Fernando Leite Mendes
Fernando Leite Mendes (Ilhéus, 6 de fevereiro de 1931 — Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1980), filho de Maria Augusta e José Aristides Leite Mendes, foi um jornalista, cronista, radialista e apresentador de TV. "Jornalista de talento excepcional, de Salvador seguiu Fernando Leite Mendes com sua vocação para o Rio onde, nos anos em que residiu na metrópole, nunca esqueceu as raízes baianas, sintonizadas em Ilhéus e Salvador. Em terras cariocas, no seu voo de homem inteligente, se impôs como editor, redator e cronista dos principais veículos da imprensa."[1] "Havia nele uma permanência de bom gosto e de clareza expositiva, onde forma e conteúdo viviam unidos, numa linguagem siamesa que ele reinventou e da qual se utilizava com uma simplicidade exasperante."[2] BiografiaAos 14 anos publicou sua primeira crônica no Diário da Tarde.[3] Em 1948 foi presidente da Associação dos Estudantes Secundários da Bahia (AESB).[4] Na década de 1950, como repórter político do jornal Última Hora, cobriu a campanha presidencial do candidato pela coligação PSD-PTB Juscelino Kubitschek no interior do país.[5] Sobre ele, escreveu na matéria "Afinal, Quem É Esse Juscelino?", na Última Hora de 14/6/1955:
Em 1954, publicou a coluna A POESIA DO ASFALTO na revista O Mundo Ilustrado. Em 1964 e 1965, colaborou assiduamente com o jornal Correio da Manhã, publicando, além de reportagens, uma coluna semanal de crônicas, SEXTA-FEIRA, ESTÓRIAS. Crítico da então chamada Revolução, o golpe militar de 1964, em "O Besouro Subversivo" (Correio da Manhã, 27 de novembro de 1964) vale-se de uma narrativa kafkiana para alfinetar o regime:
Em 1965, foi apresentador do programa Telesemana na TV Globo. Em 1966, editou a revista Posto de Serviço e em 1967 foi diretor de T - Revista Brasileira de Turismo. Nessa época, chefiou a equipe de relações públicas da agência publicitária Rio Propaganda. Teve uma participação especial no filme de Maurício Gomes Leite A Vida Provisória de 1968, no papel de Ministro de Assuntos Exteriores.[6] Colaborou com o jornal Diário de Notícias de 1971 a 1976, inicialmente com uma coluna semanal intitulada "Fernando Leite Mendes aos sábados". Na crônica inaugural da coluna, em 31 de julho de 1971, escreveu:
A partir de 1972, sua coluna passou a ser diária, intitulada "FERNANDO LEITE MENDES". Nessa época escrevia editoriais para o jornal Última Hora sob o pseudônimo Hélio Werneck.[7] Mais à frente, na tentativa de atingir um público mais amplo, passou a atuar assiduamente no rádio e televisão. Em 1976-77, o programa Abertura da TV Educativa, canal 2, apresentava regularmente crônicas de Fernando Leite Mendes. Foi apresentador do programa "Aqui e Agora" da TV Tupi até o fechamento desse canal em julho de 1980, "o único programa que acredita em disco-voador", nas palavras de "o poeta", como Fernando Leite Mendes era chamado pelos colegas.[8] Participava do Debate Popular do programa Haroldo de Andrade na rádio Globo. Segundo Artur da Távola, "O rádio primeiro e depois a TV praticamente fizeram renascer um homem: Fernando Leite Mendes. Quando começou nos 'Debates Populares' de Haroldo de Andrade na Rádio Globo, Fernando era uma pessoa magoada e ressentida com a falta de repercussão e reconhecimento após muitos anos de jornalismo escrito. Boêmio, jamais tratou de juntar seus escritos. Esbanjava talento a varejo, frases soltas, fechos de editoriais. Perdia qualquer coisa, menos a boa frase."[9] Sobre Fernando Leite Mendes diz Cyro de Mattos: "Intensamente humano, autêntico lírico que gostava de expressar o lado encantador da vida, com uma capacidade de falar de modo simples e, ao mesmo tempo, sedutor e culto, de gesto solidário e terno, o tempo não quis que esse amanuense da palavra vivesse mais anos aqui entre os humanos."[1] MorteMorreu de infarto do miocárdio a caminho do Hospital Souza Aguiar, no Centro carioca. Foi enterrado no Cemitério do Campo Santo, em Salvador. Quando morreu, morava no bairro carioca de Santa Teresa, à Rua Almirante Alexandrino, 177, numa casa antiga que apelidou de Mansão do Rato Molhado, devido à proximidade do mirante com este mesmo nome.[10] Obras
Referências
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