No primeiro turno, oito candidatos registraram suas candidaturas ao governo estadual, enquanto a disputa pelas duas vagas no Senado Federal contou com a participação de quinze candidatos. Como nenhum postulante ao governo gaúcho recebeu 50 por cento + 1 dos votos válidos, um segundo turno entre Eduardo Leite (PSDB) e o governador José Ivo Sartori (MDB) ocorreu em 28 de outubro.
Eduardo Leite foi eleito governador com 53,62% dos votos, levando o PSDB ao comando do governo estadual novamente, pela primeira vez desde 2011. Além disso, sua vitória confirmou a tradição gaúcha de não reeleger governadores. Para o Senado Federal, foram eleitos o deputado federal Luis Carlos Heinze, do PP, e Paulo Paim, do PT, que foi reeleito.
Eleição para o Senado no Rio Grande do Sul em 2018
Nas eleições estaduais de 2014, José Ivo Sartori (PMDB), ex-prefeito de Caxias do Sul, derrotou o governador Tarso Genro (PT) no segundo turno com 61,21 por cento dos votos válidos, em uma diferença de 1,4 milhão de votos.[1] Desde que foi instituída a reeleição para cargos executivos em 1997, nenhum governador gaúcho foi reeleito.[2] Na mesma eleição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT-RS) a nível nacional, ganhou no Rio Grande do Sul com 53,52 por cento dos votos, cerca de 450 mil votos a mais que Dilma.[3]
Cairoli (PSD), iniciou seu mandato como governador em 1º de janeiro de 2015, levando o PMDB ao comando do Rio Grande do Sul, o sexto estado mais populoso do país, depois de oito anos.[4][5] Sartori iniciou seu governo tendo o apoio da maioria dos deputados e partidos. No entanto, entre dezembro de 2017 e junho de 2018 quatro partidos (PSDB, PDT, PP e PPS) deixaram sua base de apoio para lançarem ou apoiarem outras candidaturas ao governo estadual.[6]
De acordo com um levantamento do instituto Paraná Pesquisas em junho de 2018, o governador possuía uma avaliação negativa de 55,8 por cento dos eleitores, enquanto que 39,6 por cento aprovavam sua gestão. A mesma pesquisa indicou Sartori na liderança de intenções de votos para o primeiro turno, com 28,3 por cento, seguido por Eduardo Leite (PSDB) com 10,8 por cento, Miguel Rossetto (PT) com 9,8 por cento, Jairo Jorge (PDT) com 8,2 por cento e Luis Carlos Heinze (PP) com 6 por cento. O governador, entretanto, possuía o maior nível de rejeição, pouco mais de 50 por cento.[7]
Embora não confirmasse publicamente, o governador Sartori atuou nos bastidores para viabilizar sua candidatura à reeleição.[8] Inicialmente, desejava liderar uma coligação, apelidada de "chapa dos sonhos", que tivesse Eduardo Leite como candidato a vice-governador, além de Ana Amélia Lemos (PP) e Beto Albuquerque (PSB) como candidatos ao Senado Federal.[8][9] No entanto, Leite preferiu concorrer a governador e o PP escolheu apresentar candidatura própria, a do deputado federal Luiz Carlos Heinze.[10][11] O diretório estadual do PSB aprovou apoio à reeleição de Sartori e escolheu Albuquerque como candidato ao Senado, em uma votação de 58 a 34 contra José Fortunati, ex-prefeito de Porto Alegre.[12][13] Sartori foi apoiado ainda pelo PSD, PR, PSC, PATRI, PTC, PMN e PRP, sendo assim a maior coligação no estado.[14][15][16] O PSD indicou Cairoli novamente como vice de Sartori e o PMDB escolheu o segundo candidato ao Senado pela coligação, o ex-senador e prefeito da capital José Fogaça.[17][18]
O PDT optou pela candidatura de Jairo Jorge a governador.[19] Jairo foi prefeito de Canoas de 2009 a 2017 e até novembro de 2016 era filiado ao PT.[20] A coligação, formada ainda por PV, SD, PODE, AVANTE, PPL e PMB, contou com o empresário Cláudio Bier (PV) como candidato a vice-governador.[21][22] Embora Jairo apoiou pessoalmente a candidatura de Ciro Gomes para presidente, ele permitiu que a coligação também apoiasse outros presidenciáveis como Alvaro Dias (PODE).[23]
Em convenção partidária realizada em novembro de 2017, o PSDB elegeu Leite presidente do partido no estado e anunciou sua pré-candidatura a governador.[24] Leite, ex-prefeito de Pelotas, garantiu o apoio do PTB, PP, PRB, PPS, REDE e PHS.[25] O delegado Ranolfo Vieira Júnior (PTB) foi o candidato a vice-governador e a coligação apresentou o nome de Mário Bernd (PPS) ao Senado.[26][27] Apesar da Rede ter se coligado com Leite, a presidenciável Marina Silva descartou apoiá-lo.[28]
Heinze teve sua candidatura oficializada pela convenção do PP após vencer por larga margem o candidato apoiado por Ana Amélia na pré-convenção do partido. Heinze e Ana Amélia também discordavam em relação a qual candidato a presidente apoiar: enquanto Heinze declarou apoio a Jair Bolsonaro, Ana Amélia defendia a escolha de um candidato mais moderado.[29][30] Além do PP, Heinze conseguiu o apoio de DEM, PROS e PSL.[31][32] No entanto, quando o presidenciável Geraldo Alckmin escolheu Ana Amélia como sua candidata a vice, a coligação se desfez: o PP passou a integrar a coligação de Leite, lançando Heinze ao Senado, enquanto os demais partidos não apoiaram nenhum candidato na eleição para governador e oficializaram a empresária Carmen Flores como candidata ao Senado, dando assim palanque para Bolsonaro.[33][34]
No final de 2017, o PT anunciou a escolha de Miguel Rossetto como o candidato do partido ao executivo gaúcho.[35] Os petistas tinham como prioridade a reeleição do senador Paulo Paim.[36] Inicialmente isolado, o PT conseguiu na véspera do término das convenções fechar uma aliança com o PCdoB, seu aliado histórico. O PCdoB retirou a candidatura de Abigail Pereira ao governo estadual e a oficializou como candidata ao Senado pela coligação de Rossetto.[37][38][39]
O PSOL e o PCB coligaram-se e escolheram Roberto Robaina, vereador de Porto Alegre, como candidato a governador, e a professora Camila Goulart como vice. Ambos os partidos indicaram candidatos ao Senado: o vereador Romer Guex (PSOL) e o servidor público Cleber Soares (PCB).[40] Outros dois partidos lançaram candidatos ao governo sem formarem coligações: o NOVO definiu Mateus Bandeira, ex-presidente do Banrisul e ex-CEO da Falconi; e o PSTU optou por Julio Flores, um candidato perene.[8]
Candidatos ao Governo
As seguintes candidaturas ao executivo gaúcho foram registradas perante o Tribunal Regional Eleitoral:
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b - Rigotto (MDB) foi escolhido por 22,5% dos entrevistados e Collares (PDT) por 16,3%.[60]
Primeiro turno
Nota: como em 2018 os eleitores escolhem dois senadores por estado, a soma dos porcentuais atinge 200%, uma vez que os entrevistados podem optar por dois nomes.
A - Outros cinco candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Cleber Soares (PCB) 2%, João Augusto (PSTU) 2%, Machado (DC) 2%, Romer Guex (PSOL) 1% e Marli Shaule (PSTU) 1%.[61]
B - Outros sete candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Ana Varela (PODE) 3%, Cleber Soares (PCB) 2%,
Machado (DC) 2%, João Augusto (PSTU) 1%, Romer Guex (PSOL) 1%, Luiz Delvair (PCO) 1% e Marli Schaule (PSTU) 1%.[62]
C - Outros cinco candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Ana Varela (PODE) 4%, Cleber Soares (PCB) 2%,
Machado (DC) 2%, João Augusto (PSTU) 1% e Luiz Delvair (PCO) 1%.[63]
D - Outros seis candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Ana Varela (PODE) 4%, João Augusto (PSTU) 2%, Cleber Soares (PCB) 1%, Machado (DC) 1%, Luiz Delvair (PCO) 1% e Marli Schaule (PSTU) 1%.[63]
E - Outros sete candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Ana Varela (PODE) 4%, João Augusto (PSTU) 2%, Cleber Soares (PCB) 1%, Machado (DC) 1%, Marli Schaule (PSTU): 1%, Luiz Delvair (PCO) 1% e Romer Guex (PSOL) 1%.[64]
F - Outros seis candidatos foram citados por pelo menos 1% dos entrevistados: Ana Varela (PODE) 3%, João Augusto (PSTU) 2%, Cleber Soares (PCB) 2%, Machado (DC) 1%, Marli Schaule (PSTU): 1%, Luiz Delvair (PCO) 1% e Romer Guex (PSOL) 1%.[66]
Resultados
No primeiro turno nenhum dos candidatos atingiu 50% + 1 dos votos necessários para se eleger no primeiro turno. Portanto, os dois mais votados, o candidato Eduardo Leite (PSDB) e candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB) disputaram um segundo turno. Esse resultado marcou a ausência do PT no segundo turno pela primeira vez em 28 anos.[67]
Os resultados publicados nas tabelas abaixo foram divulgados pelo TSE.[68][69]
Governador
Candidato(a)
Vice
1º turno
2º turno
Total
Percentagem
Total
Percentagem
Eduardo Leite (PSDB)
Ranolfo Vieira Júnior (PTB)
2.143.603
35,90%
3.128.317
53,62%
José Ivo Sartori (MDB)
José Paulo Cairoli (PSD)
1.857.335
31,11%
2.705.601
46,38%
Miguel Rossetto (PT)
Ana Affonso (PT)
1.060.209
17,76%
Jairo Jorge (PDT)
Cláudio Bier (PV)
661.717
11,08%
Mateus Bandeira (NOVO)
Bruno Miragem (NOVO)
200.877
3,36%
Roberto Robaina (PSOL)
Professora Camila (PSOL)
37.993
0,64%
Júlio Flores (PSTU)
Ana Clécia (PSTU)
8.917
0,15%
Paulo de Oliveira Medeiros (PCO)
Jeferson Mendes (PCO)
—
—
Total de votos válidos
5.970.651
87,34%
5.833.918
86,11%
→ Votos em branco
404.550
5,92%
298.456
4,41%
→ Votos nulos
460.182
6,73%
642.495
9,48%
Total
6.835.866
81,86%
6.774.869
81,13%
Abstenções
1.514.852
18,14%
1.576.087
18,87%
Total de inscritos
8.350.718
100%
8.350.718
100%
Eleito(a)
Senador
O ícone indica a reeleição.
Candidato(a)
1º turno
Total
Percentagem
Luiz Carlos Heinze(PP)
2.316.365
21,94%
Paulo Paim(PT)
1.875.245
17,76%
Beto Albuquerque (PSB)
1.713.792
16,23%
Carmen Flores (PSL)
1.509.152
14,30%
José Fogaça (MDB)
1.465.700
13,88%
Abigail Pereira (PCdoB)
970.286
9,19%
Sandra Weber (SD)
263.411
2,50%
Mario Bernd (PPS)
233.747
2,21%
Ana Varela (PODE)
101.504
0,96%
Romer Guex (PSOL)
49.023
0,46%
Marli Schaule (PSTU)
26.242
0,25%
Cleber Soares (PCB)
23.963
0,23%
José Augusto (PSTU)
7.963
0,08%
Luiz Delvair (PCO)
—
—
Luiz Carlos Machado (DC)
—
—
Total de votos válidos
10.556.398
77,23%
→ Votos em branco
1.547.540
11,32%
→ Votos nulos
1.565.943
11,45%
Total
13.671.732
81,86%
Abstenções
1.514.852
18,14%
Total de inscritos
8.350.718
100%
Eleito(a)
Deputados federais
Foram eleitos trinta e um (31) deputados federais para representarem o Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados.[70][71]
Foram eleitos 55 deputados estaduais para a Assembleia Legislativa (ALERS).[72] A nova composição da ALERS contou com um número histórico de mulheres eleitas, um total de nove deputadas, as quais três entre as dez mais votadas (Any Ortiz, Silvana Covatti e Luciana Genro).[73] Na composição partidária, PT e MDB foram os maiores partidos, a coligação eleitoral de Leite obteve 18 deputados estaduais, com o PSDB ficando como o sétimo partido mais votado.[74]