Moisés de Leão
Moisés de Leão (em hebraico: משה בן שם-טוב די-ליאון; romaniz.: Moshe ben Shem-Tov; {{langx|lad|Moshe ben Sem Tob de León; Leão, 1250 – Arévalo, 1305) foi um erudito judeu sefardita, rabino e cabalista.[1][2][3] BiografiaAssim como a maioria dos judeus cabalistas sua vida é envolta em mistérios e controvérsias (obscura). O que se sabe ao certo é que, até 1290 viveu em Guadalajara. Depois viajou muito e finalmente se estabeleceu em Ávila, em uma das suas viagens a Valhadolid, lá conheceu um cabalista palestino chamado Isaque filho Samuel, do Acre (como registrado no diário de Isaque). Moisés disse a ele que possuía o manuscrito original do Zohar, de séculos de idade (cópias já começaram a circular desde a década de 1280). Foi então que Moisés prometeu levar Isaque até sua casa em Ávila, se fosse verdadeiramente o Zohar de autoria do rabbi Simeão (um renomado milagreiro, do século II), o manuscrito original seria de inestimável valor. Infelizmente Moisés morreu a caminho de casa em Arévalo e assim não pode cumprir a promessa feita a Isaque, posteriormente Isaque ouviu rumores de que a esposa de Moisés havia negado a existência desse manuscrito e que tinha sido o próprio Moisés que havia escrito o Zohar.[1] EscritosEscritor cabalista; autor ou redator do Zohar; é uma questão cheia de controvérsia. Ele estava familiarizado com os filósofos da Idade Média e com toda a literatura mística, e conhecia e usava os escritos de Salomão ibn Gabirol, Judá ha-Levi, Maimônides, etc. Ele sabia encantar com frases brilhantes e marcantes sem expressar qualquer pensamento bem definido. Ele era um escritor pronto e escreveu várias obras místicas e cabalísticas em rápida sucessão. No abrangente "Sefer ha-Rimmon," escrito em 1287 e ainda existente em manuscrito, ele tratou do ponto de vista místico os objetos e as razões das leis rituais, dedicando o livro a Todros ben Judah Halevi Abulafia.[4] Em 1290, ele escreveu "Ha-Nefesh ha-Ḥakamah" ou "Ha-Mishḳal," que mostra tendências cabalísticas ainda maiores. Nesta obra ele ataca os filósofos da religião e lida com a alma humana como "uma espécie de protótipo celestial," com seu estado após a morte, com sua ressurreição e com a transmigração das almas.[5] Em 1292, ele escreveu "Sheḳel ha-Ḳodesh," outro livro do mesmo tipo, é dedicado a Todros HaLevi Abulafia.[6] Em 1293, ele escreveu "Mishkan ha-'Edut", ou "Sefer ha-Sodot", onde ele trata do céu e do inferno, depois trata do livro apócrifo de Enoque; também de expiação. Ele escreveu também uma explicação cabalística do primeiro capítulo de Ezequiel.[7] O ZoharVer artigo principal: Zohar
No final do século XIII, começa a grande controvérsia, Moisés de Leão teria escrito ou compilado o midrash cabalístico para a Torá cheio de estranhas alegorias místicas, e atribuído a Simeão filho de Yoḥai, o grande santo dos Tannaim. O trabalho, escrito em aramaico peculiar, é intitulado Midrash do rabbi Simeão filho de Yoḥai, mais conhecido como o Zohar.[8] O livro despertou suspeita desde o início. A história corre que após a morte de Moisés de Leão, um homem rico de Ávila ofereceu a viúva, que havia sido deixada sem meios, uma grande quantia de dinheiro para o original do qual o marido havia feito a cópia, e que ela então confessou que o próprio marido foi o autor do trabalho. Ela lhe perguntará várias vezes, ela disse, por que ele colocou seus ensinamentos na boca de outro, mas ele sempre respondeu que as doutrinas colocadas na boca do milagreiro Simeão filho de Yoḥai seriam uma rica fonte de lucro. Outros acreditavam que Moisés de Leão escreveu o livro pelo poder mágico do Santo Nome. De qualquer forma, o conteúdo do livro foi aceito e aprovado por todos os cabalistas, e não pode de modo algum ser considerado como meras invenções e falsificações de Moisés de Leão. A final os mesmo que acusam ser uma falsificação omitiram o suposto testemunho da esposa de de Leão a favor do, testemunho feitos sob juramento de seus discípulos, a saber Jacó e José ben Todros, os quais alegam sob juramento que o trabalho não fora escrito por de Leão. O testemunho de Isaque, publicado na primeira edição do Sefer Yuchasin (1566), foi censurado a partir da segunda edição (1580),[9] e permaneceu ausente de todas as edições posteriores até sua restauração quase 300 anos depois, na edição de 1857.[a][10] Pensamento acadêmicoEntre os acadêmicos que teorizaram a respeito do Zohar estão Isaiah Tishby e Gershom Scholem.[11] Gershom um dos grandes estudiosos moderno do misticismo judaico, ao rejeitar o testemunho da viúva de de Leão,[b] se convenceu de que o Zohar é mesmo Medieval. Scholem também não concordou e descartou as conclusões de Graetz,[c] Scholem:[12]
Mesmo assim, Scholem não aceita a autoria de Rashbi, e aponta algumas áreas: Enganos e erros topográficos; Linguagem e Gramática; Vocabulário e fraseologia; Conceitos medievais encontrados no Zohar; Erros biográficos e cronológicos.[d] Mas, basta pesquisar e ver que, muitos estudiosos tradicionais modernos, sustentam que de Leão, não é o autor do Zohar. O próprio rabbi Aryeh Kaplan, observou que possuía em suas mão um manuscrito de Isaque no qual ele dizia que não acreditava que de Leão havia escrito o Zohar.[13] E rabbi Moshe Miller possui um trabalho extenso em que, trata sobre os apontamentos de Scholem e Tishby, que finaliza, assim:[14][15][16][17]
Notas e referências
Notas
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ReferênciasBibliografia
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