Georges Gilles de la Tourette
Georges Albert Édouard Brutus Gilles de la Tourette[1] (Saint-Gervais-les-Trois-Clochers, 30 de outubro de 1857 — Lausanne, 26 de maio de 1904) foi um médico francês, epônimo da síndrome de Tourette, um transtorno neurológico. BiografiaGilles de la Tourette nasceu em Saint-Gervais-les-Trois-Clochers, França no dia 30 de outubro de 1857 tendo por nome o de um antepassado, muito corriqueiro na época. Estudos e conhecimentoEm 1873, com 16 anos de idade, iniciou seus estudos na faculdade de medicina de Poitiers. Mudou-se depois para Paris, onde foi interno de Jean-Martin Charcot, diretor do Hospital da Salpêtrière, em 1884. Em seguida foi chefe da clínica de Charcot, de 1887 a 1889, e depois membro da equipe de Fulgence Raymond, sucessor de Charcot na Salpêtrière. Gilles de la Tourette estudou a histeria, os aspectos médicos e legais do mesmerismo, e lecionou psicoterapia. Em 1884 descreveu, em nove pacientes, os sintomas da síndrome que denominou maladie des tics convulsifs ("doença dos tiques convulsivos") e que Charcot renomearia "doença de Gilles de Tourette" em sua honra. Membro da Escola da Salpêtrière, Gilles de la Tourette compartilhou inteiramente as ideias de Charcot, seja com relação à hipnose, seja quanto à histeria. Publicou um artigo sobre a histeria no exército alemão (que enfureceu Otto von Bismarck) e um outro sobre as condições anti-higiênicas nos hospitais flutuantes do rio Tâmisa. Em colaboração com Gabriel Legué, analisou as observações feitas pela Madre Jeanne des Anges,[2] sobre o seu próprio caso de histeria, cuja origem teria sido o seu amor não correspondido pelo padre Urbain Grandier - posteriormente acusado de bruxaria e queimado vivo.[3] Nos últimos anos de sua vida, porém, Gilles de la Tourette sofreria uma série de reveses. Em 1893 (ou 1896), pouco depois da trágica morte do seu filho e do professor Charcot, uma jovem paranóide, antiga paciente da Salpêtrière, deu-lhe um tiro na cabeça, dentro do seu consultório, depois de acusá-lo de tê-la hipnotizado contra a sua vontade - o que os especialistas garantem ser impossível. Gilles de la Tourette sobreviveu a esse ataque, mas o bizarro episódio deu origem a um rumoroso processo que parecia, à primeira vista, endossar a tese, defendida pela Escola de Nancy, de que os indivíduos podem ser movidos ao crime, sob sugestão hipnótica - tese que Gilles de la Tourette sempre rejeitara veementemente.[4] Extremamente abalado, Gilles de la Tourette começou a oscilar entre crises de depressão e acessos hipomaníacos. Entretanto, continuava a dar conferências sobre literatura, magnetismo animal e teatro até por volta de 1902, quando seu estado mental se agravou. Foi demitido do seu posto de trabalho e internado em uma clínica psiquiátrica de Lausanne, onde morreu em 26 de Maio de 1904.[5] Apesar da relevância de suas realizações, a morte de Gilles de la Tourette suscitou apenas a publicação de um relato biográfico incompleto, feito por seu amigo Paul Le Gendre, e de alguns obituários pouco informativos. Publicações
Ver tambémReferências
Ligações externas
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