Quadrilátero Ferrífero

Igrejas em Mariana, Minas Gerais
Museu da Inconfidência em Ouro Preto, Minas Gerais
Placa explicativa sobre o Quadrilátero Ferrífero, dentro do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.

Quadrilátero Ferrífero é uma região localizada no centro-sul do estado de Minas Gerais, que é a maior produtora nacional de minério de ferro bruto. O estado foi recentemente superado pelo Pará nos quesitos de produção beneficiada e também de valor comercializado, conforme dados de 2020 publicados pela Agência Nacional de Mineração,[1] com destaque para a região de Carajás. De toda a produção nacional, 48% sai da região,[1] que tem uma área de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados e abrange os municípios de Caeté, Itabira, Itaúna, João Monlevade, Mariana, Ouro Preto, Rio Piracicaba, Sabará e Santa Bárbara, entre outros. Além do minério de ferro, também são extraídos do Quadrilátero Ferrífero ouro e manganês.[2]

Foi um importante polo aurífero na época do ciclo do ouro. O povoamento teve início com a mineração no século XVII. Com a sua decadência, no fim do século XVIII, a região ficou estagnada. No fim do século XIX, com a fundação de Belo Horizonte, houve um novo surto de povoamento.

Lá encontra-se parte de duas das mais importantes bacias hidrográficas do estado, a do Rio Doce e a do Rio das Velhas.

Sua produção abastece as usinas siderúrgicas nacionais e produz, em grande parte, para exportação através da Vale S.A., antiga CVRD (Companhia Vale do Rio Doce). O minério é escoado através da Estrada de Ferro Vitória a Minas até os terminais do Porto de Tubarão, em Vitória, capital do Espírito Santo (tanto a ferrovia Vitória-Minas quanto o Porto de Tubarão pertencem à Vale S.A.).

Parte do transporte do minério é feito por túneis subterrâneos, chamados minerodutos. Um deles liga Mariana a Anchieta, no estado do Espírito Santo, com extensão de aproximadamente 400 km e atravessando 25 municípios.

Há também o Mineroduto Minas-Rio,que liga a cidade de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, ao terminal marítimo de Porto do Açu, no Rio de Janeiro. De lá, a maior parte do minério é enviada para a China.[3] O comprimento total do duto é de 525 km, passando por 32 municípios. O transporte pelo duto tem a duração de três dias e utiliza bombas de alta pressão. A empresa responsável pela estrutura é a Anglo American e as operações tiveram início no final de 2014.[3]

Municípios integrantes

Geologia

No início do século XIX, após o início do declínio da produção de ouro na região, esforços de naturalistas europeus que estudavam a região deram origem aos primeiros registros textuais e de seções geológicas regionais. Mesmo após estas iniciativas e o reconhecimento internacional dos teores e estimativas das reservas de minérios de ferro, na região central de Minas Gerais, apenas em 1946[5] teve início um amplo projeto de conhecimento da geologia da região, que se deu por meio de um convênio entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o United States Geological Survey (USGS). O projeto, coordenado por John van Nostrand Dorr II, culminou em 1969 com a publicação do mapa de integração regional (figura) e seu texto explicativo.[6]

A região expõe uma sucessão de unidades litoestratigráficas que registram processos geológicos de abrangência regional e global durante as eras Neoarqueana e Paleoproterozoica. O Quadrilátero Ferrífero trata-se então de uma das áreas clássicas do estudo do superéon Pré-Cambriano no mundo.[5]

Morfologia, estratigrafia, e desenvolvimento estrutural do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil.
Morfologia, estratigrafia, e desenvolvimento estrutural do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil. (Dorr, 1969)

Estratigrafia

Em linhas gerais, o Quadrilátero Ferrífero (QF) compreende quatro macrounidades rochosas: os complexos metamórficos arqueanos; a sequência metavulcanossedimentar do tipo greenstone-belt, também de mesma idade; as rochas supracrustais de idade paleoproterozoica e as coberturas sedimentares cenozoicas intramontana, tectonicamente controlada juntamente com as detrito-lateríticas, como resultado do intemperismo.[carece de fontes?]

Complexos metamórficos

Os complexos metamórficos (granito-gnaissicos) compreendem rochas cristalinas de idade arqueana de composição tonalítica a granítica e subordinadamente por granitos, granodioritos, anfibolitos e intrusões de rochas de natureza máfica e ultramáfica. Análises geocronológicas de zircões detríticos apontam idades de cerca de 3,81 Ga para o protólito da crosta do Grupo Nova Lima, situado acima desses complexos, e a idade das rochas granitoides mais jovens varia de 2,78 a 2,61 Ga.[7] Há ainda os granitos Santa Bárbara de 3,2 Ga[8]

Supergrupo Rio das Velhas

Este compreende rochas metavulcânicas e metassedimentares que caracterizam o greenstone-belt também de idade arqueana. Essas rochas apresentam ampla distribuição regional, ocorrendo em toda borda leste-sudeste do Cráton São Francisco (SF).

É composto, da base para o topo, pelos grupos Quebra Osso, Nova Lima e Maquiné, sendo que o primeiro é composto por metakomatiítos, metabasaltos toleíticos e metariolíticos. O Grupo Nova Lima compreende rochas metassedimentares de composição carbonática, siliciclástica e formações ferríferas bandadas do tipo Algoma. Acima deste, em discordância erosiva, situa-se o Grupo Maquiné, no qual estão presentes níveis conglomeráticos na base, quartzitos maciços e sericíticos, sericita-quartzo xistos, metaconglomerados oligomíticos e polimíticos, além de filitos.[9]

Supergrupo Minas

É uma sequência metassedimentar de idade paleoproterozoica constituída predominantemente por sedimentos plataformais clásticos e químicos em contato tectônico com a unidade subjacente.[10]

A coluna estratigráfica do Supergrupo Minas e suas subdivisões datam desde o início do século XX, mas a mais aceita foi a proposta por Dorr 1969,[6] sendo sua atual configuração uma junção de contribuições de diversos estudos posteriores. Propõe-se que estratigrafia do Supergrupo Minas seja formada por cinco grandes unidades.[11]

Da base para o topo, encontram-se sedimentos clásticos do Grupo Tamanduá (motivo de discussões sobre a estratigrafia do SG Minas), sedimentos clásticos do Grupo Caraça, sedimentos químicos do Grupo Itabira, sedimentos clásticos e químicos do Grupo Piracicaba e sedimentos do tipo flysh do Grupo Sabará.

O Grupo Caraça é constituído por rochas clásticas que repousam discordantemente sobre as unidades vulcanosedimentares do Supergrupo Rio das Velhas. É dividido em duas formações: Moeda e Batatal. A formação quartzítica basal, inicialmente definida por Quartzito Caraça[12] e renomeada de Formação Moeda,[13] ocupa a base do Grupo Caraça. É composta dominantemente por litologias de composição quartzítica, que incluem metaconglomerados, filitos, quartzitos de grão fino a grosso com conteúdo variável de sericita. A Formação Batatal é constituída por filitos sericíticos, filitos grafitosos, formação ferrífera e, subordinadamente por metacherts.[14]

O Grupo Itabira, composto dominantemente por sedimentos químicos, é dividido em duas unidades intergradacionais, as formações Cauê na base e Gandarela no topo. A Formação Cauê, compreende itabiritos, itabiritos dolomíticos e anfibolíticos, além de lentes de filito e marga. O contato com a Formação Batatal é gradacional. Sobreposta gradacionalmente à Formação Cauê, a Formação Gandarela é formada essencialmente por itabiritos dolomíticos, dolomitos e mármores.[11][15]

O Grupo Piracicaba é a sequência clástica de topo, dividido da base para o topo nas formações Cercadinho, Fecho do Funil, Tabões e Barreiro. A Formação Cercadinho é composta por quartzito, quartzito ferruginoso, filito ferruginoso, filito dolomítico e dolomito. A Formação Fecho do Funil é formada por filito dolomítico, filito e dolomito. A Formação Taboões consiste, essencialmente, de ortoquartzitos finos e equigranulares. A Formação Barreiro é formada, predominantemente, por xisto, filito e filito grafitoso.

No topo do Supergrupo Minas ocorre uma sequência de rochas imaturas com contribuição vulcanogênica, que constitui o Grupo Sabará. Esta sequência tem uma espessura de 3 - 3,5 Km e é composta por xistos, filitos, metarenitos, metavulcanoclásticas, metaconglomerados e metadiamictitos. O contato inferior e superior do Grupo Sabará com as unidades do Grupo Piracicaba e com o Grupo Itacolomi, respectivamente, dá-se por meio de uma discordância erosiva.

Estudos realizados nas proximidades de Lavras Novas, ao sul da cidade de Ouro Preto, no Sinclinal Dom Bosco, caracterizaram duas unidades litoestratigráficas integradas ao Grupo Sabará: a inferior, Formação Saramenha, e a superior, Formação Estrada Real.[16][15]

A Formação Saramenha é caracterizada por intercalações de metadiamictitos, metapelitos, metarritmitos, metarenitos, xistos e filitos negros. As maiores espessuras são alcançadas pelos xistos, metadiamictitos e metapelitos, respectivamente.

A Formação Estrada Real encontra-se estratigraficamente sobreposta à Formação Saramenha, em contato inferior normal e abrupto. Litologicamente é composta predominantemente por metarenitos sericíticos, que gradam para metaconglomerados polimíticos, intercalados com camadas métricas a decamétricas de metadiamictitos.[15]

Grupo Itacolomi

O Grupo Itacolomi, unidade encontrada no topo da sequência, é constituído, essencialmente, por quartzitos e, subordinamente, de metaconglomerados de origem continental. Na localidade tipo, que é a Serra do Itacolomi, as rochas deste grupo sobrepõem as unidades Sabará, Barreiro e Fecho do Funil, em discordância angular erosiva.[6]

São definidas duas fácies para o grupo, uma de quartzitos e metaconglomerados, sendo o Itacolomi típico; e a segunda, predominantemente filítica a xistosa, denominada de fácies Santo Antônio.[17] A fácies Santo Antônio, com ocorrência na região de Congonhas, é composta por filitos, filitos quartzíticos, metaconglomerados, quartzitos e quartzito ferruginosos.[18]

Rochas intrusivas pós-Minas

Rochas intrusivas pós-Minas foram mapeadas cortando as rochas do Supergrupo Minas e embasamento.[19] Constituem diques máficos de direção N-NW. Um destes diques foi datado e apresentou uma idade de 1,714 Ga.[20]

Sedimentos cenozóicos

Por fim, na porção leste do QF ocorrem rochas de idade Cenozóica, as quais têm espessura média de 85 metros e, em geral, são recobertas por canga dura ou laterita ferruginosa. Estas rochas correspondem a siltitos arenosos, arenitos grossos e brechas da Formação Fonseca, arenitos avermelhados e diamictitos da Formação Cata Preta e paleodepósitos estratificados, laterizados, compostos por seixos polimíticos, arredondados e de vários tamanhos, denominados de Formação Chapada de Canga.[21]

Evolução geológica

Por se tratar de um terreno formado por rochas muito antigas, o QF apresenta uma longa e complexa história geológica.[5] Os principais eventos que compõe a evolução geológica da região estão apresentados a seguir.

Paleoarqueano ao Mesoarqueano

Uma parte considerável da crosta continental do Quadrilátero Ferrífero foi formada entre o Paleoarqueano e o final do Mesoarqueano, sendo os gnaisses do Complexo Santa Bárbara os registros litológicos mais antigos da província (3.2 Ga).[8] A datação de zircões detríticos com idades entre 3,0 e 3,4 Ga presentes em gnaisses e em sequências do Supergrupo Nova Lima e do Supergrupo Minas também corroboram para essa hipótese.[8] Além disso, outras importantes evidências são idades modelo Sm-Nd de gnaisses e granitos do Complexo Bonfim com valores de 3,3 Ga[22] e zircões detríticos de unidades do Supergrupo Minas com idades de depleção do manto entre 3,0 e 3,8 Ga.[23]

Mesoarqueano ao Neoarqueano

Entre o final do Mesoarqueano e o final do Neoarqueano, três grandes eventos tectonomagmáticos podem ser definidos: (1) Rio das Velhas I, (2) Rio das Velhas II e (3) Mamonas.[24]

Durante o evento Rio das Velhas I, entre 2,92 e 2,85 Ga, há formação de uma parcela da crosta continental a partir da coalescência de múltiplos arcos de ilhas. Já entre 2,8 e 2,76 Ga, o evento Rio das Velhas II é marcado pela subducção da crosta oceânica sob a crosta continental. Durante esses eventos ocorreu a formação dos granitoides de médio potássio do Quadrilátero Ferrífero, cuja composição é fruto da mistura entre magmas oriundos da fusão parcial da crosta oceânica e do retrabalhamento crustal.[24]

Entre 2,76 e 2,68 Ga, durante o Evento Mamona, os granitoides de médio potássio foram metamorfisados e se tornaram gnaisses bandados, ao passo que diques foram rotacionados paralelamente a esse bandamento. Esse evento metamórfico pode ser a evidência da colisão entre dois blocos continentais e chegou a atingir o fácies anfibolito alto localmente, em função da presença de migmatitos.[25] Nesse contexto, durante o espessamento crustal, parte da pilha sedimentar foi deformada e desidratada. Em seguida, durante um período extensional e de delaminação da litosfera, há um upwelling astenosférico e a formação de granitos de alto potássio sin a tardi colisionais. De acordo com dados geoquímicos, esses granitos são oriundos da fusão parcial restrita de sequências sedimentares depositadas durante o evento Rio das Velhas II.[26]

De forma resumida, duas grandes mudanças marcaram o Neoarqueano no Quadrilátero Ferrífero. A primeira diz respeito à formação de granitos de alto potássio, semelhantes aos do tipo I, enquanto a segunda se relaciona à deposição de 2000 metros de uma sequência sedimentar representativa do Grupo Maquiné.[24]

Neoarqueano ao Paleoproterozoico

Entre 2,6 Ga e 2,0 Ga houve a deposição do Supergrupo Minas que, por sua vez, guarda registros de muitos momentos do Ciclo de Wilson.[27] Nesse sentido, essa seção pode ser subdividida em duas fases: evolução da Bacia Minas e desenvolvimento do Orógeno Acrescionário Minas.

Evolução da Bacia Minas

O desenvolvimento da Bacia Minas, entre 2,6 e 2,4 Ga, se dá ao longo das margens dos crátons do Congo e São Francisco.[28] Essa bacia é interpretada tanto como intracratônica[29] quanto como uma sequência supracrustal plataformal com substrato siálico.[30] A base do Supergrupo Minas, formada pelas sequências sedimentares clásticas dos grupos Tamanduá e Caraça, foi depositada durante o estágio inicial de subsidência da Bacia Minas. Já a precipitação do Grupo Itabira, unidade intermediária, é constituída pelas formações ferríferas bandadas da Formação Cauê e pelos carbonatos da Formação Gandarela. Esses litotipos representam a fase de subsidência termal da Bacia Minas,[31] com a consolidação da fase de margem passiva. Por fim, a unidade de topo do Supergrupo Minas, o Grupo Sabará, é constituído por metassedimentares clásticas sin-orogênicas do tipo flysch que marcam a fase de inversão tectônica da Bacia Minas.[32]

Como o Grupo Sabará é pelo menos 300 Ma mais jovem que os sedimentos sotopostos do Supergrupo Minas[33], há uma mudança significativa tanto no contexto deposicional quanto na fonte desses sedimentos. Os turbiditos do Grupo Sabará são interpretados como depósitos de leque submarino formados ou em bacias sin-orogênicas periféricas ao arco magmático ativo[7] ou em bacias de antepaís.[34]

Desenvolvimento do Orógeno Acrescionário Minas

Dois grupos de estruturas paleoproterozoicas são dominantes na região do Quadrilátero Ferrífero. O primeiro deles é definido por dobras e falhas de cavalgamento com vergência para NW associadas a um metamorfismo de baixo a médio grau. Já o segundo está relacionado a uma geometria de domos e quilhas, em que domos granito-gnáissicos arqueanos são bordejados por quilhas supracrustais arqueanas e paleoproterozoicas.

Os cinturões de dobramentos e cavalgamentos foram formados durante a colisão entre os atuais núcleos dos crátons São Francisco e Congo,[31] no chamado Evento Riaciano. Essa colisão culminou na formação do Cinturão Mineiro, no extremo sul do Cráton São Francisco.[35] As estruturas resultantes foram formadas durante um regime compressivo, afetam os litotipos do Supergrupo Minas, tendem a ser superpostas por zonas de cisalhamento extensionais da fase de domos e quilhas e, na porção leste do Quadrilátero Ferrífero, são superpostas por estruturas brasilianas com vergência para oeste.[27]

Durante o Orosiriano, após a consolidação o Orógeno Minas, a região do Quadrilátero Ferrífero passa por uma fase de colapso orogênico. Nesse momento, há a deposição dos sedimentos pós-orogênicos clásticos do Grupo Itacolomi e o desenvolvimento da geometria de domos e quilhas.[27] Os domos são representados por granitoides de 2,78 a 2,6 Ga e gnaisses de 2,92 Ga balizados por zonas de cisalhamento extensionais de alto ângulo que muitas vezes obliteram as estruturas riacianas.[30] Já as quilhas são constituídas, na base, pela sequência greenstone belt do Supergrupo Rio das Velhas e, no topo, pelas metassedimentares do Supergrupo Minas.

Depósitos e recursos minerais

Fator de destaque para a região, a exploração de diversos recursos minerais no quadrilátero ferrífero representou um marco histórico dentro da evolução do próprio território brasileiro. A exploração do ouro na região no século XVIII contribuiu na interiorização do continente e no desenvolvimento do território brasileiro.[5] Atualmente, além do ouro, são também explorados minério de ferro, bauxita, manganês, pedras preciosas (esmeraldas, topázio imperial), pedras ornamentais (quartzitos, esteatitos, serpentinitos) e materiais voltados para construção civil (areia, calcário, argila). Importante destacar que também existem ocorrências minerais que já foram investigadas, mas sem aproveitamento econômico atualmente como é o caso do urânio nos quartzitos e conglomerados da Formação Moeda

Depósitos de ouro

Os depósitos de ouro no QF são, em geral, do tipo orogênico posicionados predominantemente no greenstone belt Rio das Velhas.[36] Incluem depósitos de classe mundial Morro Velho e Cuiabá,[37] a maior mina subterrânea do país; além de Raposos, São Bento, Lamego, e os do lineamento Córrego do Sítio.[38] Ainda de importância, cita-se Passagem de Mariana em rochas do Supergrupo Minas.[37]

O Supergrupo Rio das Velhas hospeda inúmeras jazidas de ouro orogênico e todas as em atividade são de propriedade da empresa AngloGold Ashanti Brasil, exceto Pilar/Brumal, da empresa Jaguar Mining Inc. O ouro no Supergrupo Rio das Velhas é principalmente hospedado em formação ferrífera bandada, lapa seca, rochas turbidíticas e máficas (andesíticas e basálticas).[38]

Historicamente, o ouro foi inicialmente recuperado em Morro Velho por Domingos da Fonseca Leme, em 1700, e vem sido explorado continuamente desde 1834, a princípio pela St. John D’El Rey Mining Co.  Duas minas foram abertas para Morro Velho, Mina Velha; e Mina Grande. As operações foram finalizadas em 1995, na Mina Velha, e em 2004, na Mina Grande, com produção total de mais de 400 toneladas de ouro.[37] A rocha hospedeira do minério, conhecida como “lapa seca”, consiste em produtos hidrotermais de rochas xistosas a maciças, compostas por carbonatos, quartzo e plagioclásio que antecede a mineralização[37] e cuja idade é 2,67 Ga (obtida pelo método U-Pb SHRIMP em monazita hidrotermal).[39]

Na jazida Cuiabá está a maior mina subterrânea do Brasil, com um recurso total de 5,78 Moz (em milhões de onças), e teor médio de 10,26 g/t,[40] já tendo produzido cerca de 372 toneladas de ouro.[41] Localiza-se no município de Caeté e opera desde 1986. As rochas hospedeiras correspondem a uma associação de rochas vulcânicas máficas (de base e topo), formação ferrífera bandada, pelitos carbonosos e micáceos, metamorfizadas em fácies xisto verde. A estrutura deposicional e os corpos de minério são controlados pela dobra anticlinal Cuiabá, com eixo 116° e ângulo de mergulho entre 35° e 12°,[40] em que o flanco norte tem posição invertida e o sul posição normal. A mineralização de ouro está associada principalmente a sulfetos (pirita e arsenopirita), hospedada em formação ferrífera bandada.

A jazida Lamego está situada na cidade de Sabará, explorada em mina subterrânea desde 2009. A produção de 2004 até 2016 é calculada em cerca de 40 toneladas de ouro, a teor médio de 4,45 g/t de Au.[41] A mineralização está associada principalmente ao metachert da formação ferrífera bandada e filitos carbonosos na dobra Lamego, reclinada. Da base ao topo ocorrem rocha metamáfica (andesítica; clorita-carbonato-sericita-quartzo xistos), chert bandado intercalado com formação ferrífera bandada, que podem ser carbonosos e/ou ferruginosos, e filitos carbonosos e micáceos, com paragêneses minerais compatíveis com a da fácies xisto verde. Zonas de silicificação contendo quartzo fumê e quartzo branco recristalizado são abundantes e amplamente distribuídas, que contêm os mais altos teores de ouro.[42]

A jazida São Bento teve produção histórica de ouro no subterrâneo de 44,6 toneladas (teor médio 9 g/t Au) entre 1987 e 2001, e há registros de início de operação a céu aberto em 1860. O minério hospeda-se na formação ferrífera bandada São Bento, mineralizada no contato inferior com xistos carbonosos e pelíticos. A formação ferrífera bandada São Bento é intensamente deformada, com alteração hidrotermal carbonática pervasiva.[43]

A jazida Pilar/Brumal está localizada na porção nordeste do QFe, no distrito de Brumal, município de Santa Bárbara. Três estilos de mineralização aurífera são descritos[44] : (i) stratabound, na formação ferrífera bandada; (ii) associada a veios quartzo-carbonáticos em xistos máficos; e (iii) disseminada tanto nas rochas máficas quanto nas vulcanoclásticas. Pirrotita é o sulfeto dominante, seguido por arsenopirita e pirita, com esfalerita, galena, calcopirita, magnetita e ullmanita subordinadas. O ouro está comumente incluso em arsenopirita.[37]

O Lineamento aurífero Córrego do Sítio corresponde a uma zona de cisalhamento dúctil com trend NE-SW, que controla vários depósitos. A mineralização de ouro se hospeda em rochas metaturbidíticas da chamada associação de litofácies ressedimentada, que correspondem a metagrauvacas e filito carbonoso subordinado, alterados hidrotermalmente a quartzo, carbonato e sericita, além de sulfetos e sulfossais.[45] Os minerais-minério mais comuns são arsenopirita, pirita, berthierita e pirrotita, com estibnita, galena, cobaltita, ullmanita, argentopentlandita e tetraedrita como opacos subordinados.

Além do tipo de mineralização orogênicas também são descritas mineralização do estilo Jacutinga (ouro paladiado) como uma extensa faixa mineralizada, descontínua por mais de 60 km, desde Mariana até Itabira. Possui diversas minas abandonadas no contexto do QF. É uma classe especial de depósito de ouro paladiado hospedado em itabiritos da Formação Cauê. São corpos de minério de origem hidrotermal, controlados estruturalmente.[46] Formam veios ricos em ouro-elementos do grupo da platina (EGP) com hematita especular, quartzo, talco e/ou caolinita, e livres de sulfetos.[46] Considerados como do Cambriano (495,6 ± 2,2 Ma, método U-Pb LA-ICP-MS[47]), os veios cortam ou acham-se paralelos à foliação dos itabiritos. A percolação de fluidos foi provavelmente impulsionada pela fase de colapso do orógeno Araçuaí.

Ainda, depósitos do tipo “Paleoplaceres” são hospedados em metaconglomerados basais na Formação Moeda (espessura de 1000 m) com ouro e urânio associados, especialmente nos sinclinais Moeda, Gandarela e Ouro Fino, com depósitos que cobrem 17.000 km².[38]

Depósitos de minério de ferro

O Quadrilátero Ferrífero cunhou a principal província mineral ferrífera do Brasil ao longo do tempo.[5] As formações ferríferas ali aflorantes são denominadas de itabirito, a partir de termo indígena introduzido no vocabulário geocientífico pelo geólogo alemão W. L. von Eschwege, no início do século XIX, e pertencem à sequência plataformal do Supergrupo Minas de idade paleoproterozoica (2,4 bilhões de anos), que compreende rochas pelíticas, arenosas e carbonáticas. Corpos maciços e friáveis de minério se formam pela recorrência de processos supergênicos durante o período Neogeno, sobre minérios formados por enriquecimento hidrotermal durante o período Riaciano.[48]

O Quadrilátero Ferrífero é comumente dividido em dois domínios estruturais.[49] O ocidental, onde predominam estruturas associadas à orogênese riaciana/paleoproterozoica (aproximadamente 2,1 a 2,0 Ga), e o oriental, onde observa-se imbricamento de rochas de diferentes unidades e graus metamórficos pela superposição de estruturas tectônicas formadas durante a orogênese Brasiliana ao final do neoproterozoico.

Nos depósitos do domínio ocidental (Feijão, Jangada, Tamanduá, Pico, Vargem do Lopes, Capitão do Mato), o minério é geralmente maciço a bandado, com corpos tabulares ou aproximadamente colunares. Magnetita está quase sempre presente em corpos de minério no domínio ocidental do Quadrilátero Ferrífero oxidada em maghemita /kenomagnetita, na forma de relictos inclusos em agregados de grãos anédricos a subédricos de martita e hematita constituindo uma trama granoblástica. Em zonas de cisalhamento, a deformação produz uma trama orientada de cristais elongados de hematita (especularita). No domínio oriental, onde a deformação atuou de forma mais pervasiva, os corpos de alto teor (Fazendão, Timbopeba, Alegria, Brucutu, Cauê, Conceição) são em grande parte xistosos com aumento da proporção de especularita.[50]

No QF são lavrados corpos de minério de ferro de alto teor, compacto a semifriável e friável, com teores históricos ≥ 64% Fe, além de itabirito enriquecido com teores entre 30 e 60% Fe. Os principais depósitos em produção compreendem o chamado Complexo Itabira (Cauê, Conceição, Dois Córregos, Onça, Esmeril, Chacrinha e Periquito), Minas Centrais (Água Limpa, Brucutu, Córrego do Meio e Gongo Soco), Complexo Mariana (Alegria, Timbopeba, Fábrica Nova, Fazendão e Morro da Mina) e Minas do Oeste (Córrego do Feijão e Fábrica) minerados pela VALE. O Complexo de Alegria é administrado pela sociedade BHP Billiton/VALE e o depósito de Casa de Pedra, que contém o maior corpo de alto teor do Quadrilátero Ferrífero e já vem sendo explorado a 105 anos, e desde 1946 pertence à Companhia Siderúrgica Nacional.[51] Todos esses corpos foram intensivamente minerados nos últimos 30 anos, tendo a VALE atingido, em 2013, a produção total de 190 milhões de toneladas (Mt). Estima-se, para a VALE, uma reserva restante da ordem de 600 Mt para minérios de alto teor (>62%), além de 2.100 Mt fora das áreas atuais de lavra. As reservas de minério de baixo teor (itabirito friável e semifriável - 30 a 60% Fe) estão entre 6.000 e 8.000 Mt sendo 4.000 Mt. minério com teor em Fe >52%, e os recursos inferidos chegam a aprox. 25.000 Mt.[52]

Ver também

Referências

  1. a b Anuário Mineral Brasileiro: principais substâncias metálicas / Agência Nacional de Mineração; coordenação técnica de Marina Dalla Costa. – Brasília: ANM, 2022. 30 p. ; il. - Disponível em: <https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-mineral/anuario-mineral-brasileiro/amb-2021-ano-base-2020.pdf>
  2. Wagner de Cerqueira e Francisco. «Quadrilátero Ferrífero». Brasil escola. Consultado em 1 de janeiro de 2014 
  3. a b Neher, Clarissa (4 de agosto de 2014). «Criticado por ambientalistas, mineroduto Minas-Rio está prestes a funcionar». Deutsche Welle. Consultado em 22 de agosto de 2021 
  4. CMunicípios do QFe Arquivado em 14 de maio de 2016, no Wayback Machine. - VUFOP, 2009 (visitado em 22-4-2010)
  5. a b c d e Quadrilátero Ferrífero: avanços do conhecimento nos últimos 50 anos / organizado por Paulo de Tarso Amorim Castro, Issamu Endo, Antonio Luciano Gandini. — Belo Horizonte : 3i Editora, 2020. 480 p.
  6. a b c Dorr, J. V. N. (1969). «Physiographic, stratigraphic, and structural development of the Quadrilatero Ferrifero, Minas Gerais, Brazil». Washington, D.C. Professional Paper. 117 páginas. doi:10.3133/pp641a. Consultado em 22 de agosto de 2021 
  7. a b Hartmann, Léo A.; Endo, Issamu; Suita, Marcos Tadeu F.; Santos, João Orestes S.; Frantz, José Carlos; Carneiro, Maurício A.; McNaughton, Neal J.; Barley, Mark E. (março de 2006). «Provenance and age delimitation of Quadrilátero Ferrífero sandstones based on zircon U–Pb isotopes». Journal of South American Earth Sciences (4): 273–285. ISSN 0895-9811. doi:10.1016/j.jsames.2005.07.015. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  8. a b c Lana, Cristiano; Alkmim, Fernando F.; Armstrong, Richard; Scholz, Ricardo; Romano, Rafael; Nalini, Herminio A. (julho de 2013). «The ancestry and magmatic evolution of Archaean TTG rocks of the Quadrilátero Ferrífero province, southeast Brazil». Precambrian Research: 157–173. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/j.precamres.2013.03.008. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  9. Baltazar, Orivaldo Ferreira; Lobato, Lydia Maria (4 de novembro de 2020). «Structural Evolution of the Rio das Velhas Greenstone Belt, Quadrilátero Ferrífero, Brazil: Influence of Proterozoic Orogenies on Its Western Archean Gold Deposits». Minerals (11). 983 páginas. ISSN 2075-163X. doi:10.3390/min10110983. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  10. RONCATO. J.G., 2016. Evolução de turbiditos e sua mineralização aurífera no lineamento Córrego do Sítio e área Cuiabá-Lamego, Supergrupo Rio das Velhas: Geoquímica, Geocronologia in situ LA-ICP-MS em sulfetos.Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 301p.
  11. a b Renger, Friedrich E.; Noce, Carlos M.; Romano, Antônio W.; Machado, Nuno (1 de julho de 1994). «EVOLUÇÃO SEDIMENTAR DO SUPERGRUPO MINAS: 500 MA. DE REGISTRO GEOLÓGICO NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS, BRASIL». Geonomos. ISSN 2446-6964. doi:10.18285/geonomos.v2i1.227. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  12. Harder, E. C.; Chamberlin, R. T. (maio de 1915). «The Geology of Central Minas Geraes, Brazil». The Journal of Geology (4): 341–378. ISSN 0022-1376. doi:10.1086/622244. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  13. Wallace R.M. 1958. The Moeda Formation. Soc. Bras. Geol., Bol., vol. 7, nº2, p.59-60.
  14. Maxwell C. H. 1958. The Batatal Formation. Sociedade Brasileira de Geologia, Bol. vol. 7 n°2, p. 60-61
  15. a b c Almeida L. G. 2004. Evolução Tectônica da porção central do sinclinal Dom Bosco, Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais. Dep. de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto. Dissertação de mestrado, 110p.
  16. Barbosa A. L. M. 1968. Contribuições recentes à geologia do Quadrilátero Ferrífero. Ouro Preto, Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. 68p
  17. Guimarães D. 1931. Contribuição à geologia do Estado de Minas Gerais . Rio de Janeiro, Serv. Geol. Min. do Brasil. Boletim. 35. 36p.
  18. Barbosa O. 1949. Contribuição à geologia do centro de Minas Gerais. Miner. Metal., 14(79): 3-19.
  19. Herz, Norman (1970). «Gneissic and igneous rocks of the Quadrilatero Ferrifero, Minas Gerais, Brazil». Professional Paper. ISSN 2330-7102. doi:10.3133/pp641b. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  20. Rossi, Daniel Quinaud (2014). «Estratigrafia e arcabouço estrutural da região de Fábrica Nova, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.». Consultado em 10 de setembro de 2021 
  21. Castro E.C., Ferreira J. E., Castro P. T. A. 1998b. Unidades litoestratigráficas Cenozóicas que ocorrem na borda leste do Quadrilátero Ferrífero, MG. Congresso Brasileiro de Geologia, 40, EXPOGEO - “Geologia e Desenvolvimento” - Belo Horizonte, Anais, p.: 92.
  22. Teixeira, Wilson; Carneiro, Maurício Antônio; Noce, Carlos Maurício; Machado, Nuno; Sato, Kei; Taylor, Paul Nigel (maio de 1996). «Pb, Sr and Nd isotope constraints on the Archaean evolution of gneissic-granitoid complexes in the southern São Francisco Craton, Brazil». Precambrian Research (1-3): 151–164. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/0301-9268(95)00075-5. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  23. Koglin, Nikola; Zeh, Armin; Cabral, Alexandre Raphael; Gomes, Antônio Augosto Seabra; Neto, Atlas Vasconcelos Corrêa; Brunetto, Wilson José; Galbiatti, Henry (dezembro de 2014). «Depositional age and sediment source of the auriferous Moeda Formation, Quadrilátero Ferrífero of Minas Gerais, Brazil: New constraints from U–Pb–Hf isotopes in zircon and xenotime». Precambrian Research: 96–108. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/j.precamres.2014.09.010. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  24. a b c Farina, F.; Albert, C.; Martínez Dopico, C.; Aguilar Gil, C.; Moreira, H.; Hippertt, J.P.; Cutts, K.; Alkmim, F.F.; Lana, C. (julho de 2016). «The Archean–Paleoproterozoic evolution of the Quadrilátero Ferrífero (Brasil): Current models and open questions». Journal of South American Earth Sciences: 4–21. ISSN 0895-9811. doi:10.1016/j.jsames.2015.10.015. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  25. Farina, F., Cutts, K., & Lana, C., 2015a. Cryptic evidence of fluid-present partial melting of Archean banded gneisses in the Southern São Francisco Craton (Brazil): Implications for the evolution of the continental crust. In 8th Hutton Symposium on Granites and Related Rocks, Florianopolis, abstract volume, PT (p. 024).
  26. Farina, F., Albert, C., & Lana, C., 2015b. The Neoarchean transition between medium-and high-K granitoids: Clues from the Southern São Francisco Craton (Brazil). Precambrian Research, 266, 375-394.
  27. a b c Alkmim, F (30 de junho de 1998). «Transamazonian Orogeny in the Southern São Francisco Craton Region, Minas Gerais, Brazil: evidence for Paleoproterozoic collision and collapse in the Quadrilátero Ferrífero». Precambrian Research (1-2): 29–58. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/s0301-9268(98)00032-1. Consultado em 23 de agosto de 2021  soft hyphen character character in |titulo= at position 171 (ajuda)
  28. Babinski, Marly; Chemale, Farid; Van Schmus, William R. (abril de 1995). «The Pb/Pb age of the Minas Supergroup carbonate rocks, Quadrilátero Ferrífero, Brazil». Precambrian Research (3-4): 235–245. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/0301-9268(94)00091-5. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  29. Chemale, Farid; Rosière, Carlos A.; Endo, Issamu (janeiro de 1994). «The tectonic evolution of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil». Precambrian Research (1-4): 25–54. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/0301-9268(94)90098-1. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  30. a b Marshak, Stephen; Alkmim, Fernando F. (junho de 1989). «Proterozoic contraction/extension tectonics of the southern SÃO Francisco Region, Minas Gerais, Brazil». Tectonics (3): 555–571. ISSN 0278-7407. doi:10.1029/tc008i003p00555. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  31. a b Alkmim, Fernando F.; Martins-Neto, Marcelo A. (maio de 2012). «Proterozoic first-order sedimentary sequences of the São Francisco craton, eastern Brazil». Marine and Petroleum Geology (1): 127–139. ISSN 0264-8172. doi:10.1016/j.marpetgeo.2011.08.011. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  32. Renger, Friedrich E.; Noce, Carlos M.; Romano, Antônio W.; Machado, Nuno (1 de julho de 1994). «EVOLUÇÃO SEDIMENTAR DO SUPERGRUPO MINAS: 500 MA. DE REGISTRO GEOLÓGICO NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS, BRASIL». Geonomos. ISSN 2446-6964. doi:10.18285/geonomos.v2i1.227. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  33. MACHADO, N.; NOCE, C. M.; LADEIRA, E. A.; DE OLIVEIRA, O. BELO (setembro de 1992). <1221:upgoam>2.3.co;2 «U-Pb Geochronology of Archean magmatism and Proterozoic metamorphism in the Quadrilátero Ferrífero, southern São Francisco craton, Brazil». Geological Society of America Bulletin (9): 1221–1227. ISSN 0016-7606. doi:10.1130/0016-7606(1992)104<1221:upgoam>2.3.co;2. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  34. Machado, N.; Schrank, A.; Noce, C.M.; Gauthier, G. (junho de 1996). «Ages of detrital zircon from Archean-Paleoproterozoic sequences: Implications for Greenstone Belt setting and evolution of a Transamazonian foreland basin in Quadrilátero Ferrífero, southeast Brazil». Earth and Planetary Science Letters (1-4): 259–276. ISSN 0012-821X. doi:10.1016/0012-821x(96)00054-4. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  35. Teixeira, W.; Ávila, C.A.; Dussin, I.A.; Corrêa Neto, A.V.; Bongiolo, E.M.; Santos, J.O.; Barbosa, N.S. (janeiro de 2015). «A juvenile accretion episode (2.35–2.32Ga) in the Mineiro belt and its role to the Minas accretionary orogeny: Zircon U–Pb–Hf and geochemical evidences». Precambrian Research: 148–169. ISSN 0301-9268. doi:10.1016/j.precamres.2014.11.009. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  36. Lobato L. M., Renger F. E., Figueiredo e Silva R. C., Rosière C. A., Baars F. J., Rolim V. K. 2014. Metalogênese do setor meridional do Cráton São Francisco. In: Silva M. G., Rocha Neto M. B., Jost H., Kuyumjian R. M. (Organizadores), Metalogênese das Províncias Tectônicas Brasileiras, Programa Geologia do Brasil, Recursos Minerais, Série Metalogenia. Serviço Geológico do Brasil-CPRM, Belo Horizonte, 119-140.
  37. a b c d e Vial, D.S.; Abreu, G.C.; Schubert, G.; Ribeiro-Rodrigues, L.C. (novembro de 2007). «Smaller gold deposits in the Archean Rio das Velhas greenstone belt, Quadrilátero Ferrífero, Brazil». Ore Geology Reviews (3-4): 651–673. ISSN 0169-1368. doi:10.1016/j.oregeorev.2005.01.004. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  38. a b c Lobato, Lydia (outubro de 2018). «Ouro - Recursos Minerais de Minas Gerais». Recursos Minerais de Minas Gerais - RMMG. Consultado em 22 de agosto de 2021 
  39. Lobato, L.M.; Santos, J.O.S.; McNaughton, N.J.; Fletcher, I.R.; Noce, C.M. (novembro de 2007). «U–Pb SHRIMP monazite ages of the giant Morro Velho and Cuiabá gold deposits, Rio das Velhas greenstone belt, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil». Ore Geology Reviews (3-4): 674–680. ISSN 0169-1368. doi:10.1016/j.oregeorev.2006.11.007. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  40. a b Vitorino A. L. A. 2017. Mineralização aurífera associada a veios de quartzo-carbonáticos da jazida Cuiabá, greenstone belt Rio das Velhas, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil. Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
  41. a b Lobato L. M., Costa M. A., Hagemann S. G., Rodrigo R. 2016. Ouro no Brasil: Principais depósitos, produção e perspectivas. In: Campos D. A., Scheuenstuhl M. C. B. (Organizadores), Recursos Minerais do Brasil: Análises Estratégicas. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, Cap. 3, 46-59.
  42. Salles M. 1998. The Geological Setting of the Lamego Banded Iron-Formation-Hosted Gold Deposit, Quadrilátero Ferrífero Distric, Minas Gerais-Brazil. Kingston, Ontário, Canadá, Geology Department. Queen’s University, Dissertação de Mestrado.
  43. Martins Pereira, Sérgio Luiz; Lobato, Lydia Maria; Ferreira, Juliano Efigênio; Jardim, Eduardo César (novembro de 2007). «Nature and origin of the BIF-hosted São Bento gold deposit, Quadrilátero Ferrífero, Brazil, with special emphasis on structural controls». Ore Geology Reviews (em inglês) (3-4): 571–595. doi:10.1016/j.oregeorev.2005.03.018. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  44. Silva C. F. 2007. Depósito Pilar, Quadrilátero Ferrífero: Contexto geológico, alteração hidrotermal e mineralização aurífera. Belo Horizonte, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Dissertação de Mestrado.
  45. Baltazar, O.F.; Zucchetti, M. (novembro de 2007). «Lithofacies associations and structural evolution of the Archean Rio das Velhas greenstone belt, Quadrilátero Ferrífero, Brazil: A review of the setting of gold deposits». Ore Geology Reviews (3-4): 471–499. ISSN 0169-1368. doi:10.1016/j.oregeorev.2005.03.021. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  46. a b Olivo, Gema Ribeiro; Gauthier, Michel; Bardoux, Marc; Leao de Sa, Euripedes; Fonseca, Jose Teotonio F.; Santana, Fernando Carbonari (1 de fevereiro de 1995). «Palladium-bearing gold deposit hosted by Proterozoic lake superior-type iron-formation at the Caue iron mine, Itabira District, southern Sao Francisco Craton, Brazil; geologic and structural controls». Economic Geology (1): 118–134. ISSN 1554-0774. doi:10.2113/gsecongeo.90.1.118. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  47. Cabral, A. R.; Zeh, A.; Galbiatti, H. F.; Lehmann, B. (25 de novembro de 2014). «LATE CAMBRIAN Au-Pd MINERALIZATION AND Fe ENRICHMENT IN THE ITABIRA DISTRICT, MINAS GERAIS, BRAZIL, AT 496 Ma: CONSTRAINTS FROM U-Pb MONAZITE DATING OF A JACUTINGA LODE». Economic Geology (1): 263–272. ISSN 0361-0128. doi:10.2113/econgeo.110.1.263. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  48. Rosière, Carlos A.; Spier, Carlos A.; Rios, Francisco Javier; Suckau, Viktor E. (2008). «The Itabirites of the Quádrilátero Ferrífero and Related High-Grade Iron Ore Deposits: An Overview». Society of Economic Geologists. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  49. Rosière, Carlos A.; Siemes, Heinrich; Quade, Horst; Brokmeier, Heinz-Günter; Jansen, Eleonore M. (setembro de 2001). «Microstructures, textures and deformation mechanisms in hematite». Journal of Structural Geology (9): 1429–1440. ISSN 0191-8141. doi:10.1016/s0191-8141(01)00009-8. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  50. Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios / Adolpho José Melfi, Aroldo Misi, Diogenes de Almeida Campos e Umberto Giuseppe Cordani (organizadores). – Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2016. 420 p.
  51. Revista Minérios (2018). «Mina Casa de Pedra está há 105 anos em operação». Revista Minérios. Consultado em 22 de agosto de 2021 
  52. VALE. Relatório de Produção 2013 e 4T13. Disponível em: <http://www.vale.com/PT/investors/informationmarket/quarterly-results/ResultadosTrimestrais/ PREPORT4T13_p.pdf>. Acesso em 21 de agosto de 2021.

Bibliografia

Ligações externas