Apareceu em meados dos anos 1970 pelo Atlético Mineiro, clube a que dedicou quase toda a carreira, sendo considerado um dos mais talentosos jogadores de sua época e o maior jogador da história do Clube Atlético Mineiro.[1]
Carreira
Atlético Mineiro
Reinaldo surgiu aos 15 anos, ao participar de um treino no Atlético jogando no ataque reserva contra a defesa titular que conquistou o Brasileirão poucos meses antes, em 1971. Reinaldo foi um dos melhores em campo naquele dia, chamando a atenção de todos. Em 28 de janeiro de 1973, aos 16 anos, estreou pelo time profissional do Atlético, em partida contra o Valério.[2] O resultado final dessa partida foi Atlético 1–2 Valério. No ano seguinte, em partida contra o Ceará, ao pisar em um buraco, torceu o joelho. Ainda nessa época, teve de extrair ambos os meniscos depois de uma entrada de um zagueiro de seu próprio time em um treinamento.[3] As lesões no joelho acompanharam-no por toda a carreira.
Conquistou seu primeiro título ao ganhar de forma invicta o Campeonato Mineiro de 1976 e, dois anos depois, daria início ao hexacampeonato que o Atlético conquistou de 1978 a 1983. Tornou-se o artilheiro com melhor média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas, ou 1,55 por jogo, em 1977), apesar de nunca ter conquistado o título nacional. Nesse mesmo ano, seu time terminou o campeonato sem perder um jogo, mas apenas com o vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o São Paulo, que terminou a competição com 12 pontos a menos em um tempo que as vitórias valiam apenas 2 pontos. Também foi vice-campeão brasileiro em 1980.
Ao longo de sua carreira pelo Atlético, Reinaldo participou de 475 jogos, marcou 255 gols, obteve 289 vitórias, 113 empates e 73 derrotas. Recebeu no total 17 cartões vermelhos. Já pelas categorias de base, são 54 gols em 44 jogos[2], totalizando 309 gols, o que faz dele o maior artilheiro da história do futebol de Minas Gerais[carece de fontes?], o maior artilheiro do Atlético, e possuidor da maior média de gols do campeonato brasileiro, 1,55 por partida. Foi também o maior artilheiro do campeonato brasileiro no período de 1977 à 1997, com 28 gols marcados em 18 jogos. Foi superado em 1997 por Edmundo, que atuando pelo Vasco marcou 29 gols em 28 jogos. Guilherme, com 28 gols em 29 jogos, atuando também pelo Atlético, em 1999, conseguiu igualar sua marca. Dimba, que atuava pelo Goiás com 31 gols marcados em 46 jogos, no ano de 2003, e Washington em 2004, que atuando pelo Atlético Paranaense marcou 34 gols em 46 jogos. Vale lembrar que mesmo assim, nenhum desses conseguiu atingir ou superar sua média.
Estádio Monumental de Nuñes em Buenos Aires-Argentina
Cláudio Coutinho
0
22
02-04-80
Brasil 7x1 Seleção Olímpica Brasil
Amistoso
Estádio Maracanã no Rio de Janeiro/RJ-Brasil
Telê Santana
2
23
25-09-80
Brasil 2x1 Paraguai
Amistoso
Estádio Defensores del Chaco em Assunção-Paraguai
Telê Santana
1
24
30-10-80
Brasil 6x0 Paraguai
Amistoso
Estádio Serra Dourada em Goiânia/GO-Brasil
Telê Santana
0
25
01-02-81
Brasil 1x1 Colômbia
Amistoso
Estádio El Campin em Bogotá-Colômbia
Telê Santana
0
26
14-02-81
Brasil 6x0 Equador
Amistoso
Estádio Olímpico Atahualpa em Quito-Equador
Telê Santana
2
27
22-02-81
Brasil 2x1 Bolívia
Eliminatórias Copa do Mundo 1982
Estádio Hernán S. Zuazo em La Paz-Bolívia
Telê Santana
1
28
14-03-81
Brasil 2x1 Chile
Amistoso
Estádio Santa Cruz em Ribeirão Preto/SP-Brasil
Telê Santana
1
29
22-03-81
Brasil 3x1 Bolívia
Eliminatórias Copa do Mundo 1982
Estádio Maracanã no Rio de Janeiro/RJ-Brasil
Telê Santana
0
30
01-02-81
Brasil 5x0 Venezuela
Eliminatórias Copa do Mundo 1982
Estádio Serra Dourada em Goiânia/GO-Brasil
Telê Santana
0
31
12-05-81
Brasil 1x0 Inglaterra
Amistoso
Estádio de Wembley em Londres-Reino Unido
Telê Santana
0
32
15-05-81
Brasil 3x1 França
Amistoso
Estádio Parc des Princes em Paris-França
Telê Santana
1
33
10-06-84
Brasil 0x2 Inglaterra
Amistoso
Estádio Maracanã no Rio de Janeiro/RJ-Brasil
Edu Antunes
0
34
21-06-84
Brasil 1x0 Uruguai
Amistoso
Estádio Couto Pereira em Curitiba/PR-Brasil
Edu Antunes
0
35
25-04-85
Brasil 2x1 Colômbia
Amistoso
Estádio Mineirão em Belo Horizonte/MG-Brasil
Evaristo de Macedo
0
36
05-05-85
Brasil 2x1 Argentina
Amistoso
Estádio Fonte Nova em Salvador/BA-Brasil
Evaristo de Macedo
0
37
21-05-85
Brasil 1x2 Chile
Amistoso
Estádio Nacional em Santiago/Chile
Evaristo de Macedo
0
Outros clubes
Depois de várias outras operações no joelho,[3] deixou o Atlético em 1985, indo para o Palmeiras, onde ficou apenas três meses e não marcou nenhum gol. Em 1986, passou ainda por Rio Negro e Cruzeiro, por onde disputou apenas duas partidas no Mineirão pelo Campeonato Brasileiro de 1986, com dois empates de 0x0 contra o Rio Branco/ES e contra o Bahia.
Sempre caçado em campo pelos zagueiros adversários, teve que abandonar prematuramente a carreira em 1988, aos 31 anos, em decorrência de inúmeras lesões no joelho. Nessa época, defendia o Telstar, um time da segunda divisão holandesa, após uma passagem pelo BK Häcken da Suécia.[5] Sua última partida pelo Atlético foi contra o Ajax da Holanda, na data de 11 de agosto de 1985. O resultado final dessa partida foi Ajax 4–1 Atlético.
Em 1991, fundou o clube Belo Horizonte Futebol e Cultura.[6]
Polêmica
Reinaldo tinha uma maneira peculiar de comemorar seus gols, de punho direito erguido, em um gesto que lembrava o dos militantes negros do movimento dos Panteras Negras dos Estados Unidos. Por conta disso e por suas posições políticas independentes, Reinaldo era visto com desconfiança pelos representantes do regime militar,[7] o que teria dificultado a sua trajetória na Seleção. Apesar de estar em boa forma física e técnica, não foi convocado por Telê Santana para a Copa do Mundo de 1982.
Maior Artilheiro do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro: [9]
Vida pós-carreira
Após deixar o futebol, chegou a ser eleito deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores. Em 2004, foi eleito vereador em Belo Horizonte. Em 1996, teve envolvimento com um traficantes de drogas e admitiu ter usado cocaína.[5] Chegou a ser condenado a quatro anos de prisão por tráfico,[10] mas foi absolvido em segunda instância.[11] Hoje trabalha na Rede Alterosa como comentarista esportivo em off. Foi homenageado pelo Atlético no ano do centenário como um dos atletas mais bem sucedidos no clube com 255 gols só no profissional, passagens pela Seleção Brasileira, participação de extrema importância no hexacampeonato mineiro de 1978 a 1983, nas conquistas dos Torneios de Paris e Bilbao e mesmo em boas campanhas que não culminaram em títulos, como os vice-campeonatos brasileiros de 1977 e 1980, em que muitos consideram que o Atlético teria sido prejudicado pelas arbitragens e regulamentos.
Lançou em 2008 sua candidatura para se tornar mais uma vez vereador em Belo Horizonte.
Publicações
LISBOA, Luis Carlos. Reinaldo: do Atlético Mineiro. Rio de Janeiro: Ed. Universidade Estácio de Sá, 2003. ISBN9788575790285 Erro de parâmetro em {{ISBN}}: soma de verificação
LIMA, Philipe Van R. Punho Cerrado: A História do Rei. Belo Horizonte: Ed. Letramento, 2017. ISBN9788595300118
1 Ainda não há uma lista oficial. Há veículos que apontam como artilheiros os três jogadores de clubes que vieram do módulo azul, virtual primeira divisão, que marcaram, cada um, 20 gols; e outros que entendem que a artilharia é exclusiva de Adhemar, que somou 22 gols em jogos do módulo amarelo e fase final.