Nutrição mineral de plantasA nutrição mineral é o estudo das formas como as plantas utilizam e obtêm os nutrientes minerais obtidos através do solo.[1] Na natureza, estão à disposição das plantas, quase todos os elementos da tabela periódica. Uma simples análise química de um vegetal não funcionaria para determinar quais destes elementos são essenciais, pois a planta pode absorver e armazenar em seus tecidos muitos elementos que não lhe são essenciais. É necessário determinar os nutrientes de acordo com um critério de essencialidade. A maneira mais comum de se determinar a essencialidade de um elemento às plantas é através de experimentos com soluções nutritivas preparadas com água e sais purificados. Assim, podem omitir-se os elementos da solução um a um, podendo ser classificados como essenciais os que atendam aos seguintes critérios[2]:/
As quantidades demandadas de cada nutriente são variáveis, mas todos eles são igualmente importantes. Entretanto, para fins didáticos, os elementos essenciais podem ser assim classificados:
Os macronutrientes são os elementos básicos necessários em maior volume às plantas. São eles: carbono, oxigênio, hidrogênio - retirados do ar e da água - e nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre retirados do solo, sob condições naturais.
Os micronutrientes são requeridos em pequenas quantidades, de miligramas (um milésimo do grama) a microgramas (um milionésimo do grama). São micronutrientes o boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco. Para as plantas cultivadas, a análise química dos tecidos consiste no método mais largamente utilizado na avaliação do estado nutricional, sendo as folhas, o principal órgão amostrado para a maioria das espécies cultivadas. A interpretação do estado nutricional das plantas pode ser feita por diferentes métodos, sendo os mais comuns o método do nível crítico, o método das faixas de suficiência e o método do sistema integrado de diagnose e recomendação.[3] Funções dos nutrientesCada nutriente é utilizado em um local diferente, com sua função específica e essencial. Macronutrientes
Micronutrientes
A nutrição e o soloO conceito de solo como meio para o crescimento vegetal é uma noção antiga desde os primórdios da agricultura. De fato, as características físicas e químicas dos solos condicionam o crescimento vegetal, ao fazer variar a capacidade de retenção de água, a solubilidade dos elementos minerais, as transformações minerais e bioquímicas, a lixiviação dos nutrientes e o pH. O solo é importante para o crescimento vegetal pois supre as plantas com fatores de crescimento, permite o desenvolvimento e distribuição das suas raízes e possibilita o movimento dos nutrientes, de água e ar nas superfícies radiculares. O conjunto de propriedades do solo que propiciam o desenvolvimento vegetal é chamado fertilidade do solo. Obtenção e transporte dos nutrientes minerais na plantaAs plantas podem obter nutrientes através do solos de 3 formas: DifusãoAcontece quando existe um gradiente de concentração: de um ponto de maior concentração para outro de menor concentração.[1] A absorção de nutrientes pela raiz diminui a concentração dos íons nessa região e favorece a difusão em direção à superfície radicular[4] Fluxo de massaOcorre no sentido do movimento da água para a superfície da raiz.[1] Interceptação radicularA raiz da planta entra em contato com o ion. Grande parte dos nutrientes é absorvida por fluxo de massa. A capacidade das plantas para obter água e nutrientes minerais do solo está relacionada com sua capacidade para desenvolver um extensivo sistema radicular.[4] As raízes das plantas têm mecanismos para ajudar na absorção de nutrientes, como, por exemplo, os pelos radiculares, que são extensões da raiz que aumentam sua área de superfície. A maior parte dos nutrientes é absorvida na região da raiz onde se encontram essa estrutura. Existe também a associação com microorganismos que ajudam a fixar nutrientes ou torná-los disponíveis para a planta, em troca de algum beneficio, como amidos e açúcares. Depois de chegar na superfície da raiz, o nutriente pode seguir diferentes rotas, tais como: ApoplásticaO nutriente passa por um sistema contínuo de paredes celulares denominado apoplasto. O nutriente não atravessa nenhuma membrana.[1] SimplásticaO simplasto consiste na rede de citoplasmas celulares interconectados por plasmodesmos. Nessa rota, o nutriente desloca-se através do parênquima cortical via Em todos os casos, o íon deve entrar no simplasto, antes que ele chegue ao cilindro central, devido a presença das estrias de Caspary nas células da endoderme.[4] Depois disso o íon irá de célula em célula, até o xilema, que levará o nutriente para a parte aérea devido ao fluxo transpiratório e que depois é distribuído pelo floema.[4] O processo de distribuição dos nutrientes, já transformados em açúcares, enzimas ou outro fotossintato, pelo floema, pode ser explicado por uma relação fonte-dreno. Fonte é a area de produção do fotossintato, principalmente folhas maduras; dreno são as áreas metabólicas e de armazenamento, tais como folhas e frutos imaturas.[1] Estudo das necessidades nutricionais
Formação de nós e folhas; Variação de crescimento mediante medição do(s) comprimento(s) internodal(ais) (entre dois nós consecutivos) e do comprimento total. Aspecto global da planta no que diz respeito:
Exportação de nutrientes pela atividade agrícola e FlorestalA exportação de nutrientes na atividade agrícola é um aspecto crucial e, por vezes, desafiador, na gestão sustentável dos solos e ecossistemas agrícolas. Enquanto a produção agrícola visa atender às crescentes demandas globais por alimentos, fibras e biocombustíveis, o solo, por sua vez, fornece os nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável das plantas [5]. O constante ciclo de plantio, colheita e exportação de produtos agrícolas pode levar à remoção significativa de nutrientes do solo. Essa exportação de nutrientes, se não gerenciada adequadamente, pode resultar em empobrecimento do solo, comprometendo sua fertilidade a longo prazo. Portanto, estratégias sustentáveis, como a rotação de culturas, a utilização de adubos orgânicos e a implementação de práticas de conservação do solo, desempenham um papel vital na preservação e na reposição desses nutrientes essenciais [6]. Além disso, a exportação de nutrientes também está interligada aos desafios ambientais, como a lixiviação de fertilizantes que podem contaminar recursos hídricos e contribuir para problemas de qualidade da água. A gestão responsável dos resíduos agrícolas e a aplicação precisa de nutrientes são, portanto, áreas críticas de foco para minimizar impactos negativos. Nesse contexto, a pesquisa e a inovação desempenham um papel significativo, buscando desenvolver práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis. A utilização de tecnologias de precisão, a promoção da agricultura de conservação e a implementação de sistemas agroflorestais são exemplos de abordagens que visam equilibrar a exportação de nutrientes com a necessidade de manter a fertilidade do solo. Referências
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