Febre Nota: Para outros significados, veja Febre (desambiguação).
Febre ou pirexia é o aumento da temperatura do corpo acima do limite normal em resposta a uma doença ou perturbação orgânica.[10][4][5] Não existe um valor universal para o que se considera o limite máximo da temperatura normal. Os valores indicados na literatura médica variam entre 37,5 ºC e 38,3 ºC.[6] O aumento de temperatura é causado por uma subida no ponto de regulação térmica. Este valor é controlado pelo centro termorregulador do corpo no hipotálamo.[11] Isto faz com que o corpo produza mais calor e se esforce por conservar esse calor,[2] provocando contrações musculares e sensação de frio.[1] Quando o ponto de regulação térmica volta ao normal, a pessoa sente-se quente, a pele fica avermelhada e começa a suar.[2] Em casos raros, uma febre pode estar na origem de convulsões febris,[3] as quais são mais comuns entre as crianças mais novas.[3] Geralmente as febres não aumentam a temperatura do corpo para além dos 41 ou 42 ºC.[5] A febre pode ser causada por numerosas condições médicas, desde condições sem qualquer gravidade até condições potencialmente mortais.[12] Entre estas condições estão infeções virais, bacterianas ou parasíticas como a constipação, infeções urinárias, meningite ou malária.[12] Entre as causas não infeciosas estão a vasculite, trombose venosa profunda, efeitos adversos de medicamentos e cancro.[12] É uma condição distinta da hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal acima da temperatura do ponto de regulação térmica, causada por uma produção excessiva de calor ou falta de perda de calor. Geralmente não é necessário tratamento para baixar a febre.[1][7] No entanto, tratar a dor e inflamação associadas podem ajudar a pessoa a repousar.[7] Geralmente são recomendados medicamentos como o ibuprofeno ou o paracetamol e medidas para baixar a temperatura.[7][8] Medidas como colocar um pano húmido e frio na testa ou tomar um banho quente não são eficazes e podem apenas causar desconforto à pessoa.[7] Os bebés com menos de três meses, as pessoas com problemas de saúde graves, como imunossupressão, ou pessoas com outros sintomas para além da febre podem necessitar de cuidados médicos.[13] A hipertermia requer tratamento.[1] A febre é um dos sinais médicos comuns.[1] Cerca de 30% das consultas médicas de crianças estão relacionadas com estados febris.[1] Cerca de 75% dos adultos seriamente doentes apresentam febre.[9] Embora a febre seja um mecanismo de defesa útil, tratar a febre não aparenta piorar o prognóstico de outras condições.[14][15] Tanto pais como profissionais de saúde tendem a sobrevalorizar a febre.[1] TiposA febre pode ser classificada como de baixa intensidade (37,8 a 38 °C), moderada (38 a 39 °C) ou alta (mais de 39 °C), dependendo de quanto a temperatura corpórea subiu. A febre pode ser benéfica, e é parte da resposta do corpo a uma doença; no entanto, se a febre for acima de 41,7 °C, então pode causar danos significativos aos neurônios, com risco de afetar a meninge e essa fase é chamada de hipertermia maligna. A alta temperatura causa a desnaturação de proteínas e enzimas, o que agrava o estado do paciente. A temperatura normalmente flutua ao longo do dia, e o mesmo se aplica à febre. Se esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumentada do corpo pode ser por causa de insolação, uma disfunção mais séria. A insolação é causada pelo excesso de exposição ao sol e desidratação. Valores normais de temperaturaA ausência de febre é chamada de apirexia e pode ser:
A temperatura rectal maior que a axilar em valores acima de 1 °C, pode ser indicativo de processo inflamatório abdominal baixo ou pélvico. Sinais e sintomasO quadro febril é caracterizado por[16]:
ComplicaçõesFebres muito altas podem eventualmente causar:
CausasA febre é um sintoma comum de muitas condições médicas:[17]
Causas de febre no pós-operatórioApós uma cirurgia, é comum haver a elevação da temperatura corporal até 37,8 graus Celsius sem maiores significados. No entanto, temperaturas maiores de 38 graus Celsius podem representar, conforme o tempo decorrido desde a cirurgia:
MecanismoÉ uma reação orgânica primitiva com múltiplas aplicações contra um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sinal. A reação descrita como um aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,8 °C Celsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. A febre é uma reação do corpo contra patógenos com várias utilidades:[18]
Apesar da maior parte das febres ser causada por infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se tradicionalmente a temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca, da axila, da membrana timpânica ou do ânus (utilizando um termômetro). As crianças são mais afetadas pela febre porque, para o organismo delas, praticamente todos os vírus e bactérias são desconhecidos. Então, quando esses micro-organismos invadem o corpo, ele logo produz a prostaglandina. A febre geralmente ocorre em resposta a substâncias pirogênicas, principalmente interleucina 1 e Interleucina 6, que são secretados pelos macrófagos como resposta inflamatória. Essas substâncias pirogênicas agem proporcionando liberação de prostaglandinas que agem no centro termorregulador, o hipotálamo anterior, reconfigurando o ponto de referência da termorregulação para uma temperatura mais alta, e ao fazê-lo, evoca os mecanismos de aumento de temperatura do corpo, fazendo-o aumentar a temperatura a níveis acima do normal (níveis homeostásicos). O corpo tem várias técnicas para aumentar a temperatura:
A temperatura do corpo é mantida nesses níveis até que os efeitos dos pirógenos cessem. TratamentoExiste certa fobia da febre cercada de mitos tanto para profissionais de saúde quanto para a população em geral de que a febre seja algo que implique rápida ação com algum medicamento, principalmente quando ela envolve crianças. No entanto, existem medidas que podem reduzir a febre de forma natural como banhos e resfriamento do ambiente.[19] Embora a febre seja uma resposta imunológica própria do organismo contra algum mal, a medicina moderna chegou a desenvolver algumas drogas chamadas de antipiréticos que podem reduzir a febre a níveis tolerados. Os antipiréticos mais usados são o paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, cetoprofeno e ácido acetilsalicílico (aspirina).[19] Ver tambémReferências
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