Colégio Gentil Bittencourt

Colégio Gentil Bittencourt
Colégio Gentil Bittencourt
Tipo escola
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 1° 27' 7.048" S 48° 28' 46.706" O
Mapa
Localização Belém - Brasil
Homenageado Gentil Bittencourt

O Colégio Gentil Bittencourt (abreviado CGB), inicialmente chamado Colegio Nossa Senhora do Amparo,[1][2] é uma instituição de ensino particular brasileira, fundada em 1804, situada no bairro de Nazaré da cidade brasileira de Belém (estado do Pará). Surgido como asilo feminino, tornou-se Escola Normal em 1874, sendo uma das instituições educacionais mais antigas do país em funcionamento.[3]

Inicialmente, em 1804, era um abrigo feminino para indígenas pobres trazidas do interior do Pará por D. Manoel de Almeida Carvalho (pastor da diocese paraense).[3] que fazia um trabalho filantrópico, decorrente do recebimento de doações da população, passou a chamar-se de Recolhimento das Educandas, funcionando em uma casa alugada.

Seu atual edifício foi erguido entre 1893 e 1899 pelos governadores Lauro Sodré e José Paes de Carvalho, no auge da borracha na Amazônia.[3]

História

A República no Brasil foi construída algumas décadas antes de sua efetiva proclamação em 1889, através das ideias político-culturais europeus propagadas pela elite brasileira, com o objetivo de civilizar e modernizár o país para acompanhar o crescente capitalismo industrial ainda no contexto do Império do Brasil (1822 - 1889).[1] Transmitindo a sociedade os conceitos de progresso e civilização, assim a educação pública tornou-se prioridade, os prédios públicos educacionais passaram a ser símbolo de consolidação do novo regime republicano.[1]

No estado do Pará, as transformações educacionais mesclaram-se com, a prosperidade econômica regional (principalmente com a atividade gomífera na Belle Époque)[4] e, a reestruturação urbanística de Belém com moldes europeus, que resultou na renovação estética e renovação higienista.[1] Essas primeiras iniciativas da república realizadas pelo governo provisório do Pará (1889-1891) foram lideradas pelo então governador Justo Chermont (1889-1891), colocando José Veríssimo como o primeiro diretor da Instrução Pública do Pará (1891), instrituição que iniciou o auge das construções educacionais nna região durante o apogeu econômico da borracha (1879-1912).[1]

Foram criados grupos escolares, confecção de mobília e, encomenda de material escolar. Um dos alvos da renovação educacional propagada pela onda republicana brasileira foi o Instituto Paraense de Educandos Artífices (ou apenas Instituto dos Educandos,[5] junto com o Colegio Nossa Senhora do Amparo (atual colégio Gentil Bitencourt),[1][2] que ofereciam educação teórico-prática de ensino primário e profissionalizante à crianças em situação de extrema pobreza.[1]

O colégio foi fundado pelo bispo católico Dom Manuel de Almeida de Carvalho em 10 de junho de 1804, como um asilo para educar meninas gentias.[6] A instituição funcionou em casas alugadas até 1865, quando o Dr. José Vieira Couto de Magalhães efetivou a compra de um prédio para instalar o colégio.

O atual edifício foi erguido entre 1893 e 1899 pelos governadores Lauro Sodré e José Paes de Carvalho, no auge da borracha na Amazônia. No ano de 1897 o então governador Paes de Carvalho decretou a mudança na denominação de Colégio de Nossa Senhora do Amparo para Instituto Gentil Bittencourt, em homenagem aos serviços prestados pelo Dr. Gentil Augusto de Moraes Bittencourt.

Foi reformado pelo governador Augusto Montenegro em 1904 e dado à administração das freiras italianas Filhas de Sant'Ana.[7] O internato era previsto apenas para mulheres, e foi a primeira instituição de ensino administrada pelas Filhas de Sant'Ana fora da Itália.

Em 1972 passou a ser misto e hoje incorpora a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Em 2003 ganhou o Prêmio Qualidade Brasil como melhor colégio do norte do país.[8]

Círio de Nazaré

Na antevéspera do Círio de Nazaré, sai a rodo-romaria da capela do Colégio. O evento é o início das homenagens que anualmente são prestadas a Maria mãe de Jesus (Nossa Senhora de Nazaré).[9]

A Festividade do Círio de Nazaré se encerra com a Procissão do Recírio, na qual a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré é transportada da Basílica de Nazaré até a capela do Colégio Gentil Bittencourt, que é o local onde a imagem fica guardada na maior parte do ano.[10][11]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g Santos, Adrian Souza dos; Costa, Flavia Dutra Da; Reschke, Monika; Damasceno, Raimundo Alberto de Figueiredo (17 de novembro de 2021). «A CULTURA MATERIAL ESCOLAR DO INSTITUTO LAURO SODRÉ NO INÍCIO DO SÉCULO XX» (PDF). Plataforma Even3. XII Fórum Internacional de Pedagogia (FIPED). 1 páginas. ISBN 9786559414185. Consultado em 19 de maio de 2023. Resumo divulgativo 
  2. a b UFPA, o Projeto Laboratório Virtual-FAU ITEC (14 de julho de 2018). «Instituto Lauro Sodré — ilustrações da monographia de 1904». Laboratório Virtual da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (FAU ITEC-UFPA). Consultado em 19 de maio de 2023 
  3. a b c da Costa, Luiz Tadeu; Fraiha, Suzete Montalvão (2020). Histórias em perspectivas de um potente museu de educação, em Belém do Pará. 9. [S.l.]: MUSEOLOGIA & INTERDISCIPLINARIDADE. doi:10.26512/museologia.v9i17.22118 
  4. «Na Amazônia, a atividade gomífera foi a força motriz da economia regional». GranCursos. Consultado em 5 de julho de 2023 
  5. Instituto iPatrimônio. «Belém – 89 Instrumentos da Banda de Música Lauro Sodré». Consultado em 19 de maio de 2023 
  6. «História de Belém do Pará». Telefone.inf.br. Consultado em 5 de maio de 2012. Arquivado do original em 10 de fevereiro de 2011 
  7. Carlo Franco. «Instituto Gentil Bittencourt / Acervo». Fragmentos de Belém. Consultado em 5 de maio de 2012 
  8. «Colégio Gentil Bittencourt». Guia Mais. Consultado em 5 de maio de 2012 
  9. «Festas populares, Círio de Nazaré». Isto é Amazônia. Consultado em 5 de maio de 2012 
  10. «Recírio encerra festividade de Nossa Senhora de Nazaré». Orm.com.br. Consultado em 8 de maio de 2012 
  11. «Círio de Nazaré 2012, o Natal dos Paraenses» (PDF). Orm.com.br. Consultado em 5 de maio de 2012 

Ligações externas

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