Nascido em Campo Grande, filho de Zulmira Azambuja Silva e Roberto de Oliveira Silva, já falecido, Reinaldo Azambuja começou a cursar Administração de Empresas na Universidade Católica Dom Bosco, em sua cidade natal, mas desistiu no mesmo ano, em 1982, surpreendido pela morte do pai e impulsionado a assumir os negócios agropecuários da família.[2] Mudou-se para Maracaju, no interior do estado, após completar 18 anos, e se casou com Fátima Silva um ano depois da morte de seu pai. Reinaldo tem três filhos: Thiago, Rafael e Rodrigo.[3]
Trajetória política
Filiado ao PSDB, elegeu-se prefeito de Maracaju em 1996, concorrendo com Germano Francisco Bellan (PDT) e Luiz Gonzaga Prata Braga (PTB). Reinaldo se elegeu para seu primeiro mandato em Maracaju com 44,03% dos votos válidos.[4] Reinaldo também foi reeleito em 2000 com 61,61% do eleitorado, contra Albert Cruz Kuendig (PT), e sucedido em 2005 por seu primo, Maurílio Azambuja (PFL). Além disso, durante este período também presidiu a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).[4]
Em 2006, elegeu-se deputado estadual e obteve a maior votação da história de Mato Grosso do Sul, atingindo cerca de 47.772 votos.[5] Nas disputas de 2010, elegeu-se deputado federal pela coligação Amor, Trabalho e Fé, com cerca de 122.213 votos válidos.
Candidatou-se à Prefeitura de Campo Grande em 2012, obtendo 113.629 votos no primeiro turno, equivalente a 25,43% dos votos válidos, mas perdeu a disputa para o segundo turno, que aconteceu entre os candidatos Giroto, do PMDB, e Alcides Bernal, do PP, tendo este último saído como vencedor na disputa pelo cargo.[6]
No primeiro ano de administração, Azambuja tinha cumprido seis das 23 promessas de campanha, além de ter começado a cumprir outras duas ao longo de 2015.[8] No ano de 2016, o número mudou para cinco promessas cumpridas e três foram executadas parcialmente, enquanto outras quinze das promessas dadas pelo governador não foram realizadas.[8] No terceiro ano de mandato, o governador já tinha cumprido nove promessas e continuava executando outras três, enquanto 11 ainda não haviam sido colocadas em prática.[8][9] Em julho de 2018, Reinaldo já tinha cumprido 12 das 23 promessas de campanha, parte dos quatro compromissos e ainda não havia colocado em prática outros sete projetos.[8][10]
Em setembro de 2016, o governo Azambuja recebeu 50% de aprovação, de acordo com a pesquisa da IBOPE Inteligência.[11] Uma outra pesquisa do instituto, contratada pela TV Morena, apontou que o chefe do Executivo tinha 37% de avaliação regular, 36% boa, 12% ótima, 7% péssima e 4% ruim.[12] Já em abril de 2017, Azambuja recebeu 70,97% de aprovação popular, somando as avaliações "Ótima", "Boa" e "Regular". Os dados foram apurados pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) e divulgados pelo jornal Correio do Estado.[13]
Em novembro de 2017, propôs uma reforma da previdência estadual,[14] tendo 15 votos favoráveis e quatro votos contrários na primeira votação.[15] Consequentemente, a bancada do PT na Assembleia Legislativa foi à Justiça para suspender a tramitação da proposta, mas o mandado de segurança foi negado.[16] Na semana seguinte, sindicalistas lotaram a Casa, chegando a ocupar o plenário para impedir a votação final.[17] A sessão foi suspensa e o projeto precisou ser pautado novamente.[18] Para garantir a aprovação, a Assembleia reforçou a segurança com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar. O acesso foi limitado, provocando confronto entre militares e manifestantes,[19] além da prisão de um servidor suspeito de destruir uma das portas de entrada.[19] Por 13 votos a 7, a reforma foi aprovada em segunda discussão, com a presença de policiais em plenário para garantir a ordem,[19] e sancionada no mês seguinte.[20] Azambuja declarou em seguida não se preocupar com o impacto das medidas na eleição[18][21] e que opositores iriam apoiar futuramente suas medidas.[22]
No mês de agosto de 2018, o governo Azambuja recebeu avaliação regular de 38%, 37% consideraram ótimo ou bom, 23% opinaram que seria ruim ou péssimo e 3% não souberam responder. Contratada pela TV Morena, a pesquisa foi realizada pela IBOPE Inteligência.[9] Outra sondagem, do instituto Real Time Big Data, apontou que a administração do tucano tinha 53% de aprovação, contra 32% de rejeição. 15% dos entrevistados não souberam ou não opinaram.[23] Em setembro, a gestão do governador recebeu 46% de avaliação ótima ou boa, 32% dos entrevistados consideraram regular, 17% acharam ruim ou péssimo e 5% não souberam opinar.[9] No mês de outubro, a administração de Azambuja recebeu 55% de aprovação positiva; 31% não gostavam da forma do tucano governar o estado e 14% não souberam opinar.[23] Ao fim do primeiro mandato, o governador tinha cumprido 13 promessas de campanha, colocado sete delas parcialmente em prática e descumprido outras sete.[8]
Em maio de 2017, Azambuja foi citado na delação premiada do empresário Wesley Batista, da JBS.[35][36] Conforme o acordo de colaboração premiada, um esquema de propina iniciado na administração Zeca do PT, continuou no governo Puccinelli e esteve ativa também na gestão do tucano. Azambuja teria recebido 45,6 milhões de reais em propina, e membros do governo teriam emitido notas fiscais falsas, como o secretário de estado de Fazenda, Márcio Monteiro, e o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), Nelson Cintra.[37] Em nota, o governador declarou que as acusações eram falsas, além de ter prestado contas das doações à Justiça Eleitoral e que a assinatura do termo de incentivos fiscais teve embasamento legal.[38] Por decisão do ministro do STF, Edson Fachin, o STJ iniciou a investigação contra o tucano, aberta em agosto, obtendo acesso parcial ao processo em dezembro.[39]
Em maio de 2017, Reinaldo e o secretário de estado da Casa Civil também foram acusados por empresários do ramo agropecuário de cobrar propina para indústrias operarem no estado.[19][44] Em nota, o governador declarou que as denúncias são tendenciosas e informou que o grupo foi processado por fraude à Justiça.[45] Em janeiro de 2018, a PGR arquivou denúncia contra Reinaldo por suspeita de oferecer vantagens ilícitas a uma empresa. O político reforçou a inocência e garantiu nunca ter sido investigado ou processado.[46] Já em junho, o STJ desmembrou denúncia sobre propina de indústrias, manteve a investigação contra o governador na corte e remeteu os demais documentos à 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.[47] Em outubro de 2018, o STJ arquivou por unanimidade a investigação, do suposto esquema de troca de propina contra Reinaldo. O Ministério Público não encontrou provas do envolvimento do político, levando a esta decisão da Corte Especial do tribunal.[48]
Reinaldo também foi um dos alvos da operação Vostok, da Polícia Federal, em setembro de 2018, que investiga um esquema de propina por meio de isenções fiscais a frigoríficos do estado.[49] Azambuja prestou depoimento e foi proibido de se comunicar com outros investigados, incluindo o filho, Rodrigo Souza, preso na operação.[50] Após a ação da PF, a então candidata do PSL ao Senado, Soraya Thronicke, e seu primeiro suplente, Danny Fabrício Cabral Gomes, protocolaram na Assembleia um pedido de impeachment contra o governador.[51]