Sukhoi Su-15
O Sukhoi Su-15 (russo: Сухой Cy-15; OTAN: Flagon) é um avião interceptor de dois motores desenvolvido pela União Soviética nos anos de 1960 para substituir os Sukhoi Su-9 e Sukhoi Su-11, os quais tornaram-se obsoletos perante à introdução de novos, mais avançados e capazes bombardeios estratégicos pela OTAN.[2][3] O Su-15 foi um interceptador de importância na Força Aérea Soviética, sendo retirado de ação nos anos de 1990 pela Rússia e Ucrânia, seus únicos operadores. Tornou-se um dos braços de suporte da força aérea soviética em combate ar-ar nos anos de 1960 e 1970.[4] Sua origem remonta o Sukhoi Su-11 (T-47), possuindo várias semelhanças entre si, nomeadamente as asas e a cauda. Foram construídos cerca de 1.290 aeronaves na fábrica de Novosibirsk, em diferentes versões, nunca sendo exportado para países do Pacto de Varsóvia.[4][5] Foi aposentado nos anos de 1990 devido a modernização de caças de interceptação, caso do Mikoyan-Gurevich MiG-31 e Sukhoi Su-27.[6][5] Tornou-se conhecido pelos incidentes dos voos Korean Air Flight 007 e 902.[3] DesenvolvimentoCom o elevado desenvolvimento de sistemas de mísseis antiaéreos pela URSS ao longo dos anos 1950, a indústria de aeronaves ficou sobre segunda importância na proteção aérea. Frente aos avanços notórios da forças aéreas do ocidente, sobretudo OTAN e EUA com U-2, B-52 e V Bombers, demonstrou-se necessários novos projetos para promover superioridade aérea. Questão relaciona-se com a superioridade não apenas em espaço soviético, mas no caso de intercepções à bombardeios estratégicos trans-continentais.[2][6] Foi, assim, solicitado o desenvolvimento pela Sukhoi de um interceptador de velocidade entre 500-2000 Km/h, com possibilidade de operação em variadas altitudes,[7] deixando os alvos de altíssima velocidade para o Mikoyan-Gurevich MiG-25. Outro ponto decorre devido à notória perda de espaço da Sukhoi face à Mikoyan e Yakovlev para a Força Aérea Soviética no início da década de 1960, o que fez a empresa buscar desenvolver tal projeto.[8] O projeto pautou-se na fuselagem e base do Su-11, sendo considerado inicialmente como uma grande modernização do modelo, fato que decorreu pelo reconhecimento das limitações apresentadas no Su-11.[2][4] A partir disso, a Sukhoi começou a desenvolver um avião no chamado protótipo T-3-8M, no qual era equipado com um radar OKB-339, tendo duas variantes, Eagle 2 e Volkov, este que era uma versão do radar que equipava o grande interceptador Tupolev Tu-28.[2][7] Devido ao tamanho do novo radar Volkov, houve necessidade de mudança na simetria axial do Su-11, obrigando novas entradas laterais para o motor e pelo aumento e relocamento do nariz da aeronave.[8] Tal mudança possibilitou introduzir motores duplos Tumansky R-11, substituindo o único AL-7F-2 existente no Su-11, tornando o Su-15 um avião com características de segunda geração.[2][4] Em 1962 foi completado o primeiro protótipo, entrando em testes nos anos seguintes de 1963 e 1964, nos quais, diferentemente dos Su-9 e Su-11, nenhum problema maior foi detectado. Depois dos intensos exames, ele recebeu fortalecimento da fuselagem do tanque de combustível e base das asas, além de ser equipado com o sistema de radar RP-15 (Oryol-D-58) e unidades de foguetes/mísseis R-98(AA-3 'Anab') em duas variantes; uma semi-ativa de buscas de alvos e uma IR passiva.[2][4] Houve modificações extensas sobre o projeto inicial do Su-11, sendo 18 quadros de contornos reduzidos ao contorno técnico, mantendo o sistema de controles, asas delta, causa e trem de pouso originais.[2] DesignCaracterísticas geraisVários componentes são bastante similares ao Su-9 e Su-11 no Su-15, principalmente no que tange a parte traseira da aeronave, o freio aéreo, empenagem e flaps da cauda. As mudanças ocorreram na troca do motor único, saindo a entrada Inlet Cone para duas Spilitter Plate laterais, necessárias para os fortes motores Tumansky R-11, colocação do radar RP-22 Oryol-D na frente do avião.[3] Essas atualizações mudaram muito o design geral do avião na parte frontal comparando com aos antecessores, possibilitando várias atualizações de motores ao longo do desenvolvimento de variantes, caso do motor Tumanskiy R11F2-300.[8][5][9] Por exemplo, na versão Su-15T/TM as duas Spilitter Plate laterais eram maiores para maior performance dos turbojatos e, consequentemente, entra da ar.[5] A primeira versão do Su-15 utilizava o mesmo projeto de asas tipo delta puro, decorrendo em versões posteriores o acréscimo de pequenos wing fence em cima de cada pilone aeronáutico, para melhorar as características de pouso, além de blown flap e trem de pouso com duplos e com retração hidráulica.[10] Nas versões mais avançadas a cauda possuía ângulo anhedral.[11] Houve melhorias no sistema de pouso e decolagem e ângulo de asas na versão Flagon-D.[5] O trem de pouso dianteiro retraia para frente, possuindo quatro sistemas hidráulicos, sendo um para ativação do radar Oryol.[8] Possuía dois sistemas pneumáticos para frenagem e outros subsistemas, além de acionamento emergencial do trem de pouso e flaps.[8] A maior parte da aeronave foi construída em alumínio, com partes em aço e titânio,[8] contendo três tanques de combustível na fuselagem central e possibilidade de adicionais nas asas, o que possibilitava o armazenamento de 6,775 litros internamente[12] e mais 600 litros adicionais em cada tanque externo.[8] No cockpit o piloto sentava em um assento ejetor KS-4,[10] capaz de operação em qualquer altitude e velocidades maiores que 140 km/h,[8][5][13] na parte superior do painel de instrumentos localizava o display do radar, juntamente com uma mira simples K-10T para uso de mísseis R-69 e canhões.[5] AviônicaMesmo possuindo sistemas de radar avançados, o Su-15 dependia de interceptação controlada em solo (GCI), contendo o sistema Lazur-SM de enlace de dados para instruções de interceptação para o piloto via UHF encriptado. Depois do recebimento de informações do GCI, o Su-15 utilizava as informações do radar interno, possibilitando o ataque.[5][12] Nos modelos de Su-15 TM Flagon-F existia um sistema Vozdukh-1M GCI de enlace de dados e SAU-58 (SAU desistema automaticheskogo upravleniya, tradução para "sistema de controle automático") capaz de voar completamente no automático até os últimos momentos da interceptação.[11][5] O sistema automático podia guiar a interceptação, travar o radar, lançar aos mísseis no alvo e desenvolver a manobra evasiva para retorno a base.[5] As últimas versões do Su-15TM possuíam o SAU-58-2, o qual possibilitava leitura de informações de altímetro de rádio em baixas altitudes, sendo Vokdukh-1M GCI capaz de guiar o avião altitudes baixas para interceptação. Outros sistemas de aviônica incluíam o receptor do alerta de radar (RWR) Sirena-2, Identificação amigo ou inimigo (IFF) e equipamento de navegação aérea.[5][8] ArmamentosNo que tange armamentos, o Su-15 carregava mísseis ar-ar K-8 (AA-3 'Anab') em lançadores PU-1-8.[8] Tal armamento foi desenvolvido para abater bombardeiros. Na versão Su-15TM a aeronave podia carregar mísseis R-98M (K-8M3) utilizando o radar Taifun-M, além de mísseis R-60 (AA-8 "Aphid") guiados por infravermelho em lançadores PU-2-8.[5][12] No caso de canhões, poderia carregar tanto UPK-23 quanto GSh-23, ambos com 250 disparos de munição.[8][14] História OperacionalO Su-15 teve importante papel para as Forças de Defesa Aérea Soviética, correspondendo a 29 regimentos de caças. Sua ação era otimizada para interceptação em altas altitudes com rápida ascensão, mas faltava funcionamento de look-down/shoot-down, mesmo em modelos com radar Taifun.[8][7] Já que o Mikoyan-Gurevich MiG-23 possuía essa capacidade, o uso em baixas altitudes ficavam para o MiG frente as táticas de combate aéreo. Devido a limitação existente ao Su-15 e complexidade dos seus sistemas, não houve exportação para países membros do Pacto de Varsóvia, estando estritos apenas a Força Aérea Russa e Ucraniana.[8] Três incidentes marcaram a história do Su-15:
Um sobrevoo não autorizado próximo de um Su-15 sobre o Mikoyan-Gurevich MiG-15 pilotado por Yuri Gagarin resultou em sua morte em 1968. Foi comprovado pelas informações de computadores que o Su-15 passou com diferença de metros para o MiG.[16] Com a queda da URSS, o Su-15 começou a ser substituído na Força Aérea Russa em detrimento de caças e interceptadores mais avançados, caso dos Sukhoi Su-27 e Mikoyan-Gurevich MiG-31.[5] VariantesBase de dados[17]
Ex-operadoresA Força Aérea Russa retirou todos os seus Su-15 de operação no ano de 1994, estando guardados para eventual reserva emergencial de guerra.[4] Com o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Ucrânia recebeu em torno de 70 Su-15TM e alguns Su-15UM que estavam nas bases aéreas soviéticas de Belbek e Kramatorsk.[21][22] A Força Aérea da Ucrânia retirou todos de operação em 1996.[4] Especificações (Su-15TM)Wilson[1] Características Gerais
Performance
ArmamentosMísseis e metralhadoras. Equipamento ar-ar.
Aviônica
Ver tambémAeronaves relacionadasAeronaves similares
Referências
Bibliografia
Ligações externas |
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