A banda ao vivo em Cotia em abril de 2016. Da esquerda para a direita: Juliana Strassacapa, Rafael Gomes, Sebastián Piracés-Ugarte, Jô Valença (trompete), Giva Loner (trombone), Andrei Martinez Kozyreff e Mateo Piracés-Ugarte.
Francisco, el Hombre é uma banda brasileira formada em 2013 pelos irmãos mexicanos naturalizados brasileiros[1] Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte na cidade de Campinas, São Paulo.[2][3][4] Foi indicada ao Grammy Latino em 2017 por melhor canção em língua portuguesa pela canção "Triste, Louca ou Má".[5]
Com mais três membros brasileiros de nascença,[6] o quinteto mistura elementos musicais de ambos os países e outros da América Latina, com base na experiência dos irmãos em viagens no continente, resultando em música cantada tanto em português como em espanhol e inglês. Autodefinem-se como um grupo de "pachanga folk".[2][4][7][8][9][10][11][12][13] Também já foram descritos como uma mistura de Manu Chao e Nação Zumbi[3] e já se autodefiniram como "uma fusão entre a batucada e a música latina" e "batuk freak tropikarlos".[14]
Suas primeiras turnês latino-americanas eram autofinanciadas e improvisadas, com poucos shows confirmados no início da viagem. Ao longo da jornada, aproveitavam-se de oportunidades para apresentações em ruas, praças, hostels, bares e festas de aniversário que iam surgindo.[1][5]
História
Após viajarem pelo mundo com seus instrumentos, os irmãos mexicanos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte se mudaram para o Brasil em meados dos anos 2000, naturalizaram-se,[1] firmaram-se no distrito de Barão Geraldo em Campinas, São Paulo,[7][8][13] e formaram a banda com o objetivo de "largar os empregos, faculdade e todas as 'amarras com a sociedade'".[10] O nome do grupo foi inspirado em uma figura de mesmo nome do folclore colombiano,[5] conhecida por tocar acordeão pelas ruas das cidades.[2][10][11][13][15]
Até 2015, já haviam realizado duas turnês sul-americanas, com a segunda sendo denominada "Mochilazo"[8] No início daquele ano, após um show realizado em Mendoza, Argentina, sofreram um assalto e perderam todos os seus pertences, incluindo instrumentos e documentos. Só conseguiram voltar ao Brasil após uma campanha on-line, ajuda da população local e de amigos, e fundos arrecadados em apresentações nas ruas com instrumentos emprestados.[6][11][16][17] Os membros consideraram o episódio como um divisor de águas para o grupo, responsável por alterar a perspectiva que tinham de seu trabalho.[18]
Em abril de 2015, lançaram seu EP La Pachanga!, com seis faixas autorais.[4] O evento de lançamento se deu no Centro Cultural São Paulo no dia 7 do mês seguinte, onde também gravaram um vídeo para a faixa "Dicen" (cuja versão de estúdio traz a participação da cantora chilena Francisca Valenzuela[2]), que, segundo os irmãos fundadores, surgiu para que pudessem falar a seus pequenos sobrinhos sobre a ditadura.[19] O EP traz também a faixa "Minha Casa", a única totalmente em português, escrita na África.[2]
Em 2016, iniciaram a campanha #VaiPraCuba, por meio da qual pretendiam financiar um documentário sobre a cultura da ilha comunista, aproveitando uma viagem à capital Havana para participar do projeto "El Sur Suena", no festival "AMPM – América por Su Música".[11][17][20] No meio do ano, realizaram também uma turnê latino-americana.[7][15]
Em junho de 2016, lançaram um clipe para a faixa "Calor da Rua", produzida por Curumin e Zé Nigro, que trata de violência doméstica e figuraria no primeiro álbum completo do quinteto.[21] O álbum denominado SOLTASBRUXA, foi lançado no dia 2 de setembro. Foi produzido por Zé Nigro e trouxe participações de Liniker e Apanhador Só, além de letras politizadas e com comentários sociais.[6]
Em março de 2019, lançaram seu segundo álbum de estúdio, Rasgacabeza.[22] Em junho de 2020, utilizaram-se de um novo single, intitulado "Despedida", para anunciar a saída do baixista Rafael Gomes, que integrou o grupo por seis anos e meio.[23] Ele foi substituído no mesmo ano por Helena Papini, nome sugerido pelo próprio Rafael.[24]
Em outubro de 2021, após um período de isolamento, a banda lançou seu terceiro disco de estúdio, Casa Francisco.[24]