Mosteiro de Karsha
O Mosteiro de Karsha, Gompa de Karsha, Karsha Chamspaling ou Mosteiro de Kursha é um mosteiro budista tibetano (gompa) de Zanskar, no Território da União do Ladaque, noroeste da Índia. Pertence à seita Gelug e é o maior mosteiro de Zanskar. No início do século XXI tinha cerca de 100[1] ou 150 monges. Possivelmente foi fundado no século X, embora a atual estrutura date do século XIV. No cimo de um monte a oeste do mosteiro masculino há um mosteiro feminino (Dorje Dzong).[2] Situa-se junto à aldeia homónima, a 3 750 metros de altitude numa escarpa da margem de um afluente do rio Doda (ou Stod), 1,6 km a norte deste último e 3 km a noroeste da confluência do Doda com o Tsarap (distâncias em linha reta). O Tsarap é um dos dois principais braços do rio Zanskar. Por estrada, encontra-se 11 km a nordeste de Padum e 237 km a sudeste de Cargil.[3] História e descriçãoSegundo algumas fontes, o mosteiro foi originalmente fundado por Phagspa Shesrab, um lotsawa (tradutor para tibetano das escrituras sagradas budistas) de Zanskar. O mosteiro existente data do século XIV[2] e deve-se ao erudito Dorje Shesrab. Mais tarde, Shesrab Zangpo integrou o mosteiro na seita Gelug.[1] Segundo a tradição, teria sido fundado por Padmasambhava (século VIII), mas embora alguns relevos em rocha atestem a antiguidade como local de culto, a parte mais antiga do mosteiro atual, um templo dedicado Avalokiteśvara chamado Chuk-shik-jal, tem pinturas murais que o ligam a Rinchen Zangpo[4] (958–1055), outro lotsawa do reino de Guge. Há vestígios do mosteiro do tempo de Rinchen Zangpo em volta do mosteiro feminino de Dorje Dzong.[2] O complexo, um conjunto impressionante de edifícios caiados de branco que cobrem a encosta e que se avista desde vários quilómetros, inclui numerosas capelas e aposentos residenciais. No centro ergue-se a sala de assembleia principal, onde se encontra um trono reservado ao lama superior.[2] Atrás do trono está uma estátua de Lhaso Cho Rinpoche que foi trazida de Lassa na década de 1960 e tem uma coroa de ouro decorada com cornalina e turquesa.[5] Nas imediações da sala de assembleia principal há três capelas com numerosas estátuas de divindades e chortens de prata e de cobre. O complexo tem também um grande templo, chamado Lhabrang, cujas paredes interiores estão decoradas com frescos que se supõe serem do século XVII ou mais antigos e que apresentam cinco formas diferentes de Buda.[2] No recinto do mosteiro há um chorten que contém a múmia de um lama que está selada numa urna forrada a prata. Durante uma das guerras indo-paquistanesas a cobertura de prata do chorten foi saqueada, o que deixou à vista a madeira trabalhada da moldura do relicário. Este foi depois restaurado e pintado.[6] O festival do mosteiro — Karsha Gustor — era originalmente realizado[7] entre o 26.º e 29.º dia do 11.º mês do calendário tibetano, que geralmente calha em janeiro,[8] mas atualmente é celebrado no 28.º e 29.º dia do 6.º mês do calendário tibetano[9] (julho ou agosto). O ponto alto do festival são os espetáculos de dança sagrada com máscaras (cham) realizados pelos monges.[2] Referências
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