As eleições gerais britânicas em 2015 foi a votação popular que elegeu o 56º Parlamento do Reino Unido. As eleições aconteceram em 7 de maio de 2015.[2]
Esta foi a 55ª eleição geral no Reino Unido desde 1801 (eleições anteriores elegiam separadamente os parlamentos da Grã-Bretanha e da Irlanda). Este parlamento, contudo, é o 56º, já que o primeiro foi uma espécie de "eleição por consenso".
Cerca de 30 milhões de cidadãos britânicos votaram (66% de participação). David Cameron acabou sendo reeleito para um mandato de mais cinco anos após seu partido conquistar maioria absoluta no Parlamento.[3][4]
A eleição
A campanha eleitoral foi repleta de especulações sobre a possibilidade de haver um "parlamento pendurado/suspenso" (onde nenhum partido conquistaria maioria absoluta para formar um governo). Mas as pesquisas de opinião, que mostravam os dois principais partidos em pé de igualdade, pareceram subestimar a capacidade do Partido Conservador e superestimar a do Partido Trabalhista. A eleição que aparentava ser uma das mais apertadas da história acabou tendo o resultado oposto, com os conservadores se saindo muito bem. O primeiro-ministro no cargo, David Cameron, que governava o país desde 2010 apenas por meio de uma coalizão com os Liberais-Democratas, conseguiu eleger uma ampla maioria de 330 assentos no Parlamento (5 a mais que o necessário para formar um governo), contabilizando 36,9% dos votos válidos (ou 11 334 920 pessoas). Assim eles conseguiram formar um governo de maioria plena, o primeiro do partido desde 1992. Cameron tornou-se o primeiro líder britânico desde 1900 a se reeleger com mais votos populares do que na eleição anterior e o único primeiro-ministro, além de Margaret Thatcher, a se reeleger com seu partido conquistando mais assentos no parlamento.[5][6] O Partido Trabalhista, liderado por Ed Miliband, manteve-se como o segundo maior partido do país, com 30,4% dos votos e 232 assentos, tornando-se a maior força de oposição aos Tories no parlamento.[7] Miliband renunciou como líder dos Trabalhistas após o resultado insatisfatório de sua legenda nas urnas.[8]
Enquanto os Conservadores continuavam a controlar a vida política na Inglaterra e os Trabalhistas no País de Gales, na Escócia o Partido Nacional Escocês (Scottish National Party ou SNP) ganhou considerável força após o referendo de independência, feito em 2014, conquistando apoio de uma população cada vez mais nacionalista, progressista e em desacordo com o governo conservador em Westminster. Na eleição geral de 2015 eles ganharam de forma avassaladora, tomando 56 dos 59 assentos aos quais a Escócia tem direito no Parlamento Britânico, tornando-se a terceira maior força política na Câmara dos Comuns. Já os Liberais-Democratas, liderados pelo vice primeiro-ministro Nick Clegg, perderam 49 assentos, ganhando apoio de apenas 7,85% do eleitorado (no pleito anterior, de 2010, eles haviam conquistado 23% dos votos). Este foi o pior resultado deles desde 1970. No total, os LibDems só conseguiram eleger 8 parlamentares, empatando com o até então inexpressivo Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte na posição de quarto maior partido em Westminster. Como resultado, Nick Clegg acabou renunciando à liderança do seu partido. Um partido que cresceu em proeminência na Inglaterra foi o UK Independence Party (UKIP), de extrema direita, que terminou como a terceira legenda mais votada (12,9%, ou 3 881 129 de votos), mas acabou decepcionando ao eleger apenas um parlamentar. O seu próprio líder, Nigel Farage, não conseguiu se eleger em seu distrito de Thanet South e acabou renunciando ao posto de cabeça do UKIP no dia seguinte ao pleito (embora o partido não tenha aceitado esta renúncia[9]).[10][11][12]
Vários políticos de carreira proeminentes na vida pública britânica acabaram perdendo seus cargos nas urnas, incluindo os membros do gabinete de sombra do partido trabalhista Ed Balls, Douglas Alexander e o líder dos trabalhistas na Escócia, Jim Murphy. Os ministros de Estado do governo de coalizão, Vince Cable, Danny Alexander, Simon Hughes e Ed Davey, tampouco conseguiram se reeleger, no pior resultado para o seu partido, os Liberais democratas, desde as eleições de 1959. A ministra do trabalho, Esther McVey, foi a principal figura dos Conservadores a perder seu posto na eleição. Partidos que conquistaram um bom resultado nas urnas em termos de votos, como o UKIP, reclamaram que terminaram com apenas um assento. Outros partidos menores fizeram queixas similares. Analistas acreditam que as subsequentes discussões sobre reforma política podem ter sido ocasionadas pelos resultados desta eleição.[13]