Esclerodermia
Esclerodermia é um grupo de doenças autoimunes que causam alterações na pele, vasos sanguíneos, músculos e órgãos internos.[2][6] A doença pode ser localizada na pele ou afetar outros órgãos para além da pele.[2] Os sintomas mais comuns são áreas de pele espessa, rigidez, cansaço e má irrigação sanguínea nos dedos quando expostos ao frio.[1] Uma forma da doença, denominada Síndrome CREST, manifesta-se pela formação de depósitos de cálcio, síndrome de Raynaud, problemas no esófago, espessamento da pele dos dedos e áreas de pequenos vasos sanguíneos dilatados.[1] Embora se desconheçam as causas exatas, suspeita-se que possa ter origem numa anomalia na resposta imunitária.[2] Entre os fatores de risco estão antecedentes familiares da doença, alguns fatores genéticos e exposição a sílica.[3][4][5] O mecanismo subjacente envolve o crescimento anormal de tecido conjuntivo, que se acredita ocorrer como resultado do ataque do sistema imunitário do corpo a tecidos saudáveis.[6] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas e pode ser complementado por uma biópsia da pele ou análises ao sangue.[6] Embora não exista cura, o tratamento pode aliviar os sintomas.[2] Entre os medicamentos usados no tratamento estão corticosteroides, metotrexato e anti-inflamatórios não esteroides.[2] O prognóstico depende da extensão da doença.[3] As pessoas com esclerodermia localizada geralmente têm uma esperança de vida normal.[7] As pessoas com esclerodermia sistémica têm uma esperança média de vida de 11 anos após o início da doença.[3] A morte é geralmente o resultado de complicações nos pulmões, coração ou sistema gastrointestinal.[3] Em cada ano, cerca de 3 em cada 100 000 pessoas desenvolvem a forma sistémica.[3] Na maior parte dos casos a doença tem início durante a meia-idade.[1] A doença é mais comum entre mulheres do que em homens.[1] A primeira descrição conhecida da doença foi feita em 1753 pelo médico italiano Carlo Curzio[8] e documentada com maior precisão em 1842.[9] O termo tem origem no grego "sklerosis", que significa "endurecimento", e "derma" que significa "pele".[6] ClassificaçãoÉ classificada em:
Sinais e sintomasOs sintomas iniciais da doença começa na maioria dos casos (~70%)com fenômeno de Raynaud. Após um período variável de meses a anos inicia-se com edema (inchaço) de mãos e dedos evoluindo para espessamento e endurecimento da pele (cutâneo) no dedos (esclerodactilia), nas mãos e na face principalmente. Na forma difusa da doença há acometimento da pele do tronco também. Alguns pacientes podem manifestar sintomas decorrentes do acometimento de órgãos internos. O espessamento e endurecimento da pele pode ser importante a ponto de limitar movimentos dos dedos e a abertura da boca (microstomia). Pode haver dificuldade de eversão das pálpebras. Áreas imprecisas de hipo-/hiperpigmentação da pele pode desenvolver. O envolvimento de órgão interno mais comum é do trato gastrointestinal que ocorre em mais de 90% dos casos em qualquer porção do mesmo, sendo mais comum o acometimento esofágico. Os sintomas mais comuns são de queimação retroesternal, pirose, azia, regurgitação ácida. Também pode ocorrer dispepsia, empachamento pós-alimentar, diarreia intercalado por constipação. O acometimento cardíaco é frequente, porém raramente leva a sintomas. Os mais comuns são arritmias cardíacas. O envolvimento pulmonar é o mais grave e a principal causa de mortalidade. Caracteriza-se por fibrose intersticial ou hipertensão pulmonar primária ou secundária a fibrose. Os sintomas são insidiosos com dispneia de evolução lenta. A manifestação renal é rara sendo a mais comum a chamada "crise esclerodérmica renal" que um "fenômeno de Raynaud no rim" caracterizado por hipertensão arterial maligna, insuficiência renal rapidamente progressiva e anemia microangiopática. DiagnósticoO diagnóstico é feito com base às manifestações clínicas e geralmente se utiliza os critérios de classificação disgnóstica do Colégio Americano de Reumatologia proposto por Masi e Cols em 1980:
TratamentoNão existe cura para esclerodermia, o tratamento é sintomático. No caso da esclerodermia sistêmica o tratamento é feito com corticosteroides e imunossupressores que pode incluir azatioprina, metotrexato, ciclofosfamida, micofenolato, imunoglobulinas intravenosa, rituximabe, sirolimo e inibidores de tirosina-quinase entre outros.[10] O tratamento pode ser dividido conforme a manifestação[11]:
PrognósticoA taxa de sobrevida em 5 anos para esclerodermia sistêmica é de cerca de 85%, enquanto a taxa de sobrevida em 10 anos é de pouco menos de 70%.[12] Referências
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