Silva Castro Nota: "Periquitão" redireciona para este artigo. Para a ave, veja periquitão-maracanã.
José Antônio da Silva Castro, o Periquitão (Curralinho, 5 de janeiro de 1792 — Palmas de Monte Alto, 21 de outubro de 1844), foi herói da Independência da Bahia, avô do poeta Castro Alves e do general Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira. BiografiaEra filho de João Antunes da Silva Castro e D. Anna da Silva Castro, nasceu na Fazenda Tapera, hoje município baiano de Castro Alves. Recebeu educação rudimentar, crescendo no meio rural da região.[1] Muito jovem ainda tem um romance com Ana Viegas, bela mulher filha de imigrantes espanhóis, com quem teve uma filha natural chamada Clélia Brasília - e que veio a ser a mãe do poeta Castro Alves.[2] Outra filha natural de Silva Castro, e objeto de muitos livros pelos maiores escritores brasileiros - dentre muitos outros - (como Afrânio Peixoto em seu Sinhazinha e Jorge Amado, no ABC de Castro Alves) foi a belíssima Pórcia, que foi raptada dando origem a uma guerra entre as famílias Castro, Pinheiro, Canguçu e Moura, nos sertões de Caetité (especialmente no Sobrado do Brejo, atualmente território da cidade de Brumado).[3] Para Jorge Amado, muitas das poesias de Castro Alves foram verdadeiramente inspiradas no drama da tia: Pórcia foi raptada pelo jovem Leolino Pinheiro Canguçu. A história, ricamente ilustrada e documentada, foi romanceada pelo historiador Dário Teixeira Cotrim em ("Idílio de Pórcia & Leolino", 2005).[3] A prisão semeadoraEle e seu irmão Clemente eram alferes na vila de Maragogipe, quando em 1817 eclode o movimento revolucionário em Pernambuco, com grandes repercussões na Bahia. Silva Castro é alvo de perseguição da família de seu padrasto, abrigando-se em casa de um amigo - Felisberto Gomes Caldeira. Deixando o asilo onde se escondia, vai para Ilhéus, onde acaba preso e enviado para a capital.[1] Na cadeia algo de positivo lhe ocorre: conhece e aprende com vários encarcerados da Revolução Pernambucana, de quem o historiador Oliveira Lima registrou que "foi instrutiva pelas correntes de opinião que no seu seio desenharam ... um movimento a um tempo demolidor e construtor..."; maçom, como muitos dos detidos, formam ali o núcleo que viria a protagonizar na revolta iniciada em 1821 e às lutas pela independência do país.[1] Independência da BahiaDurante os protestos contra o comandante português Madeira de Melo ele estabeleceu em São Félix uma fábrica para a produção de cartuchos, antecipando as lutas que viriam.[2] O Major Silva Castro ficou conhecido como "Periquitão", porque era o comandante do pejorativamente chamado "Batalhão dos Periquitos", no qual lutou a heroína Maria Quitéria, porque à falta de tecidos em cores branca, vermelha ou azul - usadas regularmente pelas tropas - serviram-se de fazendas verdes. A partir das lutas travadas contra os portugueses na Independência da Bahia, a alcunha o acompanhou para sempre.[2] Casamento e fortunaApós a guerra, participa ainda do combate a bandoleiros em Maracás e no combate à revolta dos índios Cariris, em Pedra Branca, recebendo por isto o apelido de "Pacificador"; entretanto, por haver participado de vários conciliábulos, é enviado para o alto sertão de Caetité onde se casa com a rica viúva Joanna São João e vem a se tornar senhor de muitas terras: o falecido esposo de D. Joanna, Manoel Trindade Moreira, era procurador da Casa da Ponte - função que o proibia adquirir fazendas além daquelas que já possuía a mulher, pelo que este acumulara suas rendas em ouro: com este o Major adquiriu muitos bens: "seu testamento foi o mais espetacular de quantos houve no sertão: 31 fazendas grandes, sesmarias, vários sítios, sobrados em São Félix, casa em Monte Alto e Caetité, objetos de ouro e prata, 6.594 cabeças de gado, quinhentas éguas e muitos cavalos, tudo avaliado em 23.800$000 (vinte e três mil e oitocentos contos de réis)."[2] Homenagem no Rio de JaneiroSilva Castro dá nome a uma rua localizada no bairro de Copacabana, na Cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Ver também
Referências
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