Vaccinium myrtillus Nota: Se procura o personagem da mitologia grega, veja Mírtilo.
O Vaccinium myrtillus, popularmente conhecido como mirtilo,[1][2] é um arbusto que pertence à família Ericaceae (família da azálea, rododendro, medronho).[3][4] Em Portugal, além da denominação mirtilo, é também conhecido como ou arando e uva-do-monte.[2] As plantas são arbustos de pequeno porte nativos da Eurásia e que também crescem em sub-bosques das florestas temperadas na Europa. Existe também o mirtilo americano, uma espécie nativa da América do Norte. É uma planta arbustiva, o fruto é uma baga que quando maduro adquire a coloração azul arroxeada, de tamanho pequeno, de sabor doce-ácido. Esta planta adapta-se bem ao clima temperado. CultivoNo BrasilA Embrapa introduziu o mirtilo no sul do Brasil em 1983, trata-se de algumas variedades cultivadas na Europa em regiões nas quais o inverno é bastante rigoroso, daí a dificuldade em cultivá-las no país, apenas conseguido de forma satisfatória no sul do Brasil, nas serras de nordeste do estado do Rio Grande do Sul e em cidades planálticas, visto que o planalto catarinense ou meridional se encontra na zona subtropical e a uma altitude média de 1000m. Cidades catarinenses como São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema e Itá (Fazenda NiceBerry),[5] já estão introduzindo o fruto com sucesso, pois as temperaturas anuais destes logradouros encontram-se entre as mais baixas de todo o Brasil, com média de 11 °C a 13 °C anuais. No estado do Rio Grande do Sul, estas estão sendo inseridas, nas cidades mais altas das serras de nordeste do estado, e em cidades com altitudes entre 900 a 1200 m, tais como: São José dos Ausentes, Bom Jesus, Vacaria, Cambará do Sul, Jaquirana e São Francisco de Paula, visto, que apesar de serem altas e frias o ano inteiro, também possuem solo muito fértil e uma boa distribuição de chuva durante o ano todo. Em PortugalEm Portugal cresce espontaneamente no Norte do país — Minho, Trás-os-Montes e na Serra da Estrela.[6] O concelho de Sever do Vouga introduziu, por acção de um estudo de uma fundação holandesa, a variante americana desta planta em 1986 quando não existia em Portugal nenhuma plantação com fins agrícolas desta espécie, sendo na época a colheita de plantas silvestres delimitada às regiões do Gerês[7] e Montalegre. No Arquipélago da Madeira, o mirtilo local cresce a altitudes acima dos 700 metros e tem sido usado na alimentação e bebidas alcoólicas das ilhas. Em 2012 segundo a ANPM,[8] a cultura do mirtilo encontrava-se já bastante difundida em todo o território nacional, a sua exploração com fins comerciais tendo crescido 700%. Acima de 90% da produção nacional destinava-se à exportação, contribuindo assim o mercado de consumo nacional, com uma percentagem mínima.[9] Em 2019 continuava a ser um setor da agricultura biológica emergente com as cultivares americanas Northern Highbush[10] e Southern Highbush as mais difundidas. O sucesso do cultivo do mirtilo deve-se em parte, ao solo e água com um clima muito adequado que permite colher ao longo de muitos meses do ano com uma enorme qualidade. Embora a framboesa seja o fruto vermelho mais exportado em Portugal, o mirtilo[11] continua a ser um alimento biológico de grande crescimento na exportação, especialmente para o resto da Europa. Os maiores importadores de mirtilo português têm sido a França, Holanda e Bélgica.[12] EtimologiaO mirtilo (do Latim myrtillus)[13] em Portugal Continental (e na Galiza)[14] é também popularmente conhecido como arando, fruto silvestre da arandeira (do Celta aran, cruzado com o Latim tardio rodandărum)[15] ou ainda uva-do-monte ou airela (possívelmente do Provençal aire).[16] Tende a diferenciar-se atualmente o arando-(vermelho)(Vaccinium vitis-idaea) do mirtilo para fins comerciais, embora as duas variedades sejam fortemente aparentadas.[17][18] Nas Ilhas da Madeira, a variedade local (Vaccinium padifolium)[19][20] é conhecida como uva-da-serra ou uveira. As bagas são usadas em compota e licor.[21] Uso medicinalO mirtilo já era um fruto utilizado pelo Homem desde o século XVI, principalmente devido às suas propriedades antioxidantes e antibacterianas. Esta pequena baga está no topo dos alimentos com maior teor de antioxidantes e é rico em fibra, vitaminas A, B e C e sais minerais (Mg, Ca, P, Fe, Z, Se, Mn, L).[22] Atua em casos de diarreias graves. Embora a medida principal para o tratamento de diarreia seja a hidratação imediata. Indicado para ação local no alívio de inflamações na boca e catarros. Já foi muito utilizado contra febres. É atribuída à mirtilina a ação antibacteriana, sendo atualmente aceita como tratamento para infecção urinária baixa de repetição, principalmente em forma de suco. Mirtilo é uma planta que trabalha bem na restauração da pequena circulação e por isto é usada em retinopatia diabética, falta de perfusão renal e pé diabético. Pesquisas recentes mostram que o mirtilo também é eficaz no combate aos radicais livres e ao colesterol ruim no organismos.[23] A folha também tem sido utilizada na medicina tradicional para tratar diferentes doenças como o diabetes. O instituto americano, National Institutes of Health, o reconhece como "possivelmente efetivo para problemas na retina de pessoas com diabetes ou pressão sanguínea alta"[24]. Uso culinárioAlém do consumo ao natural, o mirtilo é usado em compota, geleias, doces, vinhos, bolos, panquecas, muffins, muesli etc.[25] Produção mundial
Referências
Ligações externas |
Portal di Ensiklopedia Dunia