A Estação Primeira de Mangueira conquistou seu 18.º título de campeã do carnaval carioca com um desfile sobre a Região Nordeste do Brasil. O enredo "Brazil com Z É pra Cabra da Peste, Brasil com S É Nação do Nordeste" foi desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes, que conquistou seu terceiro título na elite do carnaval.[1] A Beija-Flor foi vice-campeã pelo quarto ano consecutivo.[2] A escola realizou um desfile sobre o sonho de voar.[3][4] A partir de 2002, foi permitido fracionar as notas em casas decimais, o que acirrou ainda mais a disputa pelo campeonato. A Mangueira foi campeã por apenas um décimo de diferença para a Beija-Flor.[5] Também a partir desse ano, apenas uma escola passou a ser rebaixada e apenas uma passou a ser promovida do grupo de acesso. Recém promovida ao Grupo Especial, após conquistar o vice-campeonato do Grupo A de 2001, a São Clemente foi rebaixada de volta para a segunda divisão.[6]
A primeira noite de apresentações foi aberta pela vice-campeã do Grupo A do ano anterior, São Clemente; a segunda noite foi aberta pela campeã do Grupo A do ano anterior, Unidos do Porto da Pedra. A ordem de desfile das demais escolas foi definida através de sorteio realizado no dia 11 de junho de 2001, na quadra da Imperatriz Leopoldinense.[10]
Foram mantidos os dez quesitos de avaliação dos anos anteriores. A quantidade de julgadores aumentou para quatro por quesito, ante três dos anos anteriores.[11]
Quesitos
Julgador 1
Julgador 2
Julgador 3
Julgador 4
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Ilclemar Nunes
Tito Canha
Beatriz Badejo
Vera Aragão
Comissão de Frente
Aníbal La Valle
Rafael David
Mário Cardoso
João Vlamir
Fantasias
Dulce Tupy
Carla Roberto
Suelly Stambowsky
Sônia Gallo
Alegorias e Adereços
Lúcia Ribas
Ana Bernacchi
Maurício Salgueiro
Amaury Chaves
Conjunto
Regina Gomes de Oliveira
Sulamita Trzcina
Ricardo Rizzo
Wilson Martinês
Enredo
Orpheu Silva Souza
Luiz Antônio Araújo
Clécio Quesado
Liana Toledo
Evolução
Luiz Eduardo Resende
Otoniel Serra
Carlos Pousa
Marília Ferolla
Harmonia
Célia Souto
Nilton da Silva
José Carlos Costa
Helenice Brito
Samba-Enredo
Nely Fragoso
Eri Galvão
Rui Maurity
Sidney Lobo
Bateria
Cláudio Luiz Matheus
Ivan Paulo
Luiz Carlos Reis
Mário Jorge Bruno
Notas
A apuração do resultado foi realizada na tarde da quarta-feira de cinzas, dia 13 de fevereiro de 2002, na Praça da Apoteose.[12][13] A LIESA alterou a nota mínima para sete e permitiu o fracionamento em décimos. Até o ano anterior, as notas eram fracionadas em meio ponto e a nota mínima era cinco.[10]
Penalizações
Unidos da Tijuca perdeu dois pontos por ultrapassar o tempo máximo de desfile em dois minutos.[11][14]
A Estação Primeira de Mangueira conquistou seu 18.º título de campeã do carnaval. O título anterior da escola foi conquistado quatro anos antes, em 1998.[1][5] Segunda escola da segunda noite, a Mangueira realizou um desfile sobre a região nordeste do Brasil.[15] O enredo "Brazil com Z É pra Cabra da Peste, Brasil com S É Nação do Nordeste" foi desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes, que conquistou seu terceiro título na elite do carnaval. Um dos destaques do desfile foi a comissão de frente coreografada por Carlinhos de Jesus, onde bailarinas contorcionistas, caracterizadas de bonecas de pano, saíam de dentro de malas de couro.[16][17] A escola foi saudada pelo público com gritos de "é campeã".[18][3]
Pelo quarto ano consecutivo, a Beija-Flor ficou com o vice-campeonato. Dessa vez, com diferença de apenas um décimo para a campeã.[2] Encerrando a primeira noite, a Beija-Flor apresentou um desfile sobre o sonho de voar, patrocinado pela Varig.[4][19] Campeã nos três anos anteriores, a Imperatriz Leopoldinense foi a terceira colocada. O desfile, patrocinado pelo município de Campos dos Goytacazes, abordou os índios goytacazes (primeiros habitantes da cidade), o movimento antropofágico, o Modernismo e o Tropicalismo.[20] Com um desfile sobre o circo, a Mocidade Independente de Padre Miguel se classificou em quarto lugar.[21] Quinta colocada, a Unidos do Viradouro apresentou um desfile sobre a união dos povos. Acadêmicos do Salgueiro conquistou a última vaga do Desfile das Campeãs com um desfile sobre a história da aviação, patrocinado pela Tam.[22]
Acadêmicos do Grande Rio ficou em sétimo lugar com um desfile sobre o Maranhão. Assim como no ano anterior, a escola contratou o dublê de astronauta Eric Scott para sobrevoar a Sapucaí no início do desfile.[23] Com um desfile sobre o Amazonas, a Portela se classificou na oitava colocação.[24] Nono colocado, o Império Serrano homenageou o escritor Ariano Suassuna, que desfilou na última alegoria da escola.[25][26] Unidos da Tijuca foi a décima colocada com um desfile sobre os países de língua portuguesa.[27] Em seu retorno ao Grupo Especial, após vencer o Grupo A em 2001, a Unidos do Porto da Pedra se classificou na décima primeira colocação com um desfile sobre a cidade de Petrópolis. Caprichosos de Pilares ficou em décimo segundo lugar com um desfile sobre Porto Alegre. Penúltima colocada, a Tradição apresentou um desfile sobre a Microrregião dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro, também conhecida como Região da Costa do Sol.[28] Recém promovida ao Grupo Especial, após conquistar o vice-campeonato do Grupo A de 2001, a São Clemente foi rebaixada de volta para a segunda divisão. A escola se classificou em último lugar com um desfile sobre o município de Guapimirim.[6]
Legenda: Desfile das Campeãs Rebaixada para o Grupo A
O Desfile das Campeãs foi realizado a partir da noite do sábado, dia 16 de fevereiro de 2002, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. As escolas desfilaram debaixo de chuva. Vice-campeã, a Beija-Flor levou uma faixa protestando contra a perda de pontos no quesito Alegorias e Adereços. A partir desse ano, o Desfile das Campeãs passou a ser realizado com as seis primeiras colocadas do Grupo Especial, diferente dos anos anteriores, quando apenas as cinco primeiras participavam.[31][32]
Desfile da Imperatriz em 2002. Escola se classificou em terceiro lugar.
Desfile de 2002 da Viradouro. Escola foi a quinta colocada do Especial.
A AESCRJ seguiu o regulamento da LIESA e também permitiu o fracionamento em décimos, com a nota mínima sendo cinco. Foi mantida a quantidade de quesitos e de julgadores dos anos anteriores. Um dos julgadores do quesito Harmonia entregou o mapa de notas em branco. Seguindo o que determinava o regulamento, foi repetida a nota do outro julgador de Harmonia. O desempate entre agremiações que obtiveram a mesma pontuação final seguiu a ordem inversa de leitura das notas.[11][34]
Penalizações
Unidos da Villa Rica e Império da Tijuca perderam dois pontos, cada uma, por desfilarem com menos baianas do que a quantidade mínima exigida pelo regulamento.
Legenda: Campeã Rebaixadas J1 Julgador 1 J2 Julgador 2 * Repetida a nota anterior
Acadêmicos de Santa Cruz foi campeã por um décimo de diferença para a segunda colocada, Unidos de Vila Isabel. A Santa Cruz conquistou seu quinto título na segunda divisão. Com a vitória, a escola garantiu seu retorno ao Grupo Especial, de onde estava afastada desde 1997. A Santa Cruz realizou um desfile sobre o papel.[35] Apenas a campeã foi promovida à primeira divisão, diferente dos anos anteriores, quando as duas primeiras colocadas subiam de grupo.[6] Presidentes de outras escolas contestaram o resultado, alegando fraude.[36] Últimas colocadas, Unidos da Villa Rica e Império da Tijuca foram rebaixadas para a terceira divisão.[7][37][38]
Legenda: Promovida ao Grupo Especial Rebaixadas para o Grupo B
O desfile do Grupo B (terceira divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da terça-feira, dia 12 de fevereiro de 2002, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.[9][39]
A partir desse ano, foi permitido o fracionamento das notas em décimos, e a nota mínima passou a ser cinco. Foi mantida a quantidade de quesitos e de julgadores dos anos anteriores.[11][40]
Acadêmicos do Cubango foi campeã com três décimos de diferença para a segunda colocada, Inocentes da Baixada. Foi o primeiro título da agremiação de Niterói, no carnaval carioca.[41] A Cubango realizou um desfile sobre o continente africano.[42] Com a vitória, a escola garantiu seu retorno ao Grupo A, de onde estava afastada desde 2000. Vice-campeã, Inocentes da Baixada também foi promovida ao Grupo A, de onde foi rebaixada no ano anterior. A escola homenageou o município de São João de Meriti.[7][37][38][39]
Legenda: Promovidas ao Grupo A Rebaixadas para o Grupo C
O desfile do Grupo C (quarta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite do domingo, dia 10 de fevereiro de 2002, na Avenida Rio Branco.[9][43]
Acadêmicos da Barra da Tijuca campeã com um décimo de diferença para a segunda colocada, União do Parque Curicica. A escola realizou um desfile sobre o bairro da Tijuca. Com a vitória, a agremiação garantiu sua promoção inédita ao Grupo B. Foi o terceiro título consecutivo da escola desde que foi fundada. Vice-campeã, União do Parque Curicica também foi promovida, pela primeira vez em sua história, à terceira divisão.[7][37][38]
Legenda: Promovidas ao Grupo B Rebaixadas para o Grupo D
O desfile do Grupo D (quinta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da segunda-feira, dia 11 de fevereiro de 2002. O grupo, que até o ano anterior se apresentava na Rua Cardoso de Morais, em Bonsucesso, passou a se apresentar na Estrada Intendente Magalhães, em Campinho.[9][44]
O desfile do Grupo E (sexta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da terça-feira, dia 12 de fevereiro de 2002, na Estrada Intendente Magalhães. Até o ano anterior, o grupo se apresentava na Rua Cardoso de Morais.[9][45]
Independente da Praça da Bandeira e Sereno de Campo Grande foram as campeãs do Grupo E. As duas escolas somaram a mesma pontuação final. O Sereno realizou um desfile sobre a Bahia, garantindo seu retorno ao Grupo D, de onde foi rebaixado no ano anterior. A Independente da Praça da Bandeira realizou um desfile sobre a preservação da água, garantindo sua promoção inédita à quinta divisão. Terceira colocada, a Delírio da Zona Oeste também foi promovida ao Grupo D pela primeira vez em sua história.[7][37][38]
Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. 248 páginas. ISBN978-85-87199-17-1
Gomes, Fábio; Villares, Stella (2008). O Brasil É Um Luxo: Trinta Carnavais de Joãosinho Trinta 3.ª ed. São Paulo: CBPC - Centro Brasileiro de Produção Cultural Ltda. e AXIS Produções e Comunicação Ltda. 256 páginas. ISBN978-85-87134-04-2
Gomyde Brasil, Pérsio (2015). Da Candelária à Apoteose - Quatro décadas de paixão 3.ª ed. Rio de Janeiro: Multifoco. ISBN978-85-7961-102-5
Valença, Rachel; Valença, Suetônio (2017). Serra, Serrinha, Serrano - O Império do Samba 1.ª ed. Rio de Janeiro: Record. 433 páginas. ISBN978-85-0110-897-5