Pedaço de Mim
Pedaço de Mim é o segundo álbum de estúdio da cantora brasileira Zizi Possi, lançado em 1979, pela gravadora Phonogram.[1][2] Definido pela cantora como romântico mas sem pieguices, o álbum surgiu após críticas mistas a seu antecessor, Flor do Mal. Destaca-se pela composição de Chico Buarque da faixa título, resultado de sua admiração pela voz de Possi. No álbum a faixa aparece em formato solo. As gravações, finalizadas em 1979, contaram com a colaboração de artistas como Roberto Menescal e a direção de Octávio Burnier. O repertório incluiu composições de Buarque, Caetano Veloso e Marina Lima, com arranjos de Milton Nascimento, Pedrinho Albuquerque, entre outros. O lançamento ocorreu de maneira informal, com um coquetel na Galeria Officina, em Boa Vista. A artista chegou a se apresentar em programas de TV como forma de divulgação, como o programa do apresentador Flávio Cavalcanti. A recepção crítica foi em sua maioria favorável, elogiando a produção, interpretações e repertório, considerando-o superior ao seu antecessor. Embora algumas críticas apontassem falta de unidade, o álbum obteve boa repercussão junto ao público. Produção e gravaçãoApós as críticas mistas e repercussão baixa de Flor do Mal,[3] Possi começou a trabalhar no que seria o seu segundo LP. Ainda em 1978, Possi fez uma participação no disco autointitulado de Chico Buarque.[4] O cantor não a conhecia pessoalmente, mas ao ouvir seu LP de estreia ficou admirado com sua voz e timbre, e como precisava de uma voz feminina para um dueto na canção "Pedaço de Mim" (que também fazia parte de seu musical Ópera do Malandro),[5] a convidou.[6] Ele prometeu compor músicas inéditas para serem incluídas no que viria a ser o seu segundo disco.[7] As gravações foram finalizadas em 1979, e contou com a colaboração de Roberto Menescal e direção de Octávio Burnier.[8] Além das canções inéditas de Buarque, trouxe composições de Caetano Veloso e da então novata Marina Lima.[9] Entre os arranjadores estão: Milton Nascimento, Pedrinho Albuquerque, Burnier e A Cor do Som.[10] Em entrevista, afirmou que a produção é mais cuidadosa do que a do antecessor, que ela explorou direções musicais diferentes, sem dar uma unidade: "Nesse segundo LP houve até um atraso por conta de um grande cuidado com o repertório. A sequência do disco foi feita por Sérgio Carvalho e aprovada por mim".[11] A capa foi feita por Marisa Alvarez de Lima que, de acordo com Possi, conseguiu fotografar um lado que só ela conhecia, a ponto de fazê-la se assustar num primeiro momento.[12] A cantora definiu o álbum como romântico, sem cair na pieguice, ou "um romântico pedaço de mim".[13] Lançamento e divulgaçãoNo programa Som 4, da TV Aratu, apresentado por Carlos Nunes, a artista anunciou o compacto de pré-lançamento do disco, com o lado A sendo a versão solo da faixa "Pedaço de Mim" e o lado B a faixa "Luz e Mistério", que ela chegou a cantar no programa.[14] O lançamento do álbum ocorreu de maneira bastante informal, com um coquetel na Galeria Officina, em Boa Vista, um dia após o fim da temporada de shows do Projeto Pixinguinha no Recife.[3] Após o lançamento, a cantora chegou a se apresentar em alguns programas da TV brasileira, como forma de divulgação. Ainda em 1979, cantou a faixa "Fruto Maduro" no Programa Flávio Cavacante, da Rede Tupi.[15] Na ocasião foi julgada por cinco jurados, a saber: Fernando Leite Mendes, Consuelo Badra, Marisa Urban, Armando Marques, Marisa Leite de Barros e Silvana Teixeira, sendo o primeiro citado o único a comentar de forma desfavorável.[15] O álbum foi relançado no formato Compact disc (CD) em 2002, na série Tudo, da Universal Music, junto com outros treze álbuns de Possi, incluindo as capas e encartes originais.[16] Recepção crítica
As resenhas dos críticos de música foram, majoritariamente, favoráveis. Luiz Augusto Xavier, do Diário do Paraná, o definiu como um dos melhores lançados naquele ano. Elogiou a produção, as interpretações, o repertório e o considerou superior a seu antecessor, cuja diversidade de estilos, segundo ele, o tornou "um pouco perdido".[17] Pontuou também que as músicas, em maioria, não são inéditas, mas ganharam "força descomunal" graças a voz da cantora.[17] O crítico da revista Manchete escreveu que a voz era "simpática" e "inegavelmente bela" e elegeu "Ave", "Chuva Princesa" e "Choro das Águas" como os melhores momentos.[18] João José Miguel, do Correio Braziliense, escreveu que o trabalho é "indefinido", com "arranjos convencionais" e cheio de altos e baixos como o primeiro álbum.[19] Sérgio Nona, do Diário de Pernambuco, o considerou "muito bom" mas fez ressalvas em relação a interpretação, que julgou parecida com a de Gal Costa.[11] Desempenho comercialSegundo o Jornal do Paraná, o disco obteve boa recepção junto ao público.[20] Lista de faixas
Referências
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