Outeiro Maior
Outeiro Maior é uma povoação portuguesa do Município de Vila do Conde que foi sede da extinta da Freguesia de Outeiro Maior[1], freguesia que tinha 4,77 km² de área (2012)[2] e 369 habitantes (2011)[3], e, por isso, uma densidade populacional de 77,4 h/km². A Freguesia de Outeiro Maior foi uma freguesia extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Bagunte, Ferreiró e Parada, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada.[1] População
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% HistóriaSobretudo nos tempos mais recuados - séculos XI e seguintes -, a história desta freguesia aparece muito vinculado ao Mosteiro de São Simão da Junqueira. Alguns dos primeiros e principais doadores do Mosteiro, ligados à importante família dos Cunhas, foram de S. Martinho do Outeiro Maior. A nobre Casa de Cavaleiros, que pode recuar a origem romana, foi posssuída na segunda metade do século XI e primeira do século XII, por D. Fafia Guterres - bastante bem documentado - que era dessa família. Os documentos medievais assinalam na freguesia três vilas: Gacim, Outeiro e Fornelos. A de Gacim devia possuir alguma importância especial que hoje se ignora, pois é mencionada em dezenas de documentos; mas a do Outeiro é que há-de ter estado na origem da paróquia. No século XV, o cavaleiro Martim Ferreira mandou esculpir o lintel que se encontra no Museu Nacional de Soares dos Reis, com as suas armas e as dos Pereiras. No século seguinte, os senhores de Cavaleiros parecem ter voltado costas ao Mosteiro da Junqueira ligando-se ao Convento de S. Francisco de Vila do Conde, onde três gerações seguidas se fizeram sepultar. Em finais deste século reconstruíram o palácio, mantendo embora a antiga torre senhorial. Nos séculos XVIII e XIX, a riqueza da casa traz o título de conde aos seus senhores, pedido a D. Maria I pelo ex-governador e capitão-general de Minas Gerais e Baía Rodrigo José António de Meneses, que era casado com a herdeira de Cavaleiros. Essa riqueza tornou-se proverbial a ponto de se dizer que tinham «um carro de pão de renda por cada dia do ano, mais doze para os ratos». Os Cavaleiros tiveram grandes propriedades em Amorim e Terroso (ambas na Póvoa de Varzim), que incluíam um castelo medieval, de que se conservam pouco significativas ruínas. Outeiro Maior pertenceu, até 1836, ao concelho de Barcelos; passou então para o concelho da Póvoa de Varzim e só mais adiante, em 1853 foi integrado no (atual município) de Vila do Conde.[5] Esta antiga freguesia está razoavelmente documentada quer para tempos recuados, quer para tempos recentes. Assim, por exemplo, conserva-se a colecção completa das actas da Junta de Freguesia. Em 1933, um particular ofereceu o edifício da Escola Primária; recentemente, foi construída um amplo e funcional Edifício da Junta. A escritora Agustina Bessa-Luís passou algum tempo da sua adolescência na Casa de Cavaleiros, facto que é bastante directamente evocado no conto O Soldado Romano, nos Dentes de Rato e também no romance Antes do Degelo (na capa da edição original vem uma fotografia da fachada desta casa, a que a autora, na narrativa, chama «Condestável»). Recentemente (2005) José Ferreira e José Gonçalves publicaram, em edição da antiga Junta local, o livro Outeiro Maior, que é um estudo histórico da antiga freguesia. GeografiaÉ limitada a sul por Parada, a nascente por Fradelos (do concelho de Vila Nova de Famalicão) e Balazar (do concelho de Póvoa de Varzim), a norte e a poente por Bagunte. Os seus lugares principais são Igreja, Quintandura, Friães, Fornelo, Santo Gido, Fontelheiros e Estivada. A povoação é dividida a meio por uma colina, a nascente da qual só fica Santo Gido. Dum lado e doutro dela estendem-se férteis veigas, com água abundante. Geologicamente, Santo Gido é terra xisto e o resto da povoação terra de granito; no subsolo de parte do Outeiro Maior, há caulino. O outeiro de que deriva o nome é a pequeníssima elevação de terreno onde se encontra a Igreja Velha. O adjectivo maior, de que na povoação se desconhece a origem, ocorre noutros, raros, topónimos portugueses, como Campo Maior, Vila Maior e Rio Maior. Orago e religiãoEmbora ao longo do tempo se registassem oscilações no nome da freguesia, o seu orago é São Martinho de Tours. Um documento de D. Afonso Henriques, no espaço do actual Outeiro Maior, assinala duas paróquias, São Martinho e Santo Isidro (provável lugar actual de Santo Gido). A existência desta segunda paróquia, porém, deve ter sido muito efémera. A actual igreja paroquial é recente, tendo sido aberta ao público na década de setenta do século XX; a anterior, embora de reduzido valor arquitectónico e bastante mutilada, ainda se conserva. PatrimónioReferências
Ligações externas
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