Praça Dom Frei Caetano Brandão
A Praça Dom Frei Caetano Brandão, inicialmente denominado Largo da Sé, fica localizada no bairro Cidade Velha na cidade brasileira de Belém, capital do estado do Pará. A praça foi o ponto de partida do encontro entre colonos e indígenas, assim como da colonização de Belém e interior. Marco inicial da civilização, teve seu ápice durante o ciclo da borracha, enriquecendo e modernizando a sociedade belenense. Preserva em sua constituição traços históricos e culturais oriundos dos colonizadores portugueses e que determinaram o seu desenvolvimento. A edificação faz parte do conjunto arquitetônico, paisagístico e religioso do bairro Cidade Velha, denominado Feliz Lusitânia, núcleo inicial da cidade de Belém do Pará.[1][2] HistóriaCidadeA cidade de Belém foi fundada, em 1616, a partir do Largo da Matriz, atual Praça Dom Frei Caetano Brandão, tendo como sua primeira construção o Forte do Presépio, atual Forte do Castelo.[3] Anteriormente ao Ciclo da Borracha, a cidade encontrava-se pouco urbanizada ou ajardinada.[4] Em 1910, o comércio da borracha representava 40% do total das exportações do Brasil, tornando Belém uma cidade próspera e em pleno desenvolvimento.[5] Um importante nome para a modernização foi o do Intendente Antônio Lemos, responsável por expandir a cidade, alargando avenidas e drenando pântanos, além de construir monumentos em ferro no Mercado Ver-o-Peso e em direção ao Largo da Pólvora, atual Praça da República, além de empreender o tratamento de parques, praças e jardins, através de políticas higienistas em Belém.[6] Em 1912, com a queda do preço da borracha e sem o estímulo modernizador, resta, como marco da antiga prosperidade, a Praça Dom Frei Caetano Brandão.[5] Construção da PraçaO Largo da Matriz, definiu o traçado urbano de Belém a partir da construção das primeiras ruas e casas da colônia, de onde nasceram os primeiros caminhos abertos na mata em direção ao interior. Entretanto, durante cinco anos, Belém não se estendeu além do Forte do Presépio e do Largo da Matriz. Até que, em 1621, a primeira rua documentada foi construída, a Rua do norte, atualmente Rua Siqueira Mendes. Com o desenvolver da cidade, construções humildes e edifícios mais relevantes passaram a compartilhar o mesmo espaço. Dentre os mais significativos estão: a capelinha dedicada a São Francisco Xavier e o Colégio de Santo Alexandre, construídos em 1953, pela Companhia Missionária Jesuítica, atualmente conhecidos como Igreja e Colégio de Santo Alexandre, que atualmente abriga o Museu de Arte Sacra. Em 1748, iniciou-se a construção da atual Catedral da Sé e, com isso, a praça passou a chamar-se Largo da Sé.[7] Em 1897, a praça passou a ser denominada de Praça Frei Caetano Brandão em homenagem ao 4º Bispo do Pará, Dom Frei Caetano Brandão, ressaltando a sua importante atuação na criação de escolas e colégios de cunho social, no desenvolvimento das artes e ofícios e em sua participação política.[8] PaisagismoUma estátua de bronze em homenagem a Dom Frei Caetano Brandão é circundada por alamedas que, por sua vez, são contornadas por canteiros de flores, calçadas em pedra de ardósia e compostas por palmeiras, que substituiram as mangueiras devido ao fato de suas copas dificultarem a visibilidade da paisagem e arredores.[7][4] Projeto Feliz LusitâniaCom acervo datado dos séculos XVII, XVIII e XIX, o patrimônio da praça representa, histórica e culturalmente, a sociedade belenense, tendo início na relação dos colonos com os indígenas e negros.[9] Dessa forma, o complexo Feliz Lusitânia, desenvolvido a fim de valorizar a área histórica de Belém, inseriu a praça em seu projeto, que resultou na revitalização e restauração da região. Tais intervenções tornaram a praça um local de referência ao passado colonial. TombamentoA praça foi tombada em 28/07/1964, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os bens tombados no perimetro são:
Função CulturalA Catedral da Sé é o ponto inicial da procissão do Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas do país.[10] A partir de 2003, com o alongamento do percurso dos barcos que possibilitou a chegada do Círio Fluvial até o Complexo Feliz Lusitânia, criou-se os espaços chamados “Janelas para o Rio”. A orla aberta do Forte do Presépio e da Casa das Onze Janelas abriram uma nova oportunidade para os visitantes entrarem em contato com a história local e participarem de eventos culturais.[11] AtualidadesPodem-se encontrar, na praça, comerciantes de água de coco, lanches e comidas típicas dispostos em barracas padronizadas e cadastradas na Secretaria Municipal de Economia.[12] Referências
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