Magnetismo animal no Brasil
O magnetismo animal no Brasil foi instaurado pelos primeiros homeopatas em suas primeiras experiências com o chamado "fluido vital"[1]. Pode-se registrar seu primórdio no século XIX através do médico João Lopes ainda no período regencial do Brasil Império. Seu ínterim áureo foi a criação da Sociedade de Propaganda do Magnetismo [2] e o Jury Magnético no Rio de Janeiro com seu reconhecimento em 3 de maio de 1862 por D. Pedro II[2]. O magnetismo animalO magnetismo animal é uma doutrina fundamentada por Franz Anton Mesmer (1734-1815), médico, físico e teólogo suábio radicado em Viena[3]. Que afirma-se ser uma ciência que age conjuntamente com a filosofia e a religião, a qual divulgou baseado na transferência de uma radiação nervosa entre terapeuta e paciente[4]. O magnetismo seria ainda, a faculdade que o magnetizador teria em transformar; o fluido cósmico universal em fluido magnético. Constituído por uma doutrina magnética denominada mesmerismo, onde seu conjunto de aforismos cria condições para práticas terapêuticas[5]. Este se desenvolveu no final do século XVIII. No séc XIXMuito do que se tem conhecimento sobre o mesmerismo no Brasil se deve a Francisco de Paula Fajardo Júnior[4], denotando de forma resoluta a primeira contribuição informativa sobre o magnetismo pelo médico lisbonês João Lopes Cardoso Machado[6] em seu livro "Dicionário Médico-Prático – Para Uso dos que Tratam da Saúde pública, Onde Não Há Professores de Medicina" sob o nome de "catalepsia espontânea" [4]. Leopoldo Gamard apresentou sua Memória sobre o magnetismo animal à Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro (Academia Nacional de Medicina) em 15 de maio de 1832. E para avaliar sua dissertação foi designado o membro titular Augusto Renato Cuissart, que apresentou seu parecer na 18ª sessão da Sociedade, ocorrida em 6 de outubro de 1832, presidida por Francisco Freire Alemão[7]. Por não ser membro da academia, e com caráter considerado confrontativo por Cuissart a única parte citada do texto de Gamard foi: “A medicina é ciência quimérica e o magnetismo animal é a pedra angular da terapêutica”, antes da negativa num relatório ressoante com as injúrias dos opositores franceses do magnetismo animal [4]. Joaquim Manuel de Macedo no ano de 1844 denota uma situação no livro A Moreninha em que o personagem Sr Leopoldo no capítulo XIII, propõe o magnetismo como forma de tratamento a doente em questão[8]. No ano de 1853 o médico Guilherme Henrique Briggs traduz para o português o livro do famoso magnetizador francês Barão du Potet (1796 - 1881), com o título "Prática Elementar do Magnetismo" [9]. O médico alagoano Alexandre José de Mello Moraes no ano de 1855 inicia sua jornada como magnetizador publicando sua tese Physiologia das paixões e afecções, aspiradas nas doutrinas de Lavater, Rousseau dentre outros descortinando o mesmerismo de forma filosófica[10]. Naquele mesmo ano J. H. T. C. de Miranda traduz o livro Magnetismo e magneto-terapia ou a arte de curar pelo magnetismo (magneto-terapia), segundo a escola moderna de François de Szapary[11]. O Dr. José Maurício Nunes Garcia, professor de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no ano de 1857 trata sobre o magnetismo animal no seu trabalho "Estudos Sobre a Fotografia Fisiológica"[4]. O periódico "A Verdadeira Medicina Física e Espiritual associada a Cirurgia”[nota 1], um jornal de divulgação mesmérica iniciava sua publicação em janeiro de 1861, pelo magnetizador e professor de magnetismo Dr Eduardo A. Monteggia editado pela Tipografia do Correio Mercantil [13]. O jornal também foi o primeiro a publicar também trechos traduzidos das obras de Allan Kardec [13]. Naquele mesmo ano de 1861 funda-se a Sociedade de Propaganda do Magnetismo e o Jury Magnético ambas no Rio de Janeiro e dedicadas à pesquisa e ao tratamento através do mesmerismo. As entidades recebem autorização de funcionamento desde que as práticas curativas fossem conduzidas estritamente por médicos. Naquele mesmo ano, o médico Dr. Joaquim dos Remédios Monteiro edita e apresenta "Magnetismo – História" para a Academia Imperial de Medicina[9].
Como ápice da aceitação do mesmerismo no Brasil em 3 de maio de 1865 o governo imperial autoriza o funcionamento e regulamenta lei sobre atuação da Sociedade de Propaganda do Magnetismo e do Jury Magnético. A partir de 8 de março de 1869 a revista O Écho d'Alêm-Tumulo traduz trechos de Allan Kardec que falam sobre o mesmerismo[15]. José Baliseu Neves Gonzaga Filho doutor em medicina publicou uma série de artigos sobre o magnetismo animal na seção de ciências do Diário do Rio de Janeiro nos anos de 1875 e 1876, alcançando grande repercussão na Corte. Nesse mesmo período, Mello Moraes retoma seu trabalho com a publicação do título Memória Sobre o Fluido Universal ou Éter, denotando a ideia de bioeletrogênese[9]. Nesta mesma época o doutor Francisco de Menezes Dias da Cruz, catedrático de Patologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Gama Lobo, Gonzaga Filho e Ferreira de Abreu pesquisaram o magnetismo animal e seu potencial terapêutico[16]. Em seguida no ano de 1877 Miguel Lemos (1854-1917) e Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927) viajaram para Paris, de volta ao Brasil, Miguel Lemos, iniciou uma progressiva e enérgica ação política, social e religiosa a partir do positivismo. Cuja finalidade era juntamente com seu confrades fazer intervenções a respeito das mais variadas questões sociais, religiosas e políticas, e dentre estas mudanças surgiu a seguinte lei:
Entre os anos de 1880 e 1887, um grande número de médicos assume a terapia do magnetismo animal em suas clínicas pelos relatos da eficiência pelos colegas. Destacam-se entre estes Calvet, médico responsável pela Corte do Rio de Janeiro, Lucindo Filho, em Vassouras, Moraes Jardim, em Barbacena, Sá Leite, em Poços de Caldas, Affonso Alves, na Bahia, e outros[16]. Neste período mais precisamente no ano de em 1884, Nunes Garcia apresentou seu tratado Memória Sobre o Magnetismo Animal na exposição que ele inaugurou na Biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro[16]. No ano de 1896 Francisco Fajardo publica com apoio do médico Érico Coelho o a reedição de seu Tratado sobre a hipnose, onde descreve todo o limiar da história do magnetismo animal no Brasil, dede Lopes até os seus contemporâneos [4]. No séc XXNo ano de 1902 Souza Brito profere uma palestra sob o título "O Magnetismo animal e suas manifestações" no Centro de Sciencias, Lettras e Artes de Campinas, a qual foi pulblicada na Revista Médica de São Paulo em três partes [18]. O Sr. Bráulio Prego em 1907 faz a tradução de Henri Durville filho de um dos maiores expoentes do mesmerismo (Hector Durville), o livro Magnétisme personnel (Magnetismo pessoal), obra que atingiria em seu centenário a marca de “mais de 70.000 exemplares vendidos!”[19] e a qual criaria o primeiro índice de catálogo sistemático para o tema com numeração subsidiário a psicologia por número de CDD 154.72[20]. Em 15 de outubro de 1909, surgiram fenômenos psíquicos de transportes de objetos na capital paulista por intermédio da senhorita X. Pelo ocorrido o jornal “Correio Paulistano”, resolveu desenvolver uma enquete sobre o assunto, entrevistando: psicólogos, médicos, ocultistas e o Sr. Cairbar Schutel[nota 2] desenrola de forma sucinta os princípios magnéticos e transpõe suas elucidações, que foram amplamente admitidas pelos ouvintes e das quais brotou um livro publicado em 1915 por nome Histeria e fenômenos psíquicos[21]. Nesse período o professor Eurípedes Barsanulpho já fazia uso do fluido magnético na construção da corrente magnética[22] em seus tratamentos psico-físico-patológicos onde um deles suscitou na cura de Maria Modesto Cravo[23]. No ano de 1920 o médico abolicionista, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti sob o pseudônimo "Max" publica o livro Loucura sob novo prisma denotando o assunto mesmérico em situações para explicar seu tratamento e sua efetividade em tantos outros [24]. Em meados de 1929, Josino Cândido Branquinho, farmacêutico prático na Fazenda Palmela, estando quase cego, procura a cura nos trabalhos magnéticos de Jerônimo Cândido Gomide[nota 3] na Fazenda Pico [25]. Neste mesmo período Dorcelino Damasio da Silva, católico, também é curado de "fogo selvagem" pelas mãos de "Candinho" [nota 4]. Deste grupo nasceu a cidade de Palmelo [26]
Em 1932 e traduzido pela editora da Federação Espírita Brasileira o livro "Magnetismo curativo - Volume 1 - Manual Técnico" e no ano seguinte "Magnetismo curativo - Volume 2 - Psicofisiologia" ambos de Alphonse Bouvier (Bué). Na década de 50 o Sr. comandante Edgard Armond faz fervilhar novamente os conceitos mesméricos ao meio espiritista com o lançamento do livro Passes e radiações, criando preceitos valiosos utilizados a té a atualidade[28]. O livro, escrito pelo Dr. Jean Philippe Encause (filho de Papus) foi publicado no Brasil por “Alba Lucis”, em 2 Volumes respectivamente em 1958 e 1959, o qual fundamentaou sua tradução da 4ª edição original francesa. Os mesmos houvera recebido o Prêmio "MARIA STAR" pela Société des gens de lettres (Sociedade das gentes de letras) e outro prêmio pela "Académie des Sciences Morales et Politiques" (Academia das ciências morais e políticas de Paris) em 1954[29]. Em 1991 é lançado o livro, O Passe de Jacob Luiz Melo, pela editora da Federação Espírita Brasileira, o qual, faz uma ligação pratica do passe espírita com o passe magnético [30] Mesmerismo contemporâneo no BrasilNo ano de 2004, Paulo Henrique de Figueiredo editou pela primeira vez livros na integra de Franz Anton Mesmer, sob o nome Mesmer a ciencia negada e os textos escondidos, uma obra contendo a biografia detalhada de Mesmer em conjunto com a maioria de suas obras[31] Em 2014 foi relatado nos jornais que:
O Jornal da Cidade de Bauru em 13 de julho de 2014 relatou o trabalho desenvolvido pelo professor Francisco Habermann (professor aposentado de nefrologia), a professora Niura Padula e outros integrante do grupo de pesquisadores da Unesp/Botucatu, descrevendo que o passe magnético seria um conhecimento resoluto desde o século XVIII baseado no que a física clássica denota ser as pontas dos dedos que agiriam como para-raios ou como terminais pontiagudos que recebem e transmitem "forças", podendo uma pessoa influenciar a outra simplesmente estendendo as mãos[33].
O jornal ainda afirmou que após as escolhas dos voluntários as aplicações de passe vão durar oito semanas e que a professora Padula informou até seu método probativo:
Magnetismo e espiritismo no BrasilTal como firmado por Allan Kardec, que o mesmerismo preparou o caminho para o espiritismo na França, o mesmo foi declarado aqui por Jorge Hessen, o qual reafirmou:
Ver tambémNotas e referênciasNotas
Referências
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