O avião, um bimotorturboélice, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, de prefixo PR-SOM, era de propriedade de Carlos Alberto Filgueiras e tinha capacidade para sete passageiros, além do piloto.
Estava registrado em nome da Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras Limitada[12][13] e, segundo a ANAC, estava em situação normal de aeronavegabilidade, com inspeção válida até 12 de abril de 2017 e com certificado de autorização de voo válido até 12 de abril de 2022.[14] O avião era considerado seguro.[15]
Acidente
O voo saiu do aeroporto Campo de Marte, na cidade de São Paulo, às 13h (horário de Brasília), com destino à cidade de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, porém a aeronave caiu no mar, próximo à Ilha Rasa, cerca de meia hora depois de decolar, momento em que chovia na região da queda.[16][17]
No dia seguinte ao acidente, a Aeronáutica resgatou a caixa-preta do gravador de voz do avião.[24] A aeronave não possuía caixa-preta gravadora de dados.[25] A aeronave foi retirada do mar no domingo, 22, e transportada para o Rio de Janeiro para perícia da Aeronáutica.[26]
Em 23 de janeiro de 2017, o juiz da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pirro, decretou o sigilo das investigações sobre a queda do avião.[27] Análise preliminar da Aeronáutica "não apontam qualquer anormalidade nos sistemas da aeronave"[28] e que pode ter havido desorientação espacial do piloto.[29]
Relatório final
Em 22 de janeiro de 2018, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) apresentou o relatório final do acidente. A conclusão foi que não houve falha da aeronave nem falta de combustível. O acidente foi causado por três fatores principais:[30][31]
Condições climáticas adversas para o pouso visual (VFR), único modo de operação do aeroporto de Paraty. No momento do acidente, a visibilidade horizontal era de 1 500 metros e a precipitação pluviométrica era de 25 mm/h, condições não recomendadas para operações de pouso e decolagem sob VFR.
Cultura operacional dos pilotos: as investigações concluíram que havia entre os pilotos que voavam rotineiramente naquela região, uma cultura de "experiência operacional" em condições adversas, em detrimento das recomendações de segurança para a operação em voo visual, com práticas informais que interferiram na percepção e análise adequada dos riscos envolvidos naquela operação de pouso.
Desorientação espacial: provável consequência da baixa visibilidade, de curva executada sobre a água a baixa altura, e das condições de estresse do piloto, que levaram à perda de controle da aeronave.