Wright R-790 Whirlwind
Wright R-790 Whirlwind foi uma série de motores radial de nove cilindros refrigerado a ar, construído pela Wright Aeronautical, com um deslocamento de 12,91 L e produzindo cerca de 200 hp (149 kW). Estes motores foram os primeiros membros da família de motores Wright Whirlwind. Projeto e desenvolvimentoO R-790 Whirlwind iniciou como o Lawrance J-1, um motor radial de nove cilindros refrigerado a ar construído em 1921 pela Lawrance Aero Engine Company para a Marinha dos Estados Unidos A Marinha estava tão entusiasmada com motores refrigerados a ar, que achou ser melhor aplicável para o uso naval em relação a motores refrigerados a água.[4] Entretanto, a Lawrance era uma pequena empresa e a Marinha estava preocupada com sua capacidade de produzir motores suficientes para sua demanda.[4] Apesar das cobranças por parte da Marinha, as principais fabricantes de motores aeronáuticos dos Estados Unidos, Wright e Curtiss, estavam satisfeitos com seus motores refrigerados a água e não demonstraram interesse na construção de motores refrigerados a ar.[4] Mas pelo fato de a Marinha já ser um grande comprador dos motores Wright, foi decidido forçar a Wright a comprar a Lawrance e construir o J-1 por si própria, informando à empresa que caso contrário não iria mais comprar de seus motores ou peças.[4] Para manter o negócio com a Marinha, a Wright foi então compelida a comprar a Lawrance em 1923 e o Lawrance J-1 tornou-se Wright J-1.[4] Na época da fusão da Lawrance com a Wright, ela já havia desenvolvido o J-2, uma versão mais potente do J-1 com o diâmetro dos cilindros e o deslocamento um pouco maiores. Entretanto, a Lawrance decidiu que o J-1 já era grande o suficiente, e o J-2 nunca entrou em produção; apenas duas unidades foram construídas.[4] Pelos próximos dois anos, a Wright gradualmente refinaria o motor J-1, introduzindo o J-3, J-4, J-4A, e J-4B. As mudanças melhoraram a confiabilidade do motor, refrigeração e consumo de combustível, mas o projeto básico, dimensões e desempenho mantiveram-se inalterados.[4] O J-4 foi o primeiro motor a receber o nome "Redemoinho" (em inglês: Whirlwind); os anteriores não tiveram um nome, apenas uma designação.[4] O J-5 Whirlwind, introduzido em 1925, foi um completo redesenho do motor, melhorando consideravelmente sua refrigeração e admissão de ar, aumentando ainda mais sua confiabiliade e reduzindo seu consumo de combustível. Dentre as mudanças visíveis, havia uma separação bem maior entre as válvulas, para um melhor fluxo de ar de refrigeração, com as válvulas e os balancins totalmente fechados, ao contrário dos modelos anteriores onde ficavam expostos.[4] O Governo dos Estados Unidos posteriormente designou o J-5 Whirlwind como R-790, mas não aplicou esta designação aos modelos anteriores.[5] Todos estes motores tinham um diâmetro de 11,4 cm, um curso de 14,0 cm e um deslocamento de 12,91 L. Em um relato de 1928 sobre a aviação transcontinental, o autor notou que um avião comercial de cinco assentos custava US$ 12.500, dos quais US$ 5.000 era para um dos 350 motores Whirlwind de 200 hp (149 kW) disponíveis naquele ano.[6] O J-5 foi o último dos originais Whirlwind de nove cilindros. Em 1928, foi substituído pela versão de sete cilindros do Whirlwind J-6
Histórico operacionalMuitos motores Whirlwind foram usados em aeronaves da Marinha dos Estados Unidos, principalmente em aviões de treinamento, mas também em alguns aviões de caça e de observação baseados em navios. A medida que os motores foram sendo refinados e sua reputação de confiabilidade aumentava, seu uso foi expandido para os aviões de treinamento do Exército dos Estados Unidos e uma ampla gama de aeronaves civis, incluindo as primeiras versões dos aviões comerciais Fokker F.VII e Ford Trimotor. A confiabilidade do J-5 Whirlwind também levou os aviadores a baterem vários recordes de distância e alcance. O mais famoso destes foi o voo transatlântico solo de Charles Lindbergh de Nova Iorque a Paris em 20-21 de maio de 1927, no Spirit of St. Louis, motorizado com um único Whirlwind J-5C. Durante o voo de Lindbergh, o motor funcionou continuamente por 33,5 horas. O feito de Lindbergh aumentou ainda mais a já boa reputação do Whirlwind.[7] Alguns outros voos históricos de longa duração feitos em aeronaves motorizadas com o J-5 Whirlwind foram:
Charles L. Lawrance, que desenvolveu a série original do Whirlwind e tornou-se presidente da Wright, venceu o Troféu Collier de 1927 por seu trabalho em motores radiais refrigerados a ar. Versões produzidas sob licençaO J-5 Whirlwind foi construído pela Hispano-Suiza na França.[8] Foi também produzido sob licença na Polônia por diversos fabricantes. Dentre estes estava a Polskie Zakłady Skody, braço polonês da Škoda Works, que construiu cerca de 350 a 400 motores entre 1929 e 1931, e a Avia, que fabricou outros 300 motores de 1935 a 1938. Os J-5 poloneses foram usados em diversas aeronaves polonesas, em sua maioria aeronaves militares de treinamento, de observação e de ligação. Variantes
AplicaçõesAeronaves dos Estados Unidos
Aeronaves polonesas, usando motores construídos na PolôniaAeronaves de outros paísesMotores em exibiçãoAlguns museus que possuem o motor J-5 (ou o militar R-790 equivalente) em exibição:
Também está em exibição no Aeroporto Internacional de São Francisco, no terminal internacional. Whirlwinds mais antigos são mais difíceis de encontrar em exibição. O Museu Nacional de Aviação Naval possui dois J-4, dos quais um é cortado.[13] O Museu do Ar da Nova Inglaterra em Windsor Locks possui um Lawrance J-1, o antecessor direto do Whirlwind.[16][17] Referências
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