Segunda cúpula do BRIC
A segunda cúpula do BRIC(pt-BR) ou segunda cimeira BRIC(pt-PT?) foi realizada nos dias 15 e 16 de abril de 2010, na cidade de Brasília, Brasil. Os chefes de Estado dos quatro integrantes do grupo (Brasil, Rússia, Índia e República Popular da China) compareceram ao evento.[1][2] A China antecipou a realização da cúpula, que seria em 16 de abril, após o sismo ocorrido em Qinghai.[3] Um documento de cooperação técnica foi assinado entre o BNDES, do Brasil; o Banco de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Externos (Vnesheconombank), da Rússia; Banco de Desenvolvimento da China (CDB); e Banco Exim, da Índia.[4] Na prática, uma empresa brasileira pode, por exemplo, fazer um projeto na China e receber financiamento do BNDES e do banco chinês.[5] Jim O'Neill, criador da sigla BRIC, considera que os resultados da cúpula evidenciam a necessidade de uma nova postura dos países ricos ao administrar a economia global, pois há uma pressão para a mudança na forma de gerenciamento do FMI, mas as mudanças significativas, causadas pelas diferenças dos modelos econômicos, são encaradas com ceticismo.[6][7] Reunião preparatóriaUma reunião preparatória aconteceu no Rio de Janeiro no dia 14 de abril com a presença da África do Sul em simultânea ocorrência do Fórum IBAS, quando foram discutidos - pela primeira vez - oportunidades de negócios e investimentos para setores de energia, tecnologia da informação, infraestrutura e agronegócio.[8] A Rússia anunciou demandas para investimentos em rodovias e aeroportos; e o Brasil em ferrovias, aeroportos, hidrovias e estrutura urbana. A China sugeriu a troca de informações para a segurança alimentar, ou seja, um intercâmbio informativo para evitar grandes altas nos preços dos alimentos.[9][10] O presidente russo também elencou as cooperações multilaterais em energia nuclear, construção de aviões, exploração espacial e nanotecnologia como as mais promissoras a partir do incremento do comércio negociado feito com moedas nacionais, o que de quebra garantiria o estreitamento de laços econômicos entre os países.[11] Antes do início da cúpula, o presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu o comércio bilateral com moedas nacionais[11], ou seja, sem a intermediação do dólar ou do euro, fato que seria abordado entre todos os países no dia seguinte.[12] Alguns analistas defendem que esse tipo de comércio beneficiaria sobretudo a China que tradicionalmente manipula sua própria moeda para tornar seus produtos mais baratos e concorrer deslealmente com outros países.[13] O Peterson Institute calcula que o iuan esteja 40,7% subvalorizado em relação ao dólar e o real valorizado em 15,7% em relação ao dólar, o que significa que o iuan está 50% subvalorizado em relação à moeda brasileira.[14] Demanda energéticaA cooperação energética é um dos assuntos em pauta da cúpula. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, os países do Bric respondem por 58% do crescimento da demanda mundial por petróleo, sendo a maior parte respondida pela China.[15] No dia 15 de abril, após o encontro do presidente Lula com Hu Jintao, foi anunciado que uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre produção de biomassa da cana-de-açúcar terá a complementação de um estudo da Universidade de Tsinghua que estuda o cultivo de algas que possuem alto conteúdo de óleo.[16] Complementares, os resultados desses trabalhos podem permitir o desenvolvimento de uma tecnologia inovadora para a produção de biodiesel.[17] Brasil e China estabeleceram um acordo de venda de 200 mil barris diários de petróleo.[18] Também foi anunciado que as empresas LLX, do Brasil, e a estatal chinesa Wisco devem construir um complexo siderúrgico no Porto Açu, no Rio de Janeiro, tido por Lula como "o maior investimento chinês no Brasil e o maior da China, neste setor, no exterior".[19] ObjetivosA declaração final da reunião de cúpula dos quatro países sugere que um novo sistema de votação no Banco Mundial, bem como a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI).[20][21][13] Durante o encontro, os líderes dos BRICs também assinaram um acordo de cooperação, com a finalidade de facilitar o financiamento de obras e projetos entre as nações. A iniciativa deve priorizar as áreas de energia e infraestrutura. Os bancos de desenvolvimento dos quatro países se comprometeram em analisar "conjuntamente" formas de incentivar a concessão de crédito entre os BRICs.[22] Outros acordos entre Brasil e ChinaAs promessas de negócios, embora vazias de datas e valores, envolveram um leque inédito de temas na relação entre os dois países, como mecanismos de financiamentos e propriedade intelectual. As reuniões frequentes também foram propostas.[23] Durante o encontro, um acordo de cooperação em ciência, tecnologia e inovação assinado em maio de 2009 pelos dois países poderá sair das intenções.[19] Além das parcerias energéticas, China e Brasil assinaram protocolos de requisitos fitossanitários para a exportação do Brasil para a China de carne bovina e folhas de tabaco. O desenvolvimento de satélites também esteve em pauta.[19] LíderesChefes de delegações com encontros bilaterais: Referências
Ver também
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