Operação Carbono 14Operação Carbono 14 é a operação policial brasileira deflagrada, pela Polícia Federal, (PF) em 1.º de abril de 2016. Representando a 27.ª fase da Operação Lava Jato, é um desdobramento do Caso Celso Daniel e do Escândalo do Mensalão.[1][2] Esta fase foi chamada de "carbono-14" em referência aos procedimentos usados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.[1] InvestigaçõesO empresário Ronan Maria Pinto, dono do Diário do Grande ABC e da empresa Viação Expresso Santo André teria recebido, segundo o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Diogo Castor, R$ 6 milhões dos R$ 12 milhões obtidos em negócios que envolvem a Petrobras e o Banco Schahin.[1] Os repasses tiveram como intermediários o pecuarista preso na Lava Jato, José Carlos Bumlai, e o frigorífico Bertin, até chegar à empresa Expresso Santo André, de Ronan Pinto. Segundo o procurador, essas operações financeiras foram citadas pelo publicitário Marcos Valério, em 2012, e puderam ser confirmadas a partir das quebras dos sigilos fiscais e bancários dos investigados.[1] Banco Schahin“Nosso objetivo é esclarecer a lavagem de dinheiro, crime cometido pelo Banco Schahin. A razão para receber esses valores é a grande pergunta que os investigadores querem fazer. Nossa suspeita é que esses repasses foram feitos para pagar divida de campanha para a prefeitura de Campinas, na época”, disse o procurador em coletiva de imprensa na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.[1] De acordo com a acusação do MPF, Bumlai teria usado contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. De acordo com os procuradores, investigados que assinaram acordos de delação premiada revelaram que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT, e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.[1] Silvio PereiraO ex-secretário geral do PT, Sílvio José Pereira, investigado também no caso do Mensalão, foi, segundo Castro, "o principal articulador do PT com Marcos Valério. Há indícios de que ele arquitetou o esquema de empréstimo fraudulento junto ao banco", disse o procurador. "Há similaridades com metodologia adotada no Mensalão, pelo uso de instituição financeira para pagamento de empréstimos fraudulentos, tendo como retorno favores do governo federal. Neste caso, o pagamento foi a utilização de contrato com a Petrobras".[1]
O empresário Fernando Moura foi preso na Lava Jato e aceitou fazer delação premiada. Moura disse que uma vez pegou R$ 600 mil em dinheiro na casa de Silvio. Segundo Moura, a quantia tinha sido entregue por uma fornecedora da Petrobras. Em outro depoimento, Moura disse que o ex-secretário-geral do PT recebia "um cala boca" de dois empreiteiros para não falar o que sabia sobre o esquema.[3] MandadosA operação contou com cerca de 50 policiais federais, que cumpriram 12 mandados judiciais no estados de São Paulo, sendo três mandados de busca e apreensão, dois mandados de condução coercitiva na capital paulista, um mandado de busca e apreensão, uma prisão temporária em Santo André (SP).[1] Silvio Pereira e Ronan Maria Pinto foram presos. Os presos foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos foram ouvidos na cidade de São Paulo.[1] Os policiais federais entraram na sede do Diário do Grande ABC, de propriedade de Ronan Maria Pinto, cumprindo mandado de busca e apreensão.[1] Prisão temporáriaCondução coercitiva
ReaçõesPor meio de nota, Ronan Maria Pinto disse "não ter relação com os fatos mencionados e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá ser esclarecida de uma vez por todas". O empresário acrescentou que sempre esteve à disposição para esclarecer as dúvidas dos investigadores sobre o caso.[1] Ver tambémReferências
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