Sobre Todas as Coisas
Sobre Todas as Coisas é o décimo primeiro álbum da cantora e compositora brasileira Zizi Possi, lançado em 1991, pela gravadora Eldorado.[1] O trabalho é considerado um marco em sua carreira, e surgiu como um registro do aclamado e exitoso show acústico que estreou em Curitiba, em 1990.[2] As canções do show foram arranjadas com três instrumentos: piano, violoncelo, e percussão.[2] Após a baixa repercussão de seu trabalho anterior, "Estrebucha Baby" (1989), e problemas pessoais devido à separação de Líber Gadelha, Possi buscou novos caminhos. Um convite para um show em Curitiba levou à concepção do espetáculo com arranjos minimalistas. Uma gravação não oficial do show resultou na ideia de lançar um disco, que foi apresentado à gravadora Eldorado. O álbum, mantendo a essência do show original, recebeu elogios da crítica especializada pela sonoridade minimalista e interpretações elegantes de Possi. Recebeu uma nomeação ao Prêmio Sharp de 1991 e ganhou o prêmio de "Melhor Cantora do Ano". Comercialmente, alcançou sucesso, atingindo o topo das listas de álbuns mais vendidos de MPB. AntecedentesApós a baixa repercussão de seu trabalho anterior, Estrebucha Baby, de 1989, Possi encontrava-se em meio a problemas de ordem pessoal (separando-se de Líber Gadelha, que era compositor, diretor e produtor de alguns de seus discos e shows)[3] e frustrações com as vendas daquele que, até então, considerava o seu melhor disco.[3] Possi atribuiu o desempenho do disco, a fraca divulgação que a sua gravadora, PolyGram, tinha dado.[3] Um novo presidente assumiu o cargo e ao questioná-la sobre uma forma de reatar os laços e a parceria (que durou 12 anos e rendeu 11 discos gravados),[4] a cantora pediu a liberação do contrato.[3] Nessa época, empresários do Teatro Paiol, de Curitiba, pediram um show, e ela o dirigiu em parceria com Jetter Garotti e Marcus Suzano.[3] Os três tiveram a ideia de gravar clássicos da música brasileira com uma instrumentação minimalista.[3] Após o êxito, o show seguiu para o Rio de Janeiro e um violoncelista foi integrado, formando um trio.[3] Produção e gravaçãoApós um encontro com um fã, no qual ele pediu um autógrafo em uma fita com o espetáculo gravado (ilegalmente), Possi teve a ideia de lança-lo em um disco e utilizou a gravação para apresentá-la ao dono da gravadora Eldorado.[3] Na reunião com o dono da gravadora, ele afirmou que não tinha dinheiro, mas comprometeu-se a pagar os custos da gravação e lançá-lo no mercado, o que satisfez a cantora, que exigiu apenas que não houvesse mudança nas suas ideias e tentativas de tornar o projeto mais comercial.[3] O álbum é exatamente como o show - que foi concebido, arranjado e dirigido cênica e musicalmente por ela - com os mesmos músicos e arranjos minimalistas.[5][6] Recepção crítica
A recepção da crítica especializada foi aclamadora. Luiz Carlos Fetter, do jornal O Pioneiro, notou que Possi restringiu-se "a sua região vocal e [ao] gênero [musical escolhido]" contrapondo-se ao ecletismo dos discos anteriores que possuíam "múltiplas referências rasteiras e superficiais".[7] Elogiou a sonoridade minimalista e "anticonvencional", os "vocais contidos e interpretações elegantes" e deu uma cotação de quatro (sendo cinco o máximo).[7] Ricardo Ribeiro, do jornal Tribuna da Imprensa, disse que ela utilizou-se da fórmula perfeita: "uma mistura de sons com pérolas da música popular brasileira, e, [...] uma overdose de boa voz".[8] Em relação a premiações, recebeu uma nomeação ao Prêmio Sharp de 1991, no gênero MPB, na categoria de melhor disco (que foi vencido pelo Song Book Noel Rosa) e venceu como "Melhor Cantora do Ano".[9] Desempenho comercialComercialmente, segundo o jornal O Fluminense, de 30 de setembro de 1991, vendeu mais de 40 mil cópias em quatro meses de lançamento e apareceu no primeiro lugar em listas de álbuns mais vendidos do gênero MPB.[10] Lista de faixas
Ligações externasReferências
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