por exemplo, a disposição dos raios azuis e vermelhos, ora intercalados com os raios brancos, ora em duplas com um raio branco ao meio. O pavilhão original da escola era liso, de cor branca, com o brasão da escola ao centro. Após a troca em 1987, ainda foi carregado pelo segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação durante alguns desfiles.[9]
O brasão da escola foi redesenhado em 1970 pelo então carnavalesco da agremiação, Edson Machado, e pelo diretor Paulinho Barbudo, sendo utilizado pela primeira vez no carnaval de 1971, na estreia da agremiação no Grupo 2. Seguindo os preceito da heráldica, o brasão consiste em um escudo, com uma faixa branca diagonal, tendo em seu interior a inscrição "União". A faixa branca divide o escudo em dois lados. O lado superior, de cor vermelha, tem o desenho de uma lira dourada, que representa a música. O lado inferior, de cor azul, tem o desenho de um cavalo-marinho dourado, representando o mar da Ilha do Governador. Ramos de louro dourados circundam o brasão na parte inferior. Mais abaixo, a inscrição "da" e uma faixa branca com a inscrição "Ilha do Governador". Acima do brasão, uma águia, representando a Portela, escola-madrinha da União. E mais acima, a inscrição "G.R.E.S." (Grêmio Recreativo Escola de Samba). As cores das letras das inscrições e a estilização dos desenhos representados no brasão costumam sofrer pequenas variações a cada ano.[9] Algumas fontes afirmam que o desenho da águia teria sido ideia de Natal da Portela.[1] Outras fontes afirmam que a ideia foi do carnavalesco Edson Machado.[9] O brasão original da agremiação continha menos detalhes. Consistia em um escudo com três listras, nas cores da escola, e a inscrição "G.R.E.S.U.I.G." (Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador).[9]
História
Apesar de sediar o desfile de carnaval, Cacuia não tinha nenhuma escola de samba representante. O bairro possuía um time de futebol, o União Futebol Clube.[10] A equipe tricolor, de cores azul, vermelho e branco, era comandada pelo técnico Maurício Gazelle. Seus jogadores moravam na Ilha e disputavam campeonatos locais.[7] Na terça-feira de carnaval, 5 de março de 1953, os amigos Maurício Gazelle, Joaquim Lara de Oliveira ("Quincas") e Orphilo Bastos acompanhavam os desfiles das escolas de samba da Ilha do Governador, na Estrada do Cacuia, quando tiveram a ideia de fundar uma escola que congregasse o time e os torcedores do União Futebol Clube e que representasse o bairro do Cacuia - até então sem escola de samba.[11] O trio apresentou a sugestão aos outros colegas do time e marcaram uma reunião para discutir a proposta.[2][1]
A Escola de Samba União (mais tarde, União da Ilha do Governador) foi fundada em 7 de março de 1953, durante uma reunião no armazém de Maurício Gazelle, na Rua Itapissuma, número 252.[7] Segundo a ata de fundação da escola, cerca de 231 sambistas estiveram presentes no armazém, sendo que 59 se comprometeram a pagar uma taxa associativa para ajudar a custear a nova escola de samba.[7] Os 59 sócios-fundadores da agremição foram: Maurício Taufie Gazelle; Orphilo Bastos; Joaquim Lara de Oliveira; Paulo Amargoso; Julio Taufie Gazelle; Avelino de Souza; Josino Duarte; Dázio de Almeida Vasconcellos; Cláudio Macedo; Ary Nogueira da Silva; Sebastião Pinheiro; Olindo da Cruz; Albino Francisco da Rocha; Moysés da Silva; Jorge Pereira de Paula; Erotildes F. Peçanha; João Teles de Menezes; Wilson Sada; João Teles de Menezes Junior; Hélio da Silva; Floriano Silva Pereira; Antônio Ignácio Paquier; Zadival de Oliveira; Nicolau Tolentino da Costa; Guaracy Teles de Menezes; Gileno Ferreira; Setembrino Vieira de Mello; Wilson Vinhais; Branco Dante Arpino; Antônio Diniz; João Monteiro de Almeida; Sebastião Antônio de Souza; Floriano de Souza; Altair da Silva; Euzébio dos Santos; Wanderley Paulo da Costa; Honório José Barbosa; João de Souza Costa; Rubens de Oliveira; Victor Leitão; Eliseu Silva; Manoel Pereira; Walter Leitão; Joel S. Silva; Porcino Soares dos Santos; Edno Pessoa Marques; Lano Pessoa Marques; Wilson Ferreira Brito; Ary Gonçalves; José Narciso Gomes da Vinha; José Francisco de Azevedo; Hélio Gomes da Purificação; José Ignácio dos Anjos; Hugoneles A. Cunha; Egídio Gomes da Purificação; Jorge Ignácio dos Anjos; Ely Ferreira; José Taufie Gazelle e Walter da Silva Mattos.[12] Na mesma reunião, Maurício Gazelle foi eleito o primeiro presidente da agremiação e Paulo Amargoso foi eleito o vice-presidente.[7]
A União da Ilha do Governador manteve-se algum tempo entre o segundo e o terceiro grupos e em 1974, quando foi campeã do segundo grupo, obteve o acesso ao grupo principal, a partir do ano seguinte.
De 1977, com o enredo Domingo, a 1980, quando ficou em segundo lugar com o enredo Bom, Bonito e Barato, a União da Ilha fez bons desfiles. O samba É hoje (1982), é um dos mais conhecidos e regravados da história do Carnaval. A escola levou para a Sapucaí desfiles leves, baratos e animados. Esta seria a marca registrada da União da Ilha, mantida até hoje. Suas fantasias costumam ser leves, sem grandes esplendores, facilitando o desfile para o componente. A escola também consegue uma boa comunicação com o público, sendo consideradas uma das mais simpáticas do carnaval carioca. O Amanhã, foi o samba-enredo de 1978 e, neste mesmo ano, foi gravado por Elizeth Cardoso, mas foi com a primeira gravação de Simone, em 1983 (CD Delírios e Delícias e regravada no CD Simone ao vivo), que ela se popularizou.
Nos anos mais recentes, o desfile mais lembrado da União da Ilha foi em 1989. O samba-enredo Festa profana trazia o refrão "Eu vou tomar um porre de felicidade, vou sacudir eu vou zoar toda cidade". Este samba é cantado até hoje nos quatro cantos do país. Naquele ano, a escola ficou em terceiro lugar. Acredita-se que a escola teria perdido o carnaval pelo fato da bateria ter desfilado sem chapéus.
Em 1991, a escola fez uma homenagem a Didi, o poeta que ganhou 22 disputas de samba-enredo. O samba trazia os versos "Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre, que eu tô feliz" e "Bebo vem bebo vai, que nem maré, balança mas não cai, boêmio é", além de frases como "Garçom, garçom bota uma cerva bem gelada aqui na mesa". Sem sombra de dúvida, um grande carnaval sob a voz do grande mestre Aroldo Melodia.
O último bom resultado foi obtido em 1994, com "Abrakadabra", em que chegou em quarto lugar, sua última participação no Desfile das Campeãs. Desde então, não vem obtendo boas colocações.
1995 foi o último ano de Aroldo Melodia como intérprete e fora isso a Ilha acabou não tendo o mesmo resultado do ano anterior, ficando na 9ª colocação. No ano seguinte Aroldo teve um derrame, e o intérprete passa a ser seu filho, Ito Melodia, que tem o mesmo timbre de voz do pai.
Em 1997 a Ilha vem falar da cidade maravilhosa um sonho de Pereira Passos, mais a Ilha não foi feliz na parte do abre alas, não veio e a falta de dinheiro que já atingia várias escolas como a Estácio de Sá que caiu naquele ano. Resumindo, a Ilha ficou em 12º lugar, quase caindo para o acesso A. Muitos críticos, condenaram a escolha desse enredo, porque o ex-Prefeito Pereira Passos expulsou grande parcela da população carente de sua época do centro da cidade e sendo as escolas de samba fruto da criação desse segmento da população homenagear essa personalidade não seria algo confortável.
Em 1998 Ito Melodia deixa a escola, entrando no seu lugar Rixxah, ex-Portela. A União falou de Fatumbi, a Ilha de Todos os Santos. Porém um dos índios da segunda alegoria despencou antes do começo do desfile por causa de um adereço pesado e uma rachadura no pescoço do adereço, fazendo com que a escola fosse prejudicada. Nesse ano a Ilha ficou em 9º lugar com 255,0.
Em 1999 a Ilha sofre um incêndio no seu barracão perto do carnaval. Mesmo assim refez os carros e conseguiu desfilar, ficando na 10ª colocação com total de 253,0.
Em 2000, com "Pra não dizer que não falei das flores", a União da Ilha chegou em oitavo lugar, abordando um dos períodos mais nebulosos dos 500 anos do Brasil: a ditadura militar, de 1964 a 1985.
Em 2001 trazendo Wander Pires como Intérprete, apresentou o Enredo "A União Faz a Força", apesar do desfile empolgante, a precariedade de algumas alegorias, fez com que a escola ficasse no penúltimo lugar, apenas a frente da Paraíso do Tuiuti que também foi rebaixada naquele ano.
Em 2002, de volta ao grupo de Acesso, falando sobre a cidade de Duque de Caxias, fez um belo desfile, e foi bastante elogiada, mas não conseguiu atingir a primeira colocação permanecendo no Acesso, inclusive tendo desfilado no mesmo grupo com a sua coirmã menor Boi da Ilha, tendo também a volta do intérprete Ito Melodia para a Escola.
Em 2003, homenageando a escritora Maria Clara Machado, candidata ao título, consegue apenas o vice campeonato.
De 2004 a 2008 teve altos e baixos com a falta de recursos, fazendo desfiles para se manter. Apesar disso, em 2005 conquistou o vice-campeonato do Acesso A.
Em 2008, mesmo sem muitos recursos, a escola fez um desfile de garra, e reeditou o É hoje, o que lhe valeu a quinta colocação.
Em 2009, a escola insulana escolheu o enredo "Viajar é preciso - viagens extraordinárias através de mundos conhecidos e desconhecidos", do carnavalesco Jack Vasconcelos, sagrando-se campeã do carnaval do Grupo de Acesso A com 239,9 pontos, voltando após o seu rebaixamento em 2001, ao Grupo Especial em 2010.
Após 9 anos no Grupo de Acesso a União da Ilha voltou ao Grupo Especial.
Para 2010, contratou a carnavalesca Rosa Magalhães, e apresentou um enredo que falava do famoso personagem da literatura espanhola, Dom Quixote de La Mancha. Em sua disputa interna de sambas de enredo, a escola optou por fundir duas composições finalistas, pegando por base o samba de Grassano, Gabriel Fraga, Márcio André Filho, João Bosco e Arlindo Neto, e juntando com segundo refrão da parceria de Gugu das Candongas, Marquinho do Banjo, Barbosão, Ito Melodia e Léo da Ilha ("nesse feitiço/ tem castanhola/ a bateria hoje deita e rola").[13] Algumas modificações nas letras e melodia foram feitas para harmonizar o samba, uma vez que logo o seu anúncio, os comentaristas em geral criticaram a fusão, embora elogiassem a qualidade do samba.[14][15] No dia do desfile, a frente da bateria, junto com a rainha Bruna Bruno, veio também, como madrinha, Luciana Picorelli. Abrindo o desfile do grupo especial, o carnaval da Ilha foi parcialmente ofuscado por alguns problemas nos carros alegóricos. A escola terminou em 11º lugar, escapando de um novo rebaixamento.
No carnaval de 2011 a União da Ilha apresentou o enredo O Mistério da Vida, que conta sobre a evolução das espécies e sobre o cientista inglês Charles Darwin. A escola teve como carnavalesco Alex de Souza, advindo da Vila Isabel. Dias antes do desfile de 2011, o barracão da União da Ilha, que fica localizado na Cidade do Samba, sofreu um incêndio de grandes proporções que atingiu também os barracões da Portela e da Grande Rio, além do galpão da LIESA. Apesar do incêndio, e de não ter sido julgada, a escola apresentou um desfile grandioso. Seus componentes desfilaram como que se tivessem disputando a briga pelo título. Neste ano a escola conquistou, além da simpatia do público, três troféus Estandarte de Ouro, promovido pelo Jornal O Globo, nas categorias Melhor Escola do Grupo Especial, Melhor Enredo e Melhor Intérprete com Ito Melodia.
Em 2012 a União da Ilha contou novamente com o carnavalesco Alex de Souza e teve como tema a cidade de Londres, sede das Olimpíadas de 2012. O título do enredo foi: "De Londres ao Rio: Era uma vez... uma Ilha". O enredo foi baseado na cultura britânica e nas olimpíadas de 2012, fazendo uma alusão aos jogos olímpicos de 2016 a serem realizados no Rio de janeiro. De acordo com o carnavalesco, a escola se apresentou de forma lúdica e literária, e fez uma versão bem carioca dessa festa. A comissão de frente da Ilha protagonizou um momento histórico ao unir Maria Augusta, ex-carnavalesca da escola, e o folclórico gari Renato Sorriso. O grupo representou a guarda real da monarquia britânica, fazendo uma brincadeira entre o rígido protocolo militar e o suingue do samba carioca. Uma grande sacada do carnavalesco Alex de Souza, que simplesmente arrebatou o público e conquistou para a escola o troféu Estandarte de Ouro na categoria melhor Comissão de Frente. Apesar do bom desempenho, a escola terminou o campeonato de 2012 em oitavo lugar.
No ano de 2013, a escola apresentou o enredo "Vinícius, no Plural. Paixão, poesia e Carnaval", uma homenagem ao poeta Vinícius de Moraes.[16]
Em 2014, a escola levou para avenida o enredo: É Brinquedo, é brincadeira. A Ilha vai levantar poeira!.[17] A Escola Surpreendeu a todos fazendo um lindo desfile e sendo apontada com fortíssima candidata ao sábado das campeãs. Na Apuração a expectativa se concretizou, a Ilha ficou em quarto lugar, à frente de escolas tradicionais como Beija-Flor, Imperatriz e Mangueira, e ainda liderou no início da apuração. No fim ficou melhor do que o esperado, e parece que a ilha voltou a ser a escola dos anos 80 e início de 90.
Antes do carnaval 2014, a tricolor da Cacuia, assim como a sua madrinha Portela, já definiu o enredo pra 2015, que será sobre os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.[18] Algum tempo depois mudou seu tema para ''Beleza Pura?'' Que trata da forma de se enxergar a beleza.ficando muito aquém do ano passado, ao ficar na 10ª colocação.
Depois do carnaval, a escola que definiu seu enredo de 2016, antes do carnaval 2015, que será sobre os Jogos Olímpicos, no qual apos a saída de Alex de Souza, apostou no retorno de Paulo Menezes e Jack Vasconcelos, como carnavalesco, e teve a mudança de rainha de bateria onde após 11 anos à frente da bateria. Bruna Bruno abdicou-se do trono e foi substituída pela bela Bianca Leão. Em um desfile muito abaixo do esperado a escola terminou na 11ª colocação.
Para 2017 a União da Ilha mexeu bastante em seu time. Trouxe o carnavalesco Severo Luzardo, além de Carlinhos de Jesus para coreografar a comissão de frente e ainda o casal Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, para defender o pavilhão da escola. Com o enredo que retomava a temática afro, Nzara Ndembu - Glória ao senhor tempo, a escola apresentou uma mensagem poética sobre as relações do tempo com o universo. Apesar da oitava colocação, a escola foi destaque pelo luxo nas fantasias e alegorias. Foi agraciada com o Estandarte de Ouro como melhor Bateria, prêmio esse que não vinha para a escola desde 1989, melhor interprete com Ito Melodia e melhor comissão de frente.
Em 2018, a Ilha levou à avenida o enredo que homenageou a culinária brasileira, assinado pelo carnavalesco Severo Luzardo. Com um desfile bastante elogiado pelos quesitos plásticos e pela excelente bateria, sob o comando do Mestre Ciça, a escola amargou apenas a 10ª colocação, pondo fim ao sonho de voltar no sábado das campeãs. Foi o ano de despedida do presidente Ney Fildardi, que deixou a gestão da escola após 9 anos.[19] Em abril, o compositor Djalma Falcão é eleito o novo presidente da escola.
Para o carnaval de 2019, o enredo apresentado foi "A peleja poética de Rachel e Alencar no avarandado do céu" que homenageou o estado do Ceará através de um encontro fictício entre os autores Rachel de Queiroz e José de Alencar. Com mais um ótimo trabalho plástico do carnavalesco Severo Luzardo e com a bateria garantindo pontuação máxima, a Ilha foi destaque na segunda noite de desfiles. Na apuração final, terminou apenas em 10º lugar.[20]
Para o carnaval de 2020, a Ilha manteve sua equipe. Em abril de 2019, Dudu Azevendo deixa a direção de carnaval da escola para ingressar na Beija-Flor. Com isso, em maio, é anunciado a chegada de Laíla para a direção de carnaval e de harmonia, além do carnavalesco Fran Sérgio, para trabalhar ao lado de Severo.[21] Fato que não se concretizou. Após a chegada da dupla, Severo Luzardo deixa a escola.[22] No final de maio, Cahê Rodrigues foi anunciado[23] e passando a integrar a Comissão de Carnaval[24] com os carnavalescos da escola-mirim Cavalinhos Marinhos da Ilha (Larissa Pereira, Anderson Netto e Allan Barbosa) e acrescentando Felipe Costa, que foi estagiário na Beija-Flor.
Com o enredo "Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!", a escola retratou a vida nas favelas e os problemas sociais contemporâneos. Com problemas em um carro alegórico a escola estourou o tempo máximo de desfile, sendo penalizada. Após a apuração das notas, terminou em último lugar, sendo rebaixada a Série A, após 11 anos desfilando no Grupo Especial.[25]
Em março de 2020, a União divulgou sua equipe para a disputa do acesso no carnaval seguinte. Ito Melodia segue como interprete, assim como Mestre Keko e Marcelo a frente da Baterilha. Dandara formará dupla com Raphael Rodrigues, ex-Vila Isabel. Já Priscilla Mota e Rodrigo Negri assumem a Comissão de Frente.[26]Severo Luzardo retorna a escola para assinar como carnavalesco ao lado de Cahê Rodrigues. Para a direção de carnaval e harmonia, Dudu Azevedo e Wilsinho Alves voltam à Ilha.[25]
No final de outubro de 2020, a Ilha anunciou que reeditará "Fatumbi - A Ilha de Todos os Santos", enredo defendido em 1998 pela escola que homenageou Pierre Verger, fotógrafo e babalaô.[27] A escolha foi confirmado pelo presidente da União, Djalma Falcão, após muita especulação. Anteriormente, era dado como certo que a tricolor insulana reeditaria "Festa Profana", fato que não se concretizou.[28]
Em abril de 2021, Ney Filardi foi eleito para retornar à presidência da União. Na oportunidade confirmou que a escola não reeditará "Fatumbi", ao contrário do que havia sido anunciado pela tricolor insulana.[29] O enredo escolhido pela escola para o carnaval de 2022 foi "O vendedor de orações", buscando homenagear Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.[30] A escola fez um desfile muito elogiado pela crítica especializada, sendo colocada como candidata ao título. Na apuração, porém, a escola terminou apenas em terceiro lugar. Foi o último trabalho do carnavalesco Severo Luzardo, morto pouco antes do desfile, em março de 2022.
No carnaval de 2023, a União completou 70 anos e homenageou sua história juntamente a celebração do centenário da sua madrinha Portela. Com o enredo "O encontro das Águias no templo de Momo", a escola terminou apenas na sexta colocação do Acesso. A escola sofreu com problemas nas fantasias, chegando a desfilar com duas alas incompletas.[31][32]
2024: "Doum e Amora: Crianças para Transformar o Mundo!"
Para 2024, a Ilha apresenta um enredo afro e infantil, "Doum e Amora: crianças para transformar o mundo", inspirado no livro "Amoras", de Emicida, a escola aposta numa temática antirracista. Com um desfile bastante elogiado pela crítica especializada, amargou apenas a 7ª colocação após a apuração das notas.[33][34] Após o carnaval, o carnavalesco Cahê Rodrigues anunciou a saída da escola após quatro carnavais. O interprete Nêgo e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete também deixaram a agremiação. Em abril houve eleições para o comando da União da Ilha. Ney Filardi foi reeleito presidente até 2026, derrotando Marinho Maia, candidato pela oposição.[35]
2025: "BA-DER-NA! Maria do Povo"
Após as eleições, a União da Ilha começou a montagem da equipe para o carnaval de 2025. A escola contratou o intérprete Tem-Tem Jr., egresso do Império Serrano, e o carnavalesco Marcus Ferreira, dispensado pela Mocidade Independente de Padre Miguel.[36] David Sabiá e Fernanda Lhove foram contratados para ocuparem o posto de primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação. O enredo escolhido para 2025 foi "BA-DER-NA! Maria do Povo", sobre a história da bailarina italiana Marietta Baderna.
"Folias de Caxias - De João a João... É o Carnaval da União!" (Compositores do samba: Maurício 100, Carlinhos Fuzil, Ronaldo Maiato, Muca, Ronald, Niva e Régis)
"Chega em Seu Cavalinho Azul Uma Bruxinha Boa. A Ilha Trouxe do Céu Maria Clara Machado" (Compositores do samba: Marcio André, Almir da Ilha, Miguel e Roxinho)
"Com Pandeiro ou sem Pandeiro... Eu Brinco. Com Dinheiro ou sem Dinheiro... Eu Também Brinco!" (Compositores do samba: Tote, Tino Ayres, Miguel e Carlinhos do Sete)
"Das Veredas dos Trilhos a Um Sonho de Fé... A Ilha Traz a Conquista do Pináculo, Corcovado Tentação" (Compositores do samba: Djalma Falcão, Bicudo e Marco Moreno)
"Das Minas Del Rei São João" (Compositores do samba: Maurício Maia, Ricardo Grassano, Carlinhos Fuzil, Niva, Muca, Alberto Varjão, Carlinhos Daninho, Adilson Cobra Criada, Bebeto do Arrastão e Pinto)
"Viajar É Preciso - Viagens Extraordinárias Através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos" (Compositores do samba: Gugu das Candongas, Léo da Ilha, Sardinha, Rafael Bronze, Marcinho, Marquinhus do Banjo e Ito Melodia)
"Dom Quixote de La Mancha, o Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis" (Compositores do samba: Grassano, Gabriel Fraga, Márcio André Filho, João Bosco, Arlindo Neto, Gugu das Candongas, Marquinhus do Banjo, Barbosão, Ito Melodia e Léo da Ilha)
"De Londres ao Rio: Era Uma Vez... Uma Ilha" (Compositores do samba: Carlinhos Fuzil, Fabiano Fernandes, Aloisio Villar, Cadinho, Roger Linhares, Alberto Varjão, Allan, Eduardo, Márcio André Filho e Marquinhus do Banjo)
"Vinícius, no Plural. Paixão, Poesia e Carnaval" (Compositores do samba: Ginho, Júnior, Vinícius do Cavaco, Eduardo Conti, Professor Hugo e Jair Turra)
"É Brinquedo, É Brincadeira. A Ilha Vai Levantar Poeira!" (Compositores do samba: Paulinho Poeta, Régis, Gabriel Fraga, Carlinhos Fuzil, Canindé e Flávio Pires)
"Olímpico por Natureza. Todo Mundo se Encontra no Rio!" (Compositores do samba: Marquinhos do Banjo, Cap. Barreto, Miguel, Roger Linhares, Paulo Guimarães, Dr. Robson, Jamiro Faria e Gugu das Cadongas)
"Nzara Ndembu - Glória ao Senhor Tempo" (Compositores do samba: Marinho, Lobo Junior, Felipe Mussili, Beto Mascarenhas, Dr. Robson, Rony Sena, Marcelão e MM)
"Brasil, Bom de Boca" (Compositores do samba: Ginho, Marcelão da Ilha, Flavinho Queiroga, Júnior, Thiago Caldas, John Bahiense, André de Souza e Prof. Hugo)
"A Peleja Poética Entre Rachel e Alencar no Avarandado do Céu" (Compositores do samba: Myngal, Marcelão da Ilha, Roger Linhares, Marinho, Cap. Barreto, Eli Doutor, Fernando Nicola e Marco Moreno)
“Nas Encruzilhadas da Vida, Entre Becos, Ruas e Vielas, a Sorte Está Lançada: Salve-se Quem Puder!” (Compositores do samba: Marcio André, Marcio André Filho, Rafael Prates, J Alves, Daniel e Marinho)
"O Vendedor de Orações" (Compositores do samba: Marquinhus do Banjo, Gugu das Candongas, Márcio André Filho, Rafinha da Ilha, Júnior Nova Geração, Romeu Almeida, Mikaiá e Almir da Ilha)
"O Encontro das Águias no Templo de Momo" (Compositores do samba: Noca da Portela, Almir da Ilha, Diogo Nogueira, Ciraninho, Queiroga, Claudio Gaspar, Nilton Carvalho, Valter, Emerson Xumbrega e DG)
"Doum e Amora: Crianças para Transformar o Mundo!" (Compositores do samba: André de Souza, John Bahiense, Ricardo Castanheira, Leandro Pereira, Leandro Augusto, Júlio Assis, Flávio Stutzel e Vagner Alegria)
"BA-DER-NA! Maria do Povo" (Compositores do samba: Romeu D`Malandro, Diego Nicolau, Carlinhos Fuzileiro, Geraldo M. Felicio, Inaldo Botelho, Richard Valença, Paulo Beckham, Fernando Tetê, Fábio Sol e Igor Leal)
Lucas Martins, Marcelo Marques, Nancy Martins e Vinícius Nogueira
2022
Lucas Martins e Marcelo Marques
2023
Lucas Martins
2024-presente
Cavalinhos Marinhos da Ilha
Em 2014, a União da ilha fundou a escola de samba mirim Cavalinhos Marinhos da Ilha, a primeira desse tipo da Ilha do Governador, que estreiou no carnaval de 2016,[259] inicialmente pleiteando se filiar a AESM-Rio. mas como o desfile das escolas mirins já estava com o número definido de escolas, fez com que essa escola de samba mirim desfilasse pelas ruas da Ilha do Governador.
Bibliografia
Baltar, Anderson; Leal, Eugênio; Dattoli, Vicente (2017). As Primas Sapecas do Samba - Alegria, Crítica e Irreverência na Avenida 1.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Terra. ISBN978-85-61893-42-2
Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. ISBN978-85-87199-17-1
Diniz, André (2012). Almanaque do Samba - A história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir 1.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar. ISBN978-85-37808-73-3
Diniz, André; Cunha, Diogo (2014). Na Passarela do Samba - O Esplendor das Escolas em 30 anos de desfiles de carnaval no Sambódromo 1.ª ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra. ISBN978-85-7734-445-1
Gomyde Brasil, Pérsio (2015). Da Candelária à Apoteose - Quatro décadas de paixão 3.ª ed. Rio de Janeiro: Multifoco. ISBN978-85-7961-102-5
Neto, Paulo (2011). Espelho Meu - Um estudo sobre a União da Ilha 1.ª ed. Rio de Janeiro: Torre. ISBN978-85-7961-297-8
↑ abcdefghBaltar, Anderson; Leal, Eugênio; Dattoli, Vicente (2017). As Primas Sapecas do Samba - Alegria, Crítica e Irreverência na Avenida 1.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Terra. pp. 26–29. ISBN978-85-61893-42-2
↑ abcdeBaltar, Anderson; Leal, Eugênio; Dattoli, Vicente (2017). As Primas Sapecas do Samba - Alegria, Crítica e Irreverência na Avenida 1.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Terra. pp. 72–75. ISBN978-85-61893-42-2
↑«Sócios-fundadores da escola». Site Oficial da União da Ilha do Governador. Consultado em 7 de agosto de 2008. Arquivado do original em 7 de agosto de 2018