Seus municípios limítrofes são Suzano (a nordeste), Rio Grande da Serra (a sudeste e sul), Santo André (a sudoeste) e Mauá (a noroeste). Tornou-se município em 30 de dezembro de 1953,[11] quando foi desmembrada de Santo André. Sua data oficial de emancipação político administrativa foi instituída em 1º de janeiro de 1954 pela Lei Municipal 2.463/1983[12], sendo comemorado o seu aniversário no dia 19 de março, em homenagem a São José, Padroeiro da Cidade.
História
Toponímia antiga
No século XVI, o território de Ribeirão Pires estava inserido em uma extensa aldeia tupi denominada Geribatiba ou Jurubatuba, cujo significado, no tupi antigo, é îara'yba (palmeira) e tyba (ajuntamento), formando a expressão "(lugar de) muitas palmeiras". [13] Apesar disso, não há indícios de ocupação tupi na região específica da atual Ribeirão Pires, que servia apenas como lugar de passagem. Estudos apontam que a taba (aldeia) de Geribatiba, ocupada por tupiniquins, ficava nas imediações do Rio Pinheiros, no ponto onde hoje é o Aeroporto de Congonhas.
Em meados do século XVII, a região passou a ser denominada de Caguaçu, em guarani: ka'aguy (floresta) e usu (grande). No tupi antigo: ka'a (floresta) e ûasu (grande), formando a expressão Floresta Grande[14] ou Mato Grosso.[15] Para o historiador indígena Robson Miguel, a tradução mais apropriada seria Mata Úmida e Grande.[16] Em Caguaçu, a ocupação era muito esparsa e essencialmente rural, sem indícios de urbanização significativa. A Capela de Nossa Senhora do Pilar, preservada até hoje, é um dos poucos testemunhos edificados dessa época e está ligada à epopéia dos bandeirantes no chamado Ciclo do Ouro.
Toponímia atual
O nome Ribeirão Pires é derivado da compra de terras chamadas Sítio do Ribeirão Pires, na segunda metade do século XIX. Apesar do nome, nenhum dos proprietários do referido sítio possuía o sobrenome Pires, o que faz de sua origem um assunto ainda a ser elucidado. Alguns historiadores tentaram associar o nome da cidade a figuras como Salvador Pires ou Antônio Pires de Ávila, porém essas teorias são bastante controversas e carecem de provas.
O jornalista e historiador Roberto Bottacin, em pesquisas de 1962[17] e 1979[18], propôs que o nome Ribeirão Pires seria um epônimo de Salvador Pires[19], acreditando que este havia vivido no local e atribuído o sobrenome da família a um córrego que viria emprestar seu nome à futura cidade. Bottacin também acreditava que a Capela de Nossa Senhora do Pilar teria sido a antiga Ermida de Santo Antônio, erguida em 1549, a pedido do padre jesuíta Leonardo Nunes, indicando, com isso, que a atual Ribeirão Pires seria a histórica vila de Santo André da Borda do Campo. A teoria de Bottacin não oferece provas minimamente plausíveis, embora seja defendida atualmente pelo historiador indígena Robson Miguel.[20] Pesquisas recentes, como a de Marcos Rogério Ribeiro de Carvalho[21], refutam a teoria de Bottacin. Carvalho aponta, por meio de documentos e mapas, que as terras de Salvador Pires se localizavam na Serra da Cantareira e não em Ribeirão Pires, invalidando assim a conexão entre este personagem e o atual município.
Outro historiador, Wanderley dos Santos, apresentou em 1974 a chamada Teoria da Família Pires, propondo inicialmente que o nome da cidade é derivado da família de Antônio Pires de Ávila, o qual teria se estabelecido em Caguaçu, em 1716.[22] Contudo, em 1992, o próprio Wanderley dos Santos revisou sua tese, esclarecendo que Antônio Pires de Ávila jamais poderia ter vivido em Caguaçu, pois seu sítio ficava na divisa dos atuais municípios de Santo André e Mauá[23], em uma região denominada Cassaquera. Apesar dessa revisão, a ideia de que o nome da cidade se originou da família de Antônio Pires de Ávila, então oficializada no Hino Municipal de 1988, permaneceu popular e acabou se consolidando como mito de origem.[24]
Em uma pesquisa mais recente, datada de 2022, o historiador Marcílio Duarte considera que a teoria de Bottacin é inválida devido a limitações próprias de sua época, como a falta de fontes e referências bibliográficas, e pelo desejo de legitimação histórica. Já a teoria de Wanderley dos Santos (proposta em 1974 e revisada em 1992) é mais plausível, uma vez que confirmada por documentos coetâneos que podem ser checados. Duarte avalia que o nome Ribeirão Pires não está ligado a Salvador Pires nem a Antônio Pires de Ávila e sua origem pode ser meramente casual, dado que Pires era um sobrenome já comum em São Paulo, podendo ser de qualquer ramo desse tronco familiar presente na região. Para esse historiador, a tentativa de associar a origem de Ribeirão Pires a personagens proeminentes do bandeirismo visa legitimar um quadro triunfal de sua história, ancorado em supostos feitos heroicos. Duarte acredita que provavelmente a origem do nome da cidade permanecerá sem solução definitiva, talvez para sempre envolta em conjecturas.[25]
Fundação
Como evidenciado acima, a origem de Ribeirão Pires não se vincula a um fundador específico nem a um ato de fundação oficial, dado que as informações históricas sobre o local são imprecisas.[26] O desenvolvimento urbano da cidade teve início no Ciclo do Café e, mais decisivamente, no advento da ferrovia, que catalisou a formação de um núcleo urbano que viria a se chamar Ribeirão Pires.
Em busca de uma data histórica, as autoridades municipais definiram o dia 25 de março de 1714 como marco simbólico de fundação, conforme dispõe a Lei Municipal 2.446 de 1983.[27] A data, no entanto, representa apenas a provisão diocesana da Capela de Nossa Senhora do Pilar e não se relaciona diretamente com a fundação ou denominação de Ribeirão Pires, sendo apenas um símbolo comemorativo.
A história de Ribeirão Pires pode ser dividida em três períodos principais:
1 -Período Colonial: caracterizado pela total inexistência de ocupação de terras, sendo apenas parte de sesmarias doadas pela Coroa;
2 -Ciclo do Café e Advento da Ferrovia: caracterizado pela expansão econômica e urbana impulsionado pela ferrovia, responsável por consolidar o núcleo urbano inicial e as primeiras imigrações; e
3 -Período Contemporâneo: caracterizado pelo desenvolvimento da cidade moderna, levando à emancipação como município.
Esses períodos refletem o desenvolvimento histórico da cidade, cuja identidade atual se consolidou somente com a urbanização e infraestrutura ferroviária.
Ribeirão Pires situa-se a uma altitude média de 800 metros. O clima do município, como em toda a Região Metropolitana de SP, é o subtropical. Verão pouco quente e chuvoso, e Inverno ameno e de poucas chuvas, embora a umidade do oceano muitas vezes forma a típica neblina nas tardes de inverno, deixando o ar úmido e provocando garoa. A média de temperatura anual gira em torno dos 18 °C, sendo o mês mais frio julho (Média de 15 °C) e o mais quente fevereiro (Média de 22 °C). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1.400 mm.
Hidrografia
O município é cortado pelo Ribeirão Grande, que nasce no Pilar Velho e desce pela atual Av. Prefeito Valdírio Prisco até fazer barra na Represa Billings. Além disso, a cidade possui uma grande quantidade de nascentes, que sustentam o comércio de água, uma das grandes atividades econômicas do município. A cidade é banhada pelos rios Guaió e Taiaçupeba e pela Represa Billings, além dos dois ribeirões citados.
Diferença entre o "Ribeirão Pires" e o "Ribeirão Grande"
O uso do termo "Rio Ribeirão Pires" para se referir ao Ribeirão Grande parece ter se consolidado por influência política e do costume popular. A expressão, que surge pela primeira vez em 1957, é historicamente incorreta e tecnicamente inadequada, já que combina "rio" e "ribeirão".
Fontes históricas, como os mapas do final do século XIX preservados no Arquivo Público e no Museu da Imigração de São Paulo, indicam que o Ribeirão Grande tem sua nascente no bairro do Pilar Velho. Já o Ribeirão Pires aparece na planta do "Sítio do Ribeirão Pires" (1898) e é identificado como um curso d'água que banha o noroeste da cidade, atrás do Morro Santo Antônio, em paralelo ao traçado da atual Avenida Rotary.
A existência do Ribeirão Grande também é registrada no relatório de obras da São Paulo Railway de 1867, que menciona o revestimento em pedra dos taludes da ponte férrea sobre o referido córrego. Essa ponte, preservada até hoje, localiza-se próxima à Rua Capitão José Gallo[28], confirmando a identificação correta desse curso d'água com o nome Ribeirão Grande.
Ribeirão Pires
Ribeirão Grande
Ribeirão Pires: é um pequeno aquífero, porém é o que dá nome à cidade. Banha a região noroeste, com nascente próxima à divisa com Mauá, compreendendo a região das vilas Bocaina, Sueli e Belmiro. Corre em paralelo à Avenida Rotary e em transversal ao Rodoanel Governador Mario Covas Junior, passando por trás do Morro Santo Antônio e desaguando no Ribeirão Grande.
Ribeirão Grande (antigo Iguaçu)[22]: é o maior e mais visível aquífero da cidade (por esta razão é confundido com o Ribeirão Pires). O Ribeirão Grande corta vários bairros, incluindo toda a região central (trecho canalizado) e a Avenida Pref. Valdírio Prisco (antiga Brasil). Tem nascente no Pilar Velho.
Nascente: Bocaina (Parque Aliança)
Nascente: Pilar Velho
Foz: Ribeirão Grande (pela margem direita)
Foz: Represa Billings (Braço Rio Grande/Jurubatuba)
Ribeirão Pires é um município turístico desde 1998. Sua luta para se tornar estância turística tem origem em 1959, quando a cidade se consolida como destino de veraneio de santistas e paulistanos. Em 1985, após vários investimentos e criação de pontos turísticos, tornou-se Município de Interesse Turístico (MIT), até que, em dezembro de 1998, alcança o sonhado título de Estância Turística. Rica em atrativos culturais, recursos hídricos e paisagens naturais, a cidade é hoje a única da Região Metropolitana de São Paulo a ostentar esse título e está entre os 29 municípios paulistas considerados Estâncias Turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual.[32] Tal status garante uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto ao seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
1975 - Parque Municipal "Milton Marinho de Moraes" (hoje Parque Oriental)
1976 - Mirante São José
1981 - Pedra do Elefante (a pedra foi descoberta em 1968 por Valentino Redivo)
1987 - Parque Pérola da Serra (hoje Parque Municipal "Prof. Luiz Carlos Grecco")
1987 - Gruta da Quarta Divisão
2008 - Vila do Doce (hoje Complexo Gastronômico Vila do Doce)
2015 - Centro de Exposições e História Ricardo Nardelli (hoje CHL - Centro Histórico e Literário)
Principais festas oficiais
Festa de Santo Antônio (desde 1976): Evento de cunho religioso, é realizado com apoio da Prefeitura desde junho de 1976 (quase três anos após a desapropriação do morro e da capela). É uma festa típica do período junino, em razão do dia 13 de junho, quando se celebra, no calendário católico, a devoção ao santo com a tradicional Missa do Pão Bento. A festa já teve quadrilhas juninas, mas perdeu essa característica e hoje é composta de eventos culturais, shows sertanejos, gastronomia junina e atividades litúrgicas. O ponto forte da festa é o aspecto religioso, além do inverno, do ambiente familiar e da vista da cidade do alto do morro.
Festa de Nossa Senhora do Pilar (desde 1978): Evento de cunho religioso criado em 1936 apenas como romaria em dedicação à Virgem do Pilar. Em 1978, a prefeitura oficializou a festa e passou a dar apoio nos preparativos, como luz, som, contratação de artistas para shows etc. O aspecto litúrgico (missa, missa campal, romaria etc) fica a encargo da Paróquia Santa Luzia, proprietária e administradora da capela. O apoio da prefeitura foi fundamental para o evento se tornar um dos mais tradicionais do Estado, realizando-se ininterruptamente a cada ano no final do mês de abril e começo de maio - coincidindo com as comemorações do 1º de Maio (Dia do Trabalho). Celebrada no adro da Capela do Pilar (a programação litúrgica realiza-se no interior da capela), a festa se assemelha a uma grande quermesse, com atrações folclóricas, música popular, gastronomia e exposição de artesanato.
Festival do Chocolate (desde 2005): Evento de caráter gastronômico realizado desde 2005, já foi considerado o quinto maior festival do gênero no estado de São Paulo. No festival, encontra-se uma grande variedade de chalés que comercializam chocolates e salgados. O atrativo principal são shows com cantores de apelo nacional. Em 2013[33] e 2016[34] não foram realizadas as respectivas edições, sob alegação oficial de falta de recursos financeiros.
Festival do Cambuci (desde 2014): Realizado desde 2014 com apoio da Prefeitura de Ribeirão Pires em parceria com a Rota do Cambuci (criada em 2009), o evento tem como foco principal a exploração gastronômico e cultural do cambuci, uma espécie nativa da Mata Atlântica. A edição de 2016 contou com 4 mil visitantes e parceria do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.[35]
Festa de Corpus Christi (desde 2017): Evento de cunho religioso e católico, realizado após o domingo da Santíssima Trindade, onde relembra a quinta-feira santa em que Jesus criou a consagração da eucaristia. Consiste de uma procissão que remonta a jornada do povo de Deus até a Terra Prometida (Canaã). Após a procissão, os fiéis se alimentam do próprio corpo de Jesus Cristo, representado na hóstia. É realizado na cidade desde 1969, quando o fiel Maurício Martins Migliani decidiu decorar as ruas Major Cardim e Emma Mortari, tal como era feito na Vila de Santa Isabel, na capital. A partir daí, os tapetes se expandiram para outras ruas e a tradição se consolidou. Em 2017, tornou-se um evento oficial do calendário do município de Ribeirão Pires, conforme a Lei Municipal 6.212/2017.
Cultura
Patrimônio cultural
Ribeirão Pires possui um importante acervo arquitetônico, do qual três são reconhecidos como patrimônio cultural do Estado de São Paulo, pelo Condephaat, e quatro (considerando o tombamento ex-officio da Capela do Pilar), como patrimônio cultural do Município:
Imagem
Nome
Nível
Capela de Nossa Senhora do Pilar: Tombada pelo Condephaat em 24 de abril de 1975. Mais informações no artigo Capela do Pilar.[36] Em 2018 foi tombada, em caráter de ofício, através do Decreto Municipal nº 6.827, de 05 de junho de 2018, pelo CONDEP - Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural, com estudos técnicos do CATP - Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio de Ribeirão Pires.[37]
Estadual/ Municipal
Conjunto Ferroviário de Ribeirão Pires: Tombado pelo Condephaat em 18 de outubro de 2011, registrado no Livro do Tombo Histórico sob inscrição nº 389, p. 112/113, 11/10/2012.[38] Foi tombado pelo CONDEPHAAT, com estudos da UPPH - Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico.
Estadual
Moinho de Trigo Fratelli Maciotta (Fábrica de Sal): Tombado pelo Condephaat em 26 de fevereiro de 2018 (Resolução SC-15/2018).[39] Os irmãos compraram as terras do Major Claudino Pinto de Oliveira, o Major ‘Cardim’, e edificaram próximo à ferrovia o Molino Di Semole Fratelli Maciotta e C., que funcionava com a tecnologia de moagem por cilindros – a mais avançada na época. Estudos indicam que o ‘Moinho de Ribeirão Pires’ é mais antigo que o Moinho Central, da família Matarazzo (1900).[40] Foi tombada pelo CONDEPHAAT, com estudos preliminares do CATP - Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio de Ribeirão Pires, datados de agosto de 2015. A instrução técnica foi complementada por estudos adicionais da UPPH - Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico.
Estadual
Casa de Herbert Richers: Concluída em 1957 pelo produtor de cinema Herbert Richers, a casa foi inicialmente pensada para moradia de seus pais, Guilherme Richers e Maria Luísa Wulfes. Em 1968 e 1969, foram gravadas tomadas para dois filmes: Papai Trapalhão e Golias contra o homem das bolinhas, respectivamente. Foi tombada pelo CONDEP - Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural, com estudos técnicos do CATP - Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio de Ribeirão Pires e homologada pelo Decreto Municipal 6.770, de 20 de outubro de 2017.
Municipal
Bar da Estação: O Bar da Estação de Ribeirão Pires é um dos últimos exemplares arquitetônicos de "bar de gare" da antiga Estrada de Ferro Santos a Jundiaí (EFSJ). Elemento obrigatório nas estações de metrópole e subúrbio, foi construído no começo dos anos 1930 pelo italiano Jacyntho Gasperini, imigrante de Trento, que chegou a ter fábrica de cerveja no Brasil. Foi tombado pelo CONDEP - Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural, com estudos técnicos do CATP - Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio de Ribeirão Pires e homologado pelo Decreto Municipal 6.796, de 19 de janeiro de 2018.
Municipal
Sítio Boa Sorte: O Sítio Boa Sorte foi o nome da casa de campo do poeta, escritor e idealizador do modernismo no Brasil, Oswald de Andrade. Adquirida por volta de 1949, o escritor morou nele durante sua última fase literária, ao lado de sua última esposa Maria Antonieta D'Alkmin e de seus filhos Marília de Andrade e Paulo Marcos de Andrade. O tombamento foi realizado pelo CONDEP - Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural, com estudos técnicos do CATP - Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio de Ribeirão Pires e homologado pelo Decreto Municipal 6.929, de 05 de agosto de 2019.[41]
Municipal
Religião
Catolicismo: A maior parte da população de Ribeirão Pires se declara católica, de acordo com o mais recente censo. A paróquia de São José, erigida em 1911, conhecida como Igreja da Matriz, situada no centro da cidade é a principal igreja do município, que conta também com outras paróquias, como a Paróquia de Sant'Anna, que coordena outras capelas, Capela Sagrado Coração de Jesus (uma das mais novas e maiores capelas da cidade), Capela São Francisco de Assis, Capela Santa Rita de Cássia e Capela São Judas Tadeu (capela particular da fábrica de móveis Bartira). Entre outras paróquias em destaque com festividades temos a Igreja de Santo Antônio e a Igreja do Pilar, onde todos os anos se realiza a mais importante festa oficial do município, a festa do Pilar.
Como quase todas as cidades que fazem parte da Região Metropolitana de São Paulo, o município tem seus limites conturbados (formam uma área urbana contínua), o que faz com que a maioria de seus habitantes trabalhe em cidades vizinhas, especialmente as do ABC Paulista. Esta característica fez com que o município desenvolvesse um sistema de transportes coletivos diferenciado, com picos de utilização na parte da noite e do começo do dia, que indiretamente incorpora inclusive as redes (intermunicipais) de trens da CPTM e de ônibus da EMTU.
Sendo assim, podemos dizer que o sistema de transporte coletivo de Ribeirão Pires é formado por:
Ônibus Municipais (operados por uma empresa particular - Suzantur Ribeirão Pires) e com pontos centralizados no Terminal Rodoviário de Ribeirão Pires (TERRP). Esta centralização levou à implantação do sistema de integração no qual os usuários podem trocar de ônibus para seguir viagem. O TEERP também recebe ônibus intermunicipais e interestaduais que servem algumas regiões de São Paulo como os Litorais Norte e Sul e o Vale do Paraíba.
Ônibus Intermunicipais (operados por uma empresa particular - Next Mobilidade) - Gerenciadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), órgão do governo do estado de São Paulo e que ligam Ribeirão Pires a diversos municípios da Grande São Paulo e a várias regiões da capital paulista.
O TEERP também recebe ônibus interestaduais que servem algumas regiões de São Paulo como os Litorais Norte e Sul e o Vale do Paraíba
7-Rubi (Brás - Francisco Morato - Jundiaí) - a integração direta só é possível quando esta Linha realiza o percurso até a Estação Brás durante a semana. Aos sábados e domingos, a linha finaliza o percurso na Estação Luz;
Rodoanel Mário Covas (A rodovia atravessa Ribeirão Pires, porém, sem acesso direto ao município)
Saúde
A Rede pública de sáude é composta pelas UBS - Unidades Básicas de Saúde, USF - Unidades de Saúde da Família, a UPA Santa Luzia - Unidade de Pronto Atendimento 24 horas que atende os casos de emergência como pronto atendimento e algumas especialidades médicas e o Hospital e Maternidade São Lucas que é mantido pela prefeitura, recebe os casos de internação e mantém suas atividades como maternidade. Quanto à rede particular de atendimento médico, além de várias clínicas, há o Hospital e Maternidade Ribeirão Pires, com diversas especialidades realiza exames complexos, com clínicas de especialidades, maternidade e pronto socorro.
Hospital Municipal Santa Luzia
Em 20 de setembro de 2024, foi inaugurado o Hospital Municipal Santa Luzia. Segundo o jornal Diário do Grande ABC, "a obra ficou parada por 16 anos. As intervenções, iniciadas em 2008, foram retomadas em 2021, depois de uma paralisação que durou oito anos. A abertura colocará fim a uma longa espera e ocorre dez anos depois do prazo original, já que a previsão de finalização das obras no começo dos trabalhos era para 2014."[42] O atendimento ao público foi iniciado em 23 de setembro do mesmo ano.
Ribeirão Pires possui vários jornais que circulam localmente com notícias do município e, eventualmente, de Mauá e Rio Grande da Serra. Os principais veículos, em ordem cronológica de fundação, são:
Ano de fundação
Veículo
Editor
Circulação
Jornais
1920
O Boatinho
Oirevas Inafts
Encerrada
1956
A Voz de Ribeirão Pires
Geraldo Antão Piedade
Encerrada
1984
A Voz de Ribeirão Pires
Fausto Piedade
Encerrada
1968
A Imprensa
Noêmia Giachello
Encerrada
1989
Folha
Gemecê de Menezes
Ativa
1993
A Cidade de Ribeirão Pires
Frederico Lohmann
Encerrada
2003
Mais Notícias
Antonio Carlos Carvalho (Gazeta)
Ativa
2008
A Voz de Ribeirão Pires
Marcelo Marques
Encerrada
2011
Acontece RP
Thiago Quirino
Encerrada
2013
Tribuna Acontece
Marcio Prado / Thiago Quirino
Encerrada
2013
A Voz de Ribeirão Pires
Samuel Boss
Encerrada
2014
Diário de Ribeirão Pires
Rafael Ventura
Ativa
Revistas
2007
Contemporânea
Ricardo Silveira
Encerrada
2010
Aqui!
Marcio Marques
Encerrada
2010
Mais Conteúdo
Antonio Carlos Carvalho (Gazeta)
Encerrada
2017
Pilares
Caio Cesar Perez
Encerrada
2018
Atual
Cassiano Filho
Ativa
Esportes
Ribeirão Pires Futebol Clube (RPFC)
O Ribeirão Pires Futebol Clube foi fundado com uma diretoria composta por sete membros, incluindo o presidente José Laurito. As despesas iniciais do clube incluíam uma bola de futebol, caibros para as traves e 14 garrafas de cerveja. O primeiro uniforme do time era uma camisa branca com uma faixa preta, calções e gorros brancos. O clube cresceu ao longo dos anos, com a construção de sua primeira sede social própria em 1940 e a compra de uma área de 30 mil metros quadrados para a construção da praça de esportes em 1947. Na década de 50, foi iniciada a construção do Estádio Felício Laurito, inaugurado em 1956. A partir de 1960, várias outras obras foram iniciadas, incluindo a primeira piscina e a futura sede social. O RPFC é hoje o mais antigo clube em atividade no ABC.[46]
Clube Atlético Desportivo Ribeirão Pires
Em 5 de Fevereiro de 2020, o Clube Atlético Desportivo Ribeirão Pires anunciou a mudança de sua sede, agora em Ribeirão Pires, [47] o clube recebeu a concessão do então chamado 'Centro Esportivo Vereador Valentino Redivo', a matéria foi encaminhada a câmara pelo próprio prefeito Guto Volpi e aprovada de forma unanime com apenas uma abstenção. O clube comemorou e anunciou o inicio das atividades para o ano de 2024 e alguns dos primeiros patrocinadores confirmados. Os contratempos em meio a pandemia de Covid-19 adiaram e impediram as peneiras do clube e causaram o cancelamento do já planejado campeonato paulista das categorias de base em 2020, por parte da Federação Paulista de Futebol[47]. Arregaçando as mangas na ocasião, o clube se ocupou em participar de ações junto a cidade, foram arrecadações para os moradores que se encontravam em condições de necessidades [48].
O 'CADRP' tem como meta participar do desenvolvimento e evolução da cidade em setores como o turismo e lazer, gerando empregos para a população local além do entretenimento dos munícipes. O Clube já investiu R$ 1 Milhão de reais na adequação do novo Estádio de Ribeirão Pires, com a construção de arquibancadas, banheiros, rampas e todo o necessário que um estádio necessita para sediar jogos oficiais[49][49][49]
Política Municipal
Emancipada em 30 de dezembro de 1953 e instalada em 1º de janeiro de 1954, a cidade de Ribeirão Pires realizou a primeira eleição municipal em 03 de outubro do mesmo ano. Concorreram ao cargo Arthur Gonçalves de Souza Júnior (então vereador em Santo André) e Euclides Menato. Venceu o primeiro, com margem pequena de vantagem. Na época, o eleitor podia votar separadamente no prefeito e no vice-prefeito. Para este cargo, venceu Lucas Ângelo Arnoni. No dia 1º de janeiro de 1955, a cidade passou a ser efetivamente governada de forma autônoma.
↑SÃO PAULO (Estado). Lei Estadual nº 2.456, de 30/12/1953: Dispõe sobre o Quadro Territorial, Administrativo e Judiciário do Estado, para o quinquênio 1954/1958 e dá outras providências. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/norma/?id=32428
↑RIBEIRÃO PIRES (Município). Lei Municipal n.º 2.463, de 06 de julho de 1983: oficializa a data de Emancipação Político-Administrativa do Município. Disponível em: http://leismunicipa.is/coqew
↑Freitas, Afonso A. de (1976). Vocabulário Nheengatu: vernaculizado pelo português falado em São Paulo. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 42
↑MIGUEL, Robson Neves (2015). Índios: uma história contada pelos verdadeiros donos do Brasil. São Paulo: Galeria das Letras. p. 161. ISBN9788563815668
↑BOTTACIN, Roberto (19 de março de 1962). «Retalhos de glória contam a história de Ribeirão Pires (suplemento especial de aniversário de sete anos de emancipação política de Ribeirão Pires)». Empresa jornalística O Repórter Ltda. O Repórter (82): não paginado
↑BOTTACIN, Roberto (1979). Ribeirão Pires... sua história. Ribeirão Pires: Prefeitura de Ribeirão Pires (publicado em 19 de março de 1979). pp. 23–24
↑TAQUES, Pedro (1871). Nobiliarquia Paulistana: genealogia das principais famílias de São Paulo. São Paulo, SP: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. pp. 5–8|acessodata= requer |url= (ajuda)
↑CARVALHO, Marcos Rogério Ribeiro de (2012). «Nos caminhos da Serra». Nos caminhos da Serra: Arqueologia, História, Patrimônio e Memória. A ocupação humana na Serra da Cantareira entre os séculos XVII e XX. Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo. Consultado em 28 de outubro de 2016
↑ abSANTOS, Wanderley (2017). História de Ribeirão Pires. São Bernardo do Campo: EdUFABC. p. 15
↑SANTOS, Wanderley (1992). Antecedentes históricos do ABC Paulista: 1550-1892. São Bernardo do Campo: Prefeitura de São Bernardo do Campo. pp. 63–64
↑DUARTE, Marcílio (2022). Uma cidade na serra: história e mito na evolução social de Ribeirão Pires. Santo André: Editora UFABC. pp. 88–108. ISBN9786589992196
↑SCALABRINI, Marina Veiga. Histórico de Ribeirão Pires. Ribeirão Pires: CATP (Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio); Prefeitura da Estância Turística de Ribeirão Pires. 2003. n.p.
↑SÃO PAULO (Estado). Lei Estadual nº 10.130, de 09 de dezembro de 1998: transforma em Estância Turística o município de Ribeirão Pires. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/norma/?id=7378