Carro abre-alas da Vila Isabel com a representação do deus Quetzalcóatl. Com desfile sobre a América Latina, a escola conquistou seu segundo título no Grupo Especial em 2006.
Unidos de Vila Isabel conquistou seu segundo título de campeã do carnaval carioca. A escola realizou um desfile sobre a latinidade.[1] O enredo "Soy Loco Por Ti América: A Vila Canta a Latinidade" foi desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, que conquistou seu segundo título no carnaval do Rio. O desfile recebeu patrocínio da empresa estatal Petróleos de Venezuela.[2]Grande Rio teve a mesma pontuação final que a Vila, mas ficou com o vice-campeonato após o desempate no quesito samba-enredo.[3]Caprichosos de Pilares e Acadêmicos da Rocinha foram rebaixadas para a segunda divisão. Intérprete oficial da Mangueira, Jamelão fez seu último desfile.[4] O carnaval também foi marcado pela inauguração da Cidade do Samba, local onde as escolas passaram a produzir suas alegorias e fantasias.[5]
Estácio de Sá foi a campeã do Grupo A, reeditando seu samba-enredo de 1984, "Quem É Você?". O desfile foi assinado pelos carnavalescos Paulo Barros, Sandro Carvalho e Edgley Cunha. Império da Tijuca venceu o Grupo B, reeditando seu samba-enredo de 1986, "Tijuca, Cantos, Recantos e Encantos". Unidos de Padre Miguel conquistou o Grupo C com um desfile sobre o guaraná. Em Cima da Hora foi a campeã do Grupo D reeditando seu samba-enredo de 1974, "Festa dos Deuses Afro-Brasileiros". Rosa de Ouro ganhou o Grupo E com um desfile sobre a Feira de Caruaru.[6]
O desfile do Grupo Especial foi organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) e realizado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.[8][9] A primeira noite noite de desfiles teve início às 21 horas e 5 minutos do domingo, dia 26 de fevereiro de 2006.[10] A segunda noite teve início às 21 horas e 17 minutos da segunda-feira, dia 27 de fevereiro de 2006.[11] A LIESA decidiu que duas escolas seriam rebaixadas para a segunda divisão e apenas uma seria promovida do Grupo A com o intuito de que, em 2008, o Grupo Especial atingisse o contingente de doze escolas de samba, número considerado ideal pela Liga.[4]
Primeiro foi sorteada a noite de desfile de cada escola, depois foi sorteada a ordem de cada noite. Pelo segundo ano consecutivo, as escolas responsáveis por abrir as duas noites também foram definidas através do sorteio. Após o sorteio foi permitido que todas as escolas negociassem a troca de posições dentro de cada noite. Portela e Rocinha tinham posições pré-definidas de acordo com o resultado do ano anterior, mas poderiam realizar trocas. Penúltima colocada do Grupo Especial do ano anterior, a Portela foi responsável por encerrar a segunda noite de apresentações. Campeã do Grupo A (segunda divisão) do ano anterior, Rocinha seria a responsável por encerrar a primeira noite, mas a escola trocou de posição com a Beija-Flor. Império Serrano foi sorteado para abrir a segunda noite, mas trocou de posição com a Porto da Pedra.[12]
A apuração do resultado foi realizada na tarde da quarta-feira de cinzas, dia 1 de março de 2006, na Praça da Apoteose. De acordo com o regulamento do ano, as notas variam de sete a dez, podendo ser fracionadas em décimos. O desempate entre agremiações que obtiveram a mesma pontuação final foi realizado seguindo a ordem inversa de leitura dos quesitos. A ordem de leitura das notas de cada quesitos foi definida em sorteio horas antes do início da apuração.[14][15]
Penalizações
Acadêmicos da Rocinha perdeu 1,2 pontos por ultrapassar o tempo máximo de desfile em seis minutos.
Acadêmicos do Grande Rio perdeu dois décimos por ultrapassar o tempo máximo de desfile em um minuto.[13][16]
A Unidos de Vila Isabel conquistou seu segundo título de campeã do carnaval carioca. O primeiro campeonato da escola foi conquistado em 1988, com "Kizomba, a Festa da Raça".[1][17] Quinta escola da primeira noite, a Vila Isabel realizou um desfile sobre a latinidade.[18] O desfile retratou as belezas e riquezas da América Latina e homenageou personalidades como Carmen Miranda e Simón Bolívar.[19] O enredo "Soy Loco Por Ti América: A Vila Canta a Latinidade" foi desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, que conquistou seu segundo título no carnaval do Rio. A estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) patrocinou o desfile da escola com valores estimados entre US$ 500 mil e US$ 1,5 milhão. Após o resultado, o presidente da escola, Wilson Moisés Alves, agradeceu publicamente a contribuição do governo venezuelano.[2] O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também comemorou o sucesso do financiamento da PDVSA à escola.[20][21] Após seu samba ser cortado na disputa interna da escola, o cantor Martinho da Vila não participou do desfile.[22][23] O samba-enredo escolhido para o desfile recebeu críticas por conter diversos termos em espanhol como "corazón", "arriba" e "sin perder la ternura", mas ganhou três notas máximas, perdendo apenas um décimo.[4][24] No ano anterior, a Vila retornou ao Grupo Especial, se classificando no décimo lugar. Desde 1996, uma escola não era campeã desfilando na primeira noite.[3]
Acadêmicos do Grande Rio somou a mesma pontuação final que a Vila, mas ficou com o vice-campeonato após o desempate no quesito samba-enredo. A escola homenageou o estado do Amazonas.[25][26] Unidos do Viradouro foi a terceira colocada com um desfile sobre os quinhentos anos de arquitetura no Brasil.[27][28] Quarta colocada, a Mangueira desfilou as lendas e histórias do Rio São Francisco.[29][30] Foi o último desfile do intérprete Jamelão que, com problemas de saúde, precisou se afastar dos desfiles, vindo a falecer dois anos depois, em junho de 2008.[4] Campeã dos três carnavais anteriores, a Beija-Flor se classificou em quinto lugar com um desfile sobre a água e a cidade mineira de Poços de Caldas, conhecida por suas fontes de águas minerais.[31][32] Vice-campeã nos dois anos anteriores, a Unidos da Tijuca conquistou a última vaga no sábado das campeãs com um desfile sobre as sensações causadas pelo som e pela imagem.[33][34]
A Portela se classificou em sétimo lugar com um desfile sobre a formação do povo brasileiro.[35][36] Oitavo colocado, o Império Serrano desfilou o sincretismo religioso no Brasil.[37][38] Com um desfile sobre o líder revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, a Imperatriz Leopoldinense foi a nona colocada.[39][40] Mocidade Independente de Padre Miguel foi a décima colocada com um desfile sobre a busca do homem pela qualidade de vida, fazendo menção também ao cinquentenário da escola.[41][42] Acadêmicos do Salgueiro obteve a pior colocação de sua história até então. Abrindo os desfiles do Grupo Especial, a escola apresentou um enredo sobre os micro-organismos.[43][44] Homenageando as mulheres do Brasil, a Unidos do Porto da Pedra se classificou em décimo segundo lugar. A escola enfrentou diversos problemas em seu desfile devido à quebra de sua quinta alegoria.[45][46] Após nove carnavais consecutivos na elite do carnaval, a Caprichosos de Pilares foi rebaixada para a segunda divisão. Penúltima colocada, a escola realizou um desfile sobre o estado do Espírito Santo.[47][48] Recém promovida ao Grupo Especial, após vencer o Grupo A em 2005, Acadêmicos da Rocinha foi rebaixada de volta para a segunda divisão. Com um desfile sobre a relação entre o dinheiro e a felicidade, a escola obteve o último lugar. A Rocinha desfilou sob forte chuva e enfrentou diversos problemas com suas alegorias.[49][50]
Legenda: Desfile das Campeãs Rebaixadas para o Grupo A
O Desfile das Campeãs foi realizado a partir das 19 horas e 30 minutos do sábado, dia 4 de março de 2006, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. O evento foi aberto pela Flor da Idade, agremiação formada por componentes com mais de 60 anos. Em seguida desfilaram as seis primeiras colocadas do Grupo Especial em ordem inversa de classificação.[54][55] A Unidos da Tijuca protestou contra o resultado com faixas e alguns componentes usaram narizes de palhaço.[56]
Desfile da Viradouro em 2006. Escola se classificou em terceiro lugar.
Comissão de Frente da Mangueira. Escola foi a quarta colocada do Especial em 2006.
Em relação ao ano anterior, foi mantida a mesma quantidade de quatro julgadores por quesito e um suplente. A quantidade de quesitos avaliados diminuiu de nove para oito. Os antigos quesitos Evolução e Harmonia foram unidos em um novo quesito, o Conjunto Harmônico.[57]
De acordo com o regulamento do ano, as notas variam de sete a dez, podendo ser fracionadas em décimos. Foi descartada apenas a menor nota recebida por cada escola, em cada quesito, diferente do ano anterior, quando a maior e a menor eram anuladas. O desempate entre agremiações que obtiveram a mesma pontuação final foi realizado seguindo a ordem inversa de leitura dos quesitos.[59]
Legenda: Campeã Rebaixadas S Nota descartada J1 Julgador 1 J2 Julgador 2 J3 Julgador 3 J4 Julgador 4
Estácio de Sá foi campeã com dois décimos de diferença para a São Clemente. Foi o sexto título da Estácio na segunda divisão. Com a vitória, a escola garantiu seu retorno ao Grupo Especial, de onde estava afastada desde 1997. A Estácio reeditou seu enredo de 1984, sobre o carnaval.[60] No ano anterior, em 2005, a Estácio venceu o Grupo B também com uma reedição. Últimas colocadas, Vizinha Faladeira e Alegria da Zona Sul foram rebaixadas para a terceira divisão.[6][61][62]
Legenda: Promovida ao Grupo Especial Rebaixadas para o Grupo B
O desfile do Grupo B (terceira divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da terça-feira, dia 28 de fevereiro de 2006, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.[8][66]
Em relação ao ano anterior, foi mantida a mesma quantidade de quatro julgadores por quesito e um suplente. A quantidade de quesitos avaliados diminuiu de nove para oito. Os antigos quesitos Evolução e Harmonia foram unidos em um novo quesito, o Conjunto Harmônico.[66]
Império da Tijuca foi campeão com quatro décimos de diferença para a Paraíso do Tuiuti. Com a vitória, a escola garantiu seu retorno à segunda divisão, de onde estava afastada desde 2002. O Império reeditou seu enredo de 1986, sobre o bairro da Tijuca.[6][4][61][62]
Legenda: Promovida ao Grupo A Rebaixada para o Grupo C
O desfile do Grupo C (quarta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite do domingo, dia 26 de fevereiro de 2006, na Estrada Intendente Magalhães.[8][67]
Unidos de Padre Miguel foi a campeã, garantindo seu retorno à terceira divisão, de onde estava afastada desde 1995. A escola realizou um desfile sobre o guaraná. No ano anterior, a UPM venceu o Grupo D. Vice-campeã, a Sereno de Campo Grande foi promovida ao Grupo B pela primeira vez em sua história.[6][61][62]
Legenda: Promovidas ao Grupo B Rebaixada para o Grupo D
O desfile do Grupo D (quinta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da segunda-feira, dia 27 de fevereiro de 2006, na Estrada Intendente Magalhães.[8][68]
Em Cima da Hora foi a campeã, garantindo seu retorno à quarta divisão, de onde estava afastada desde 2004. A escola reeditou seu enredo de 1974.[6][61][62]
Legenda: Promovida ao Grupo C Rebaixada para o Grupo E
O desfile do Grupo E (sexta divisão) foi organizado pela AESCRJ e realizado a partir da noite da terça-feira, dia 28 de fevereiro de 2006, na Estrada Intendente Magalhães.[8][69]
Rosa de Ouro foi campeã com um décimo de diferença para a Corações Unidos do Amarelinho. Com a vitória, Rosa de Ouro foi promovida à quinta divisão pela primeira vez em sua história. A escola realizou um desfile sobre a Feira de Caruaru. Vice-campeã, a Corações Unidos também foi promovida ao Grupo D pela primeira vez em sua história.[6][61][62]
Boca de Siri foi o campeão, sendo promovido ao Grupo 1 junto com o vice-campeão, Mocidade Unida de Manguariba. Azul e Branco foi desclassificado por desfilar com menos de 50% da quantidade mínima de componentes exigida pelo regulamento.[7]
Legenda: Promovidos ao Grupo 1 Rebaixados para o Grupo 3
Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. 248 páginas. ISBN978-85-87199-17-1
Gomyde Brasil, Pérsio (2015). Da Candelária à Apoteose - Quatro décadas de paixão 3.ª ed. Rio de Janeiro: Multifoco. ISBN978-85-7961-102-5
Valença, Rachel; Valença, Suetônio (2017). Serra, Serrinha, Serrano - O Império do Samba 1.ª ed. Rio de Janeiro: Record. 433 páginas. ISBN978-85-0110-897-5