Zona de cisalhamentoUma zona de cisalhamento dentro da geologia, é uma zona tabular onde a deformação é maior que a deformação das rochas ao seu redor. Uma zona de cisalhamento é limitada por duas margens ou paredes, que separam a zona de cisalhamento de dois blocos adjacentes. Em termos mais técnicos, é uma faixa estreita e planar de paredes subparalelas onde se concentra a deformação com taxas variáveis, são zonas de fraqueza e apresentam adelgaçamento por deformação localizada.[1] É caracterizada por apresentar rochas cataclasadas e milonitizadas em vários graus com termos extremos de deformação quebradiça, como brechas e cataclasitos, de níveis crustais mais rasos, e de deformação dúctil, com milonitos, filonitos, blasto-milonitos, etc.. de níveis mais profundos e aquecidos da crosta. [2] Principais CaracterísticasUma das principais classificações das zonas de cisalhamento leva em consideração seu caráter rúptil ou dúctil. Dúctil
Rúptil
FormaçõesAs zonas de cisalhamento podem se desenvolver de formas variadas dependendo das propriedades da rocha, fluídos, mecanismos de deformação e reações metamórficas, mas geralmente passam por uma fase inicial de alargamento.[3] Bandas de CisalhamentoTendo em vista as altas tensões encontradas nas zonas de cisalhamento, elas são ótimas estruturas para se inferir onde localiza-se o paleostress. A partir disso, o conceito de indicadores cinemáticos passa a ser determinante. Os indicadores cinemáticos são estruturas capazes de indicar como e onde estavam agindo as paleotensões, em determinadas épocas geológicas quando a deformação agiu. Um dos principais indicadores cinemáticos são as bandas de cisalhamento. São zonas de cisalhamento de menor porte, sendo possível observar um conjunto de anisotropias ditas Superfícies S/C. A Superfície C é paralela à zona de cisalhamento principal, enquanto que a Superfície S tende a fazer um eixo de perpendicularidade com o eixo de deformação, em torno dos 45°, como pode ser visto aqui. Além das bandas de cisalhamento, outros indicadores cinemáticos são:
MilonitoEm uma zona de cisalhamento podem ocorrer deformações do tipo rúptil, dúctil ou coexistir estas duas formas. A deformação por cisalhamento rúptil acontece em regiões mais superficiais da crosta e são representadas por falhas ou zonas de falhas longas, onde há um intenso quebramento e cominuição das rochas. Os mecanismos de cisalhamento rúptil são controlados principalmente pela concentração de esforços em torno das fraturas e imperfeições internas do maciço rochoso. Desse modo, as rochas formadas neste processo são nomeadas segundo seu estado de fragmentação: brecha, pseudotaquilito, microbrecha, protocataclasito, cataclasito, ultracataclasito. No caso das zonas dúcteis, elas ocorrem em níveis profundos da crosta, cerca de 15 km, e em condições de elevada pressão e temperatura. Nesse viés, a feição fundamental desse tipo de deformação é a recristalização acentuada, com desenvolvimento de estruturas e texturas indicadoras de fluxo plástico. As rochas geradas são aquelas que se enquadram no campo dos milonitos. Milonito é uma foliação cuja principal característica é a pulverização e recristalização dos grãos, assim, com o aumento da deformação, os grãos grossos das rochas convertem-se em protomilonitos, milonitos ou ultramilonitos.
Postulados das zonas de cisalhamentoExistem dois postulados muito importantes a serem citados sobre o cisalhamento, são eles:
Principais Zonas de cisalhamentoA falha de San Andreas localizada no Oeste do Estados Unidos é uma das regiões mais conhecidas relacionadas à deformação por cisalhamento, na qual possui cerca de 1 300 Km de extensão e 10 Km de largura. A ocorrência desta falha está condicionada ao contato transcorrente entre as placas tectônicas do pacifico e a placa norte americana. Com relação à geologia, o local é composto por rochas majoritariamente sedimentares ,como arenitos, do período mesozóico. Quando submetidas a cenários de elevada pressão, como é o caso do contato transcorrente da falha, as rochas sofrem cisalhamento do tipo rúptil. Outra região de cisalhamento é a Falha Alpina na Nova Zelândia que está localizada na costa oeste da Ilha do Sul e faz parte da Marlborough Fault Zone. Segundo o Departamento de Geologia da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, o limite de transformação Alpina é único porque a placa do Pacífico está empurrando o topo da placa australiana. Esse comportamento não é encontrado com frequência em limites de transformação, mas em limites convergentes ou zonas de subducção. Como consequência desse processo, os Alpes do Sul da Nova Zelândia estão aumentando de altura em aproximadamente sete milímetros por ano. No que tange o Brasil, temos o lineamento Pernambuco, que é considerado uma zona de cisalhamento transcorrente destral contínua, com 700 km de comprimento. Ademais, essa região é uma das principais expressões estruturais da orogênese Brasiliana-Pan-Africana na Província Borborema.
Referências
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