Nossa Senhora da Anunciada
A Freguesia de Nossa Senhora da Anunciada é uma antiga freguesia portuguesa do Município de Setúbal a qual tinha uma área de 27,02 km², uma população de 13 738 habitantes (2011) e, por isso, uma densidade populacional de 508,4 hab/km² (2011). Foi extinta (agregada), em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de São Julião e Santa Maria da Graça, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça).[1] O seu território era uma parcela da cidade de Setúbal e englobava os bairros de Bracanes, Reboreda, Pescadores, Palhavã, João Ferreira, Casal das Figueiras, Viso, Troino, Montalvão e Saboaria. Enquanto unidade geográfica de recenseamento, contava em 2001, com 13 771 eleitores inscritos. População
Nos censos de 1920 a 1940 figura como Marquês de Pombal. Esta denominação foi-lhe dada pelo decreto nº 1.716, de 7 de julho de 1915, passando a ter a actual designação pelo decretonº 35.927, de 1 de novembro de 1946
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% HistóriaEsta antiga freguesia foi criada em 14 de Março de 1553, por desanexação da antiga freguesia de São Julião, no entanto, a ocupação humana desta área, denominada Troino, remonta à Antiguidade, com particular incremento durante o período romano. Os romanos que se estabeleceram nesta zona, a partir de finais do século I a.C., dotaram, também, este núcleo urbano de complexos industriais de salga de peixe, na Comenda, junto à margem esquerda da Ribeira da Ajuda. Após o estabelecimento da Ordem de Santiago nas vizinhas povoações de Alcácer do Sal e Palmela, no século XIII, Setúbal foi repovoada progressivamente pela zona baixa que se estende até ao Troino, contribuindo para o desenvolvimento de actividades ligadas à pesca, exploração e comércio de sal. Conta-se que, por volta de 1260, a imagem de Nossa Senhora apareceu a uma pobre mulher que procurava fragmentos de madeira para a fogueira, dando origem, em 1368, à criação da Confraria da Anunciada. A crença neste milagre e a devoção à santa levaram à construção da Igreja da Confraria, no local onde, supostamente, aconteceu o milagre, e que mais tarde serviu de igreja paroquial. Muitas construções foram crescendo, entre os séculos XIV e XVI, como a Torre do Outão, em 1390, para protecção do porto, os conventos de S. Francisco, em 1410, e o de Jesus, em 1490, e, cem anos mais tarde, o Forte de S. Filipe. O Troino desenvolveu-se ao longo dos séculos XV e XVI, estendendo-se, junto ao mar, desde o Sapal de Troino, actual Largo de Jesus, até à Fonte Nova. Foi na casa n° 49-51 da Rua de Coina, nesta freguesia, que nasceu a grande cantora lírica Luísa Todi, em 9 de janeiro de 1753. Sofreu grandes alterações com o terramoto de 1755, tendo a igreja paroquial ficado destruída. A paróquia passou para a capela do Outeiro da Saúde, onde se manteve até 1878, quando passou para a igreja do extinto Convento de Santa Teresa, onde se mantém até hoje. Porém, um novo abalo sísmico veio a assolar a população, a 11 de Novembro de 1858, reduzindo a escombros casas e bens. A indústria conserveira trouxe, entre meados do século XIX e início do século XX, grande empregabilidade às gentes de Troino, resultado do aumento do número de fábricas de conserva de peixe. Com o aumento da população, que procurava trabalho nestas fábricas, a Câmara Municipal aprovou, em 1886, um projecto de construção de um novo bairro, na Praia do Penedo, para albergar os pescadores. Os industriais construíram moradias na nova artéria da cidade, a Avenida Luísa Todi, e nos largos limítrofes, como o Palácio Feu Guião, no Largo da Fonte Nova, e o Palácio Botelho Moniz, no Outeiro da Saúde. Com a Implantação da República, o nome da freguesia foi mudado para Marquês de Pombal, em 1915, retomando o seu nome original com a queda do regime.[3] Património
Ver tambémReferências
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