A região se destaca pelos seus constantes lançamentos imobiliários, que atendem principalmente à demanda da classe média-alta e classe alta.[3]
História
Transporte
No dia 7 de agosto de 1890 houve a inauguração da primeira linha de bonde de tração animal da Cia. São Paulo e Construtora entre a Ponte Grande e o Alto de Santana. A linha durou até o mês de maio do ano de 1907 após revolta popular devido ao mau serviço prestado. Foi a última linha de bonde de tração animal a circular na cidade.[4] Por solicitação das Irmãs do Colégio Santana, no ano de 1908 a linha de bonde elétrico que até então não percorria o bairro de Santana é prolongada da Ponte Grande até a colina de Santana para atender alunas e funcionários.[5]
Outros meios de transporte foram usados da região como os Electrobus, que eram uma espécie de bondes elétricos sem trilhos que ligavam o alto de Santana aos bairros da Lapa, Freguesia do Ó, Penha e às divisas das cidades de Juqueri e Guarulhos. Esta foi primeira referência conhecida à implantação de um sistema de trólebus em São Paulo e no Brasil.[6]
No ano de 1852 o alferes de milícias Francisco Antônio Baruel, representante de uma das primeiras famílias da zona norte adquiriu terras em Santana, o proprietário era agricultor, criador de animais, fabricante de telhas. Sua chácara, a Chácara Baruel, possuía a área de um alqueire, ou seja, 24.250 m² e a sede situava-se em um castelo de estilo nórdico construído por volta de 1879 conhecido como Palacete Baruel, situado no alto da rua Voluntários da Pátria.[7]
Também fazia parte da chácara a casa de Dona Maria, filha do Senhor Baruel, onde hoje situa-se a Biblioteca Narbal Fontes. Após a morte do Senhor Baruel a propriedade foi desmembrada e vendida em lotes.[8]
As Irmãs da Congregação de São José de Chambéry transfiriram-se para o alto da colina do bairro de Santana em 1894, instalando o Colégio de Sagrado Coração de Maria que atualmente é conhecido como Colégio Santana, atualmente Colégio Elite.[5] No ano seguinte foi construída junto ao terreno do colégio a Capela de Santa Cruz, a qual o senhor Pedro Doll e a família Baruel ajudaram na obra. Tornando-se a igreja matriz provisória do bairro de Santana.[5]
Antigo Colégio Santana, escola centenária, a primeira do bairro.
O colégio serviria inicialmente para a educação das meninas, filhas da elite local. Ao passo que a Capela, símbolo da Igreja Católica, serviria para romanizar a presença desta no país recém-república, além de atender a população que estava instalada em seu entorno. Nas proximidades da Capela de Santa Cruz, foi se desenvolvendo paulatinamente uma população mais abastada, que construía habitações de padrão superior às da população da várzea do Tietê. Pois o alto de Santana, era menos suscetível à inundações e de “ares” montanhosos. Para tanto, foram realizadas importantes obras de arruamento, terraplanagem e pavimentação da região pelas primeiras empresas construtoras da cidade.
Revolução no espaço No domingo próximo passado, no Alto de Sant' Anna, na cidade de S. Paulo, o Padre Roberto Landell fez uma experiência particular com vários apparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis por elle descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da electricidade através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quaes foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Sr. P.C.P. Lupton, representante do Governo Britânico e sua família.
Por muito tempo, a paróquia e o colégio eram pontos de referência em documentos oficiais da cidade. Este colégio, junto com o Palacete Baruel e a Biblioteca Narbal Fontes, são considerados marcos culturais da região.[5] No dia 16 de maio de 1912, a Companhia Telefônica Brasileira (CTB) instala o primeiro aparelho com ligação direta para a cidade e o local escolhido é o Colégio Santana na rua Voluntários da Pátria.[5]
Dom Miguel Kruse do Mosteiro de São Bento idealizava a construção de uma universidade na cidade de São Paulo, para tal fim comprou um grande terreno no Alto de Santana próximo à Chácara Baruel onde construiu o Observatório Oficial de São Bento. Além de centro de pesquisas científicas o local era um espaço de lazer para os alunos do Colégio e Faculdade de São Bento. Por diversos motivos o observatório cessou suas atividades na década de 1940.[11]
A verticalização de alto-padrão da região foi iniciada no começo dos anos 1970, sobretudo nas ruas Pedro Doll e Francisca Júlia no início dos anos 2000 as ruas Doutor Guilherme Cristofell e Luísa Tolle foram desenvolvidas.[12]
Atualidade
Castelo d'água do Alto de Santana, um dos símbolos da região.
Vista aérea do bairro de Vila Santana e ao fundo a Serra da Cantareira. Percebe-se a diferença de zoneamento. Residências horizontais de alto padrão contrastam com uma parede de edifícios.
A construção de edifícios no Alto de Santana, assim como em muitas outras áreas de São Paulo, começou a ganhar força a partir das décadas de 1960 e 1970. Esse período marcou um momento de grande crescimento urbano e verticalização na cidade, acompanhando o aumento populacional e a necessidade de mais espaços residenciais e comerciais.
Antes desse boom de verticalização, a região era predominantemente composto por casas e vilas, com um perfil mais residencial. A construção de edifícios residenciais no bairro foi impulsionada por vários fatores. O crescimento da cidade de São Paulo levou ao desenvolvimento de bairros nas zonas mais próximas centro, incluindo a Zona Norte, onde estão situados a região do Alto de Santana e o Jardim São Bento.
É uma zona residencial que apresenta considerável adensamento populacional, em suas ruas o metro quadrado de construção pode chegar a R$ 7 mil,[13][14] o fenômeno do crescimento vertical surge como conseqüência da valorização dos terrenos existentes. No filme Não por Acaso do diretor Philippe Barcinski filmado em 2007, o personagem Ênio interpretado por Leonardo Medeiros procura um imóvel de dois dormitórios na região. Os empreendimentos voltados ao norte possuem vista da Serra da Cantareira, e os voltados ao sul possuem "skyline" do Campo de Marte e de todos os arranha-céus do Centro Expandido da cidade.
Por causa da especulação imobiliária, empreendimentos imobiliários localizados em bairros relativamente distantes da região, como: Casa Verde, Mandaqui e Lauzane Paulista, são erroneamente anunciados como "Lançamento no Alto de Santana".