Marcelo Madureira
Marcelo Garmatter Barretto, mais conhecido pelo nome artístico Marcelo Madureira (Curitiba, 24 de maio de 1958), é um comediante brasileiro. Fez parte da equipe que produziu e apresentou entre 1992 e 2010 o programa humorístico "Casseta & Planeta Urgente" pela Rede Globo, tendo também integrado a Banda Casseta & Planeta e apresentado um quadro no Armazém 41, do canal por assinatura GNT. Juntamente com outro integrante do grupo, Hubert de Carvalho Aranha, escreve a Coluna do Agamenon no jornal "O Globo".[2] Foi comentarista do programa 3 em 1 da rádio Jovem Pan, juntamente com Vera Magalhães, Carlos Andreazza e Patrick Santos. Atualmente, é apresentador da rádio BandNews FM RJ e diretor do quadro Cassetadas do programa Faustão na Band. BiografiaMarcelo Madureira viveu em Curitiba até os 13 anos, quando mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.[3] Filho de ex-militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB),[4] Madureira estudou no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),[5] instituição que, em 2012, chegou a classificar como "um antro de comunismo" e onde começou sua militância em organizações clandestinas de esquerda, tornando-se membro do PCB.[3] Foi também no colégio, no seio das organizações comunistas, que se aproximou do judaísmo, dado a grande comunidade de alunos laica-judaica.[5] Madureira faz análise desde os 14 anos de idade, hábito cultivado por todos de sua família (inclusive por seus pais). Segundo afirma, "psicanálise é a aeróbica da alma". Mesmo assim, admite ter problemas de relacionamento com outras pessoas e se define uma pessoa de temperamento "difícil, irascível, às vezes".[3] Ao concluir seus estudos no Colégio de Aplicação, Madureira passou a trabalhar como professor de matemática no programa educacional MOBRAL, de 1975 a 1978.[3] Graduou-se em engenharia de produção pela Escola de Engenharia da UFRJ em 1983.[6] Paradoxalmente ao posicionamento político que teve na idade adulta, enquanto estudante da UFRJ, em 1979, foi um dos responsáveis pela reestruturação e retomada de uma das mais importantes entidades estudantis brasileiras, o Diretório Central dos Estudantes Mário Prata (DCE-UFRJ).[7] No seio da universidade, inclusive, foi que surgiu o embrião do grupo Casseta & Planeta, em 1978.[8] Após formado, trabalhou como engenheiro no Departamento de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).[2] Seguiu carreira na instituição e fez pós-graduação em planejamento industrial no Instituto de Reconstrução Industrial (IRI), em Roma, na Itália.[5] Casseta & Planeta e Rede GloboA partir de 1978, juntamente com os colegas Beto Silva e Hélio de la Peña começou a publicar o tabloide humorístico Casseta Popular, que mais tarde teria a adição de Bussunda e Cláudio Manoel, e em 1986 se tornaria a revista mensal Almanaque Casseta Popular. Em 1992, o "Almanaque" fundiu-se ao jornal de humor O Planeta Diário, resultando na revista Casseta & Planeta, que durou até 1995.[9] Ligado profissionalmente ao Grupo Globo em 1988, passou a trabalhar como colunista, ator e apresentador. Embora afirme fazer "humor sério" (seu irmão mais velho o considerava um "Woody Allen brasileiro"), Madureira paradoxalmente declara que sua "idade mental é de 13, 14 anos a maior parte do tempo".[3] Com o grupo Casseta & Planeta tendo atuado como roteirista dos programas TV Pirata e Dóris Para Maiores, em 1992, Madureira e seus colegas humoristas ganharam programa próprio, Casseta e Planeta Urgente no horário nobre das noites de terça-feira. Embora o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, temesse pela repercussão negativa de um programa cujo humor considerava "escatológico",[10] este revelou-se um enorme sucesso, tendo perdurado por 18 anos, até 2010, quatro anos após a morte de Bussunda.[1] Carreira pós-2012Deixou o Grupo Globo em 2012, mantendo, com seus companheiros de programa, o Casseta & Planeta. Passou a trabalhar no Grupo Jovem Pan, estando ligado a esta até 2014. Desde então tem se dedicado a produção de conteúdo e como especialista criativo.[11] Vida pessoalMadureira é faixa-preta de judô, e é casado com a psicanalista Cláudia, com quem tem três filhos.[3] ControvérsiasMadureira considera que há no Brasil uma "ditadura da maioria absoluta", a qual tem "dificuldade em conviver com o diferente, com o que não é consensual". Entre os "diferentes", estaria o humor praticado pelo "Casseta & Planeta", vítima do que ele considera uma "militância anti-Casseta" que utilizaria redes sociais "para ofender e até ameaçar".[3] Certamente este "patrulhamento ideológico" era significativamente menor antes de 2003, ano em que os "cassetas" foram classificados pela revista "Veja" como "os artistas mais poderosos do país".[12] Em 2003, Lula iniciou seu primeiro mandato,[13][14][15] o que o torna alvo de alguns humoristas. No "Casseta & Planeta Urgente", o presidente brasileiro era parodiado por Bussunda, o qual faleceu em 2006 durante a cobertura da Copa do Mundo, na Alemanha.[16] Em setembro de 2006, o "casseta" Cláudio Manoel anunciava: "nunca fui eleitor do Lula e nunca esperei muita coisa dele. Acho triste a permanência de um governo em que eu pessoalmente não acredito".[17] O tom das críticas subiria nos anos seguintes, destacando-se aí justamente, Marcelo Madureira. Na noite do primeiro turno da eleição presidencial de 2010, ele declarou ao programa "Manhattan Connection" (GNT, Rede Globo) que Lula era um "impostor, vagabundo e picareta" e que Dilma Rousseff parecia um "travesti de Kim Jong-Il". O trecho polêmico foi censurado pela GNT nas reapresentações posteriores do programa, mas pode ser facilmente assistido no YouTube.[18] Em 2014, ele foi um dos citados na Lista negra do PT,[19] nome por qual ficou conhecida uma lista de citados em um artigo do então vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, intitulado como "A desmoralização dos pitbulls da grande mídia",[20] em que, além de Madureira, tinha Danilo Gentili, Lobão, Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Guilherme Fiuza e Demétrio Magnoli chamando-os de "elitistas e os acusando de serem contra os pobres e de fomentarem ódio".[19] Em agosto de 2019, o humorista foi hostilizado por manifestantes enquanto discursava em um ato em apoio à Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, pois sua fala foi bastante crítica ao presidente Jair Bolsonaro, que segundo Madureira, se aliou ao ministro Gilmar Mendes para acabar com a investigação. Afirmou também que votou no ex-capitão, porém que o iria criticar "quantas vezes for necessário pois seu governo está fazendo coisa errada".[21] Crítico histórico dos governos petistas, em 2022 declarou posição pela "defesa da democracia" declarando voto em Lula para "unir forças para que o governo Bolsonaro não permaneça em 2023".[22] PersonagensReaisFictícias
Ver tambémReferências
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