Paulo Cézar Lima
Paulo Cézar Lima, mais conhecido como Paulo Cézar Caju (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1949)[1] é um ex-futebolista brasileiro, que atuava como meia e ponta-esquerda. Ele é conhecido no futebol carioca por ser o segundo jogador a defender os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro.[2] CarreiraInfânciaNascido na favela da Cocheira,[3] Paulo Cézar Lima tinha o sonho de fazer sucesso no futebol e sair da miséria. Quando criança, chegou a jogar futebol de salão no Flamengo.[2] Morou em Tegucigalpa dos 10 aos 12 anos, quando o pai foi treinador da seleção do país. Lá, era treinado pelo próprio pai adotivo Marinho Oliveira, no meio de adultos. Depois, seguiu para a Colômbia, onde ele e Fred, seu irmão adotivo, chegaram a jogar na primeira divisão, aos 15 anos.[2] JogadorFoi revelado pelo Botafogo e atuou pelo clube desde o fim dos anos 1960 ao início dos anos 1970. Em 1967, aos 18 anos, Paulo Cézar concretizou de vez seu sonho, ao tornar-se jogador do time principal do Botafogo e participar de sua primeira temporada no Glorioso. Seu futebol habilidoso e provocador foi chamando a atenção do público futebolístico. Em pouco tempo, tornou-se conhecido em seu estado natal. Ainda em 1967, Paulo Cézar foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira.[3] Foi campeão da Taça Guanabara em 1967, quando marcou três gols no jogo decisivo, contra o America.[3][4] Nesse mesmo ano, também foi campeão carioca, cujos títulos repetiu em 1968, além da Taça Brasil de 1968. O apelido caju, que tornou-se quase um sobrenome, surgiu quando retornou dos Estados Unidos em 1968 com os cabelos pintados de vermelho. A pintura de vermelho dos cabelos foi feita como forma de demonstrar seu apoio ao movimento dos panteras negras, com o qual o jogador identificava-se politicamente.[5] Aos 21 anos de idade, disputou, como reserva da seleção brasileira, a Copa do Mundo de 1970, no México.[1] O técnico Zagallo, a princípio, tentou encaixá-lo no time, mas depois percebeu que, com o esquema que pretendia usar, ele e Pelé não poderiam jogar juntos.[6] Na volta do México, disse, a uma emissora de televisão, "Não queremos saber do Botafogo", o que causou mal-estar no clube, mas foi contornado depois que o jogador disse ter dado a declaração para livrar-se do repórter.[7] Com a perda do título carioca para o Fluminense em 1971, Paulo Cézar foi responsabilizado pela derrota e teve que deixar o Botafogo. O motivo da discórdia foi uma jogada que fez em uma partida realizada quando seu clube estava com boa vantagem na tabela, a poucos jogos do fim: Paulo Cézar fez embaixadas diante de seus marcadores, o que foi entendido como uma atitude de desprezo para com os demais adversários do Botafogo, que até então aceitavam a superioridade do time. A partir daí, as partidas tornaram-se bem mais difíceis, com o time alvinegro perdendo pontos importantes, até finalmente ser superado pelo Fluminense, que se sagraria campeão. Em 1972, Paulo Cézar transferiu-se para o Flamengo, time pelo qual jogou até 1974. Na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, foi titular da seleção brasileira, tendo atuações abaixo do esperado. Na seleção brasileira, fez 77 jogos e marcou 17 gols.[3] Só faria um contrato realmente bom quando foi vendido ao Olympique de Marseille, da França, depois da Copa de 1974. "Sempre troquei de time por interesses profissionais", disse à revista Placar, em 1979. "E acho que deve ser assim mesmo, pois a carreira é curta. Hoje, minha situação financeira é apenas razoável, ao contrário do que muitos podem pensar. Contrato excepcional mesmo só fiz com o Olympique. Os outros foram apenas bons.".[8] No Olympique, em 75, foi vice-campeão nacional, com 18 gols.[2] Jogaria ainda pelo Fluminense, onde fez parte da lendária equipe que ficou conhecida como Máquina Tricolor (em 1975), tendo sido bicampeão carioca em 1975 e 1976, semifinalista dos campeonatos brasileiros nestes anos e conquistando vários torneios internacionais amistosos neste período.[9] Sua estreia foi no dia 10 de junho de 1975, em amistoso onde o Fluminense venceu por 1 a 0 o Bayern de Munique, bicampeão europeu da época.[10] Teve uma primeira passagem pelo Grêmio, entre 1978 e 1979. Saiu do clube gaúcho e passou ainda por Vasco da Gama e Corinthians, que fez um apelo publicitário aos seus torcedores para arrecadar dinheiro para a contratação.[11] Retornou ao tricolor gaúcho, onde foi campeão da Copa Intercontinental em 1983.[1] Após aposentadoria dos gramadosApós o fim da carreira, mergulhou no álcool e na cocaína durante 15 anos, entre 1985 e 2000, quando perdeu dois apartamentos e chegou a vender a medalha da FIFA de tricampeão do mundo, e uma miniatura em ouro da Taça Jules Rimet.[2][12] Em 1997, foi a estrela de um documentário cinematográfico sobre sua vida, feito para lançamento durante a fase promocional da Copa do Mundo de 1998, na França. Embora as filmagens tenham se concentrado em mostrar dez dias de seu cotidiano como ex-jogador sem que o mesmo prestasse qualquer depoimento ou entrevista formal, houve algumas referências sobre sua bem-sucedida e polêmica carreira, além de belas jogadas preservadas em arquivos diversos terem sido exibidas. Em 2005, foi homenageado pelo Botafogo, com o lançamento de uma camisa comemorativa, com seu nome e o número 11 às costas. A partir de maio de 2008, passou a escrever às terças-feiras para o Jornal da Tarde[1][13], onde prometeu "soltar o verbo".[4] Em 2016, o presidente da França, François Hollande, entregou-lhe, no Rio de Janeiro a medalha da Legion d'Honneur. Em setembro de 2020, passa a ser comentarista da Super Rádio Tupi.[14] Filiou-se ao PSDB, em 2023.[15] TítulosComo jogador
Outras conquistas
Prêmios individuais
Condecorações e honrariasOrdem Nacional da Legião de Honra da França[17] Artilharias
Flamengo
Referências
Ligações externas |