Quiromancia![]() Quiromancia é o ato de ler as mãos e predizer o futuro de uma pessoa. É considerada uma pseudociência. É praticada em todo o mundo, em numerosas variações culturais. A quiromancia (do grego Χείρων, "mão", e Μαντεια, " profecia") é um método complexo de adivinhação e de interpretação de sinais baseados nas linhas da palma da mão e no seu formato, tamanho e textura. A interpretação dessas linhas varia muito de escola para escola. Existe a crença que acredita que, através da quiromancia, ou seja, pela leitura das mãos, é possível descobrir o passado e o futuro, as tendências e as potencialidades do indivíduo, além de prever problemas de vários gêneros, tendo assim a possibilidade de poder mudar e evitar tais problemas. Esse sistema de arte divinatória deve ter tido origem na Índia há pelo menos cinco mil anos. Era praticado na China, no Tibete, na Pérsia, na Mesopotâmia e no Egito. As lendas nos contam que o filósofo grego Aristóteles, que dizia que a mão é o "principal órgão" do corpo, ensinou quiromancia a seu mais famoso pupilo, Alexandre, o Grande. Dizem que também Júlio César acreditava ter tanta habilidade para decifrar palmas da mão que julgava seus homens pela aparência de suas mãos. HistóriaQuiromancia antigaÉ uma prática tradicional na Eurásia. O acupunturista Yoshiaki Omura situa suas origens na astrologia hindu, no I Ching e nos videntes ciganos.[1] Há milhares de anos, o sábio hindu Valmiki[2] teria escrito o livro "Ensinamentos do sábio Valmiki sobre quiromancia humana".[3] Da Índia, a arte teria se espalhado para a China, Egito, Tibete, Pérsia e países da Europa, como a Grécia, onde Anaxágoras a praticou. Aristóteles (384–322 a.C.) teria descoberto um tratado sobre o tema num altar a Hermes, e o teria mostrado a seu discípulo Alexandre, o Grande, que teria passado a examinar as mãos de seus soldados.[4] A quiromancia é citada indiretamente no Livro de Jó,[5][6] que é datado pelos acadêmicos entre os séculos VII e IV a.C.[7] Na renascença, a quiromancia era considerada uma das sete artes proibidas, junco com a necromancia, geomancia, aeromancia, piromancia, hidromancia e escapulomancia.[8] Durante o século XVI, ela foi combatida pela igreja católica. Tanto o papa Paulo IV quanto o papa Sisto V escreveram editos papais combatendo várias formas de adivinhação, incluindo a quiromancia.[9] Quiromancia modernaA quiromancia experimentou um reavivamento na era moderna com o livro "A quironomia" (1839), do capitão Casimir Stanislas D'Arpentigny.[10] A Sociedade Quirológica da Grã-Bretanha foi fundada em Londres por Katharine St. Hill em 1889 com a meta de sistematizar e evoluir a arte da quiromancia, combatendo a ação de charlatões.[11] Edgar de Valcourt-Vermont (conde de são Germano) fundou a Sociedade Quirológica Estadunidense em 1897. Um figura central na quiromancia moderna foi o irlandês William John Warner, conhecido popularmente como Cheiro. Depois de estudar com gurus na Índia, ele começou a praticar quiromancia em Londres, tendo inúmeros clientes famosos, como Mark Twain, W. T. Stead, Sarah Bernhardt, Mata Hari, Oscar Wilde, Grover Cleveland, Thomas Edison, o príncipe de Gales, Horatio Herbert Kitchener, William Ewart Gladstone e Joseph Chamberlain. O cético Mark Twain escreveu, no livro de visitantes de Cheiro, que este havia "exposto minha personalidade com acurácia humilhante". Edward Heron-Allen, um polímata inglês, publicou "Quiromancia: um manual de cheirosofia" (1883).[10][12] Houve tentativas de formular uma base científica para a arte, principalmente com a publicação de "As leis da leitura científica de mão" (1900), de William G. Benham. Em 1970, a Parker Brothers publicou um jogo criado por Maxine Lucille Fiel chamado "jogo de toque de quiromancia" que permitia que os jogadores tivessem sua "mão lida e analisada" selecionando cartas que possuíssem os mesmos padrões de mão. TécnicasA quiromancia consiste na prática de avaliar a personalidade ou vida futura de uma pessoa "lendo" sua mão. Várias "linhas" ("linha do coração", "linha da vida" etc.) e "montes" possibilitam interpretações de acordo com seu tamanho relativo, qualidades e interseções. Em algumas tradições, os leitores também examinam os dedos, unhas, impressões digitais e padrões na pele das mãos (dermatoglifia), textura e cor da pele, formato da mão e flexibilidade da mão. Usualmente, o leitor começa pela mão dominante (que é, por vezes, associada à mente consciente, enquanto a outra mão costuma ser associada ao subconsciente). Em algumas tradições, acredita-se que a mão não dominante carregue informações relativas à família do indivíduo, à sua vida pregressa ou a suas condições cármicas. Cada área da mão costuma ser relacionada a uma divindade e sua respectiva área de atuação. Por exemplo, a região do dedo anelar costuma ser associada à arte, música, estética, fama, riqueza e harmonia. Formato da mãoO formato da mão costuma ser dividido em quatro tipos principais, correspondendo aos elementos clássicos ou à teoria humoral. Por exemplo, uma "mão de fogo" pode denotar energia, criatividade, impulsividade, ambição etc.
Princípios básicos da leitura de mão![]() De maneira geral:
As principais linhas da mão são: 1. A LINHA DA VIDA:
No entanto, ela dá uma ideia geral da qualidade de vida e da vitalidade dessa pessoa. Uma curva acentuada para baixo, mesmo numa linha curta, indica força física. Já uma linha relativamente reta sugere pouca resistência. Situa-se perto do polegar, perto da linha da cabeça. 2.LINHA DA CABEÇA:
Ela revela a criatividade latente, o poder de concentração e a capacidade de resolver problemas. Quanto maior a linha, maior a capacidade de concentração. Situa-se no meio da palma da mão, quase reta. 3.A LINHA DO DESTINO:
Se inexistente ou curta, a pessoa gosta de valorizar o presente e aproveitar o dia. Se vai da parte de baixo da palma até o dedo médio, indica que se trata de alguém que valoriza seu trabalho e que gosta de planejamentos a longo prazo. Outras linhas:
Outros elementos:
Montes:
Esquerda ou direita?A mão que você mais usa é chamada de principal ou superior. Ela indica os eventos futuros bem como o seu exterior. A outra mão é denominada secundária ou inferior. Ela mostra seu potencial bem como o seu interior. Pessoas destras tendem a ser mais lógicas, pois a mão direita está conectada com a região lógica, lado esquerdo do cérebro. Pessoas canhotas tendem a ser mais criativas, pois a mão esquerda está conectada com a região intuitiva, lado direito do cérebro. CríticasHouve pouca pesquisa científica para a verificação da exatidão da quiromancia como um sistema de análise. Muita análise foi empreendida pelos próprios leitores[13]. Nenhuma informação conclusiva foi encontrada para apoiar as alegações realizadas por leitores. Tipicamente, a quiromancia é encarada, na literatura científica, como pseudociência ou superstição.[14] O famoso psicólogo e notório cético Ray Hyman escreveu:
Os céticos sempre colocam a quiromancia no ramo das práticas que usam leitura a frio, ou seja, que obtêm informações sobre os clientes baseadas em pistas fornecidas involuntariamente pelos mesmos.[16][17] Embora alguns cristãos condenem a quiromancia como uma forma de adivinhação,[18] as tradições judaicas e cristãos costumam ser ambivalentes sobre o tema.[19] Enquanto algumas práticas específicas como necromancia e astrologia são condenadas por autores bíblicos, outras práticas como interpretação dos sonhos, cleromancia e o uso do Urim e Tumim não o são.[20][21] Durante o século XVI, a igreja católica condenou a prática da quiromancia. Entretanto, existe uma longa tradição de quiromancia no misticismo judaico e no misticismo cristão,[22] e alguns praticantes como o conde de São Germano alegam que a Bíblia não se opõe à quiromancia.[23] Já o islã condena pesadamente todas as formas de adivinhação, e considera a quiromancia como haraam (proibida).[24] O Alcorão diz que "você está proibido de procurar adivinhar seu futuro por meio de setas divinatórias" (Surah Al-Ma'idah 5:3).[25] Aqueles que realizam tais práticas são chamados de "mentirosos" (Sahih Al-Bukhari Hadith 8.232). Ver tambémReferênciasReferências
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