A literatura da Rússia (em russo: Русская литература trans. Russkaya Literatura lit. Literatura russa) refere-se a todos os autores russos (quer da Rússia, quer dos territórios incorporados ao longo da História) dos mais variados estilos textuais ao longo dos tempos.
A literatura russa pode ser dividida em eras consoante o tempo como abaixo indicadas.
Era Antiga
Da era antiga são poucos os autores conhecidos. Grande parte deles eram desconhecidos ou simplesmente anônimos. Baseava-se sobretudo o cotidiano ou sobre a fusão entre a religião cristã e as crenças pagãs. Nesta época foi escrita a obra-prima poética nacional antes Puchkin, o Poema da Campanha de Igor.[1]
Nesta altura é introduzido o romantismo na Rússia Dostoiévski, Griboiedov,Pushkin,Baratynsky e Tiutchev) e os temas são muito mais diversificados. Do fabuloso ao realismo passando também pelo drama (não texto dramático). Os autores desta época são muitos e destacam-se: Nikolai Gogol, com sua obra-prima Almas Mortas, considerado o precursor do realismo na Literatura Russa,[3]Liev Tolstoi (Guerra e Paz, A Morte de Ivan Ilitch e Anna Karenina), Fiodor Dostoievski (Noites Brancas, Os Irmãos Karamazov e Crime e Castigo), Goncharov ("Oblomov") e Ivan Turgueniev (Pais e Filhos - Livro que já surge o tema do niilismo, de uma forma mais política e revolucionária do que filosófica).A era dourada é marcada também pelo sentimento patriótico sobretudo retratado no livro "Guerra e Paz" e este sentimento coincide no estilo musical que vigorava também na altura. Historiadores já estimaram que Abertura 1812 de Tchaikovski é parte da versão musical da Guerra e Paz de Tolstoi.
Fiodor Dostoievski é a maior figura da era dourada da literatura russa em que a sua obra mais conhecida (Irmãos Karamazov) é uma das maiores do mundo e das mais desenvolvidas quer a nível semântico e literário.[4]
No fim do século XIX e início do século XX, os estilos literários começam a diversificar-se mas é a poesia que marca este curto tempo da literatura russa (teosofia e simbolismo: Soloviov e Balmont). Se Tolstoi é o grande mestre da prosa russa, então Anton Chekhov é aquele que domina este período.[4][5]
Era Soviética
Com a introdução do Socialismo na Rússia, as ideias literárias tiveram que ser "filtradas" de modo a não ofender o sistema em vigor na altura. Embora não houvesse uma polícia ou um departamento de estado que analisasse as obras (como a Censura em Portugal), a ideologia Marxista estava muito enraizada na mente da maioria das pessoas, sobretudo no início da década de '30. Por exemplo: em Portugal, durante o Estado Novo, se um escritor louvasse o passado histórico "brilhante e maravilhoso" de Portugal este não sofreria qualquer sanção. Na URSS, pelo contrário, aquele que louvasse a história czarista era logo preso pois a era comunista rejeitava aquele período histórico.[6]
De todas as maneiras, muitos escritores continuaram a escrever segundo o estilo da era da prata e da era dourada em clandestinidade; muitos outros tiveram de fugir para o oeste (como Merejkovski, Chmeliov, Mark Aldanov e o poeta Viacheslav Ivanov).
No início do Séc. XXI, os russos mostraram interesse em novas qualidades de literatura proveniente das províncias. Uma das escritoras é Nina Gorlanova, que descreve o dia a dia das populações nessas zonas tal como na Era Antiga.[16]
O estilo policial também surgiu nesta altura. Darya Dontsova é a escritora mais conceituada neste género, com mais de 50 livros publicados.[17]