Nascida em uma família de músicos,[7] Liniker tem, pelo nome de batismo, uma homenagem ao futebolistainglêsGary Lineker, artilheiro da Copa do Mundo de 1986[8] e cresceu ouvindo samba, samba-rock e soul. Embora tenha mostrado talento vocal desde cedo, possuía certa timidez justamente por viver entre profissionais, e só começou a se arriscar a cantar depois de iniciar a carreira teatral, na adolescência.[8] Seu pai não foi presente e foi criada por sua mãe e acompanhada de seu irmão Vitor, sete anos mais novo que ela.
Em 2015, formou a banda Liniker e os Caramelows, com quem lançou o EP Cru em 15 de outubro daquele ano, por meio do primeiro single, "Zero".[9] Os vídeos com a interpretação das canções do projeto ganharam milhões de visualizações rapidamente.[10][11] Em 16 de setembro de 2016, a banda lança seu álbum de estreia, intitulado Remonta, gravado com ajuda dos fãs por meio do financiamento coletivo no Catarse.[12] O disco reverberou internacionalmente e ganhou atenção da imprensa estrangeira.[13][14][15]
Depois de dois anos, no dia 22 de Março de 2019, Goela Abaixo, o segundo álbum da banda é lançado, tendo as músicas Calmô e Intimidade. Conta com a participação de Mahmundi em Bem Bom. Lava foi o primeiro single, lançado em março de 2018.
No início de 2020 em uma entrevista à Rolling Stone, Liniker e Barone, baixista e produtor do grupo, anunciam a separação de Liniker e os Caramelows[16] após cinco anos juntos para "iniciarem projetos paralelos".
2021–2023: Carreira solo e Indigo Borboleta Anil
Em 9 de Setembro de 2021, Liniker lança seu primeiro álbum solo, Indigo Borboleta Anil, que conta com as colaborações de Milton Nascimento e Tassia Reis. A canção Presente surgiu com uma versão diferente da lançada anteriormente pelo Studio COLORS em 16 de dezembro de 2019. Baby 95 e Psiu também são singles que vieram a público em momento anterior, mas hoje completam o seu novo álbum.
Em 2023 entrou para a confraria de imortais Academia Brasileira de Cultura, sendo que se tornou a primeira artista trans a entrar na Academia, ocupando a cadeira de número 51, vaga após a morte da cantora Elza Soares (1930-2022).[18]
2024–presente: Caju
Em 11 de julho de 2024, lançou a música "TUDO", como o primeiro single de seu segundo álbum de estúdio. A música também ganhou um videoclipe.[19] Em 13 de agosto, a cantora anunciou o lançamento do álbum, chamado Caju, junto com a capa e a lista de músicas. O álbum foi lançado em 19 de agosto de 2024.[20] O disco foi aclamado por boa parte da crítica e do público.[21][22][23] Dias depois do lançamento oficial do álbum, Liniker afirmou que está produzindo um documentário sobre seu novo disco. Segundo ela, a ideia é mostrar todo o processo de criação do trabalho. A informação foi revelada por Liniker durante uma participação no programa Foquinha Entrevista, da DiaTV apresentado por Foquinha.[24] Em 5 de setembro de 2024, Liniker anunciou as primeiras datas da Turnê intitulada de "Caju Tour" em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba com datas extras sendo adicionadas por conta da demanda. Ao longo do tempo com as datas sendo anunciadas, shows extras estavam sendo colocados em várias capitais do Brasil, sendo um sucesso desde sua estreia.[25][26][27]
Imagem
Em 2014, ingressou na Escola Livre de Teatro, em Santo André, e começou a investir em uma identidade visual andrógina.[10] Como artista, seu visual passou a misturar turbante, saia, batom e bigode em suas performances musicais que incorporam elementos cênicos à sua voz "ora rouca e grave, ora limpa e aguda, que formata uma black music brasileira, mas recheada de elementos pop", segundo a magazine mineira "O Tempo".[7] Já a Rolling Stone Brasil destaca que seu visual desconstrói de forma enfática os códigos imputados ao sexo masculino, sendo que, como intérprete e pessoa, não se define como homem, nem como mulher, sendo um exemplo de pessoa não-binária; enquanto seu "vozeirão à Tim Maia imprime autenticidade e poder" às canções que interpreta.[28] Na publicação da revista, recebeu um questionamento acerca do pronome de tratamento pelo qual prefere que lhe refiram. Liniker respondeu que prefere o pronome feminino: "Acho mais amplo. Dizer ‘ele’ me deixa muito na caixinha do masculino".[29] Tempos depois, declarou ser uma mulher trans, e que usa pronomes no feminino (ela/dela).[30][31][32]
Reconhecimento
Imortal da Academia Brasileira de Cultura, cadeira número 51.[6]