Os Imigrantes
Os Imigrantes é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Bandeirantes e exibida de 27 de abril de 1981 a 7 de junho de 1982, em 333 capítulos, substituindo O Meu Pé de Laranja Lima e sendo substituída por Os Imigrantes: Terceira Geração – continuação desta.[1] Foi escrita por Benedito Ruy Barbosa, com colaboração de Wilson Aguiar Filho e Renata Pallottini, teve direção de Atílio Riccó e Henrique Martins.[1][2][3] Sucesso de crítica e de público, alcançou audiência média de 24 pontos, vencendo o Troféu Imprensa e seis categorias do Prêmio APCA.[4] Conta com Rubens de Falco, Altair Lima, Othon Bastos, Maria Estela, Yoná Magalhães, Valdir Fernandes, Cristina Mullins e Fúlvio Stefanini nos papéis principais. AntecedentesOs Imigrantes foi dividida em diversas fases, numa proposta da Rede Bandeirantes em retratar a imigração no Brasil no final do século XIX. Foi uma das mais bem produzidas telenovelas da emissora, chegando a ser um sucesso de audiência, solidificou um público cativo de telenovelas para o canal e foi a grande campeã nas distribuições de prêmios em 1981, pela crítica especializada. ProduçãoFaltando dois meses para o término de Cabocla (1979), Benedito Ruy Barbosa foi contratado pela Rede Bandeirantes. Ele escreveu Os Imigrantes até o capítulo 313, pois em 1982 havia sido recontratado pela Rede Globo para escrever Paraíso. Pela Globo, retrataria a saga de imigrantes no Brasil em Vida Nova (1988), Terra Nostra (1999) e Esperança (2002). Assim sendo, foi substituído no roteiro por Wilson Aguiar Filho - que posteriormente assinaria outros dois sucessos fora da Globo, Dona Beija (1986) e Kananga do Japão (1989), ambas na extinta Rede Manchete. A novela teve cenas gravadas na fazenda São Sebastião, em Amparo, no interior de São Paulo, a mesma fazenda foi usada para as gravações do filme brasileiro A Carne (1975), e para a novela do SBT, Os Ossos do Barão (1997).[5][6] A cidade de Amparo, com seu centro histórico, também serviu como cenografia para ambientação na antiga São Paulo dos anos 1910 e 1920. Os figurinos de Os Imigrantes, concebidos por Gianni Ratto, foram alugados pela Bandeirantes por um preço simbólico para a produção do filme O Quatrilho (1995) de Fábio Barreto, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.[7] Em Os Imigrantes: Terceira Geração, alguns personagens tiveram seus atores substituídos, Lúcia Veríssimo por Denise Del Vecchio, e o loiro José Parisi Júnior foi substituído pelo moreno João Signorelli para fazer o mesmo personagem, Youssefinho.[8] Nas Eleições gerais no Brasil em 1982, ano em que a novela estava no ar, o ex-Presidente da República do Brasil, Jânio Quadros, gravou uma participação especial, vivendo ele mesmo. Com os cabelos e bigodes pintados de preto, o político relembrou o ano de 1958, retratado na trama, quando era governador do estado de São Paulo (1955-1959), e anunciou a sua intenção de candidatar-se à Presidência da República. EnredoPrimeira faseEm 1892, o italiano Antonio Di Salvio, o espanhol Antonio Hernández e o português Antonio Pereira chegam ao Brasil sob a promessa de trabalho farto, se tornando grandes amigos e indo trabalhar nas lavouras de café do cruel Décio Coutinho, que trata os imigrantes com desprezo. Hernandez é o primeiro a ir embora para São Paulo; Pereira vai na sequência após ser impedido de namorar Biá – filha ilegítima do fazendeiro com a ex-escrava Tude. Já Di Salvio enfrenta a fúria do Décio para cortejar Isabel, prometida ao primo Júlio. Segunda faseEm 1917, após 25 anos, a vida dos três amigos tomou rumos diferentes. Pereira enriqueceu com uma transportadora, mas nunca casou, enfrentando Onofre para cortejar sua jovem filha Maria. Hernández se tornou líder sindical e vive em conflito com a esposa Mercedez, de quem assumiu o filho Francisco, por seu envolvimento em rebeliões políticas. Morando na Avenida Paulista, Di Salvio e Isabel tentam colocar os filhos Primo e Rosália na linha. Primo é um festeiro irresponsável, que se apaixona por Nininha, órfã que Di Salvio abriga em casa. Isabel maltrata a moça e, em dado momento, obriga o filho a se casar com a rica Antonietta, enquanto Nininha – grávida sem ninguém saber – casa com o professor Amadeu. Já Rosália se divide entre entre Ataliba, Renato e Miguel. Ainda há José Antônio, filho de Biá que sonha em conhecer o pai, sem imaginar que é Hernandez, o drama dos imigrantes japoneses que trabalham para Di Salvio e são humilhados pela governanta Fräulen e a chegada da família turca Assad. Além disso, a epidemia Gripe Espanhola assola o país e mata Amadeu, Miguel e José Antônio. Terceira faseEm 1932, André, filho de Nininha, e Renata, filha de Antonietta, se tornam amigos sem saberem que são irmãos. Com a explosão da Revolução Constitucionalista, os homens das famílias se alistam para lutar contra a eminente ditadura de Vargas, enquanto o casamento de Mercedez e Hernández entra em crise quando o espanhol convence Francisco a ir para a guerra. Quarta faseEm 1954, com a morte dos três Antônios, a história acompanha a terceira geração dos netos, com a fúria de Isabel contra André, seu neto ilegítimo, e a disputa das primas Mariinha e Renata pelo espanhol Paquito. ExibiçãoAo longo do tempo, a Bandeirantes já reapresentou Os Imigrantes em diversas ocasiões:
A telenovela estreou em Portugal no dia 19 de Maio de 1987 na RTP2.[11] Elenco
Participações especiais
Lançamento e repercussãoAudiência24 pontos foi a audiência média de Os Imigrantes em São Paulo, quando foi exibida pela primeira vez, em 1981.[4] RecepçãoDurante a terceira reprise da telenovela, em 1995, o jornalista da Folha de S.Paulo, José Simão, brincou dizendo: "E o que a gente faz quando a Band entra com "Os Imigrantes"? Emigra pra Globo! Que a Globo entra com os Irmãos e a gente com a Coragem!",[13] referindo-se ao fato de Os Imigrantes concorrer com o remake de Irmãos Coragem, a novela das seis da Rede Globo na época. Nesta terceira reprise, iniciada em março de 1995, apenas as duas primeiras fases foram apresentadas, em julho do mesmo ano a emissora decidiu interromper a reapresentação, uma telespectadora de São Luís, capital do Maranhão, reclamou na Folha de S.Paulo:
LegadoEm 27 de outubro de 2000, a Rede Globo transmitiu o especial TV 50 Anos, em homenagem a história da teledramaturgia brasileira, Os Imigrantes foi relembrada.[15] Em 29 de dezembro de 2002, a Bandeirantes exibiu o especial Band, 35 Anos de História, foram exibidas imagens de Os Imigrantes.[16] Prêmios e indicaçõesOs Imigrantes recebeu o Troféu Imprensa de melhor novela concorrendo com Baila Comigo e Ciranda de Pedra, ambas da Rede Globo, na edição realizada em 1982, a primeira do prêmio no recém inaugurado SBT, em 10 de janeiro de 1982 encerrando uma sequência de vitórias da Rede Globo em 13 anos, a última novela não produzida pela Rede Globo a receber o prêmio até então foi Beto Rockfeller da extinta Rede Tupi que recebeu o prêmio de melhor novela de 1969. Referências
Ligações externas
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