Cronologia de Franz Anton Mesmer
Este verbete é um índice cronológico de alguns dos principais fatos da vida de Franz Anton Mesmer abrangendo acontecimentos desdê o seu nascimento em 23 de maio de 1734 passando pela fundamentação do Mesmerismo (doutrina que leva seu nome associado) em 1773 e indo até o desencadear de seu falecimento em 1815. Evento CronológicoSéculo XVIII1734 - Nasce no dia 23 de maio de 1734 em Iznang, aldeia próxima ao lago de Constança, na Suábia, atualmente pertencente à Alemanha; filho de Franciscus Antonius Mesmer e Maria Ursula Michel, pertencente a uma tradicional família católica - Franz Anton Mesmer.[1] 1743 - Foi encaminhado por seus pais ao monastério de Reichenau, em Constança, e foi lá que desenvolveu com os monges seu conhecimento de: línguas, literatura clássica e música num período de seis anos.[2] 1750 - É admitido na Universidade de Dillingen, na Baviera, pertencente a Companhia de Jesus, onde estuda Filosofia por quatro anos, tendo acesso as obras de Galileu, Descartes, Leibniz, Kepler, Newton e outros, chegando ao Doutorado.[3] 1754 - Dá início ao curso de Teologia na Universidade de Ingolstadt, situada também no estado de Baviera, Alemanha. 1759 - Na Universidade de Viena, na Áustria, dedica-se ao seu primeiro ano ao estudo de Direito e ao sistema de normas de conduta.[4] 1760 - No ano de 1760 Mesmer migra para o curso de medicina, na Universidade de Viena, Áustria, curso que era considerado o melhor de seu gênero na Europa, então totalmente reformulado por Gerhard van Swieten, discípulo de Boerhaave (o mais respeitado professor da época) conhecido como o "Hipócrates holandês".[5] 1766 - Em 27 de maio de 1766 o doutorou-se defendendo sua tese em latim; Dissertatio physico-medica de planetarum influxu,[6] abordando a influência dos planetas sobre o corpo humano, conhecimento bebido das obras de Newton[7] e provavelmente dos conceitos de Paracelso,[7] usando pela primeira vez o conceito de fluido universal.[8] 1768 - Em 10 de janeiro de 1768 o arcebispo de Viena cerimonializou o casamento de Mesmer com Maria Anna von Bosch, na Catedral de Santo Estêvão, onde toda alta sociedade queria comparecer.[9] O casal passa a residir numa mansão em Landstrasse, onde promove saraus musicais dos quais participam personalidades como Mozart, Haydn, Gluck e outros. Naquele mesmo ano em 7 de dezembro, estreava no teatro pessoal da família localizado no jardim de sua residência, a primeira apresentação em Viena de uma ópera de Mozart.[10] Com apenas doze anos, Mozart apresenta seu primeiro singspiel em alemão: Bastien und Bastienne no gênero de comédia popular.[10] 1773 - Neste ano ocorre o primeiro tratamento por meio de magnetismo animal, tendo por paciente a senhorita Franziska Esterlina com vinte e nove anos de idade com a saúde frágil. Franziska era amiga da família Mozart e uma parenta de Maria Anna von Bosch (consorte de Mesmer).[11] 1775 - Com relativa rejeição pela comunidade científica, à sua descoberta, Mesmer evita realizar tratamentos públicos em Viena. Anuncia a sua descoberta, em outros países da Europa, visitando a Suábia, a Baviera, a Suíça e a Hungria, entre outros países. Naquele mesmo ano publica uma Carta ao povo de Frankfurt, que representa a projeção dos conceitos de sua teoria.[12] Define pela primeira vez que o magnetismo animal como sendo "a capacidade de um indivíduo em causar efeitos similares ao magnetismo mineral em outra pessoa".[3] Admitia Mesmer que, assim como o ímã, as mãos e os olhos de alguns indivíduos podiam irradiar um fluido especial proveniente do próprio organismo com influência nos indivíduos e nos próprios animais. No dia 5 de janeiro, publica nos jornais e em panfletos fac-símiles da Carta a um médico estrangeiro, explicando o magnetismo animal. A qual havia sido primeiramente endereçada ao médico de Altona Johann Christoph Unzer.[12] Naquele mesmo ano em Munique, foi admitido como sócio na Academia do Eleitorado da Baviera à 28 de novembro.[11] 1776 - Para evitar mal-entendidos, por parte da comunidade científica, evita fazer uso do ímã o qual servia unicamente como simples condutor do magnetismo animal, porém dá continuidade aos tratamentos e fazendo uso da água, garrafas e barras de ferro e sua tina. Esclarece a sua tese de doutorado, através da publicação das Cartas sobre a cura magnética as quais foram enviadas a alguns médicos. 1777 - A famosa pianista Maria Theresa Paradis é aceita como paciente, Mesmer realiza a cura de sua cegueira, mas por motivos obtusos são geradas controvérsias.[13] 1778 - Naquele fevereiro realizou a divulgação de sua teoria sobre magnetismo animal em Paris, apresentando as suas descobertas para os sábios e médicos e em maio desloca-se para a cidade de Créteil, juntamente com alguns pacientes. Neste mesmo período requisita comissários da Sociedade Real de Medicina de Paris para fiscalizarem as curas o que foi prontamente recusado.[14] 1779 - Mesmer publica, em Paris um relato analítico-histórico sobre sua ciência; Memória sobre a descoberta do magnetismo animal, após tentar, sem sucesso, em todas as Universidades, um exame de seu sistema. Expõe a tese defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudo o qual poderia ser utilizado na cura de doenças.[15] Experimentou tratamentos com imãs (magnetos), mas concluiu que o próprio corpo humano emanava forças mais poderosas que as do imã, as quais denominou então de " magnetismo animal", o qual poderia ser utilizado na cura de doenças. Teve boa aceitação, mas depois caiu em descrédito.[15] 1780 - Em busca de reconhecimento científico para a sua descoberta, propõe à Faculdade de Medicina de Paris, um teste de eficácia em modo comparativo entre seu método e a medicina tradicional.[15] Numa Assembleia Geral, realizada em 18 de setembro e, após uma leitura do discurso de Charles d'Eslon, o mesmo foi excluído do quadro de médicos membros, e as proposições de Mesmer foram declinados com altivez, e malquerença. 1786 Mesmer se torna "Imperador" na Gold-und Rosenkreuzer de Viena.[16] Séculos XVIII-XIX1781 - Publica o que viria a ser a mais importante descrição histórica da ciência do magnetismo animal, intitulada Resumo histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal.[17] 1784 - No dia 20 de agosto, Mesmer envia uma carta a Benjamin Franklin, relatando os equívocos da comissão examinadora que desautorizou d'Eslon como médico, por agir em seu nome, e a precariedade e o desconhecimento do método utilizado para tal julgamento.[18] O rei da França nomeou: Jean-Sylvain Bailly (1736-1793), Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), Benjamin Franklin (1706-1790) e Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794) os comissionários contra o mesmerismo, que em quatro meses creditou que "as proposições de Mesmer não passavam de imaginação e auto-sugestão dos pacientes", redigindo também um relatório secreto enviado à polícia que alertava para o ambiente potencialmente licencioso das clínicas mesmeristas.[3] Outra comissão formada por médicos da Sociedade Real de Medicina também refutou a existência do mesmerismo. No entanto, Jussieu (um dos membros escolhidos) divergentemente admitiu os resultados à favor do magnetismo animal.[3][18] Também em 1784, mantêm correspondência com George Washington, o então presidente dos Estados Unidos da América.[18] 1785 - Alguns de seus discípulos publicam as anotações de suas aulas na forma de um livro intitulado Aforismos de Mesmer, apesar da desautorização do próprio Mesmer.[17] Nesse ano, Mesmer deixa Paris. Em viagem a Zurique, encontra-se com o pastor Johann Kaspar Lavater, um entusiasta do magnetismo animal na Suíça.[19] 1787 - Jacques Henri Désiré Petétin descobriria a Catalepsia Artificial reafirmando as teorias mesméricas.[20] 1790 - Mozart, em sua ópera Così fan tutte homenageia Mesmer.[10] Ao fim do ato primeiro, a personagem Despina, Vestida de médico representa Mesmer ao desenvolver seu tratamento. Naquele mesmo ano, Maria Anna von Bosch, a esposa de Mesmer, falece de câncer no seio.[21] 1793 - Preso pela polícia, ao retornar a Viena, onde estava sendo investigado por questões políticas, suspeito de ser partidário dos jacobinos. Liberto, fica sob custódia até 5 de dezembro. Continuaria, porém, as autoridades continua a observá-lo.[21] 1796 - Retornando a Paris, reside na rua Vendôme, número 206 até o ano de 1801, quando migra para Versalhes.[18] 1799 - Publica, em Paris, Memória de F. A. Mesmer, doutor em medicina, sobre suas descobertas, sendo considerada por muitos a Magnum opus, contendo em si o modelo teórico do "Mesmerismo, a lucidez sonambúlica e o sonambulismo provocado sendo em dezoito anos o seu primeiro trabalho publicado.[1] 1802 - Muda-se para Meersburg, no Sul da Alemanha.[1] 1809 - Muda-se para a Suíça mais precisamente para a cidade de Frauenfeld. Nesta época, muitos achavam que ele já havia morrido. Porém um grupo de médicos da Academia de Berlim redescobriu o seu paradeiro, Mesmer com setenta e cinco anos recusa colocar novamente suas teorias a prova.
1812 - Recebe o doutor Karl Christian Wolfart, um emissário de Berlim, encarregado de trascrever "a comunicação de todos os fatos, retificações e esclarecimentos desse importante tema".[18] 1814 - Publica-se, em Berlim, Mesmerismo ou sistema das interações, teoria e aplicação do magnetismo animal como a medicina geral para a preservação da saúde do homem, material colhido com mesmer por seu editor, o doutor Wolfart, onde tratava-se de uma compilação dos artigos, anotações e pensamentos de Mesmer sobre Ciência, Filosofia, Educação e outros temas que constituem sua doutrina.[1] 1815 - Morre aos seus oitenta e um anos, Franz Anton Mesmer, em 5 de março, na cidade de Meersburg, Suábia, nas proximidades do lago de Constança, atual Alemanha. Manteve-se lúcido até aos últimos dias.[1] Imagens do túmulo
Ver tambémReferências
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