Ozualdo Candeias
Ozualdo Ribeiro Candeias (?,[nota 1] ?[nota 2] — São Paulo, 8 de fevereiro de 2007) foi um cineasta[nota 3] brasileiro. Considerado um dos pioneiros do cinema marginal nacional.[nota 4] CarreiraFilho de agricultores, passou a infância e a juventude entre São Paulo e Mato Grosso.[8] Ozualdo abandonou a escola ainda no primário e trabalhou no campo, foi militar, caminhoneiro, chofer de táxi, office-boy, lustrador de móveis, metalúrgico, operário e funcionário público.[1][4] Começou sua carreira cinematográfica em 1955, com o curta-metragem Tambau - Cidade dos Milagres, no qual já trazia elementos comuns à sua obra, como a ironia e a provocação.[3] Visando ampliar seus conhecimentos na área cursou o Seminário de Cinema, no MASP e depois na Fundação Armando Álvares Penteado, durante quase três anos.[4] Com o financiamento do governo do estado de São Paulo, Candeias dirigiu dois curtas documentais: Polícia Feminina lançado em 1959 e Ensino Industrial, três anos mais tarde.[4] Em 1963, trabalhou no roteiro de Meu Destino em Tuas Mãos junto de José Mojica Marins, com que trabalhou no ano seguinte, como assistente de direção, em À Meia-Noite Levarei Sua Alma.[6] Seu primeiro longa-metragem de ficção foi A Margem, de 1967. Realizado praticamente por conta própria, o filme "espantava a crítica cinematográfica",[8][4] fez com que ele passasse a ser "cultuado"[1] e deu início ao movimento conhecido como cinema marginal constituído de filmes de baixo orçamento produzidos principalmente na Boca do Lixo.[7] Ainda em 1967, trabalhou como produtor em Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver,[1] de José Mojica Marins e no ano seguinte dirigiu um dos segmentos do filme Trilogia de Terror, de José Mojica Marins, o Zé do Caixão: Acordo.[4] Ainda com Mojica, co-dirigu Ritual dos Sádicos, produzido em 1969, no qual também atuou.[3] Dirigiu ainda Meu Nome É Tonho em 1969, A Herança,[nota 5] Caçada Sangrenta em 1973, que não foi exibido devido a censura, mesmo problema que afetou as médias-metragens Zézero e Candinho.[5] Sete anos depois lança A Opção e nos anos seguintes Manelão, o Caçador de Orelhas e A Freira e a Tortura. Após quatro anos sem fazer filmes, dirige As Belas da Billings. Seu último filme foi O Vigilante, de 1992, que mesmo não tendo sido lançado comercialmente, recebeu o prêmio especial do júri no XXV Festival de Brasília.[3][4] Em 2002, um documentário dirigido por Celso Gonçalves sobre Candeias ganhou os prêmios, Marcos Antônio Guimarães e Aruanda de melhor documentário entregues no 35º Festival de Brasília.[10] Sobre seus filmes disse que eles "sempre têm algo de crítica social" e que o cinema, para ele, "tem que ter proposta crítica, cultural, ou documental. Sem isso, é vazio."[7] Ozualdo faleceu na tarde do dia 8 de fevereiro de 2007, aos 88 anos, no Hospital Brigadeiro, devido a uma insuficiência respiratória.[1] FilmografiaLista dos longas-metragens dirigidos por Ozualdo Candeias:[4][3]
Notas
Referências
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