Ataque na Catedral Metropolitana de Campinas em 2018
No dia 11 de dezembro de 2018, Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, atacou a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, localizada no centro de Campinas, São Paulo, armado com duas armas, uma pistola 9 mm e um revólver calibre 38. Ele abriu fogo contra os fiéis ao final da missa iniciada às 12h15 e matou cinco pessoas, deixou outras três feridas e cometeu suicídio em um dos altares da igreja após ser atingido por um tiro efetuado por um policial militar.[2] O ataqueDe acordo com os investigadores, o analista de sistema Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, residente em Valinhos, sentou-se entre os fiéis e aguardou até a missa acabar. Enquanto o cântico final era entoado, levantou-se e virou para o fundo da Igreja para atirar contra os presentes por volta de 13h15.[1] Ao se levantar, atirou primeiro em direção às pessoas que estavam sentadas logo atrás dele e, em seguida, começou a se deslocar até o altar principal. Euler usou um revólver e uma pistola calibre 9 mm para realizar os disparos.[1] Segundo testemunhas, ao menos 20 tiros foram disparados dentro da Catedral.[2] Euler chegou a trocar tiros com a Polícia Militar que circundava a Praça Dom João Nery e imediatamente se dirigiu para o interior da Igreja e foi alvejado no tórax. Caído, ele então tirou a própria vida em um dos altares laterais ao dar um tiro na própria cabeça.[1] No momento do crime, a polícia estava mobilizada para combater um roubo a banco que estava em andamento no centro da cidade.[2] Ele ainda tinha 28 cartuchos em carregadores, dentro da mochila.[1] A PM trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido premeditado, visto que o atirador utilizou munição suficiente para matar as vítimas e deixou apenas uma bala para cometer suicídio.[2] O ataque vinha sendo planejado desde 2008, segundo anotações em um diário encontrado na casa do atirador.[3] A motivação do ataque, no entanto, ainda é desconhecida e Euler não tinha passagem pela polícia.[1] AutorEuler Fernando Grandolpho (Valinhos, 8 de março de 1969 – Campinas, 11 de dezembro de 2018) era um analista de sistemas que morava com o pai, que é viúvo, em um condomínio de Valinhos.[4] Segundo a polícia, apesar da profissão do atirador ser analista de sistemas, na ficha de identificação civil consta que ele era publicitário. Grandolpho também chegou a trabalhar como auxiliar de promotoria no Ministério Público do Estado de São Paulo e exonerou-se em julho de 2014. Um perfil em uma rede social diz que ele estudou na UNIP e no Colégio Técnico da Unicamp.[4] Grandolpho não tinha antecedentes criminais, mas chegou a registrar boletins de ocorrência por perseguição e injúria. De acordo com a Polícia Civil, a família informou que o atirador era bastante recluso, costumava ficar dentro do quarto, saía muito pouco de casa e chegou a fazer tratamento contra depressão. Familiares também temiam que ele "cometesse suicídio". Não havia relações entre o atirador e as vítimas, e ele não era um frequentador da Catedral Metropolitana.[4] VítimasO atirador matou cinco homens: Sidnei Vitor Monteiro, José Eudes Gonzaga, Cristofer Gonçalves dos Santos, Elpídio Alves Coutinho e Heleno Severo Alves; e cometeu suicídio em seguida. Equipes do SAMU e dos bombeiros foram enviadas ao local por volta das 13h20. Alves, de 84 anos, que foi atingido por dois disparos nas regiões do tórax e abdômen chegou a ser levado ao Hospital Mario Gatti, mas morreu no dia seguinte devido aos ferimentos.[5] Jandira Prado Monteiro, de 65 anos, mãe de Sidnei Monteiro, teve lesões em uma das mãos e tórax e foi socorrida no mesmo hospital, mas estando fora de risco, recebeu alta no dia seguinte.[6] Maria de Fátima Frazão Ferreira, de 68 anos, foi levada ao Hospital de Clínicas da Unicamp após ser baleada em uma das pernas e recebeu alta. O quarto ferido foi um homem de 64 anos, que foi atingido por dois tiros de raspão e foi socorrido ao Hospital Beneficência Portuguesa. Ele também teve alta poucos dias depois do ocorrido.[7] A Catedral ficou cercada pelas forças de segurança até o final do dia. Na hora do ataque, houve grande correria no centro da cidade, principalmente na Rua 13 de Maio, paralela à Catedral e uma das mais movimentadas do comércio local.[2] Em nota, a Arquidiocese de Campinas informou que não sabia a motivação do crime e que a igreja seguiria fechada para atendimento às vitimas e investigação da polícia.[2] RepercussãoO prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), decretou luto oficial de três dias.[1] Por meio de nota, a prefeitura disse: "O prefeito Jonas Donizette está estarrecido com o brutal crime e dedica suas orações às vítimas e suas famílias. Continuaremos mobilizados acompanhando os acontecimentos. É uma tarde de dor pra Campinas ... mostra um pouco o retrato complexo da nossa sociedade", disse Donizette.[8] O governador eleito, João Doria (PSDB), lamentou a morte das vítimas pelas redes sociais. "Minha solidariedade aos familiares das quatro vítimas que foram cruelmente assassinadas na Catedral Metropolitana de Campinas nessa tarde".[9] O presidente Michel Temer afirmou, por meio de sua conta no Twitter, ter ficado "profundamente abalado" com a notícia. "Profundamente abalado pela notícia desse crime cometido dentro da Catedral de Campinas, apresento minhas condolências aos familiares das vítimas. E rezo para que os feridos tenham rápida recuperação", escreveu.[10] A notícia do atentado dentro da Catedral Metropolitana se espalhou pelos principais veículos de comunicação ao redor do mundo, como, por exemplo, Diário de Notícias (Portugal), The New York Times,[11] CNN, CBS (Estados Unidos), BBC (Reino Unido), El País (Espanha) e El Clarín (Argentina).[12] Clubes de futebol de Campinas também se solidarizaram com as vítimas do ataque. Pelo Twitter, o Guarani Futebol Clube dedicou os "mais sinceros sentimentos às famílias e amigos [das vítimas]". A mensagem é acompanhada por uma imagem da catedral com a hashtag #LutoporCampinas. A Associação Atlética Ponte Preta também se manifestou pela rede social, lamentando a tragédia.[13] Por meio de uma publicação no Facebook, a Arquidiocese de Campinas lamentou o ocorrido: "Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor".[14] O padre que rezava a missa logo antes do atentado, Amaury Thomazzi, pediu em um vídeo postado na internet orações pelas vítimas, pelo próprio atirador, e pediu a intercessão da Imaculada Conceição pela situação vivida.[15] O Papa Francisco enviou um telegrama à Arquidiocese de Campinas, lamentando a tragédia. O pontífice pediu que todos se esforçassem para perdoar e fazer prevalecer o “amor sobre o ódio e a vingança”. No texto, o Papa "convida a todos, diante deste momento de dor, a encontrar conforto e forças em Jesus Ressuscitado, pedindo a Deus que a esperança não esmoreça nesta hora de prova". O telegrama em nome de Francisco foi assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. Ver tambémReferências
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