A Pedra de Rök, é considerada a peça literária mais antiga da Suécia.[1] Esta pedra rúnica contém um texto composto por 760 caracteres rúnicos, gravados nos dois lados da referida pedra. O texto está escrito em nórdico antigo, e é enigmático, tendo várias interpretações. Está localizada na proximidade da pequena cidade de Ödeshög, na província histórica da Östergötland, e foi datada para o século IX.
A pedra é um bloco de granito cinzento claro, com cerca de 382 cm de altura (dos quais 125 debaixo do chão), 138 cm de largura, e uma espessura que varia entre 19 e 43 cm.
Apesar de estes documentos serem em sueco, a maior parte da literatura medieval da Suécia era escrita em latim, e tinha caráter religioso.
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A Abadia de Vadstena, foi um importante centro cultural, e foi lá que a Santa Brígida escreveu as suas Visões celestiais (Revelationes), consideradas a primeira contribuição da Suécia para a literatura mundial. Publicadas em 1492, contêm umas 600 aparições celestiais. Foram escritas em sueco pela autora, e traduzidas e publicadas em latim, num estilo que combina realismo com simbolismo imaginário.[4][5][6]
A Força da Harpa, uma das 200 baladas dos séculos XIV - XV
Ebbe Skammelsson, uma balada épica de cavaleiro medieval
Época de Vasa e Época Do Império
Durante o reinado de Gustavo Vasa, surgiu a primeira tradução sueca da Bíblia conhecida como Bíblia de Gustavo Vasa, publicada em 1541, e provavelmente da autoria de Laurentius Andreae e Olaus Petri. A ortografia ainda não estava normalizada e os vocábulos alemães dominavam. Graças a esta obra estava iniciada a normalização da língua e ortografia suecas.
Em 1668, Georg Stiernhielm publicou a coleção de poemas Musæ Suethizantes, que é considerada a primeira obra poética de vulto em língua sueca. Graças a isso, Georg Stiernhielm é apelidado de ”o pai da arte poética sueca”.
No campo da prosa, Olof Johannis Rudbeck, escreveu o épico imperial sueco Atlantica, que reflete a ideia de grandiosidade nacional.
A Era da Liberdade foi marcada pela revista semanal "O Argus Sueco" publicada por Olof von Dalin em 1732-1734 e pelo Decreto da Liberdade de Imprensa em 1766. Todavia Gustavo III tomou o poder por um golpe de estado em 1771, pondo fim a esse período.
Apesar de ter asfixiado a relativa liberdade existente no país, o rei Gustavo III deu um contributo importante para a literatura e língua suecas ao fundar a Academia Sueca em 1786.
No romance, a figura central é Carl Jonas Love Almqvist, que escreveu Törnrosens bok, e mais tarde Det går an, já a caminho do realismo, com um posicionamento muito moderno - universalista e a favor da igualdade entre os sexos.
O realismo na Suécia foi marcado pelo aparecimento do jornal Aftonbladet em 1830. A corrente realista sueca estava ligada à corrente política do liberalismo. Foi nesta época que a imprensa e o romance atingiram o grande público, e a escola pública e obrigatória foi introduzida.
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A Fredrika Bremer devemos os primeiros romances realistas da literatura sueca, nos quais a autora afirma um radicalismo feminista e uma revolta contra a sociedade machista do seu tempo.[8]
Carl Jonas Almqvist escreveu simultaneamente em estilo romântico e realista, tendo explorado a condição da mulher de uma forma que ainda hoje é sentida como atual.[8]
A alma inquieta e buscadora da verdade de August Strindberg dominou a cena literária sueca da época, introduzindo o naturalismo no país. As suas obras O Salão Vermelho (Röda rummet), Svenska folket och August Strindbergs lilla katekes för underklassen combinam realismo com crítica socialista, aliados a uma verdadeira renovação plástica do idioma sueco.[8]
No romance Gente de Hemsö (Hemsöborna) é o naturalismo e o evolucionismo que estilizam a obra.
No género dramático, Fadren e Fröken Julie, assumem plenamente o naturalismo.
Strindberg exerceu influência sobre escritores como Jan Myrdal, Franz Kafka, Eugene O’Neil, Lars von Trier, e cineastas como Ingmar Bergman.
O Fim de século, na Suécia designado de Nittiotalet, marca o regresso do culto da fantasia e da beleza, numa revolta contra a atmosfera pesada, o cansaço, a decadência de expectativas e o "realismo de sapateiro" da década anterior.[8][9][10]
Com a sua obra Vallfart och vandringsår (1888), carregada de romantismo, individualismo e sensualismo, Verner von Heidenstam marca o rompimento com o realismo e o naturalismo.
Gustaf Fröding confirma a nova época com seu livro Guitarr och dragharmonika (1891), um regresso romântico aos motivos provinciais imbuído de calor humano.
O simbolismo na Suécia assinala uma revolta contra a moral social, e tem alguma ressonância na obra de Strindberg, e mais tarde, Sven Lidman e Vilhelm Eklund.
Selma Lagerlöf, Nobel da Literatura, rompe também com o ideal da objetividade realista no seu clássico Gösta Berlings saga, publicado em 1891.
O período 1914-1945 foi marcado por guerras mundiais e revoluções europeias. A Suécia aprofundou a democracia introduzindo o voto universal para homens e mulheres. A economia proporcionou um crescente bem-estar. A escolaridade e os hábitos de leitura aumentaram.
As décadas iniciais
Na década inicial do novo século, o romancista Hjalmar Bergman trouxe algo de novo, rompendo com o pessimismo do século passado e acentuando o papel da vontade e da responsabilidade social. Os seus romances da pequena cidade provincial, povoada de personagens quase caricaturais, movidas pelo seus sonhos e temores exprimem um realismo literário burguês.
Na lírica, o grande nome foi a poetisa sueco-finlandesaEdith Södergran, uma experimentalista modernista arrasando a métrica regular.
E no lado sueco, o poeta e prosador Pär Lagerkvist assumiu definitivamente uma tonalidade realista e expressionista, ventilando as grandes questões existenciais.
Mais recentemente, nos anos 60, com o aumento do ativismo político, novos escritores se afirmam dando uma certa continuidade à literatura proletária: Jan Myrdal e PC Jersild.
Outro campo de sucesso internacional foi a literatura infantil, com as suas estórias fantásticas, imbuídas de realismo social.
Astrid Lindgren tem tido uma projeção mundial através dos livros com a Pippi Långstrump - conhecida como Píppi Meialonga ou Pipi das Meias Altas - o Emílio, a Madicken e a Ronja.
Tove Jansson construiu um universo fictício à volta da Família Mumin, uma família de trolls nórdicos.
Esta geração, foi precedida na passagem de século pelas obras inesquecíveis de Elsa Beskow e Selma Lagerlöf.
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